segunda-feira, 22 de maio de 2023

TEXTO 785 - “TERRAS DE NINGUÉM”, ou o “O ROMANCE DA INÉRCIA”, “NO MAN’S LAND”



        No âmbito do Projeto NetBooks, apresentamos o 6°  
e-book - "TERRAS DE NINGUÉM  -  NO MAN'S LAND  ou  
O ROMANCE DA INÉRCIA", da autoria de Humberto Baião.

 📖 Sinopse:


     "TERRAS DE NINGUÉM apresenta perante o leitor tanto o passado do Alentejo desde meados do Séc. XX, quanto o pretérito passado e o presente recente, atravessando-os, para nos projectar no futuro próximo à luz melancólica da opacidade e declínio que tomou a nossa democracia desde, "essa linda madrugada que todos esperávamos, desde esse dia inicial inteiro e limpo onde emergimos da noite e do silêncio para livres habitarmos a substância do tempo”…


       “TERRAS DE NINGUÉM”, ou o “O ROMANCE DA INÉRCIA”, “NO MAN’S LAND” para turista ver, é baseado em factos reais, verídicos, que tanto ajudam a consolidar a estrutura do romance quão proporcionam ao leitor uma lição de história e o conhecimento de pormenores desconhecidos que nunca ninguém cuidou de lhos lembrar. Doravante, a compreensão desses (imensos) factos da nossa história recente, das suas causas e consequências, surgir-lhe-ão certamente mais transparentes e ajudá-lo-ão a formar uma opinião mais fundamentada.


     O protagonista, Manuel Mestre, é uma personagem maior que a vida, sendo a partir dele e dos cenários em que se move, ele e o Alentejo, que este romance entretece dois fios distintos, o público e o privado, íntimo, mostrando-se simultaneamente como “roman” político e reflexão metafísica e romântica."

 

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NOTA IMPORTANTE ! 🔴 DIFICULDADE EM DESCARREGAR O PDF - Caras amigas e amigos, muita gente tem tido dificuldade ou não tem mesmo conseguido descarregar o ficheiro PDF com o romance. No problem, façam-me chegar o vosso pedido por mensagem privada e em pouco tempo terão como resposta o romance prontinho a ler ! Obrigado e desculpem o mau jeito 🙂 🛑🔴🔴🔴🔴🔴🔴🔴🔴🔴🔴🔴🔴🔴🔴🔴🔴🔴🔴🔴🔴🔴



terça-feira, 9 de maio de 2023

TEXTO 784 - INSTITUTO CULTURAL DE ÉVORA ""ERA UMA VEZ UM ALENTEJANO MALTÊS""

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No âmbito do Projeto NetBooks, apresentamos o 5° e-book - "ERA UMA VEZ UM ALENTEJANO MALTÊS", da autoria de Humberto Baião.

Sinopse

“ERA UMA VEZ UM ALENTEJANO MALTÊS”, é um poema épico sobre o Alentejo, resultante duma mui antiga colectânea de contos cujo personagem acompanha esta nossa terra da pré-história aos dias de hoje. Portugal e o Alentejo são o lugar marcado por essa mesma história. A riqueza patrimonial e imaterial do Alentejo, ambas ricas em factos conhecidos, espólio valiosíssimo tornado visível e divulgado, pois é a história ímpar do Alentejo que aqui é literalmente contada por ser dum conto que se trata, conto mui rico em diversidade, em deslumbramento e que esta epopeia traz à liça.

E dito isto, vamos ao “ERA UMA VEZ UM ALENTEJANO MALTÊS”."

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NOTA IMPORTANTE ! - DIFICULDADE EM DESCARREGAR O PDF - Caras amigas e amigos, muita gente tem tido dificuldade ou não tem mesmo conseguido descarregar o ficheiro PDF com A EPOPEIA No problem, façam-me chegar o vosso pedido por mensagem privada e em pouco tempo terão como resposta o FICHEIRO PDF prontinho a ler ! Obrigado e desculpem o mau jeito 🙂 🛑🔴🔴🔴🔴🔴🔴🔴🔴🔴🔴🔴🔴🔴🔴🔴🔴🔴🔴🔴🔴🔴



terça-feira, 7 de março de 2023

UMA CAMINHADA, UM PÉZINHO, UM DEDINHO


783
UMA CAMINHADA, UM PÉZINHO, UM DEDINHO …
 

Tinha sido uma caminhada exigente, espinhosa, o que lhe valera fora um jogo de ténis novos, novíssimos, mas, como não há bela sem senão, morderam-lhe os calcanhares. Certo que por mor disso fora das primeiras a chegar, levou para casa uma menção honrosa e uma borrega horrorosa. 


Tratei-a na chegada, mera bolhinha muito miudinha, muito pequenina, junto ao dedinho pikinino, ao dedinho mindinho do seu pezinho bonitinho, Formosinho, engraçadinho, e que eu segurava nas mãos. 

Comovido ou enternecido ante tal visão, ou melhor, ante tal aparição, ao ver a bolhinha pequenina, miudinha no dedinho engraçadinho não me contive, ergui os braços, uma mão deslizando pela barriguinha da perna, a outra segurando o pezinho formosinho, que levei à boca e onde, com carinho, depositei um beijinho. Não passou dum jinho pequerruchinho, um carinho, depositado inocentemente e devagarinho com ternura e doçura naquele lindo pezinho.



É noite de sábado ou domingo, é uma noite fatal, é noite de fim-de-semana, daquelas em que se bebe ou uma ou outra coisinha e depois…. Coiso e tal etc. e tal e coiso… a gente por vezes nem sabe como acaba, ou se acabará em festival, outras nem imagina como tal começará, mas é fatal que comece, depois….

 O tempo dirá…

 Geralmente um abracinho apertadinho marca o começo e tal e coiso, e depois… se coladinhos, o comboio desata a apitar não parando mais… e nem três vezes, por vezes, chega ele a apitar…


Mas sabeis, não é bem no dedinho mindinho que ela tem a tal bolhinha, pequenina, pequenina no dedinho miudinho, engraçadinho. É lá pertinho e, claro, naquele mesmo pezinho.

 É bom esclarecer estas coisas, porque ao principio enganava-me e pressuroso descalçava o sapatinho que não era, e depois, atencioso, subia-lhe aos beijinhos pela alva perna acima, ao joelhinho, à coxa rija, chegando à derivação, onde nem sinal nem proibição, para depois e só depois, de mansinho, recomeçar, descendo devagarinho p’la outra perninha abaixo enquanto ela, aos risinhos, libertava coceguinhas junto com as risadinhas e c’o pezinho descalço, descalçava o outro pezinho atirando o sapatinho lá p’ra longe, coitadinho, talvez p’ra que eu não parasse e descesse ternurento até ao pezinho certo e bolhinha redentora, onde finalmente e já exausto depositava com fervor o ultimo beijinho d'um cento.


Sim sim era mesmo assim, quer fizesse chuva ou vento, ou o sol a barlavento, eram aos centos, aos milhares os beijinhos ternurentos que a bolhinha pedia mal o sapatinho saltasse e de cada vez que a via. Era o princípio de tudo, era o meio e o fim do mundo e era até o Xanax de quando ali chegava iracundo, irado c’o reino animal ou então a pisar mal.

 - Pisar mal !!! Ahahahahahah !

 Riu-se ela a rodos quando entre dois grandes fogos lhe expliquei o pisar mal, assentar o pé no chão numas botitas ajustadas mas sem as unhas aparadas, experimentem e logo verão, caminhar manco, aleijado, como se vós mesmos ao andar tivésseis um grão no sapato.

 E foi ela, atenta e bondosa quem me aparou as unhacas e me devolveu o garbo. Voltei a andar direito, com natural naturalidade, como se das costas sofridas me retirassem um fardo e, ao invés de um gavião, tornei a ser o Baião, mimoso, doce, simpático, carinhoso e tal e qual me conheceis pelo menos há meio século. Um estojo de unhas faz milagres e dá jeito, oh se dá ! Aproveitem os dias de anos ou o Natal e comprai um meus alarves.

             

            Depois foi uma beleza, jamais se sentiu minha presa ou me julgou caçador, jamais malha levantada ou um meia rasgada e, para ser mais minucioso, jamais teve alguma vez as canelas arranhadas. Mas também isto vos confesso, caminhada bem andada só com unhacas aparadas, sapato impermeável e justo c’os atacadores bem apertados e um lacinho bem dado.   

 A bolhinha pequenina no pezinho bonitinho, formosinho e engraçadinho era o mote, fosse motivo ou desculpa para qualquer cena maluca que nos deixasse coladinhos. Éramos uns desgraçadinhos, sempre sempre aflitinhos, sempre sempre agarradinhos, sempre ora ponha aqui o seu pezinho, sempre o tapete sobre a poça não fosse ela distraída, molhar o lindo sapatinho. Sim é verdade inda recordo, sim é verdade, inda hoje o é, fosse desculpa ou motivo qualquer bolhinha era o mote para sentarmos na garupa e abalar a galope montados num cavalinho.

 Fosse Rocinante ou Bucéfalo, fosse Silver ou Diablo a verdade verdadinha era que uma vez montados, eram nuvens eram sóis, eram estrelas e cometas, eram bebés e chupetas, e à terra só tornava-mos quando muito devagar, mesmo mui devagarinho, com muito muito jeitinho, não fosse eu por distracção, ou desmazelo, pisar-lhe um dia o pezinho, pequenino, mindinho, bonitinho, formosinho e engraçadinho, descendo a cama ensonado, exausto ou aparvalhado após tanta correria em que os cavalos cansados nos traziam de mansinho de volta à terra do nunca, onde entre suspiros e ais fumávamos uns cigarrinhos muito bem enroladinhos com dois dedais de conversa. De conversa vice-versa, ou versa-vice, se acontecia partir com festas e arraiais a que só dávamos fim antes que a cama se partisse.

                                   
                

                  Foram tempos de ventura, foram tempos de fartura, e aquela mesma bolhinha pequenina junto ao dedinho mindinho do pezinho bonitinho, formosinho e engraçadinho, continua, com carinho, desafiando de fininho a repetir os miminhos que derretidos, coladinhos, trocávamos escondidinhos nos dias de sol quentinho ou de vero friozinho p’ra aquecer o ambiente e tornar a cama quente fosse Natal ou não minha gente !!!!