A
entrevista que a líder do MCE e vereadora da CME por esse movimento de
cidadania deu à Rádio Diana no dia 9 de Abril pp, sobressai como uma pérola no
mar dos discursos políticos proferidos de norte a sul, quer pela inteligência
demonstrada, quer pela segurança das afirmações proferidas, todas elas
fundamentadas e passiveis de serem confirmadas, comprovadas. Eu diria tratar-se
de afirmações à prova de bala, reais, sérias, nada de patranhas ou de promessas
eleitorais.
Essa
pérola, essa entrevista, cujo link
vos deixo no fim deste texto, merece ser ouvida. Devemos ouvi-la para que
saibamos e venhamos a compreender porque está Évora como está, órfã de pai e
mãe há muitas décadas, pobre, sem presente nem futuro, atolada numa divida
incompreensível que só a má gestão de comunistas e socialistas pode justificar,
e que estamos pagando com um palmo de língua de fora, já que o acordo para
combater essa divida penaliza munícipes, afasta investidores, coarcta o futuro
e corta cerce a esperança em dias melhores.
Quando
digo que a entrevista expõe um discurso inteligente faço-o por o mesmo se
basear em factos concretos, visíveis, comprováveis, mensuráveis, negando-se ao
vazio balofo dos demais, aqueles aos quais já nem nos damos ao incómodo de
ouvir. Em especial os três gráficos que FF Florbela Fernandes apresenta, um
sobre o volume de negócios no concelho, que terá aumentado, outro sobre o
emprego, que igualmente terá aumentado, e o último, sobre a população da urbe
eborense, que se tem mexido, se tem posto a andar, tem partido, abalado, ido
embora, gráficos que todavia foram apresentados isoladamente, coisa que na
minha mesa de café, digo a minha tertúlia de café se tem recusado a aceitar.
A
coisa não é tão simples pois as questões abordadas (correcta e
inteligentemente) nos três gráficos, na prática não funcionam isoladas,
influenciam-se mutuamente nuns casos, interpenetram-se noutros, nuns casos são
causa noutros efeito ou fruto dos primeiros ou anteriores… Longe vai o tempo em
que o INE disponibilizava pronta e gratuitamente qualquer informação
estatística que lhe fosse solicitada, não é assim agora que nos obriga ao
cumprimento de uma burocracia desmotivadora e em alguns casos exige saber o
motivo da consulta e ou o pagamento das informações requeridas. De veículo de
consulta e transparência parece ter volvido tempestade de areia para cegar os
olhos do cidadão empenhado em analisar, divulgar, contestar, criticar ou
denunciar com bases sólidas algum aspecto menos claro desta democracia, cada
vez mais opaca com que nos vêm cegando e enganando.
1º Gráfico – Volume de negócios.
Em
momento algum encontrámos erros na interpretação que a senhora vereadora fez
dos gráficos. Analisou-os, um a um, pelo que eram, como é lícito, e não se alongou
em problemas que neles possam estar subtilmente escondidos pois serão assuntos
para resolução na AR ou governamental, nunca a nível municipal ou concelhio.
O
volume de negócios aumentou, não há a menor dúvida, o gráfico porém não nos diz
a razão desse aumento. Com o INE a filtrar a informação para o exterior
restou-nos especular e concluímos que a Embraer, as apostas espanholas na
azeitona, na amêndoa (com uma fábrica perto da Vendinha), os lagares, o azeite,
e as culturas extensivas/intensivas, ainda que sejam entidades de capitais
brasileiros, espanhóis ou outros, podem ter contribuído para o aumento do
volume de negócios verificado no nosso concelho. Sendo um concelho pequeno, com
poucas empresas de envergadura, a mínima oscilação poderá parecer-nos
gigantesca.
Resta
a questão final, a ter havido lucros, porque um aumento de transacções nem
sempre corresponde a proveitos, basta o exemplo do turismo que deixará somente
o dinheiro gasto numas bicas, nuns gelados, numas castanhas assadas e num ou noutro
souvenir (ver “DÓLARES REDONDOS” link no
fim do texto), ou o caso das imobiliárias que movimentam importâncias
significativas mas não acrescentam um chavo à riqueza da nação, ou do concelho,
que são parcialmente culpadas na inflação que fustiga o sector da habitação e
cuja valência maior, como no caso do turismo, é a criação de um ou outro posto
de trabalho não especializado e na generalidade indiferenciado. Pouco, muito
pouco, só quem tenha baixas ambições admira ou ambiciona estes postos de trabalho
apesar de alguma coisa ser melhor que nada. Estamos habituados a ficar com as
migalhas… Portanto, e voltando à vaca fria, partindo do principio que sim, que
aumentaram positivamente, quem beneficia com este “tão grande” avolumar dos
negócios no concelho ? Nós respondemos, essencialmente brasileiros e espanhóis…
2º Gráfico – Emprego / postos de
trabalho.
Podendo
o volume de negócios/produtividade ter aumentado sem acréscimo de emprego,
bastaria que os factores de produção tivessem sido utilizados na sua capacidade
máxima, e talvez tenham sido, a verdade é que também foram criados novos postos
de trabalho, o que é positivo e um bom augúrio. Estejamos atentos à situação
nos próximos tempos não vá a “coisa” ser apenas um qualquer fenómeno sazonal
passageiro e ditado por condições que poderemos imaginar mas não conhecemos. Há
que ver se a situação se solidifica ou se oscila, se tem alicerces e se, para
além de quaisquer suspeitas nos demonstra ser durável, ser para ficar, para
continuar.
Seria
bom saber se esses novos contratos de trabalho correspondem a situações
consideradas duradoiras, se deixaram de reflectir o mau hábito criado com os
contratos a prazo e a precariedade inerente e, já agora e se não é pedir muito,
que tipo de empregos foram criados, em que sector da economia, se de baixo
nível, nível médio ou superior, e em termos de idade e género como se
distribuíram ? Em que percentagem corresponderam à necessidade de acolher gente
estigmatizada com o desemprego de longa duração ou tratou-se meramente da
criação de novos postos, subsidiados, e por isso contemplando situações de
primeiro emprego ?
3º Gráfico – A cereja no bolo, os
residentes.
Este
terceiro gráfico, tão verídico como os anteriores, não deixa a menor duvida
quanto à sua interpretação, vindo ornar com uma coroa mortuária quer o volume
de negócios quer a questão do emprego. Que raio de cidade / concelho é este em
que, com o volume de negócios a aumentar e o fugidio emprego a mostrar oportunidades,
ainda que tímidas, vê a população a debandar ?
Não
esqueçamos que, as observações a nível de emprego são do mais enganador que há,
já que, teoricamente, se toda a população desempregada, e revoltada, com as
esperanças perdidas, rumasse à GB, à França, Alemanha, Nova Zelândia,
Austrália, USA, Canadá etc etc etc o desemprego cairia a pique para zero !
Poderíamos então bater palmas ? Lançar fogo de artificio ? Sabemos que o
desespero e a desesperança, aliados à falta de fé no IEFP leva imensos
desempregados a simplesmente desvincularem-se de tal organismo e portanto
colocando-se fora das estatísticas do desemprego, ajudando na ilusão de que o
mesmo estará a descer quando poderá mesmo estar a aumentar…
O
fenómeno de debandada da população não me admira, é o chamado voto com os pés,
abalar, pôr-se a andar, dar com os pés, pôr-se a milhas, virar costas… Ora é
sabido que nos últimos 50 anos Évora não resolveu um único dos problemas que
tinha, que continua tendo e que continuam a afligir-nos nos mesmíssimos locais
e situações, só que agora com um volume gigantesco. Finalmente, e após 50 anos,
as pessoas começam a perceber não haver aqui nem condições nem futuro, e
começam a partir. Há pelo menos 40 anos que deviam ter embalado a trouxa e
zarpado, as preocupações do MCE são legítimas, os partidos do sistema em cinco
décadas não quiseram resolver as candentes questões desta cidade, nem da região
nem do país. E não esperem os eborenses que venha algum paraquedista de
Portimão, de Viseu, de Aveiro ou de Oeiras resolver os nossos problemas, isso são histórias para os
livros de banda desenhada.
A
verdade porém é que apesar, contudo ou todavia, entre as cidades portuguesas
Évora continua sendo a mais pobre, a que oferece menos oportunidades e menos
futuro. Por causa da dívida colossal do município e que podemos agradecer aos
comunistas e socialistas os eborenses são castigados e pagam taxas e taxinhas
pela tabela máxima ! O mau tornou-se péssimo, o MCE tem sobre os ombros uma
tarefa ciclópica, uma responsabilidade imensa ! Não iludir, não mentir, não
enganar os eborenses e sobretudo fazer o que ainda não foi feito, e que é quase
tudo … Comunistas e socialistas têm de há 50 anos para cá contribuído
culposamente para o descalabro em que a cidade se encontra.
E não esqueçamos que há meia dúzia de meses foi declarada em sessão pública da CME pela boca do seu presidente a falência do município !
Como
é possível que tantos e tantos cidadãos ignorem este desiderato ? Por que razão
ou razões os mídia locais não pegaram nesta noticia e a debateram até à
exaustão ?
Quem
beneficia com o ocultar de um escândalo desta dimensão ?
Quem,
tem interesse em esconder a falência do município à população do concelho ?
Acordem
eborenses, a URSS caiu, as torres gémeas caíram, por que razão a derrocada
delas originou tanto barulho e a de Évora não ?
O
município faliu e a sua falência mais não é que o expoente máximo da gestão
comunista e socialista de Évora, essa falência será para a história o maior
impacto que irão deixar nos anais desta urbe tão sacrificada, urbe com um
passado rico mas com um presente que envergonha e sem futuro algum a menos que
os cidadãos tomem em mãos o futuro de Ébora e voltem a erguer bem alto o
significativo estandarte de Liberalitas Júlia !
Hoje,
no dia 18, em Setembro ou Outubro e sempre que for votar lembre-se de quem faz
e de quem atrapalha…. Obrigado.
ENTREVISTA VIDEO:
https://www.youtube.com/watch?v=68B4DJUgJ5M&t=1450s
DÓLARES REDONDOS:
https://mentcapto.blogspot.com/2014/02/177-redundancias.html e
https://mentcapto.blogspot.com/2016/09/o-alentejo-sua-riqueza-e-pobreza.html