sexta-feira, 13 de agosto de 2021

724 - A OPORTUNA QUESTÃO DO CUBO MÁGICO

 



TEXTOS POLÍTICOS - A OPORTUNA QUESTÃO DO CUBO MÁGICO

 

Nenhuma outra figura representa tão bem quanto um cubo de Rubik todo desengonçado a situação política deste país, Um país com todos os quadrados que o compõem fora do lugar, os quadrados as matizes, os tons, as cores, um espectro espectral é o que nos é dado ver.

 

Deixando de parte os partidos do sistema, únicos e grandes causadores da situação a que se chegou, resta-nos por exclusão de partes, a iniciativa liberal, IL, e o recém-chegado Chega.

 

A primeira não cai mas balança, algumas vezes hesitando nas medidas a tomar, não obstante prime pelo bom senso, mantendo a agenda actualizada, estudando e agindo sobre problemas concretos do país, propondo soluções fáceis, viáveis e lógicas. Mas a IL actua sem garra, sem ênfase, como se ela mesma não acreditasse nas verdades insofismáveis que apregoa.

 

Ter um só deputado penaliza a Iniciativa Liberal, ter lançado candidato a PR que foi um erro de casting deve ter-lhe saído caro, aposta na verdade, coisa em que bate e rebate como ferreiro malhando em ferro frio, o pessoal não quer verdades, quer felicidades e alegrias.

 


O outro, o Chega, é o oposto da IL e tem garra a mais, aproveita todos os temas fracturantes para facturar e granjear simpatias, ladra mas não morde, fala muito mas não diz nada, faz muito barulho mas fica-se por aí, não liga peta à economia, tema que nem no III Congresso teve lugar quanto mais a primazia, atiça os cães a tudo e todos, é um clube de amigos onde reina a endogamia, o seguidismo, a ignorância, o culambismo e uma partidarite cega que o levará a esbarrar contra a parede. Prova disso é que se multiplicam as dissensões dentro do partido e por todo o país, e as listas são um malabarismo de trapézio e amadorismo de principiante que arrepia, e atadas com arames, amizades ou laços familiares. Nem a economia nem outros assuntos sérios e prementes que não pretos e ciganos são levados a sério pelo Chega, e André Ventura, o partido é ele e ele é o partido, se morre um morrerá o outro, corre-corre sem saber para onde, sem nunca olhar para trás a fim de ver e ajuizar os estragos que vão ficando na sua esteira… O arauto da transparência o Chega alberga interesses muito próprios e demasiado obscuros.

 

O Chega cairá tão depressa quanto subir, e todos sabemos que, quanto mais alto se sobe maior será a queda. Tudo que nos outros partidos o Chega critica agora tomou foros de habituação e virtude, e tornou-se não um partido diferente, como publicitava até á exaustão, mas igual aos partidos que negava. Não durará mais que dez anos o fenómeno Chega, é o tempo suficiente para que todos percebam tratar-se unicamente de um pavão emplumado sem nada no interior. O peru de Natal ainda leva recheio, o Chega nem isso.

 

O espectro político partidário português está deste modo novamente carente de um partido novo, um partido novo democrático, guiando-se pela cartilha da direita, dando corpo a uma democracia musculada, corporativista, cooperativista e popular, não  elitista, antes um partido com o juízo e o saber da Iniciativa Liberal e a garra do Chega, mas um partido onde todos se revejam, um partido onde os quadros tenham um lugar a ocupar e uma palavra a dizer, um partido onde as bases, educadas e domesticadas, formem um corpo coeso, solidário, que fortaleça a estrutura do partido, que lhe seja uma sólida base de apoio porque o principal serão sempre a base, os princípios, a ética, a moral, as convicções, as pessoas, e naturalmente o país, este pobre país tão carenciado de quem olhe para ele com olhos de ver e vontade de fazer.

 


Há pois mais que lugar uma necessidade premente de um novo partido ou de um partido novo, cuja iconografia se baseie no tal cubo de Rubik e o oriente, isto é que ponha cada quadradinho e cada cor no respectivo lugar, que o organize com lógica e acabe com esta República das Bananas que está acabando de connosco.

 

Um partido novo, um partido liberal, católico, patriótico, um partido que saiba guiar a direita, uma nova direita, democrática, tolerante, onde o mérito tenha lugar e se actue sem o chauvinismo nem o revanchismo que enfermam o Chega, nem as febres sezões que imperam na Iniciativa Liberal e a adormecem, anestesiam, aquietam.

 

É tempo de urgências não tempo de nos aquietarmos ou quedarmos, é tempo de frontalmente fazer frente a esta doença do esquerdismo que nos caiu em cima como uma praga ou estigma e devolver o orgulho aos portugueses, recuperar a economia da nação, colocar o país nos eixos, reconstruir Portugal para os portugueses, dar a todos oportunidades cá dentro, estancar a hemorragia demográfica, reformar a justiça, o ensino, a saúde, reformar mentalidades, dizer à CEE que sim mas aqui quem manda somos nós e este país é de todos, e deverá ser para todos, e todos deverão ter nele um lugar, tal qual na década de quinhentos tivemos um lugar no mundo.

 

É hora de fazer exigências, em primeiro lugar a nós mesmos, depois a nós de novo e finalmente a nós próprios. Ninguém virá pescar para nós nem ensinarmos a pescar, teremos que arregaçar as mangas e pegar na cana, na redes, trabalhar no duro, acabar com tenças e mesuras, privilégios e usuras, é tempo de darmos as mãos, de fazer e refazer, de denunciar abusos e abusadores, de construir e reconstruir, de reformar a Constituição, torná-la uma portagem aberta ao progresso e ao futuro.

 

Assim Deus nos dê clarividência.

 


 https://www.youtube.com/watch?v=NouaouITZU0

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