sábado, 4 de agosto de 2018

526 - SONHO DE UMA NOITE DE VERÃO * 6 .........



  “SONHO DE UMA NOITE DE VERÃO, UMA GOLPADA FICCIONADA”


Recapitulemos os pontos anteriores. O modo como esta nossa democracia corrupta se foi instalando, o movimento de capitães, a origem do 25 de Abril de 1974, quem sabe se não poderia acontecer tudo de novo, nada é impossível, não dizem constantemente que a história se repete ? Não tem aparecido ninguém com carisma, quem seja capaz de se afirmar, estadistas assim aparece um de cinquenta em cinquenta anos, estará na hora de aparecer esse homem providencial. A aparecer que apareça quem nos arraste. A manobra nem teria que ser muito diferente do que foi em 74, garantir a fidelidade de militares fiéis e patriotas, declarar sem alarme o estado de emergência, pois seria de uma emergência que efectivamente se trataria, apelar à compreensão nacional e internacional pela luta da nação, pela sua sobrevivência e independência, pela recuperação das suas economia e soberania…

Tomar o poder pela força, não há outra solução, os partidos nunca abrirão mão do controle politico da nação, vai ter que ser à moda do vai ou racha, ou todos direitos ou todos marrecos, ou todos felizes da vida ou todos lixados, o país é de todos e não de uns quantos privilegiados. Tomar o poder numa posição equivalente à de um Presidente num regime presidencialista, dissolvendo a AR, e substituindo-a por uma câmara de conselheiros presidenciais.

Declarar sem alarde o estado de emergência, pois é duma verdadeira emergência que efectivamente se trata. Apelar à compreensão para a luta nacional e patriótica pela independência, sobrevivência e recuperação da nação. Conquistar e assegurar a simpatia e adesão de importantes chefias militares e paramilitares para a causa nacional, uma causa de sobrevivência e independência a que a PSP e a GNR não poderão ficar indiferentes.  

Dissolver a actividade partidária e proibi-la mesmo enquanto vigorar o período de excepção sem que, por enquanto, se extinga ou proíba ainda a existência dos partidos, dar tempo ao tempo, dar folga, não apertar demasiado sem necessidade ou justificação mas nunca tirando o olho do burro nem do cigano.

Convidar os mídia a adoptar uma posição e atitude positiva, de bom senso, não hostilizando a politica democrática e patriótica de recuperação da independência da nação que se está tentando instaurar, conquistando-a para a causa, contudo, encerrar de imediato jornal, revista, rádio ou estação televisiva que reiteradamente teime não adoptar as medidas aconselhadas.

Naturalmente impor-se-á o restabelecimento e controle de fronteiras terrestres, marítimas e aéreas, apelar ao sentido patriótico de todos os portugueses, formalizar a igualdade entre eles, formal e informal, fundir num só todos os sistemas e subsistemas de saúde dos pescadores aos bancários, dos privados aos servidores públicos do estado, dos militares aos civis é somente um mero exemplo. A longo prazo tentar a recuperação para a nação do controle da banca e dos seguros, da energia, da distribuição, dos transportes e rodovias, portos, aeroportos, auto-estradas, vias férreas, terminais de contentores etc. Abrir todos esses sectores à concorrência e acabar com monopólios, de modo a enfraquecer a posição dos instalados e tornar mais fácil a sua recuperação pela Nação.

Redigir um Plano Nacional Quinquenal de construção, reparação e recuperação de hospitais, estradas, pontes, fábricas, em especial as cimenteiras, caminhos-de-ferro, portos, aeroportos e todo o tipo de estruturas cuja necessidade se manifeste.

Obrigar ao estabelecimento da modalidade “Balcão Móvel” por parte dos municípios, (cuja associação nacional será extinta por inutilidade) balcão que terá como finalidade levar os serviços autárquicos e pessoal técnico das edilidades a deslocar-se à morada do promotor / empreendedor / investidor / empresário, para os acompanhar nos seus esforços de investimento e lhes apontarem soluções resolvendo-lhes os problemas surgidos. Qualquer empresário terá somente que se dirigir aos serviços da autarquia uma única vez, a primeira. Limitar as despesas dos municípios com pessoal a 20% das receitas efectivamente obtidas pelos serviços. Gradualmente assistir-se-á à privatização, com entrega a cidadãos nacionais, de serviços básicos como recolha de lixo, limpeza, esgotos e águas, paulatinamente outros serviços serão igualmente privatizados, libertando as autarquias de áreas fora da sua vocação e fomentada a concorrência entre esses mesmos serviços, como transportes rodoviários locais, regionais, inter-regionais e nacionais.

Forçar o IEFP a ser parte activa na recuperação da economia e soberania da nação, e desafiá-lo a adoptar uma atitude menos burocrática, mais proactiva, palpável e prática. Fomentar e acarinhar o aparecimento e desenvolvimento de empresários e industriais nacionais, de famílias tradicionalmente investidoras e detentoras de capital nacional, e sensibilizá-los pra a responsabilidade social do seu papel ante os portugueses e a recuperação da economia e soberania nacionais. Apelar ao seu sentido patriótico e de dever para com a nação.

Convidar ao retorno de todos os capitais sedeados em offshores. Findo o prazo pena pesada para os prevaricadores, apreensão das verbas envolvidas que reverterão a favor do estado. Congelamento de vencimentos, pensões e carreiras de modo a serem rápida e judiciosamente revistas. Imposição de um patamar mínimo e de um tecto máximo,  a exemplo da rica Suíça. Reforço das pensões para valores mínimos aceitáveis a fim de manter uma velhice digna. Garantia de que nenhum cidadão nacional será tratado de modo desigual perante o fisco ou de quaisquer outras formas e em relação a qualquer outro cidadão estrangeiro residente em Portugal. Proibição de recebimento de pensões duplas ou triplas. Proibir o duplo emprego desde que a soma dos valores envolvidos iguale ou ultrapasse o valor da mediana X  a determinar.

De igual modo, e enquanto durar o período de excepção de recuperação da economia nacional, será extinta a autonomia universitária. Serão confrontadas todas as entidades dedicadas ao ensino superior e convidadas a tornarem-se fonte de receitas e não um escoadouro dos parcos dinheiros da nação. Serão desafiadas a uma prova de vida, a provar que merecem existir e continuar, não se remetendo à confortável situação de esperar pelos fins de mês e transferências do orçamento, antes contribuindo com o saber dos seus sábios para a contribuição e superação dos seus próprios custos de funcionamento. Serão extintas no ensino superior as licenças de abertura de novos cursos de papel e lápis, e mesmo os já existentes serão gradualmente encerrados de modo a não prejudicar os alunos inscritos nesses cursos. Todo o ensino superior será reduzido e condicionado a uma tipologia de formação conforme aos interesses da nação. Nesse contexto e reiterando o dito no início deste capítulo, serão condicionados os cursos de cariz histórico / psicológico / filosóficos e de letras, repete-se, enquanto durar o período de excepção de recuperação da economia nacional.

No que concerne ao ensino secundário será este alvo de uma profunda avaliação dos professores, cujas férias serão reduzidas, tal como as dos juízes e as de todas as classes aos 22 dias uteis da praxe, prazo que em caso algum será ultrapassado. Nos estabelecimentos de ensino secundário público, a gestão de cada escola será entregue aos professores do quadro permanente e às associações de pais respectivas. Qualquer recusa na assumpção desta tão nobre missão dará, no caso dos professores, imediata colocação fora do sistema de ensino, e à interdição de participação em quaisquer associações de pais no inerente a estes últimos. Proceder-se-á ao reforço da língua portuguesa e inglesa, do ensino básico ao superior, idem para o estudo das matemáticas e ciências. Deverá ser efectuada forte aposta nos cursos técnicos e técnicos científicos.

Estabeleceremos uma série de fortes medidas e incentivos no apoio a empresas detidas por nacionais que se proponham substituir importações, e igualmente às exportadoras já instaladas e a instalar. Restabeleceremos a confiança e segurança de empresários e de empresas, a nível laboral, fiscal e social,. Em nome da estabilidade será dado fim aos contratos a termo, aos precários, e as tabelas de vencimentos terão caracter abrangente e nacional de acordo com mérito, produtividade, absentismo e habilitações para a função. Extinção imediata do SMN, liberalização regulamentada dos despedimentos, deixaremos actuar o mercado, a concorrência e haverá liberdade de escolha e de recusa de salário ou de emprego. Todas as empresas, desde que acumulem mais de cem funcionários, abrirão obrigatoriamente creches gratuitas, estas creches ficarão abertas às empresas envolventes, podendo ser subsidiadas pela Segurança Social. Será restabelecido o horário de quarenta horas para todos, e dar-se-á continuidade à gestão transparente de um banco de horas. Em nenhum caso a remuneração dos rendimentos financeiros ou especulativos poderão ser percentualmente superiores à remuneração dos rendimentos do trabalho. Todos vivemos e sobrevivemos na economia real, e essa realidade, equidade e igualdade terá que ser um fiel para todos.

Deverá proibir-se liminarmente, e enquanto durar o período de excepção de recuperação da economia da nação, toda e qualquer actividade sindical. Imposição aos sindicatos de listas para os corpos sociais determinadas por decretos emanados pela Presidência da Nação. Imposição do modelo de greves sem paragem laboral, à moda japonesa. Cada operário em greve colocará uma braçadeira amarela no braço a fim de ser exactamente apurado o número de grevistas e, se superior a 50% dos efectivos totais envolvidos, gerar obrigatoriamente no prazo de um trimestre reuniões “conclusivas” entre administrações empresariais e o sector grevista.

Estas são as primeiras medidas, as mais urgentes, aquelas que deviam ter sido tomadas de há quarenta anos para cá e que teriam evitado ter-se chegado ao ponto a que se chegou, fazendo nossas as palavras de Salgueiro Maia proferidas há quarenta e quatro anos, hoje diríamos que:

“Há diversas modalidades de Estado: os estados socialistas, os estados democráticos e o estado a que isto chegou ! Ora, nesta aventura solene, iremos acabar com o estado a que chegámos. De maneira que quem quiser, estará connosco, estará do nosso lado, e acabaremos com isto. Quem é voluntário alinha. Quem não quiser não é obrigado e ficará vendo o país progredindo.”

A Presidência Da República e o seu Conselho darão amanhã a conhecer as restantes medidas que a urgência da situação exige afim de salvar de si mesmo todos os portugueses !

Tudo pela Nação, nada contra a Nação !

Viva Portugal !
  
             …………………  continua …………………….


7ª e última parte - 527 - “UMA GOLPADA FICCIONADA, A ANCORAGEM DO PODER”



* “Sonho de uma Noite de Verão” no original: A Midsummer Night's Dream,  é uma peça teatral da autoria de William Shakespeare, comédia escrita em meados da década de 1590.