quarta-feira, 21 de abril de 2021

689 - O JULGAMENTO DAS ESQUERDAS ..............

                

  689 - " O JULGAMENTO DAS ESQUERDAS "

 # TEXTOS POLITICO 5 #

 

Mal vai a coisa quando meia dúzia de gatos-pingados, cabisbaixos, esmorecidos, tão compenetrados como num velório inauguram nas traseiras dum teatro com mais de um seculo um estacionamento de superfície, obra meritória sem dúvida, mas sem mérito algum pois representa para uma cidade ávida de lugares de estacionamento menos que gota de água no oceano, sendo obra que não enche a cova de um dente.

 

Quando a cidade precisa de lugares de estacionamento como de pão para a boca, e quando naquele lugar poderia ter sido construído um moderno Silo, enterrado no chão dois ou três andares, com mais dois ou três acima da superfície e cuja volumetria não colidisse se vista do exterior das muralhas com a linha de construção tácita e regulamentarmente aprovada, já que de resto seria escondido pelo edifício do teatro e por um dos prédios adjacentes salvo erro com 4 pisos.

 

Silos modernos que movimentam os carros como na farmácia um robot automático percorre as prateleiras para ir buscar aspirinas ou Rennie, Buscopan, Xanax, Viagra ou Brufen.

 

Bem negociado, concessionado, não nos custaria um tostão e resolveria o problema do estacionamento não com 78 lugares mas com duas ou três vezes 78 baias, e a longo prazo seria nosso. Aliviaria a pressão sobre a cidade, traria gentes ao burgo, seria mais uma mão salvadora do comércio tradicional e local.

 

É forçoso que sejamos ambiciosos, é urgente que não nos contentamos com pouco, é imperativo usar a cabeça para resolver de vez problemas com décadas, seria elegante que as soluções fossem procuradas e encontradas entre todos e não decisões unilaterais para contentar eleitores militantes.

 

Tentei ver quem, quantos e onde estaria a massa humana que assistiu àquela triste, envergonhada e vergonhosa inauguração, acabei por desistir quando alguém me disse que não teria havido mais de uma dúzia de assistentes e convivas batendo palmas, entre eles um fotógrafo, um motorista da casa, o cônjuge de um ou outro dos personagens visíveis na cerimónia, talvez um filho ou filha, um homem da rádio, outro dos jornais, meia dúzia de irrevogáveis seguidores, dois ou três militantes mais activos e comprometidos. Já vou em 15 pessoas assistindo à cerimónia, fico-me por aqui, não quero pecar por excesso.

 


 Uma obra verdadeiramente exemplar e demonstrativa da capacidade, volume, alcance e visão de quem nos governa, uma obra à qual falta cosmopolitismo, visão do mundo e audácia, uma obra atestando que quem nos governa tem horizontes muito limitados, nunca terá saído do Alentejo, provavelmente ter-se-á ficado entre Évora e Montemor a vida inteira.

 

Uma obra que foi concebida sem rasgo, sem contestação, sem uma interrogação ou observação sequer sobre o futuro. Aquela obra é uma antevisão do nosso futuro que ali está nitidamente plasmada. Certamente um ror de gente e uma catrefa de gabinetes estiveram implicados em tão arrojado projecto, é bom que os eborenses saibam com quem contam e com o que contam. O tão conhecido quão engraçado e divertido Portugal dos pequeninos ainda nos invejará.

 

Portugal, o Alentejo e Évora estão arruinados e amordaçados, 46 anos de governos de esquerda conduziram-nos ao desastre, desde esta cidade ao pico da governação e do país, resultados ? Tudo passado a pataco, vendido ao desbarato a estrangeiros, já nada é nosso a não ser uma colossal dívida.

 

Os culpados deste descalabro, de deputados municipais aos nacionais, de governantes a directores gerais deveriam ser julgados como traidores da pátria e ladrões do futuro de muitas gerações, deveriam ser julgados e condenados civil e criminalmente mas, sendo essa tarefa impossível pois souberam resguardar-se, julguemo-los nas urnas, derrotemo-los com o voto, não permitamos que no futuro, sozinhos ou de mãos dadas, artolas ou caranguejolas venham a ter nas mãos o nosso futuro. Isso mesmo ! Matemo-los com o nosso voto antes que nos roubem o pão da boca, a dignidade, o emprego, e acabem por nos matar à fome com a sua irresponsabilidade, com a sua incompetência !

 

Abaixo artolas e caranguejolas !

 

Um abraço

 

NOTA: Este projecto, esta magnifica obra resultou da candidatura apresentada pelo Município ao Programa Operacional Alentejo 2020, no âmbito do PEDU – Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano, através do qual obteve financiamento a 85%. 

O dinheiro, sempre o dinheiro, a CME só teve que colocar do seu bolso 15% do capital investido. Compreendo agora mais uma razão para não se ter ido mais longe, a dívida colossal e limitadora que a CME carrega, que todos carregamos às costas e pagaremos com um palmo de língua fora. Não só temos que gramar os ossos, as sobras, os restos pois para mais não há, como ainda temos que gabar quem nos estende a gamela. Tivessem acordado a sua construção concessionada e nem um tostão teria sido necessário para erguer um moderno e exemplar estacionamento. 

O liberalismo é sublime, liberta a inspiração, a criatividade e a iniciativa que há em nós, mas é o capitalismo que é extraordinário, incomparável, inigualável e tem resposta para tudo, mecanismos financeiros para tudo desenrascar, até a China comunista o adoptou para sobreviver. Já a doutrina de economia centralizada é castradora do intelecto, opressora da vontade, dominadora do querer, centralizadora e integradora à força nas ideias do partido único, é o azar, é o diabo, é a escuridão e não vingou nem na terra onde nasceu …

Eborenses abram a pestana, andam sendo comidos por parvos há mais de quarenta anos… Ah ! E o telhado até suportaria os tais painéis solares de que o meu amigo Óscar tanto gosta. 


688 - "CIGANOS ÉVORA" #TEXTOS POLITICOS 4#

 

“ CIGANOS - ÉVORA “

# TEXTOS POLITICOS 4 #


Muito frequentemente a questão dos nómadas, a questão de gente diferente, dos ciganos, vem à baila em Évora, em especial nas redes sociais.


Hoje mesmo, um desses elementos, um desses perfis lançava a seguinte questão e desafio:


- “ Será que os candidatos às autarquias da região de Évora terão força e não medo de acabarem com os benefícios que a câmara dá aos ciganos ? “


Convenhamos que a pergunta enferma de vários óbices, para não lhe chamar erros e não ofender o articulista. Mas lá iremos, primeiro há que responder a homem tão curioso e a quem ou p’ra quem os ciganos serão o maior problema desta cidade, ou o maior problema que enfrenta. Homem feliz portanto, só tem um problema, deduzo eu.


Apresentei-me, sou um dos candidatos em Évora, podia ignorar comodamente a sua pergunta mas não o farei, nunca deixei quem quer que fosse sem resposta. Aliás a resposta a essa questão já a dei numa entrevista de âmbito nacional, consulte-se o semanário Expresso do dia 11 do corrente.


Mas a esse caro amigo, ou caro perfil, não veio à memória ou não lhe ocorreu o facto da pergunta envolver uma série de óbices ou erros, começando por estar mal dirigida. Não será aos autarcas mas sim aos deputados municipais, aos membros do Parlamento Municipal, vulgo Assembleia Municipal (onde por inerência todos os presidentes de juntas de freguesia estão representados, ocupam um lugar) quem terá e tem capacidade legal para se debruçar sobre tão candente assunto e dizer de sua autoria o que o Presidente deverá fazer.


É que o tal Presidente a quem ele se dirige apenas preside, a Assembléia Municipal é que é o órgão executivo, o Presidente executa o que a A.M. lhe ordena ou autoriza, sanciona, e é a esta A. M. que cabe não só a responsabilidade como a resposta à questão, ao problema ou à solução do problema que os ciganos eventualmente represemtem e que tanto o preocupam.


Naturalmente quaisquer presidentes terão a sua opinião acerca do tema, opinião que para o caso nada vale, a não ser que seja atirada para o debate numa reunião, numa assembleia da AM e esta a apoie, a adopte e a aprove, isto é que a assuma, que se responsabilize por ela.


Logicamente essa comunhão de interesses, competências e responsabilidades seria a situação ideal, mas como sabemos muitas vezes o ideal é inimigo do excelente, ou o suficiente do bom, ou o bom do óptimo... Infelizmente na grande maioria das vezes é o Presidente quem manda na Assembleia Municipal e lhe dá ordens (o que está completamente em desacordo com o consignado na lei) subvertendo a lógica do regimento da mesma e da própria democracia. E por falar em democracia adiantarei que não chegaremos a lado nenhum com ela a funcionar nestes moldes...  


No que concerne aos ciganos sei que a CEE reconhece o seu estatuto apátrida e respeita-o, respeita-os. Atendendo a esse facto envia-nos anualmente milhões para os integrar e os socializar caso eles aceitem aceitar a integração. Esse bolo, esse montante de milhões que lhes é destinado e por eles deveria ser distribuído como subsídios alimenta contudo centenas de académicos cuja vida tem sido dedicada ao estudo dos ciganos, da pobreza, etc etc etc ... Estudos que os têm enriquecido...


Tão admirável bolo alimenta ONG’s diversas, uma miríade de organizações governamentais ou não, departamentos universitários, instituições insuspeitas, associações que grassam como cogumelos, milhares de técnicos das mais diversas naturezas, dando emprego a milhares de portugueses de norte a sul, etc etc etc … Digamos que quem mais beneficia com os valores ou verbas destinadas aos ciganos, curiosamente somos nós… 


Talvez dez por cento do bolo chegue às mãos dos ciganos, às mãos daqueles a quem se destinam, e mesmo esses dez por cento desejaríamos para nós se pudéssemos deitar-lhe a mão… 


Haja calma bom senso e um travão à cupidez, é provável que se tanta narda lhes chegasse às mãos os ciganos nos deixassem os ténis em paz, e as calças e camisas deixadas esquecidas continuando corando no arame…


Mais a mais imaginemos que de repente lhes chegava a todos, todos os ciganos, uma vontade de trabalhar indomável… Quem ? Qual de nós lhes daria emprego ?


E já agora por falar em emprego, em empregos, onde estão eles, mesmo aqueles que deveriam ser p'ra nós ? Onde estão esses empregos ? Onde está o desenvolvimento que há décadas apregoam à boca cheia ?


É caso para meditarmos e nos darmos regularmente ao cuidado duma introspecção, há-de valer a pena, talvez até aprendamos algo. Ganharemos no mínimo uma oportunidade para olhar para nós mesmos, coisa que deveríamos fazer mais vezes.


Um abraço