domingo, 14 de agosto de 2022

778 - UNIVERSIDADE DE ÉVORA , FIASCO INSTITUCIONAL NACIONAL E INTERNACIONAL


 Atenção ! Este texto fora já publicado no dia 9 de Junho de 2016 sob o Nº 350 !


( Porém hoje acredito que com a nova e Magnifica Reitora, Dr.ª Hermínia Vasconcelos Vilar, e baseado no seu discurso de tomada de posse, Évora e a nossa Universidade comecem  final e exemplarmente a trabalhar de braço dado para que a cidade e a universidade saiam do marasmo a que têm sido votadas ou a sua mais que péssima gestão as tem condenado... )

 

UNIVERSIDADE DE ÉVORA, FIASCO INSTITUCIONAL NACIONAL E INTERNACIONAL ?

 

Para ser prosaico o que me levara ali fora a nostalgia, a nostalgia e a Cândida, cuja candura teimava apostar em nos reunir a todos num almoço comemorativo dos trinta anos de curso. Já o Adriano manifestara idêntica ideia. Ela sonhava delirando com os comensais, os sorrisos, as piadas, e com as famílias no entretanto formadas e as alargadas, acompanhando-me com um ar ora exaltado ora meditativo que aos olhos de quem a observasse a pintava de tolinha. De parva não tinha nada, mas parecia.

 

O primeiro revés surgiu mal nos aproximámos da entrada, uma informal tabuleta convidava o visitante a desembolsar três euros se quisesse desfrutar da beleza do lugar, um dispositivo electrónico zelava pelo cumprimento da norma e não permitia a abertura das portas a menos que…

 

- Não acredito ! Desabafou com pouca ou nenhuma candura a Cândida.

 

Confesso que há uns tempos atrás ouvira na mesa do café um zumzum, mas como nem os jornais da terrinha nem quem quer que fosse tivesse voltado a mencionar a coisa o assunto acabara por ser esquecido.

 

Depois de breves trocas de impressões com um funcionário e algumas professoras e professores que ou entravam ou saiam a Cândida, puxando do seu vernáculo desabafaria:

 

- Se ao menos se limitassem a codilhar os de fora, mas não, nem os da terra se safam, nem os da terra nem os antigos alunos, uma vergonha, fosca-se !

 


Estive tentado a concordar com ela, porém tentando simultaneamente junto dos interlocutores que se iam juntando ao debate no incerto equilíbrio entre entradas e saídas averiguar de quem partira a decisão, como fora votada a questão. E que teriam adiantado em prol ou contra o Senado e a Associação Académica ?

 

Debalde, de positivo ninguém sabia nada de nada e todos me deixaram de balde na mão, de balde e de esfregona, e freando a minha enormíssima revolta e contestação que ao longo de duas semanas esperei me abandonassem para não escrever este texto debaixo do efeito do sangue na guelra que é como quem diz a sangue quente. Eu não sou a Cândida mas também não sou cândido.

 

Dei-me tempo para arrefecer, para pensar, para ponderar, dei tempo ao tempo para que o bom senso retomasse a mim de novo, pelo que agora calmo, reitero a opinião que então formulara. A liberdade de isenção de taxa de entrada deveria abranger todos, eborenses e não só, ex-alunos e não só, porque se os eborenses e os nacionais já pagam tudo enquanto contribuintes e através dos impostos que entregam à Fazenda, não é justo que um particular pagamento lhes seja exigido para visitarem o que afinal é deles, a eles pertencem e eles pagam ou mantêm.

 

Do ponto de vista meramente fiscal tratar-se-á no mínimo de dupla tributação, com a desvantagem de discriminar quem cheio de boas intenções se lembre de visitar tão vetusto lugar.

 

Sim, esta semana cheio de nostalgia fui visitar a minha UE, a nossa UE, não pude entrar, não levava trocos, exigiram-me pagamento à entrada... Ali não há direitos adquiridos... Há tristeza. E há falta de vergonha. Ainda aleguei ser minha, ser eu que a pago, que pago tudo... Foram insensíveis.

 



É muito difícil ao comum dos mortais avaliar em consciência ou com alguma exactidão esse tipo de impacto, desde logo porque a própria academia propositadamente se fecha sobre si mesma, o que já é um mau sinal, um mau indicativo ou mau sintoma Diz-se, deduz-se, intui-se, supõe-se que a academia terá algum impacto sobre a região, e certamente terá, qual a sua dimensão ou qualidade é segredo que ela esconde como coisa que a envergonhe.

 

Através dos seus sábios pouco ou nada se sabe, nem tão pouco o que pensam sobre a civitas que os acolhe, donde, à mesa do café extrapolámos o seguinte pensamento; “não vivem para a civitas, vivem da civitas”, tendo sido deduzido entre nós ser o seu impacto real muito inferior ao que o vulgo lhe atribui, o que, e ninguém o negou, constituía para todos uma vera preocupação.

 

Que produzirão de positivo tantos departamentos e tanta gente que os contribuintes sustentam ? É que na ausência de informação cabal e insuspeita quaisquer teorias da conspiração nos acodem ao espírito, a percepção que a população em geral tem da U.E. e do trabalho que esta desenvolve, e quem diz desta diz dos seus sábios. população para quem a vida está cada vez mais difícil e que, ao olhar as estatísticas que jornais e televisões diariamente apresentam nada mais vê do que Portugal consecutivamente no fim de qualquer tabela, e a descer, e atrás dele, ou nele, o Alentejo como região mais pobre no seio da pobreza.

 

Há pouquíssimo tempo num texto educadíssimo um docente da Universidade de Évora, Dr. Carlos Cupeto de seu nome e em crónica cujo link vos deixo no fim da página abjurava o distanciamento existente entra a faculdade e a cidade, ora pelos vistos a faculdade cultiva com primor esse distanciamento, cultiva-o, alimenta-o e promove-o, a cidade paga-lhe pela mesma medida ignorando-a com acrimónia.

 

Tenho aqui acusado a instituição universitária de se fechar excessiva, se não maliciosamente sobre si mesma, volto à carga, se é de falta de verbas que a UE carece carregue sobre o ministro da tutela e exija mais, ou, faça render o peixe e busque rendimentos no fruto do trabalho dos seus sábios, no fruto do trabalho que produzirão tantas escolas de excelência, tantas escolas do saber que em si própria alberga ainda que eu não esteja a ver nem como nem quando nem quem seja capaz de atingir tal desiderato.

 




É vergonhoso que a faculdade seja incapaz de gerar por si mesma os recursos de que carece para resolver os seus problemas taxando com uns míseros três euros os desgraçados que a procuram e consideram, tão lesta é a consumir os recursos do Orçamento de Estado cada vez mais e vitalmente sempre necessários noutras áreas das nossas vidas.


É igualmente incompreensível que nenhum órgão de comunicação social local ou regional, a Região de Turismo e até a autarquia não tenham então, nem nunca, trazido o assunto à berlinda ou não tenham tido sequer uma palavra a dizer quanto à estratégia turística local, regional ou nacional, deixando nas mãos de académicos o perigoso perigo, desculpai-me a redundância, de tomar decisões sobre matérias que não entendem nem dominam mas com efeito sobre as vidas de todos nós. Como dizia o venerável estadista Georges Clemenceau “a guerra é uma coisa demasiada grave para ser confiada aos militares” eu direi que esta é uma questão, como muitas outras, demasiado séria para ser deixada nas mãos de académicos.


Que se dediquem às ciências, às artes, às filosofias, às línguas, á história, às letras, matérias onde pontificarão sabiamente, sem porém lograrem obter benefícios ou rendimentos que não os que mensalmente levam para casa à custa de todos nós.


O Turismo é para ser fruído por todos, a vinda de turistas a Portugal ou a Évora não é feita para providenciar rendas à Universidade ou para esta se aboletar à custa deles, o turismo é pensado, promovido, gerido e acolhido a pensar em centenas de negócios e milhares de portugueses a quem dá emprego, negócios e empregos que a avidez cega da nossa improdutiva universidade assusta e enxota como quem espanta corvos do quintal ou da seara os pardais.

 

Na universidade ninguém de entre os nossos sábios parece querer ser incomodado na pacatez mesquinha da sua vidinha e esquecem-se que tudo devem à cidade, à população que ignoram e hostilizam, desde o edifício onde estão belamente instalados, ao orçamento anual que os alimenta.        

 

Observando os números sérios que estatísticas e estudos ou sondagens várias nos proporcionam, forçoso se torna concluir que a academia não tem tido impacto nenhum no desenvolvimento da região pelo que me pergunto muito legitimamente quantas patentes a U.E. registou nos últimos trinta ou quarenta anos, a quantas empresas se ligou, quantas formou de raiz, e quantas vezes a U.E. fez ouvir a sua voz aconselhando, corrigindo, reclamando ou sugerindo uma estratégia de curto ou longo prazo para a região em que se insere e que cada vez mais ocupa o fundo da tabela, de todas as tabelas. 

 

Pois que com tantos sábios façam alguma coisinha de original, comecem por acabar com a vergonhosa cobrança de entradas, só para compararmos a Alemanha tornou gratuita a frequência de todas as Universidades do país porque lá as universidades rendem, isto é cobram o fruto do seu trabalho, pois que a UE as imite e continue, publique anual e publicamente o seu orçamento institucional para que todos saibamos quanto nos custa e quanto nos rende tanta sabedoria. Pela ordem de ideias que preside à UE os turistas teriam direito a cobrar a divulgação da imagem que lá fora fazem dela e da região, do país, imagem que traz cada vez mais deles até nós a julgar pelos números que têm vindo a ser divulgados nos mídia.

 

A pequenez do alcance e visão da universidade parece todavia mais apostada em matar a galinha dos ovos de ouro, matar a galinha, comê-la sozinha e atirar-nos os ossos, que é como quem diz ignorar-nos e ofender-nos.

 

É pena, é triste, é o nosso fado.

 

* http://www.otrosmundos.cc/2016/05/mil-e-tres-ideias-por-evora/

 

* Leia mais: http://quemdisse.com.br/frase.asp?f=a-guerra-e-uma-coisa-demasiada-grave-para-ser-confiada-aos-militares&a=georges-clemenceau&frase=45704#ixzz4B6pdVZjf

 

* http://mentcapto.blogspot.pt/2016/04/330-universidade-de-evora-o-impacto.html

 


segunda-feira, 8 de agosto de 2022

777 - CARÊNCIAS, ABSTINÊNCIAS ...

 


CARÊNCIAS

 

Carências ?

Abstinências...

 

Contingências da vida, do acaso, da sorte,

ou do azar, do destino, do fado, do caralho …

 

Olho a praia, o Alqueva pejado de sereias,

e eu que serei ? que sou, senão um ramalhete de intenções, resignações, frustrações…

 

Porque mais ninguém

 

Chega cá

Vem aqui um instantinho

Depressa

Baixa o estore

 

Sim

assim, sim

Agora

espera,

Deixa baixar mais

 

Ou antes, tira tudo

Já está

Agora, depressa,

Mais, tudo, todo

Mete a almofada por baixo

 

Carências carências, nada disso,

só que

Desde que ela se foi que não …

 

Percebes ?

 

Desde então que ninguém me puxa p’la mão

 

Vem cá

Chega aqui

 

E nunca mais aquele olhar cristalino, nunca mais aquele sorriso pleno de promessas, nunca mais um semblante prometendo-me o céu,

 

Entendes ?

 

Perdida a cumplicidade perdida a vontade,

a compostura arrasa tudo, ou quase,

o farisaísmo acaba com o resto…

 

Não há excessos, desconhece-se o “no limits”,

tudo demasiado formal, igual, coloquial,

nada de javardices, nem chavasquices,

tudo igual,

pãezinhos sem sal…

 

Queres que ponha o véu ?

caga no véu

Também tenho ali o terço

esquece

Meu Deus como tu estás hoje,

pareces-me um selvagem

 

Fúria de Viver… *

 

Se continuas assim tenho que dizer-te

que “Alice Já Não Mora Aqui” … *

 

Não sejas carne de vaca

Só se não te armares em parvo totó

Tá calada e cala-te concentra-te no que fazer

 

e que fazer ? sabes ?

 

Aperta-me mais, prende-me

 

Carência, tens tomado as vitaminas ?

 

Foi bom não foi ?

E não é sempre ? foi melhor que bom, foi bombeiro

És um amor

Não sou nada, sou sargento artilheiro…

 

Vou beber água queres alguma coisa ?

Traz-me um Cornetto de Morango

 

Fome ?

Pensei que ficaras bem com o biberon

 

P’ra próxima ficas a ver navios que é para não seres ordinário

 

Desculpe madame, estava a reinar

 

Gostas muito de brincar, abusas

 

Brincar não, reinar, sobre tudo e todos

Deixa-me, para a outra vez vais ver como é


 “Que Seja Agora” ….  *

 

 https://www.youtube.com/watch?v=MWw5vWIJ83Q&list=PLLUVPuuUlTTkW6L_UEGA1mar5Z2fYFnbv&index=2

  

https://mag.sapo.pt/cinema/filmes/alice-ja-nao-mora-aqui

  

https://www.youtube.com/watch?v=pjACOG_loM0

  

 

quinta-feira, 4 de agosto de 2022

776 - ENDOGAMIA POLÍTICA NO SEIO DO MCE

 

Retirado recentemente de páginas do MCE :

“Há uma coisa que eu nunca poderei perdoar aos políticos: é deixarem sistematicamente sem argumentos a minha esperança." (Miguel Torga, 1985)

Move-nos a urgência de uma visão e de um caminho de futuro. Um caminho construído colectivamente que resulte do melhor de nós… Somos inclusivos e abertos à participação de todos quantos, vivem, pulsam e sentem esta terra como sendo sua. …. O que é preciso? MUDAR a estagnação e as abordagens e soluções esgotadas…. Queremos construir um projecto credível, modernizador e capaz de responder às reais necessidades dos habitantes e empreendedores de Évora…..  sociocracia, tem origem no latim socius, significando companheiros, colegas ou associados….. Contamos com a participação activa de todos os eborenses e de todos os amigos de Évora….  Todos são bem-vindos ! …. O Movimento CUIDAR de ÉVORA é um movimento de cidadania, independente, livre e abrangente. Aqui cabem todos os democratas…. Venham de alinhamentos à esquerda, à direita, ou de campos sem preconcepções que não sejam as do seu pensamento livre….

Quase 1 ano após o MCE ter sido eleito para os órgãos autárquicos como avalia o nosso trabalho? Ajude-nos a melhorar deixando sugestões, criticas, elogios...

Faz hoje 1 ano ! Os pioneiros e corajosos !

Tivemos apenas 5 meses para trabalhar

Cerca de 150 candidatos em listas

Sem candidaturas nas freguesias rurais (sic)

  


 

 776 - ENDOGAMIA POLÍTICA NO SEIO DO MCE

 

“Ajude-nos a melhorar deixando sugestões, criticas, elogios”... Era o que nos era dito ali atrás não era ? Pois bem, tenho cá para mim, pois há algum tempo venho observando e experienciando a coisa, que os fãs, adeptos, militantes, simpatizantes, votantes, ou simplesmente amigos do MCE são uns convencidos.

 

Não que por os pintar de convencidos os julgue petulantes, ou pretensiosos, em boa verdade reconheço-lhes razão. Mas como muitas vezes acontece nesta vida, ter razão não basta, e em Portugal curiosamente, ter razão pode até ser muito inconveniente, despoletar antipatias, gerar anticorpos, induzir reacções adversas, inimizades, e tornar-se bastante contraproducente. A frase ou adágio popular “o calado é o melhor” não nasceu nem por acaso, nem sozinha, mas no rescaldo de razoáveis razões que, por inveja, tenham surtido efeito contrário ao pretendido com a sua teimosa, ainda que correcta e recta a afirmação.

 

Têm sem sombra de dúvida razão para estarem convencidos e satisfeitos os seguidores do MCE, começaram bem, a coisa promete, não existem queixas de maior a registar, as críticas são praticamente inexistentes, a militância é voluntariosa, a líder tem-se mantido coerente e exemplar, o futuro promete e surge-lhes risonho. Nada a apontar, nada a contestar, muito a questionar ou a analisar.

 

Todos esses razoáveis convencidos, a quem nos meus monólogos interiores também por vezes apelido de contentinhos da Silva, satisfazem-se roçando promiscuamente uns nos outros os seus próprios egos, não tardando que tanto contentamento ou tanto convencimento comece, como é normal (e ha que estar atento ao normal, a normalidade e a vulgaridade têm sido a perdição de muito boa gente), a gerar panelinhas, a transformar-se de movimento (ação-reação, causa-efeito, inércia, dialéctica, dinâmica, inclusão, transparência, retórica, luz, clarividência, rumo), em Confraria (seguidismo, sectarismo, partidarismo, obediência, imobilismo, caciquismo, sombras, trevas).

 

Isto porque os seus elementos estão como peixe na água sempre que dentro da sua roda de amigos, apaniguados, acólitos, ou como queiramos pintá-los já que, sempre que toca a sair dessa “roda da felicidade” murcham, perdem a vivacidade, incapazes de uma resposta estruturada, dum pensamento desenvolvido e sem peias, quedando-se num mutismo que nos exclui a nós, que estamos por fora, a nós que porventura desejaríamos entrar nessa tal Roda Feliz, a nós que desejaríamos conhecer também, e talvez partilhar, partilhar tanto contentamento e felicidade, quiçá a ficarmos igualmente convencidos e felizes, mas que contudo muito dificilmente conseguiremos ultrapassar essa barreira erguida à nossa frente, uma barreira de soberba e muda animosidade contra quem não pertença à panelinha, à confraria, à irmandade.

 

Ora a mim, que já estou acima dessas coisas e as posso observar porque as vive a seu tempo e circunstâncias, é-me fácil distingui-las, observá-las e analisá-las com o tempo, o distanciamento e a isenção que a coisa exige.

 


Que a arraia-miúda, a malta, a maltinha, fale e gesticule qual primata de que o sapiens sapiens descende e suba às árvores. Daí não virá grande mal ao mundo nem se poderá nunca controlar senão minimamente um rebanho ou bando assim. Mas, que os mais próximos do núcleo atómico se comportam quase da mesma forma e até pareçam cultivar o distanciamento e o mutismo que supostamente os protejam e mantenham na idílica redoma onde julgam viver é pura parvoíce, para não lhe chamar idiotice.

 

Sem dúvida que o MCE é bom, está de saúde, a crescer e recomenda-se, mas o MCE tem que se recomendar é aos de fora, aos ateus, aos incréus, o MCE tem que convencer, convencer e conquistar é os outros, e não os que já estão convencidos, os que já estão e já são, o MCE tem sobretudo que se virar para fora da sua roda de felicidade, quiçá convidar os seus mais próximos apaniguados a sair da sua zona de conforto e irem pregar para as suas respectivas freguesias. Foi isso, foi essa missão que Jesus confiou a São Pedro e a igreja cresceu como todos nós sabemos, por vezes até demasiado descontroladamente, o que não deixa de ser pecado mortal, um tal partido que não desejo nomear que o diga…

 

O nosso querido e voluntarioso MCE tem que colocar os seus apóstolos a pregar até aos peixinhos, não se pode fechar sobre si mesmo e sobre os louros conquistados, os tempos que vivemos são outros. O rebanho e os meios também diferem muito do estatismo de décadas atrás, estatismo no sentido de estático, parado, hoje tudo se move à velocidade de um electrão.

 

Talvez não fosse má ideia e o MCE agarrar numa dúzia de temas e debatê-los num fim-de-semana de três dias, numa iniciativa aberta a todos os participantes e em moldes do género dos usados nas designadas universidades abertas sobre a política. Está para mim mais que provado e comprovado que o seu pessoal, o tal do núcleo atómico, calculo que no mínimo metade dos tais cento e cinquenta  necessitem urgentemente de formação, (75, estou sendo simpático não estou?), em relações humanas, em psicologia elementar, em diplomacia, em dialéctica, em retórica, em bom senso e senso comum, em política, nos contactos sociais, no domínio dos pontos fortes do programa do MCE, que são muitos e apresentam grandes vantagens sobre a forma de funcionar dos partidos institucionais, etc etc etc

 



Um movimento da dimensão do MCE, que pode e arvora domínios e diferenças que fazem toda a diferença por ser um movimento independente dos partidos do sistema, sendo nessas diferenças que tem que malhar como quem malha em ferro frio, um movimento desta dimensão dizia eu, tem que se apoiar numa trave ou em varias traves, numa estrutura bem articulada e não única e exclusivamente na figura da sua líder por mais bonita que ela seja.

 

E não me venham dizer que já assim é, não, não é, nestes aspectos o MCE falha por todos os lados. Ataquem e conquistem as freguesias rurais e tapem as brechas antes do movimento se afundar pois está destinado a confrontar-se cada vez com maiores exigências e com forças poderosas vivendo à custa de subvenções que não estão ao alcance do MCE e cuja falta o debilita.

 

Parem um pouco para pensar, organizem-se, deleguem-se responsabilidades, atribuía-se mais poder e encurte-se a democracia interna, (rédea curta, mérito e competência terão que conviver) que os tempos serão de exigência máxima. Só um último pormenor, a sondagem, a quem é dirigida ? Quem a vai ler e quem sobretudo lhe vai responder ? Os de fora ou os de dentro ? Qual desses grupos maioritariamente ? E se se deram a tanto trabalho porque não aproveitaram e incluíram mais uma ou duas ou mesmo três questões importantes e que haja interesse em conhecer ? Foi cagufe ? Medo ? Numa sondagem dirigida ao maralhal da Roda da Felicidade nada haverá a temer, o problema não vai ser o que se ficará a saber, o problema é precisamente o que não se conseguir saber….

 

Boa sorte. E bom jantar. 

 

Beijinhos e abraços.