Évora definha, e quer o PCP quer o PS não estão isentos de culpas, nem tão pouco a oposição que há 50 anos se senta nesse cómodo lugar. Em Évora a rotina é o faz que faz, sem nada se fazer, se é estratégia do PCP ou do PS, para o caso tanto faz.
Nada
há de mais ridículo que as suas corridas no sentido da modernidade, seja ela
sob um signo particular ou sob quaisquer outros, já que o resultado é o mesmo.
Esta cidade está cada vez menos interessante, menos acessível, menos prática
para quem nela vive, mau grado as hordas de turistas que a tomam de assalto
diariamente.
O
olhar de Big Brother do PCP e do PS, que tudo e todos querem controlar emperra
a cidade e não a deixa respirar fundo nem dilatar-se, apesar de todo o folclore
em redor das suas supostas modernidade e actualidade a cidade regride a olhos vistos e em todos os aspectos.
Quais
? Que modernidade ou actualidade ? Quais, se o que nela tem algum valor ou vale
a pena soma 50/60 anos e daí para trás mais 2.000 ? Que actualidade se a única mudança
(não confundir com inovação) são as centenas de pilotins que enxameiam os
passeios adiando o problema do estacionamento, para o qual ainda não houve
tempo de encontrar solução, tal como não houve para outro problema candente, a
habitação …
Esta
cidade está simplesmente tornando-se inabitável e contra indicada para o
pequeno comércio. Como querem então segurar os habitantes no centro histórico ou
simplesmente na cidade ? Os políticos e técnicos da urbe, quais burocratas, ou burrocratas,
certamente crêem estar imbuídos de uma visão e legitimidade impares e com o foco
no futuro. Como será tal possível se todo o passado, negro e triste é
responsabilidade deles e não se vislumbram mudanças que criem oportunidades para
tudo e para todos ?
Isso
sim, seria progresso, progresso e bem-estar que os comunistas (mais que os socialistas)
parecem temer como os gatos temem a água. Não estão portanto virados para o dito
passado negro, que lhes pertence mas renegam, nem para o futuro, para o qual
não estão intrínseca nem minimamente preparados ou sequer vocacionados.
Vivendo
em conflito permanente com a comunidade pela qual é responsável (comunidade que
se alheia dos seus misteres) e que gere há 50 anos, o PCP domina, é certo, mas
não passa dum espinho e espírito insensível e inamovível cravado na charneira
da mudança. Todavia los tiempos cambian, ignorando
o arcaico PCP, agarrado a uma visão também ela arcaica da sociedade em cujos
ideais já ninguém acredita e ruíram por todo o mundo. A sociedade sem classes,
tal como a utopia dos amanhãs que cantam, demonstraram ser um embuste.
Qualquer
sociedade necessita de valores, de dignidade, de honra, de crença, de nacionalismo,
de patriotismo, de bairrismo, dum sistema económico viável e minimamente justo.
A milenária China percebeu isso e apressou-se a abraçar o capitalismo, contudo
manteve uma rígida hierarquia e autoridade, liberdade sem autoridade é
libertinagem, nós sabemo-lo por experiência própria, a China sabe-o porque
aprendeu com os erros alheios.
Esta
cidade, forçosamente moldada pelo PCP e cuja pretensão social foi gerida á sua
medida está a falir, não há habitação, não há oportunidades, não há empregos,
não há jovens, não há futuro. Nunca haverá futuro se não houver visão, inda que
chova dinheiro. Os quadros superiores do PCP, os que planeiam a cidade nunca
leram Ibsen, Ayn Rand, nunca consultaram o seu Atlas Shrugged, por isso esta
cidade será em breve um monumento póstumo ao PCP e ao PS que a governaram e a
mataram com as suas doutrinas e as suas incompetência e concepção egomaníacas.
Richard
Rogers e Norman Foster têm matado cidades pelo exagero, pela grandeza, pelo
excesso de dimensão, o PCP e o PS têm matado Évora porque a abafaram com as
suas pequenas visões, com as suas diminutas inteligências. Estas duas visões ao
inocularem o seu veneno na cidade envenenaram-se a si mesmas, condenaram-se, e
arrastam-nos a todos na sua desastrosa queda.
Durante
50 anos comunistas e socialistas perseguiram e apelidaram de fascistas, de
reaccionários, de conservadores, de saudosistas e de inimigos todos
os que se lhes opunham ou tinham uma visão diferente. O resultado aí está, a
cidade mais pobre e atrasada deste atrasadíssimo país.
Sem
habitação, sem emprego, sem estacionamento, sem juventude, sem negócios que
encham as duas mãos, a cidade estiola, e estiola sobretudo por ter quase
exclusivamente cegos e carneiros ou a governá-la ou a aplaudir, cegos e carneiros
que sonham com o sol na eira e chuva no nabal. Para além desta carneirada mansa
que a tudo diz que sim Évora não tem quem a defenda, não tem quem faça frente
ao desastre duma gestão com 50 anos que nada mais alcançou ou conseguiu que uma enorme dívida. Évora merecia mais e melhor.
Desapareceram
milhares.... Que lhes fizeram ? Onde o gastaram ? Quem fechou os olhos ? Quem
se amanhou ? Quem se calou ?
Em
1984, a 30 de Maio, o então Príncipe Carlos, hoje rei Carlos III do Reino Unido,
durante o discurso proferido na convenção do 150º aniversário do Real Instituto
dos Arquitectos Britânicos defendeu a honra do seu convento, defendeu Londres
com garra contra o que designou de mamarrachos e carbúnculos modernistas que
estavam a desfigurar a cidade.
Não discuto o gosto do Príncipe nem de arquitectos, investidores ou construtores, Londres teve quem a defendesse, e Évora ? Nem um académicozinho ? Nem um arquitecto ? Nem um economistazito ? Um gestorzeco, um jornal, uma rádio ?
O problema é que o mesmo se passa por todo o país. Os portugueses querem melhor ensino, saúde, justiça, segurança, melhores pensões, transportes, vencimentos, 35 horas semanais, mais férias, 15º mês, pão, paz, habitação, energia barata, tudo querem e tudo exigem, só não se perguntam onde ou como ir buscar dinheiro p’ra tudo, dinheiro p'ra tanto.
Não
podendo o governo ir buscar o dinheiro às empresas estatais que vendeu (e estão
a dar milhões a quem as comprou por um pataco), e já agora é hora de dizer que
já quase nada é nosso, ou pouco ainda será nosso, para alimentar tanta
exigência (e tanto ladrão) o governo terá que ir aos nossos bolsos, terá que
carregar nos impostos que nos cobra. Mas quem se importou com a venda desses
activos, dessas empresas maioritariamente estratégicas ?
No
que concerne ás empresas privadas, das maiores ás mais pequenas, estão a passar
diariamente para mãos estrangeiras, adivinhem pra onde vão os seus lucros ? Mas
só sabemos respingar contra o Pingo Doce, que sem infringir a lei paga os
impostos na Holanda, porque a lei lho permite. E por que razão não cobra
Portugal impostos tão baixos quanto os da Holanda ? Porque, ao contrário da
Holanda, só já tem os bolsos dos portugueses onde ir buscar dinheiro, e acreditem,
cada vez irá meter a mão mais fundo até catar o último tostão….
Se
tudo isto não é cegueira e estupidez, o que é ? Por alguma razão a literacia financeira,
que era urgente ensinar nas escolas, e que devia ter sido ensinada desde o 25
de Abril, por alguma razão dizia eu o seu ensino foi proibido. Se continuamos
contentinhos da silva e nada contestamos mas tudo exigimos, estaremos perante
um caso grave de estupidez e cegueira, ou não ?
Se
cada vez produzimos menos e importamos mais, é um caso de burrice patológica, congénita
e epidémica ou não é ?
Se continuarmos votando nos mesmos e esperando que façam diferente é parvoíce ou não é ?