sexta-feira, 28 de maio de 2021

“FOI MUITO POUCO PARA TANTO TEMPO…"

                                                                 



704 - “SENHOR PRESIDENTE, FOI MUITO POUCO PARA TANTO TEMPO…"

 

# TEXTOS POLÍTICOS 16 # 

 

Analisei à lupa o discurso de recandidatura do senhor presidente da edilidade, aquele cantado ali ao Jardim das Canas. É que não se trata de um adversário mais, nem de um adversário qualquer, trata-se de alguém que tendo tempo, muito tempo, pouco fez, muito pouco, vindo agora apresentar-se como o supra sumo das realizações que se fizeram no concelho, aliás bem poucas, muito poucas mesmo. Parabéns contudo aos seus conselheiros de imagem, tentaram, não seio se conseguiram, tirar-lhe as cores de paraquedista e dar-lhe uma imagem de eborense, de humanista, de humano. Temo contudo que tenham chegado tarde e o povinho tenha há muito perdido a fé e não embale na conversa desses seus assessores.  

 

Não irei alongar-me porque o assunto nem merece que se perca muito tempo com ele, o senhor presidente esteve na frente da autarquia 8 anos, oito anos em que foram investidos 200 milhões de euros, palavras suas, o que dá feitas as contas, 25 milhões por ano. É pouco, e nem nesse pouco acredito, onde se baseia ? Onde poderemos confirmar esse dislate ? E tirando isso bem se pode dizer que nada mais foi feito em oito anos que sugar os eborenses para tapar o buraco da divida, a tal divida que todos sabem como apareceu mas acerca da qual ninguém sabe como o dinheiro desapareceu...

 

200 Milhões que terão originado 2.000 postos de trabalho…. Quem o confirma ? Onde poderemos ajuizar da justeza desse número ?  No mesmo sítio onde poderemos procurar o primeiro, no país de Alice, neste caso no concelho de Alice, o concelho das maravilhas e onde a cada 100.000 euros de investimento correspondeu um posto de trabalho. Nada mau, um verdadeiro milagre. Mas foram esses 2.000 postos de trabalho criados em oito anos, o que nos dá uma média de 250 novos postos de trabalho criados anualmente. Não é pouco nem pouquíssimo, é nada senhor presidente. Mas deixo um repto, no mesmo jornal onde exultou com a "obra feita" deixe-nos sff uma listagem dos empreendimentos aprovados durante esses 8 anos e quantos postos de trabalho poderão ser indexados a cada um deles. Obrigado. 

 

Quem não me conhece talvez tenha pensado estar eu a reinar quando, no meu discurso durante o jantar de apresentação, mais concretamente a 5 de Maio, dia em que André Ventura se deslocou a Évora, talvez tenham pensado dizia eu, que me teria deixado levar pelo entusiasmo quando prometi, e proferi alto e bom som que VENDEREMOS O SOL A LUA E OS MONUMENTOS, VENDEREMOS TURISMO E CULTURA, e garantido num prazo de 6 anos a criação de 10.000 novos empregos. Dez mil. Sempre são 1.666 postos de trabalho por ano senhor presidente, muitos mais que os seus 250 e um número mais que plausível de ser alcançado. Para além disso jurei multiplicar por 4, quatro, quadruplicar, o número do de lugares de estacionamento no centro histórico a fim de reavivar a cidade, mormente o comércio tradicional e o emprego.

 

Manterei, manteremos a palavra quanto aos apoios a Évora candidata a cidade da cultura, que reavaliaremos e revalorizaremos. E, cereja no topo do creme e do bolo, será anunciado um Desígnio para Évora à volta do qual Turismo, Comércio, Emprego e Cultura florescerão e com eles e qualidade de vida e bem-estar a que os eborenses têm direito e lhes é prometido ha 46 anos, promessa nunca cumprida que a minha candidatura cumprirá.

 

Um desígnio, uma meta, um objectivo mobilizador e económico, coisa que Évora nunca teve e em redor do qual, sem prejuízo de quaisquer outras ideias ou indústrias, que aliás nem estamos em condições de desprezar quem quer que seja ou o que quer que seja, se congregarão todos os eborenses apostados em tornar esta terra grande e gloriosa como foi antanho.  

 

Tem, beneficia a nossa cidade uma serie de riquezas herdadas e invejáveis, gratuitas e ao alcance da mão. Cabe-nos a nós encontrar maneira, modo, meio, de as aproveitar uma vez que se encontram à mão de semear. Temos os monumentos, construídos á volta de mil anos ou mais e mais que amortizados, há que colocar gente a realizar a partir de hotéis roteiros que passem por eles, e entre eles parem em cafés, pastelarias, lojas de artesanato, restaurantes, adegas, etc etc etc…


Promovam provas de vinhos, de queijos, de sabores, doçaria, de ervas aromáticas, de carne de porco preto, pára-quedismo, parapente, ralyes out road para carros e motos, digo jipes, atletismo, natação, hipismo, futebol, pesca, lançamento de papagaios, piscinas, saunas, restaurantes panorâmicos, esplanadas de invejar, sejamos criativos, planifiquemos, e através de uma cronologia antecipadamente conhecida para que os operadores turísticos planeiem os seus roteiros e instruam os seus motoristas, articulemos e façamos convergir os nossos interesses.

 

Tudo terá que ser bem articulado para que todos possam molhar a sopa e todos possam ficar a ganhar, ganhando a cidade ou o concelho…. O vereador do turismo terá que dar ao litro como soa dizer-se…Temos o Alto de S. Bento e a Barragem do Monte Novo desaproveitados, podiam estar a deliciar a população eborense e a criar empregos e riqueza e estão para ali ao abandono há décadas, enquanto isso a cidade morre…. Aluguem, concessionem, lancem concursos…

 

O sol, de longe a nossa maior riqueza é também a mais fácil de apanhar. Com painéis fotovoltaicos ou para aquecimento de águas, com praias lacustres ou fluviais e todas as estruturas que lhes são concomitantes, do bar ao hotel, será sobretudo em instalações de apoio à terceira idade e dedicadas ao turismo sénior, preparadas e adaptadas à prestação de cuidados paliativos que maior rendimento poderemos obter dos benfazejos raios solares. Tornar Évora e o Alentejo a Florida da Europa, a Suíça da Península, não é impossível, é missão e desígnio que já devia até estar realizado, feito, construído, executado dando emprego a milhares e regalando quem já deu na vida o que tinha a dar e merece uma aposentação acolhedora…


  Sol é dinheiro, sol são milhões, e quantos dias de sol temos nós por ano ?  364 ? Se não forem assim tantos andaremos lá perto. Articulando todos estes factores é bem possível que, aliados a outros, consigamos ao fim de meia dúzia de anos a criação de dez mil novos empregos no nosso concelho. Lancem-se concursos, concessione-se, facilite-se, e não compliquem…

 

Reforme-se senhor presidente, é mau economista e pior politico, acredito que seja um bom homem, saia pela porta grande enquanto tal é possível, se ainda é possível, e não culpe o Zé do Cano pelo total da dívida, quando ele chegou já ela ia em 70 e tal milhões, é muito dinheiro que ninguém sabe para onde foi e nunca ninguém nos contou, uma parte terá ido para os amigos das águas, que aquilo no PS é só amigos e amizades…

 

E já agora peço desculpa, há dias acusei-o de trazer as decisões da sede do colectivo, o Zé do Cano provavelmente trá-las-ia da sede do partido e directamente das mãos dos donos do PS em Évora. Para quem não saiba o PS Évora tem “donos”, os mesmos há uma catrefa de anos, acerca dos quais se diz, alegadamente claro, possivelmente boato que isto há gente que é só o que larga, boatos, mas dizem esses boatos que sem o amém dos donos ninguém faz nada em Évora, e se faz é porque foi ungido. 

Estamos bem servidos de democratas…. 

E ainda melhor de amigos…