domingo, 12 de novembro de 2023

796 - FAZER DESPESA OU NÃO A FAZER ? A DESPESA BOA E A DESPESA MÁ....

 




Vai um reboliço com a discussão do OE para 2024. Só me admira que quer as premissas quer as projecções não sejam mais negras, mais fatalistas. Este governo tem sido hábil, e lábil, em adoçar a pílula e fingir que faz, não fazendo nada.

 

Mas que devia ele fazer que tanto receio tem em fazê-lo ?

 

Despesa. Cortar na despesa, nos gastos da república.

 

Toda a gente clama haver necessidade de cortar na despesa, nas gorduras, e certamente haverá muito por onde cortar, mas onde ? Quem ?

E é aqui que a porca torce o rabo.

 

Cortar despesa implica em grande parte dos casos despedir pessoal, à bruta ou com indemnizações, (geralmente a coberto de um qualquer programa de nome pomposo e virtuoso) qualquer das opções conduz a mais despesas, em rescisões, subsídios, etc. etc. etc. para além de arrastar à colecta de menos receita, menos contribuições para a SS, menos impostos, IRS, IVA etc. etc. etc.

 

 Quem não recebe não gasta, e quem não gasta não paga impostos, nem directos nem indirectos, ou passa a pagar muitos menos, enquanto por outro lado pode vir a ser beneficiário de isenções ou subsídios diversos.

 

Por aqui se vê que reformar implicará desgraçar ainda mais o país, o que o partido no governo não quer, e reformar a parte que não obrigue a despedimentos exige inteligência, precisamente o que este governo não tem. Nem este nem os anteriores. E seja dito em abono da verdade que reformas exigidas pela realidade há mais de quarenta anos, ninguém as promoveu.

 

E então ? Não há soluções ? Não há reformas ? Verdade verdadinha é que este governo, ao contrário do que apregoa não tem desenvolvido nenhumas. Tem-se limitado a medidas pontuais e esporádicas, mais das vezes com pior resultado que o pretendido.

 

Há soluções. Mas tb há que ter em conta padecermos de muitos outros males, e que quem quer que pegue nisto terá que conjugar economia, moral e ética, e um mix de educação, motivação e saúde que nos ajude a sair do buraco. Rezar a Nossa Senhora pode convir mas não é condição sine qua non.

 

Tão simples assim ?

Não.

Complicadíssimo até.

 

Porque o país está moribundo. Carente de reformas há mais de quarenta anos. Descapitalizado. Vendemos os anéis mas as dívidas continuam, e é inegável a necessidade de diluir a divida no tempo. Dívidas assumidas no fim da monarquia princípio da 1ª república, foram final e totalmente pagas somente e se não me engano já neste milénio, há não mais que uma dúzia de anos, sem que aparentemente nada tenhamos aprendido com isso.

 

Há que forçar o crescimento. Só o crescimento do PIB, da economia, nos pode salvar e tirar do buraco. Para isso é urgente começar a premiar o mérito, a competência e a assumpção de responsabilidade, apoiar as empresas, e em especial as PME que garantem emprego a 98% da nossa população, apoiar os empresários com medidas fiscais e financeiras, indexar os salários, o seu crescimento e a redistribuição de riqueza aos ganhos de produtividade e ao crescimento do PIB, tudo clarinho e preto no branco num contrato social envolvendo e assinado entre as partes, para que todos ganhem e todos saibam quanto têm a ganhar se o país evoluir. Mobilizando-os…

 

Há que dignificar o trabalho e a inovação, tal desiderato passa por permitir que sejam melhor remunerados os ganhos do trabalho que os ganhos financeiros, o que não acontece actualmente, em que o rendimento obtido pelas aplicações de capital estão claramente acima das obtidas com trabalho mental ou suado, o que é um mau sinal.

 

Temos que premiar o empreendedorismo, os ganhos de eficiência, penalizar a inércia e a inacção, oferecer aos empresários condições que lhes permitam capitalizar-se, ou recapitalizar-se, a fim de que actuem antes que os chineses comprem de vez isto tudo e encham o país de chinocas trabalhando 18 horas por dia por meia dúzia de patacas, yuans ou renmimbis.

 

Haverá que taxar fortemente o financiamento ao crédito e consumo de bens supérfluos e de luxo, incutir razoabilidade moralidade e educação neste povo, promover uma profunda reforma politica e social, (social, de mentalidade civil, cívica) definir regular e reformar o sector empresarial estatal e a respectiva gestão, estabelecer objectivos e metas responsabilizando as pessoas e exigindo o seu cumprimento não se permitindo jamais que a culpa morra solteira, estabelecer criteriosamente as áreas de actuação do sector público empresarial estatal e do sector privado, a fim de evitar promiscuidades e tentações pecaminosas.

 

Haverá tantas soluções possíveis como cabeças pensantes, mas teremos que estabelecer um despique saudável entre distritos, incluindo nele responsabilidades sociais que são assumidamente um dever de todos, particulares e empresas. É inaceitável que não cuidemos dos velhos, ou que deixemos abalar os mais novos, ou que chantageemos jovens mães para que não engravidem, tem que ser estabelecido um contrato social abrangente, onde todos se sintam incluídos.

 

Exigir-se-á moralidade e solidariedade a todos para que sejam desbloqueados milhentos processos, na banca, na autoridade tributária, pairando sobre a cabeça de inocentes que se viram sem rendimentos, sem emprego, e agora ameaçados na sua própria pátria de perder a casa ou forçados a emigrar, terão que ser travados em ministérios e municípios esse processos originados por burocratas e técnicos inumanos, incompetentes, por vezes excedendo ou exorbitando funções, querendo impor uma visão e agenda pessoal aos contribuintes e munícipes sem que muitas vezes para tal tenham sido eleitos, o que terá que ser feito quer desburocratizando quer “simplexificando” procedimentos.

 

Deveriam ser estabelecidos rácios para orçamentos camarários e para os quadros de pessoal do funcionalismo publico, enfim, moralizar-se o viver neste país, por agora todo ele enleado em enganos em que metade de nós sobrevive de esquemas precários ou parasitando o aparelho de estado e em que a outra metade simplesmente não aceita pagar os excessos inúteis, os chulos, os afilhados. As gorduras…

 

É dos livros, temos que crescer, ou crescemos todos ou morremos todos, estamos ligados umbilicalmente. Como estamos só nos resta sobrecarregar cada vez mais de impostos os poucos que ainda trabalham ou desenvolvem uma área de negócio, e no dia em que forem só dois ? É notório que só o crescimento permite obter valor e riqueza para fazer face às despesas que temos, e que temos que controlar e valorizar. A título de exemplo, o Ensino Público ou o SNS não podem ser buracos onde simplesmente se despeja dinheiro, é dinheiro nosso, dinheiro de todos, que custa a arranjar e faz suar, o seu consumo tem que ser moderado, fiscalizado, mas sobretudo rentabilizado. São valores inestimáveis e sagrados.

 

É forçoso remunerar bem as poupanças, e permitir que as aplicações de capital obtenham mais-valias não especulativas, incentivando estes mecanismos através de isenções ao reinvestimento de capital e penalizando proporcionalmente a distribuição de dividendos. Todos temos que ser mobilizados, que fazer parte da solução, e todos temos o direito (cumpridos que estejam os deveres) de esperar ser justamente beneficiados quer pelo esforço quer pela mudança. Qualquer português que se negue a este esforço repartido não merecerá a consideração dos demais.

 

Um burocrata ou um técnico que boicotem um processo estão a contribuir para a eliminação do seu emprego e dos demais. Se o processo não andar não criará riqueza nem emprego, não se pagarão impostos, os tais impostos que no fim do mês lhe pagarão o ordenado ou vencimento, e que, quando todos pagarmos e trabalharmos, calhará pagar uma menor parte a cada um, enquanto por outro lado deixaremos de exaurir por culpa dos subsídios, de desemprego e outros que tais, permitindo o seu uso em áreas mais reprodutivas.

 

E por falar em reprodutivos, lembremos o termo “divida virtuosa” porque tb existe tal. Dívida virtuosa é aquela que permite multiplicar por 2 ou 3 ou 4 ou 5 ou 10 cada unidade aplicada, o que decididamente não tem preocupado os nossos decisores nos últimos 40 anos, quarenta anos em que o estado não ganhou um euro sequer em negócio algum e perdeu milhões em muitíssimos !!

 

É hora de acabar com as PPP e lançar as O.C.F. simplesmente “Obras de Compromisso com o Futuro” …

 

Parece ser já pacífico para os portugueses que os diversos governos e a generalidade dos deputados, desde o 25 de Abril, se preocuparam excessivamente com os respectivos partidos, ou as respectivas pessoas, deixando para as calendas gregas o governo da nação e o bem-estar e futuro dos portugueses. Agora que os credores o exigem apercebemo-nos terem sido demasiado bem pagos para a pouca produtividade alcançada, tudo está por fazer, e em “N” aspectos nada se avançou de então para cá.

 

Não temos uma fiscalidade atractiva para o investimento, temos uma justiça digna da idade da pedra, o ensino teima em não proporcionar as condições de formação e especialidades ideais e fico-me por aqui. Isto parece o oeste selvagem, é o salve-se quem puder, sendo que padrinhos e cunhas se substituíram ao justo fruir da igualdade que a AR deveria ter acautelado para todos.

 

Em Portugal o Poder Local parece sofrer na generalidade do mesmo mal, partidarismo, clientelismo, e um rácio de funcionários muito superior ao que seria natural e ideal, disso nos deu conta há poucos dias a divulgação de uma completa e meticulosa infografia. (link para consulta no final do texto).

 

De uma média ideal de funcionários por cada mil habitantes exorbita-se para números carentes de toda a lógica. (Évora 21,1 por 1.000 habitantes, um exagero !!! Aconselho a que veja o gráfico cujo link se encontra no fim do texto).

 

E nem são mais eficientes nem menos custosas para as munícipes estas equipes de gestão da coisa pública, demasiadas mantêm um grau de despesismo elevado, muitas estão endividadas, e raras se distinguiram na criação de condições para o desenvolvimento de uma actividade económica salutar e geradora de emprego. Ao invés e enganadoramente tornaram-se o principal empregador da sua área. Com o inerente peso burocrático e financeiro.

Um município não gera riqueza ainda que para ela contribua criando condições para que tal ocorra... (quando cria), e sendo em simultâneo um foco de despesa, há que gerir muito bem os respectivos orçamentos para que não se tornem um peso excessivo. Estrangulador. Todos os municípios ajudados, intervencionados, foram obrigados a aumentar, para o escalão máximo, taxas e derramas, o que decididamente não é da simpatia do investimento ou da criação de emprego. Nem dos munícipes.

 

Do exposto resulta que os municípios podem ter uma importância transcendental na captação de investimento, na criação de condições para que o desenvolvimento económico aconteça, e para que o desemprego se mantenha baixo. Podem, mas o que os números nos indicam é que o não conseguem. Porquê deixo à consideração de cada leitor pois cada um certamente conhecerá o seu concelho melhor que eu. Contudo arrisco avançar que nem todas as responsabilidades caberão ao presidente ou aos vereadores, embora a maioria seja a eles que as imputo.

 

A existência de boas equipas técnicas é fundamental. Sem elas o resultado obtido é igual ao obtido por um qualquer primeiro-ministro rodeado de ministros incapazes. Parece ser já demasiado evidente para todos nós que estamos no mesmo barco e que só sairemos daqui produzindo, produzindo muito, produzindo bem e depressa, não há outro modo de se obter criação de riqueza e de emprego para todos. Claro que a par disso muita coisa mudará, mas o essencial assenta na organização colaboração e produção. Cada um que faça o melhor no seu posto. A bem ou a mal, alegres ou contrariados só nos resta produzir urgentemente, de modo que os ganhos supram e superem largamente os custos, de modo que não haja necessidade de despedimentos nem de encerramento de serviços empresas ou fábricas.

 

 É tudo por hoje. Obrigado pela seca.


http://www.jornaldenegocios.pt/economia/detalhe/infografia_saiba_quantos_funcionaacuterios_trabalham_na_sua_autarquia.html


https://mentcapto.blogspot.com/2014/10/206-despesa-boa-despesa-ma-fazer.html

                                                      

quinta-feira, 2 de novembro de 2023

795 - TODOS OS ANJINHOS TÊM UMA PORRA DESSAS, E EU P'RÀQUI CHEIO DE PORRINHAS ...


Hoje é dia de “finados”, dia de lembrar os mortos, as queridas e os queridos, as amigas e os amigos e as conhecidas e os conhecidos que já se foram. Ontem foi dia de “todos os santos”, em memória de boa gente que se pensa ter alcançado o céu. Quer um quer outro foram dias de muito significado para mim, tanto mais significado que relembro quem sempre lembro, ou quem sempre guardarei na memória, como a minha querida Luisinha e alguns de que aleatoriamente me recorde, caso do amigo José de Fonseca, que lembrei por me ter cruzado com ele no dia em que foi pintada esta caixa eléctrica da EDP.

Calhou a encontrarmo-nos e quase esbarrámos um no outro, eu quando vou dedicado à minha caminhada só a marcha me importa, olho em frente mas só vejo a passadeira vermelha ou o sofrido alcatrão da Ecopista. Mas o boneco pintado suscitou conversa e eu, cujo passeio frente a casa está sempre pejado de tralha dessa, trotinetas abandonadas ao calhas e incomodando toda a gente, não me contive:

 - Não há maricas que não tenha uma coisa dessas !

 - Tu não Baião, toda a gente sabe seres tu um santo !



O Zezinho atirou-me a matar, mas essa verdade toda a gente a sabe, até por eu mesmo costumar afirmar, na brincadeira claro e somente junto do meu círculo de amizades íntimas, que sou um santo. E nem me admira que não abram a boca de espanto, conhecem-me…

 Dei-lhe como resposta o que digo a todos eles tantas vezes, que somente não uso a auréola, não porque a não tenha, mas por ser incómoda, por demasiado pesada e me ficar ligeiramente apertada, o que ao fim do dia se torna extremamente doloroso, mas sobretudo por ser demasiado exuberante e dar imenso nas vistas, razão pela qual a guardo na bagageira do carro para não enferrujar, mas estar sempre à mão.

 - Com a verdade me enganas Baião !

 Ninguém desconhece quantas vezes ser a brincar que as verdades se dizem, retrucou o Zezinho, ouvi-o com a assertividade aconselhada ao momento, os amigos são para mim tão importantes quanto o melindre da questão o exige, por isso fui condescendente com ele, até por eu mesmo estar convencido do facto, em tantas ocasiões uma mera suposição é afirmada que se converte numa verdade aceite, absoluta, sobretudo quando sou eu mesmo quem melhor me conhece as virtudes e os defeitos e cujo saldo reputo de singularmente positivo e me incita a continuar e a superar-me a cada dia que passa.




- Sim Baião, por vezes, muito remotamente, uma ou outra alma lá reconhece pública ou pessoalmente que sim, que se não és santo andarás lá muito perto, adiantou o Zezinho sorrindo melifluamente para o colega fazendo com que a conversa se estendesse e viesse a dar pano para mangas...

 Agradeci, intui a responsabilidade inerente, que assumi ou assimilei e continuarei a minha saga procurando não desiludir quem quer que seja mostrando-me digno da confiança em mim depositada passando a responder ao Zezito, um rapazito capaz de ser meu filhito, que me considero à altura do repto, digo da santidade, por ter já há muito constatado não primarem as pessoas, na generalidade e actualmente, por predicados que bons anos atrás faziam parte da formação ou do saber de qualquer um. 




A maioria das pessoas hoje em dia não conseguem ter uma conversa, uma atitude correcta, agir em conformidade no momento próprio, resumindo, não sabem ser nem estar, não sabem o que dizer ou fazer perante uma qualquer situação por mais banal que ela seja. As pessoas actualmente não agem, reagem, reagem não emotivamente mas emoticamente, cagam likes e emoticons. Agirão como quem depois de olhar em frente e p'ra trás vai largando marmelos enquanto marcha ecopista adiante, para se vingarem e aliviarem do stress do dia.

 Posso não ser o santo que pensam, mas sou coerente, resoluto e até convencido, sou seguro de mim e acredito piamente vir um dia a ser canonizado. É que há muito me dei conta que, pelo lado masculino (não exijo que sejam santos) infelizmente existe um deficit de cavalheirismo, de etiqueta, até de romantismo, para não dizer de educação e formação, coisa que mal nenhum faria a que homem fosse e por certo deixaria as damas felicíssimas.

 Mas não, isso não acontece e, ao invés, infelizmente, chegam-me quotidianamente aos ouvidos notícias de falhas de educação raiando a alarvice, o que, convenhamos, nada dignifica os machos das nossas urbes.




Não vou aqui discutir feminismos nem machismos, igualdades de direitos ou de géneros, santos ou anjinhos, apenas evidenciar um pensamento e os inerentes comportamentos, atendendo a que estão em causa os caracteres e personalidades dos envolvidos, elas e eles ou eles e elas, para o efeito qualquer ordem ou prioridade serve perfeitamente.

 É certo que eles também protestam quanto à falta de feminilidade actual do sexo oposto, ao deficit de sensualidade, ao abuso pelas mulheres de atitudes, poses, posturas, vestuário e terminologias pouco dignas do seu estatuto e da etiqueta, enfim, penso que também eles nos merecem compreensão. 



          
             Verdade que falo de generalidades, excepções sempre haverá ou tudo estaria negro mas, o que me chega aos ouvidos, mais não é que fruto do analfabetismo funcional e da iliteracia que tanto teimam vingar entre nós e onde, para nosso azar, encontraram terreno fértil. A tolice deve dever-se aos neurónios, que, curto-circuitados não funcionarão, simplesmente não existirão ou terão as conexões tão falhadas quanto um fusível queimado. Talvez esteja aí a razão, eu é que não entendo nada de entomologia, de electricidade ou electrónica, e de neurologia ainda menos.

 Mas que o Zezito tenha que se socorrer de mim, e eu dele, é indicador preocupante do modo como o nosso mundo se encontra e, tal atitude vinda dele, se bem que me honre, mostra-me sobremaneira o estado de desespero em que se encontra e o desânimo que sobre o mundo se abateu. E ele confessou-o, é cada vez mais difícil encontrar alguém inteligente com quem simplesmente se possam trocar dois dedos de conversa. 

Por mim aqui declaro por minha honra estar disposto a continuar tentando manter a paciência, esperando a esperança (não a Esperança) a ser tolerante e compreensivo, enfim, pegando ou dando continuidade às palavras do Zezinho, um incréu assumido, ter fé e aguardar um milagre. 




É que do mal que ele se queixa também eu padeço, infelizmente depois de ficar viúvo parece-me todo o mundo ter ruido em meu redor, tenho além disso uma desagradável sensação de que vivi p’ra nada. Ao desaparecer um elemento da equação a estrutura colapsa, casais amigos, amigos, familiares, amigas, família, casa o prédio, os carros (das motas já me desfiz), ficou-me a sensação de ter passado anos a construir algo de raiz que repentinamente se foi.



Senti então e pela primeira vez na vida um enorme vazio dentro de mim, tornei-me azedo para com as pessoas, indiferente, alheio, sem paciência para as ouvir, para as aturar, suportar, acho que para estupidez basta-me a minha. 




Mas contudo, todavia, porém, para além do tesouro que perdi continuo adorando uma jóia que ficou, a minha gata Mimi, esta noite deixei-a dormir aos meus pés. Fiel desde o início, desde pikinina, fiel que nem um cão...  Enfim, tenho-a a ela, resta-me ela, fora escolhida ainda pela dona na sequência de uma outra que morrera de cancro e à qual é quase igual. Ela a dona, e a Mimi, tal como muitas e gratas recordações são o que me resta de tantos anos de construção duma família e dum casamento tão sólidos quanto possível.

 



Passei nesses tempos não tão longínquos mas que nem quero lembrar a interrogar-me diariamente mas sem esperar pela resposta, nunca esperei nem esperarei, confiei no tempo, o tempo, como sempre, se encarregará de preencher o vazio, de instalar a ordem no caos, de colocar a coisa certa no lugar certo e na hora exacta. Construção de quê interroguei-me ? Que andei eu construindo ? Quem ocupará o vazio que ficou ? Quem se julgará capaz ? Quem se atreverá ? Quem avançará ? Quem se arriscará ? Nunca tive a ousadia de pedir uma igual, queria somente uma igualmente inteligente, tenho esse direito ou não ?


É que se assim não fosse …………………..    e acabou-se !! 

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E para cúmulo do azar até tu te foste, até tu partiste, tu com quem eu poderia desabafar, contar-te dos meus segredos, com quem podia falar dos nossos mistérios como tu te referias a esses choques sociais e aos teus problemas, aos teus difíceis equilíbrios, à tua tortura, instabilidade, erosão, desgaste, stress, inadaptação, inconformismo,. Como eu te compreendo melhor agora Zezito, que falta me fazem agora aqueles tempos, aquele tempo, aqueles minutos em que, desabafando expurgávamos o fel acumulado, limpávamos a alma, e eu me ia com a sensação de ter puxado o brilho à auréola, a sensação de ir à minha vida com a aura limpa, e agora só saudades, saudades dela, saudades de ti, Deus vos guarde. 










sábado, 7 de outubro de 2023

794 - ALENTEJO ILUSTRADO, MAIS UM BLUFF ...

     

                

A coisa, a revista o “Alentejo Ilustrado” em tempos idos propriedade de gente ilustre mas que terá sido “obrigada” a rifar-lhe o título, fora há poucos dias alvo de aceso debate entre mim e um meu amigo.

Tempos atrás muito atrás algum oportunista agarrou a oportunidade e provavelmente adquiriu por tuta e meia um título de prestígio e centenário. Agora deve ter sido o mesmo, sendo somente necessário agitar a bandeira. A idade sempre foi um posto, e convencer os incautos de que se trata de revista idónea e assunto sério a ter em consideração não será difícil. Com papas e bolos sempre se enganaram os tolos, e como sabeis a coisa é tão velha que virou provérbio...

 Eu terei dito, após uma primeira alusão ao nascimento da novel revista que, a julgar pela maioria dos nomes envolvidos e meus conhecidos, juntando as caras que vira nas fotos anexas duma coisa teria a certeza, todos os atributos apregoados na notícia que dava conta da centenária / renascida revista e apresentando-a com laudo não passariam disso mesmo, pregões... E nesse contexto justamente me interrogava, como querem garantir a independência da revista se a maioria dos seus colaboradores é gente engajada, falsa, comprometida ?

 Retomando a calma, pois a coisa estava aquecendo além do desejado, propus ao meu interlocutor e amigo considerado que fossemos esgrimindo mais devagar, e eu próprio tomei a iniciativa de, ponto a ponto, deslindar o imbróglio que se gerara e, retomei o dito: “que pela maioria das caras vistas e nomes conhecidos duma coisa tinha a certeza, todos os atributos apregoados não passariam de pregões”... Como queriam então garantir a independência se a maioria a quem me referira, maioria vista e conhecida, era gente engajada, falsa, e sobretudo comprometida ?

As pessoas devem aprender a controlar a tensão, a ter cuidado com as emoções disse-lhe, pois há veros perigos de embolias, tromboses e avc’s. Julgando eu, erradamente, que quaisquer jornalistas eram bons ouvintes e melhores observadores. Tendo recordado ou lembrado a este propósito servirem as carapuças só a quem as enfiasse.

 Já toda a gente deve ter percebido que me referi, palavras minhas, “à maioria das caras que já vi” àqueles que na foto reconheci e aos que conheço, os quais, pelo seu passado, pelas suas atitudes e comportamentos, não auguram quanto a mim uma prestação de relevo no que à comunicação social concerne. E nem me socorri da velha frase, “diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és” por não querer incluir o tal meu amigo nessa maioria vista e reconhecida, pois creio ser ele um homem justo e honesto… Foi aqui que me veio justamente à memória, no calor da refrega, uma frase igualmente batida, “mais vale só que mal acompanhado” …

 Socorri-me do país, do Alentejo e da cidade, que apesar de tresandarem com tanto órgão de comunicação social não arrancavam do marasmo. Os ditos orgãos não prestariam ? Mentiam ? Não eram isentos ? É a vossa nova revista que nos vai trazer a verdade e a luz ? E desencabrestado atirei-lhe a minha dúvida; será que nova revista, não vindo trazer nada de novo, poderá não ser mais que um projecto para absorver subsídios governamentais e fundos dessa Europa que ultimamente nos mente quanto pode e descaradamente ? Cuidado, alvitrei então, não venha a acontecer o que aconteceu com o saudoso “Imenso Sul”, em que para aguentarem o semanário no mínimo os quatro anos de lei a que o contrato os obrigou e não terem que devolver na íntegra o valor recebido a título de investimento, isento de juros e parte a fundo perdido, os seus promotores terão andado os últimos três anos a pagar do seu próprio bolso despesas e custos …. Foi, arrisco eu, certa e provavelmente muito duro …


Na generalidade e enquanto existiu, o semanário esquerdista IMENSO SUL só fez merda. Em vão busquei na net uma página, népia, fazem merda e depois escondem tudo. Cacei no meu arquivo um artigo belissímo de Carlos Carapinha, na altura uma flecha certa no alvo, 20-10-2000, que parece ter vindo a propósito e editado no semanário certamente para lhe dar uma imagem de independência ou um remoque ao ministro Capoulas Santos, do PS, ali visado. Mais tarde o título deste semanário virou revista, nados em 95, ambos soçobraram em 2000. 

 Tratar-se-ia da coragem de avançar, argumentou o meu opositor e amigo… Contra argumentei que nem sempre caminhar para o abismo ou para a forca era sinónimo de coragem, o tempo diria qual de nós dois tem razão, o tempo esse implacável juiz, e veremos então quem está de olhos vendados, ou quem se cegou voluntariamente. Claro que ainda nem vi a revista, mas julgando-a pela independência, capacidade e isenção que reconheço (ou não) a alguns dos seus promotores e colaboradores não lhe auguro futuro, nem prestável nem duradouro. 

 A partir do momento em que é tornada pública a intenção dos promotores, naturalmente terão que estar preparados para publicamente serem alvo de críticas, de análises, e sujeitos ao escrutínio público, como a própria revista o será a partir do momento em que surja nas bancas. Portanto é mais que licito que eu forme sobre os pormenores que conheço uma opinião, sendo ainda mais justo que a expresse, é um direito que me assiste, aposto que a própria revista trará no seu editorial uma alusão à liberdade de expressão !

 Durante cerca de uma década mantive num jornal local uma coluna de opinião onde dava a cara, sempre dei, e onde educada, diplomática e cortêsmente abordava os problemas do burgo. Muitas coisas aprendi com o mestre que então tive, entre elas a ser consequente e coerente, não vejo portanto razão para não dar continuidade a esta minha conduta.

 Não meu amigo, não, não é o comodismo o culpado da desventura dos alentejanos, é o comunismo, comunismo cujo verme já está implantado nessa revista ainda ela não nos ofereceu o primeiro número... Portanto não esperes que a menina dos teus olhos vá mudar o mundo, quando muito, e porque alguém irá metendo pauzinhos na engrenagem, irá travá-lo, acredita em mim que sei do que falo…

 Por quê meu amigo ? Porque caro amigo, aquilo que vemos nem sempre é o que julgamos, por vezes estamos tão deslumbrados que nem vemos os que nada fazendo não deixam os demais fazer nada, nadinha…. Há aqui nesta urbe quem não faça nem deixe fazer….  

 


E após este diálogo, pois foi de um diálogo que se tratou, com perguntas e respostas, afirmações e respectivo contraditório, cada lado defendendo ou justificando a sua dama, decidi comprar a dita cuja. Vamos então à observação exaustiva da dita revista, que já tenho na mão e para a qual esportulei 3€, (três euros), demasiado para vulgar papel de jornal e tanta diarreia mental. Logo a primeira impressão, a da capa, um nojo, feia como tudo.


 O editorial, na pág. 2, como não podia deixar de ser é da autoria do director, Luís Godinho Maneta, homem de mão do PS, partido que lhe "deu" como última “prenda” a direcção do Diário do Alentejo em Beja. Tão polémico foi o concurso que dizem ter sido feito à medida para ele… Coisas das más-línguas… Sortudo e espirituoso este Luís, abre o editorial com uma piada, é que daqui a meia dúzia de anos o pasquim festejará o 111º aniversário.

 Após muito bla bla bla traçando o percurso de altos e baixos da revista desde 1905, e concluindo que em mais de cem anos nada mudou (apesar da vida, morte e ressurreição a que muitas vezes a revista esteve sujeita e apesar da necessidade desta agora nova gente, motivada, e do empenho ou aposta da imprensa na necessidade de mais um título). Portanto o dito e afirmado por ele somente vem constatar para nada ter servido anteriormente (como p’ra nada servirá futuramente) a não ser para a realização da tarefa ou missão que “o partido” der a cumprir aos seus directores, colaboradores e quejandos, alvitro eu.




A pág. 4 abre o corredor da politica e estende-nos a passadeira hegemónica do PS, que tudo quer ocupar, neste caso a CCDRA, como já fizera na Junta de Freguesia da Malagueira. Tem uma tentação tentacular esta gente. Mais não é que fome e sede de poder, de abafar, de controlar… Texto assinado pela nova esposa do director (a anterior já não devia estar apresentável). O artigo defende as posições de Francisco Figueira, protegido do PSD e pau mandado do arcebispo dizem os “mentideiros”, eu nem acredito em tal. Homem que luta denodadamente contra o abraço de urso do PS, será homem de coragem, e luta o Figueira do PSD porque tem que merecer o lugar de candidato a deputado na AR que segundo se consta estará reservado para ele quando a deputada Sónia Ramos se retirar de cena. Tem razão na luta que trava o Figueira, mas também tem um armário cheio de esqueletos que o poderão atrapalhar…

Muitas balelas se contam agora sobre o PSD, uma nova e diabólica, na qual eu nem acredito, afiança que António Dieb (Dieb traduzido para alemão é ladrão) tem estado ocupando nos últimos anos e actualmente lugares de relevo “oferecidos” pelo PS em troca de … ser o candidato do PS nas próximas eleições autárquicas. A coisa tem a sua lógica, o PS não tem candidato credível, o Zé do Cano veio do PCP, trouxe metade dos eleitores e com mais alguns do PS e do MDP/CDE venceu. Dieb, o ladrão, Deus me perdoe que estou brincando com coisas sérias, pela lógica traria metade dos eleitores PSD que, a juntar aos que o PS terá serão contudo suficientes pra lhe garantir a vitória, a ele Dieb e ao PS… Parece que há uns anos atrás gente graúda do PS lhe terá oferecido a vice-presidência da CME ao lado do Zé do Cano. Porém Dieb, temendo que na Cândido dos Reis o esfolassem vivo terá recusado. Mas o PS não desistiu, ter-lhe-á estendido um tapete de lugares irrecusáveis e principescamente pagos “conquistando-o” para as suas trincheiras…

A ver vamos, é por estas e por outras que precisamos cada vez mais do MCE, e de movimentos idênticos que permitam a grupos de cidadãos o acesso à AR !!  Mas prepare-se o MCE se alguma vez ganhar a CME, todas as portas e torneiras se lhe irão fechar, não lhe perdoarão a ousadia, contudo sabemos que a sorte protege os audazes…. Confiemos …



 A pág. 5 faz publicidade ao município de Alvito, há que engraxar no presente quem no futuro possa publicitar na revista, e pagar claro, mas… Ao receber de certas entidades a revista fica automaticamente coibida no futuro de as criticar, sob pena de perder essa fonte de receita ou rendimento, e lá se vai a troco de patacos a independência de que agora se fazem arautos... A revista ficará condicionada e portanto a liberdade para analisar e criticar, a isenção, tudo ficará agrilhoado. Foi assim que o semanário Imenso Sul se viu sem anunciantes. E esta nova revista ? Irá perder gradual e igualmente os anunciantes, ou a independência e a isenção ?


 João Fortes, de Mourão é a forte abertura e aposta da pág. 6, é em boa verdade um jovem dinâmico e a revista garante já, ao engraxá-lo como engraxa, um futuro anunciante, assinante, e bom pagante que as câmaras quando é assim compram logo aos 50, 100 ou 1000 exemplares… Mas que o João Fortes está a fazer um bom serviço está ! Luís Godinho, que caiu nas graças do PS há muito tempo, engraxa aqui bem o autarca de Mourão se bem que o Fortes seja forte e nem precise. Mas ele Luís, precisa, logo saberá e bem por que o faz.


 A página 8 foi entregue à esposa do homem da SIC, director do Diário do Alentejo, de Beja, e bafejado pelo aflato socialista eborense, perdão pela redundância. Dedicada esposa que foi fazer uma perninha na redacção para nos falar dos problemas de Évora Capital Europeia da Cultura.

Conheço imensas outras cidades, esta nem lhes chega aos calcanhares, nem perderei tempo a ler o artigo, parto do princípio que é mais e mais conversa da treta como a que ouço há mais de 49 anos. E eu a pensar que a senhora nos traria uma nova receita de bacalhau com espigos, ou grelos...


 Atenção Portalegre ! Presidente do NERPOR é engraxado na pág. 10, e avança com uma ideia peregrina, “ a criação de um fundo de risco para as empresas” ideia que deveria ter sido criada e posta em prática quarenta anos atrás remato eu. Mais do mesmo, fico-me pelos primeiros parágrafos. Já não acredito nesta gente, mas para o Luís Godinho esta baba é o pão para a boca. Ouço esta gente há perto de 50 anos e já não tenho pachorra…


 PÁG. 14 – Nas mãos de Luís Godinho & Cabrita Nascimento, uma dupla há décadas engajada no PS (de quem serão homens de mão?). O primeiro sempre subiu com a mão do PS por baixo, o segundo idem, foi director Regional da Cultura não porque fosse especialmente culto, mas por vir da JS e desde aí manter amizade com uma das filhas de um dos “donos” do partido em Évora. Afinal p'ra que servem os amigos ?

Mas enfim, certamente para agradarem aos comunas saem-se com um texto sobre locais e percursos com a pegada de Saramago no Alentejo, e já agora por que não listar todos os urinóis onde o ilustre mijou ou defecou ? Trata-se de Saramago, não de um qualquer badameco.

 De novo a novata ! A actual e digníssima esposa do senhor director deste pasquim, Ana Luísa Delgado (que destronou a anterior, estética e por certo culturalmente ultrapassada e já não digna de ser au pair do ilustre director) desta feita discorre na pág. 14 sobre o castelo de Juromenha e faz um frete a João Grilo, presidente da C. M. do Alandroal, a tal terrinha que ambicionou ter uma biblioteca maior que a de Alexandria e já discutiu na Assembleia Municipal se demoliriam os toscos ou não pois a câmara nem para os conservar tem dinheiro…

São todos amigos, amigalhaços, é tudo malta do partido, homenageiam-se e condecoram-se uns aos outros, a imprensa divulga, já vejo isto há mais de 40 anos, isto, e o país, e o Alentejo, cada vez mais pobres e atrasados, e eles cada vez mais gordos e anafados…. Estas ligações perigosas, estas redes de interesses,  tornaram-se porém o destino do 25 de Abril e a nossa desgraça…


 PÁG. 16 – Uma lauda a José Luís Peixoto, o jovem que sensibilizado pela morte do pai escreveu, muito jovem, uma obra ímpar, pequena mas ímpar, “ Morreste-me “, tão marcante, sensível e elevada que ele próprio nunca mais a igualou.

Convém uma páginazita dedicada à literatura, já tivemos os percursos do Saramago e o texto dos azulejos dedicados à arte, por que não a literatura ? E a malta, na generalidade, saberá quem é o personagem de Galveias ? Ou parará na pág. 16 e passará uma folha adiante ? Do modo que isto anda….


 AMBIENTE ! Podia lá faltar o ambiente ! Na pág. 18 todo o ambientalista se poderá regalar. Revista que se preze não o poderia olvidar, tá na moda, como a defesa do lince, da Malcata ou não, dos carvalhos, azinheiras e sobreiros, dos furões e joaninhas, das abelhinhas do mel, dos ecossistemas, da sustentabilidade, já agora da pegada ecológica, da mudança climática, dos vegans, dos trans, dos homo, dos fobo, das drag queen, dos géneros e tudo o mais que agora marca a agenda.



 Página 20/21 - PAPOILAS !! Adoro-as, as pétalas vermelhas, o centro negro de aspecto peludo lembrando uma genitália, é das flores que mais aprecio e considero das mais belas dos nossos campos. Prometo ler o Eduardo Olímpio, ocupando as únicas páginas da revista que até aqui valeu a pena ler com atenção redobrada.

E através dele se engraxa Alvalade do Sado e Santiago do Cacém, dois coelhos de uma cajadada, há que ir lançando fateixas onde mais tarde nos possamos agarrar né ?


 BEJA – MÚSICA, pág. 22, parabéns ao Mauro Dilema e está tudo dito ! Foi preciso vir gente de fora para fazer o que nos competia fazer, parabéns ao senhor, eborense, bejense, e que adorava vir trabalhar para o Garcia de Resende.

Eu bater-lhe-ia palmas, é italiano e trabalhador, é coerente, é competente, é consequente, é persistente, é tudo o que a fauna que habita aquele teatro não é. Decerto iria dar-se mal com a vizinhança…


 PÁG. 24 – Texto de ANA LUISA DELGADO, a dita esposa do dito director que deve tudo ao PS e ao 25 de Abril. Sim, que esta coisa do 25 não foi nem é nem nunca será para todos, só pra os eleitos, por isso engordam uns enquanto outros são esfolados.

Bem, a senhora fala-nos do Monte do Sobral, aquele onde há 50 anos 136 capitães bla bla bla…

Mais valia ter-se debruçado sobre as razões pelas quais as intenções de há 50 anos não se concretizaram, dizer-nos por que não se cumpriu Abril, explicar-nos por que o 25A descambou nesta ditadura esquerdista que se apoderou da democracia, da liberdade e de tudo a que possa lançar a mão.

Gostaria que a senhora nos dissesse por que estamos pior agora que há 50 anos atrás, e o dissesse sem gaguejar. Mas adiante, ou em frente que atrás vem gente, sempre rima melhor.



 DESPORTO ! – Pág. 26 – Poderá lá haver coisa que se digne sem uma abordagem ao desporto ? Não !  Não há, como não há sem abordagem ao ambiente, às ameaças ecológicas, à sustentabilidade, ou à ameaça nuclear. Uma coisa que me preocupa é que o concelho de Viana do Alentejo está livre de armas nucleares e o concelho de Évora nunca se preocupou com isso. E não estamos assim tão longe de Viana, se nós levarmos no toutiço eles levarão por tabela, uma tristeza…

Eu só queria saber por quê, por que é que com tanta gente preocupada com esta merda de zona e de país andamos cada vez mais pela hora da morte e ninguém se rala.  

E viva o Rugby Clube de Évora ! O rugby e já agora, e para rimar, o cabo Rudolfo Leandro, o Rudy / Rubi, cabo de transmissões, esse sim, amigo amicíssimo e amantíssimo de António Variações (a alegria do Clube Flamingo) e uma ave quase tão rara ou exótica como ele.


 E siga a música ! Maestro ! Atenção na pág. 27 à arvore genealógica do Alentejo Ilustrado, que mostra nomes mas esquece parentescos, amizades, relações, fidelidades, enfim, vende o seu peixe, bacalhau a pataco, tudo bem, tudo certinho, nem uma ruptura, nem ao menos uma rupturazinha só, ou um murro na mesa, mas não, é mais do mesmo, acabei por não saber o que diferencia este projecto de outros que já se afundaram e tiverem vida curta, tal como a este auguro. E é aqui que se torna oportuno lançar a pergunta de um milhão de dólares p'ra quem acertar na resposta. Uma revista destas tem um lançamento caro, fala-se em qualquer coisa como 2.000 dois mil euros para o primeiro número, e não se imprimiram muitos exemplares, que bolsos aguentam isto ? 

É cara esta revista, é desinteressante a não ser para os próprios e para os visados, feita de papel ordinário (vulgar). Como irá então sobreviver ? De subsídios governamentais ? De fundos da CEE ? Não estará por trás deste investimento / despesa a CCDRA ? Essa entidade tem uma agenda muito própria, é o embrião de mais uma desgraça ou carapuça que nos querem enfiar, a tão falada quanto malfadada REGIONALIZAÇÃO, e convinha-lhe certamente ter na mão um órgão que espalhasse a sua verdade... E esta a minha resposta, é este o meu pressentimento, e como é sempre o Zé a pagar tudo, mais despesa menos despesa quem se iria admirar ?  Criar empregos é que não criam, brincam com estas merdas e com o pouco ou muito dinheiro que nos sugam....

Será o primeiro passo de um projecto mais amplo, mais abrangente, mais ambicioso mas ainda escondido ? Como um iceberg ? A ver vamos como diria um cego, só pode ser coisa escondida, como está e aparente não lhe dou um ano de vida, é formalismo a mais em tempos de inconformismo… 


 VINHOS ! Pág. 28 Vinhos ! Vinhos e gastronomia ! Mas, mas… Oh ! Nem uma dica do meu amigo Carlos Cupeto ! Que tristeza, mas pensará o director deste pasquim saber tudo ? Anafado e gordo é ele, talvez eu me engane, talvez perceba da vinhaça, da potassa, e de comezaina, mas perdoem-me, sou fiel ao Carlos Cupeto, esse sim, tem a escola toda, podemos confiar nele ! É geólogo, sabe bem onde as parreiras lançam as raízes e até onde chegam, este Luís Godinho só pode mesmo levar a coisa pela rama, é pouco, é para entreter bois mansos…. Vá marrar com uma parede.



 Sabem ? Estou cansado de olhar para esta trampa e tentar adivinhar-lhe um propósito. Conjecturo cá para mim que estarão a cumprir a lei degrau a degrau. Primeiro um jornaleco, depois disso uma rádio, com um jornal e uma rádio já poderão aspirar a uma Tv regional, local, etapa a etapa enrolam etapas… Subsídios haverá, amigalhaços influentes e fundos europeus também, p’lo caminho entalarão ou cilindrarão camaradas e colegas a quem agora nem um pio, a quem nunca contaram dos mais profundos desígnios e intenções do projecto. O tal iceberg, só lhes deixam ver o topo …

Por detrás do sorriso voluntarioso de alguns escondem-se os cordelinhos macabros que os fazem agir, sorrir, recomendar a revista, gabar a revista, como se ela viesse desvendar os segredos de Elon Musk... E volto a perguntar, será esta nova revista quem nos vai trazer a verdade e a luz ? Outras antes dela o tentaram e vejam no que deu... Mais vale pedir a Deus que não nos dê mais nenhuma, é pluralismo a mais, tanta revista atrasa o país, emperra-o. Se é que não está mesmo a andar para trás a olhos vistos, mas está não está ?  Já Eça dizia o mesmo há 150 anos no "Distrito de Évora" que assumiu em 1867. 

Esses parvalhões (que pouco ou nada sabem) estão lá só para arcar com os custos do contexto e quando acordarem terão uma divida enorme às costas. Depois os tais aparecerão a ajudá-los, quando faltar pouco da divida por saldar aparecerão pedindo desculpas, assumindo o erro, assumindo responsabilidades, e a troco de pouco dinheiro ficarão com as vossas quotas, quando vocês estiverem por tudo para se livrarem delas. E assim ficarão com um projecto quase de borla, e bem vistos, sim, depois de vos comerem as papas na cabeça.

Na cabeça ou à mesa que é gente de amesendar bem e em lugares de prestígio, onde se empanturrem com os sabores do mundo que palmilhámos, de África ao Oriente, salsa, tomilho, pimentão, coentros, gengibre, erva-doce, ou não estivesse subtilmente entendida na sua golpada toda a sacanice da história trágico-marítima, pimenta, funcho, pimenta rosa, canela, noz-moscada, pimenta branca, agraço, alecrim, rosmaninho, todas essas maravilhas ali no prato, poejos, açafrão, orégãos, hortelã, sálvia, cebolinho, tudo ali excitando-os, engordando-os...

 

E tu feito parvo a olhar …

 

 

1 - https://alvitrando.blogs.sapo.pt/imenso-sul-um-projecto-jornalistico-2849249

Nascido em 1995, na generalidade e enquanto existiu, o semanário esquerdista IMENSO SUL só fez merda. Em vão busquei na net uma página, népia, fazem merda e depois escondem tudo.. Mais tarde este semanário virou revista. Penso terem ambos soçobrado em 2000



2 - https://www.dn.pt/opiniao/opiniao-dn/antonio-barreto/as-noticias-na-televisao-5407534.html

António Barreto falando dos mídia, de jornalismo e de jornalistas, no caso acerca da TV, mas a escrita no papel não é diferente, a ventoinha irá espalhar a merda pelas paredes .... 



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AUGUSTO ABELEIRA DISSE UMA VEZ : 

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Vídeo onde podemos ouvir o Canal de Sérgio Tavares e o que nos diz acerca dos mídia...  Vale a pena ouvir ...