terça-feira, 8 de fevereiro de 2022

755 - COSMOS, PAROXISMO OU COLAPSO ............

 

 

Amei-te quanto pude e tanto quão fui amado, teria decerto insistido e decuplicado o meu amor caso tivesse adivinhado, apesar de expectável, a proximidade e rapidez do desenlace, do fim. Culpo-me hoje de o não ter feito, de te não ter amado mais ainda, sem hora, sem lugar, sem jeito, de qualquer jeito, em qualquer lugar e a desoras.

 

Sinto no meu a falta do teu calor, do teu peito, do teu carinho, do teu aconchego. Incomoda-me a desmesurada e embaraçante sensação que a falta desse amor provoca em mim deixando-me atarantado, de mãos a abanar sem saber onde as colocar, como se nelas carregasse um relicário sem outro destinatário que não o balcão dos perdidos e achados.

 

Relembro amiúde como nos amávamos, como se cada vez fosse a derradeira e como o fizemos até ao último dia. Como se se tivesse tornado para ti uma obrigação, ou talvez tal intuísses como um dever, o dever de fazer-me feliz, tão feliz quanto o tempo e as circunstâncias to permitissem, inda que ambos nos rendêssemos por devoção numa entrega sacrificial. Penso-o hoje, numa dádiva suprema, tal como se tivesses para comigo uma divida a quitar antes de … quando essa entrega não passava de fiel devoção que ambos alimentávamos, nos alimentava e nos devíamos.

 

E contudo aqui estou, ou para aqui estou como se fosse eu o teu maior devedor e tu me devesses algo de que não prescindo, algo que também eu tanto queria quitar, igualar. Rememoro como nos amámos na véspera da tua partida e, quando nenhum de nós imaginava sequer o pasmo que provocaria esse teu tão negro horário. Como se fora dito agora recordo o teu sussurro e o teu desesperado abraço;

 

- Que seja sempre assim até ao fim.

 

E foi, assim foi, não sabíamos então, não sabíamos naquele momento que tudo tem fim, desconhecíamos que a fusão nuclear que alimenta as estrelas também tem um fim, que por maior que o evento seja para lá do seu horizonte tudo colapsa, que embora paradoxalmente infinito o universo também terá certamente uma finalidade e um fim, numa perspectiva singular tudo parece ter um fim, a eternidade, o tempo, o amor, a vida.

 

Chamar-lhe-ia singularidade terminal.

 

De devoto passei a incréu, perdi a fé e ainda não creio na realidade sobre a qual caminho, neste limbo que me envolve e tolhe sem que logre encontrar um novo rumo, uma vereda, um atalho, uma saída deste, como diria Eduardo Lourenço, Labirinto de Saudade, ou fado cuja melopeia me embrulha quotidiana e insistentemente tal qual o canto fatal de uma sereia.

 

Percorro às apalpadelas o presente que me deixaste sem que encontre caixa, embrulho, prenda ou surpresa que, à imagem da lâmpada de Aladino me guie os passos ora perdidos no corredor sem fim p’ra onde a existência me atirou, vendado, como se fora um condenado da pior estirpe cujo destino não merecesse mais que, sob as negras profundezas da solidão redimir-se p’la punição.

 

São-me iguais agora todos os dias e horas de onde a vontade se sumiu como água em clepsidra, água por onde vida, imaginação e inspiração se escoam tornando iguais todos os rios, mares e oceanos onde uma rotineira e traiçoeira bonança espreita e, esperando surpreender-me sono e sonhos os deixa em sobressalto, desalinhados, desencontrados de tudo quanto balizava uma vida álacre que aos poucos vou esquecendo.

 

Embora atarantado prossigo o meu destino, apoiando-me no estranho percurso agora percorrido, em baluartes cuidadosamente escolhidos e, evitando os escolhos passiveis de estorvar esta nova e estranha caminhada, nova para mim que cautelosamente, pé ante pé, apalpo e avanço, tudo observando e, inda assim com o cuidado a certeza e a segurança tão peculiares em mim.

 

Difícil e tormentoso é este chip de memória impossível de arrancar da mente como arranquei o da velha máquina fotográfica onde, admiravelmente sobreviveram vinte ou mais anos, outras tantas memórias das que procuro apagar e não consigo, certo de nelas se acoitar mais martírio, inofensivo se deixado em paz, já que, por buscar precisamente paz e sossego nem morto de curiosidade me atrevo a abrir esses ficheiros prenhes duma felicidade passada, impossível de repetir. Possivelmente estragar-me-iam os dias que construo de novo com uma bem-aventurança sabida, por mim inventada na esperança que a bonança torne aos mares em que naufraguei e no meio dos quais encontrei milagrosamente uma bóia a que me agarro desesperadamente, com a qual procuro encontrar de novo pé e terra firme.

 

Nasceras com sina curta, e como num jogo de dominós, ao caíres arrastaste contigo toda as peças, até hoje caindo paulatinamente uma a uma e, por muito que miremos o cosmos, desconhecemos todavia completamente o quando, quando deixarão de cair, quando cairá a última …




sábado, 5 de fevereiro de 2022

754 - A CABELEIRA DE BERENICE A BELA ...........


 

 Conta a lenda que Berenice, rainha do Egipto e conhecida pela sua beleza e encanto, terá oferecido aos deuses, em troca da vitória dos seus exércitos, a formosa cabeleira que a animava. Afrodite terá ficado deslumbrada com a beleza desses cabelos, levando-os egoisticamente para o céu, com os quais se deleitava.

 

                Adoro as lendas clássicas, tanto quanto as detesto, dependendo do fruto das suas fruições ou dos pesadelos que me provocam as suas lembranças. Não é a mesma coisa vivê-las, sonhá-las, ou submeter-me ao seu tormento. Por isso hoje estou magoado, não zangado ou ressabiado com quem tantos momentos únicos me prendou. Qual Medeia, a bela, também Berenice, que me alimentou sonhos e ilusões, vi transformada em fonte de sentimentos tão belos quanto contraditórios, senão mesmo cruéis.

 

Muitas vezes sonho com estrelas, muitas vezes me vi vogando nos céus, tão feliz quão Aldebaran, imbuído de honras e riquezas tais que nesses momentos também eu experimento grandiosos e radiantes sentimentos e, como ela, a sensibilidade de um brilho ofuscante, em muito superior ao de Betelgeuse, essa sim, conhecida pela sua grandeza, brilho e eterna duração. Como poderão ver, eu, como toda a gente, tenho momentos que, mesmo oníricos, são de uma beleza e felicidade impares. Não serei único, como não serão exclusivos meus adversidades, frustrações e desilusões, comigo, com a vida, com os demais.

 

É a vida, e como soa ouvir-se, o que não nos mata fortalece-nos, contudo, parafraseando um ditado da minha terra; “ elas não matam mas moem”. Mas estou a desviar-me do meu sonho, do meu sonho e de Berenice, a tal beleza que, e só nos sonhos tal acontece, a exemplo de Aquiles o belo, que banhado no rio Estige quando criança, se terá tornado invulnerável á excepção do calcanhar por onde lhe pegaram para o banhar, e por onde teria entrado a seta envenenada que anos mais tarde o mataria...

 

Também eu sonhei Berenice banhada nas águas do rio Ingá e delas saindo risonha, feliz, um sorriso contagiante que haveria de a acompanhar a vida inteira. Sonhos são mesmo assim, num minuto o nascimento e baptizado de Berenice nas águas desse rio que as flores dos Ipês roxos sagravam, no minuto seguinte o seu corpo moreno retesando-se na brancura dos lençóis, tensa, bela, esbelta, olhares e unhas cravadas em mim, as coxas quentes rodeando-me a cintura, sôfrega, ávida, suada devido à intensidade do calor do momento, suado eu, igualmente vogando no Olimpo, utopias e idílios, fantasias e propósitos, ficções devaneios e quimeras, saboreando salivas, as nossas peles húmidas, como húmido tudo o resto, na vacuidade do momento, do instante em que suas coxas num desafio me rodeavam, abertas, oferecidas, refúgio, abrigo, consolo e êxtase que a circunstância num ápice transformava de princípio e meio, em fim,

 

e minhas mãos, envolvendo os seus cabelos lindos, reparam sobressaltadas que não têm nelas Berenice, nem Medeia, mas ternamente afagam a cabeça de Medusa, cujos cabelos, volvidos serpentes, me causam repulsa e sobressaltado, me acordam desse sonho transformado em pesadelo, do qual recuo em rejeição e recusa, revoltado, magoado, do qual me evado antes que, petrificado, inexplicável e surpreendentemente apresado, esqueça tantos e todos os sonhos sonhados, ainda vívidos em mim, e se me frustre a vida, a ilusão, a esperança, eu.



segunda-feira, 31 de janeiro de 2022

753 - O BOM DO RUI RIO AFINAL ERA FINALISTA, NÃO BARBEIRO NEM TABERNEIRO

 


Numa sexta-feira, 6 de Outubro de 2017, escrevi um texto sob o nº 466 e intitulado “RUI RIO, BARBEIRO OU TABERNEIRO”, onde entre outras coisas abordava a personalidade de Rui Rio, o homem que ontem não se cansou de repetir nada haver a fazer perante a tosca mas efectiva maioria absoluta de A. Costa. Se RR fosse mais tarimbado politicamente teria perdido pouco tempo com declarações, demitindo-se de imediato e passando de cabeça erguida entre os repórteres sempre ávidos de sangue. Numa coisa RR tem razão, não há mesmo nada a fazer, e se nada há a fazer, que ficou ele lá fazendo ?

 

É mais que certo que a liderança vai ser disputadíssima, não somente por RR não ter cumprido os mínimos mau grado o seu caracter íntegro. Vão soltar-lhe os cães e não vai ser bonito, aposto que Carlos Moedas se não está a posicionar-se estará já sendo empurrado para os cornos do toiro. Sim para os cornos do toiro pois o PSD nos últimos anos não tem feito politica, tem-na toureado, tem brincado, (quando me lembro de L Filipe Menezes e dos sulistas elitistas e liberais rebolo-me a rir) e o inocente RR está agora a pagar as favas de anos de irresponsabilidade e fantochada da pesada...


O texto que então dei à estampa dizia sintomaticamente isto e ainda hoje estou convencido do que então escrevi;

 

- A competência essa mesma, (ou incompetência) que agora lança de novo na arena personalidades como lançou Santana Lopes, Luís Marques Mendes o pequenino, Morais Sarmento, até André Ventura vai avançar, o dos ciganos ! Rui Rio é como a noiva de Arraiolos, sempre indeciso, mas acho-lhe graça, tem cara de barbeiro. Ora torna-se óbvio e claro que entre todos estes nomes campeia sobretudo a incompetência, e dessa estamos fartos, só um país de cegos elege, quando a nação tanto carecia dum verdadeiro estadista, dum homem culto e sábio, o pior merdas que tivemos como PM desde o 25 de Abril. Um tipo dando corpo à ignorância em pessoa porém enfiado num fato caro e bem talhado.

 

Não tenho que ser do PSD nem de quaisquer partidos, mas qualquer que seja o PM que nos calhe a todos tocará por tabela, daí que me preocupe com as escolhas dos outros tanto quanto com as minhas, Passos Coelho não prejudicou única e exclusivamente o seu partido, e muito, prejudicou com a sua ignorância um país inteiro, uma população inteira, é essa aventura que não desejo ver repetida. Rui Rio é engenheiro de profissão, homem maduro, teve tempo para consolidar personalidade e caracter, e essas coisas num engenheiro apontam para a práxis mais que para a teoria, será um homem de fazer, de agir, de concretizar, o arquitecto concebe mas é o engenheiro que torna real essa concepção, essa abstracção, conhece os materiais, a sua densidade, resistência, ductilidade, durabilidade, compatibilidade, tensões, equilíbrios, compromissos, negociações, e tantas outras qualidades com as quais terá que lidar, enquanto os restantes não deixam de me parecer uma data de tolos do calibre do inenarrável Passos Coelho. Quanto ao resto, bons assessores, bom senso e boas equipas. Nem imaginam quanto vale uma boa equipa e quanto se tem perdido de há uma dúzia de anos para cá em equipas desfeitas pela crise e levadas na enxurrada de falências, encerramentos, et caetera... 

 

Não era o António José Seguro que dizia;

- Qual é a pressa ??


Afinal nem teve vagar para poisar.... E a Rui Rio se não se apressa suceder-lhe-á o mesmo..... Meter-lhe-ão um par de patins .......


Portanto, leia-se Diogo do Couto* e o seu “Diálogo do Soldado Prático” e teremos uma miragem ou melhor, uma panorâmica do que tem sido este país, dos homens que o têm dirigido, saqueado ou mal tratado, de molde a que a próxima escolha, recaia ela sobre um barbeiro ou um taberneiro, não nos envergonhe e sobretudo saiba colocar o homem indicado no lugar certo e na hora H.

 

Por mor disso irei colocar neste blogue um texto que tinha já preparado e intitulado “DIÁLOGO DO SOLDADO PRÁTICO, by Diogo de Couto”. ** Assim, todos os que o quiserem poderão tirar-se de dúvidas acerca desse português quinhentista e homem de letras dos sete mares e dos sete costados, amigo íntimo de Luís Vaz de Camões.


Fica o link - https://mentcapto.blogspot.com/2017/10/466-rr-barbeiro-ou-taberneiro.html

 

Bem, mas as eleições foram ontem, já passaram, sobre RR estamos confessados, neste país não basta ser boa pessoa e competente profissionalmente, tem que se ser malabarista politico e RR para peditórios desses não dá, não deu, cheira-me que perdemos um bom primeiro-ministro, todavia o pessoal quer é circo, o pão falta e faltará cada vez mais.

 

Por mim fiquei surpreendido e possesso com o resultado destas eleições, e digo-o gritando, povo mais burrinho que este não há... Não passam de uns egoístas e masoquistas de merda e, quando a ditadura do PS lhes cair em cima a doer é que irão ver como elas mordem... É elementar esta cegueira congénita e nacional, durante 2 governos A. Costa mais não fez que merda, deixou degradar todos os serviços, ambas as legislaturas escamotearam quanto puderam escândalos e barracas, os seus governos foram os que juntaram mais incompetentes, ignorantes e tolinhos, e o pessoal, melhor dizer os ceguinhos, votaram em cheio nele ? No Costa ? No Costa que nada mais fez que fingir-se morto ? no PS ? Decididamente este país tem que mudar de povo ...


Bem, para ser justo terei que admitir já o andarem mudando,  tudo fazendo para que saiam, que abalem, que se pirem daqui de novos a menos novos e para o lugar deles "importam" refugiados, agora já não há imigranttes, palavra banida desta democracia, agora são todos refugiados a quem acolhemos, somos um povo magnânimo, a quem damos casas, subsidios, empregos, não quero ser mal dizente mas a quem damos tudo que negámos aos outros, aos que partiram...  Qualquer dia calha-me a mim, ou a ti, sermos corridos a pontapé... 

 

Bom, mas adiante, ou em frente que atrás vem gente como diria uma minha amiga de longa data, avancemos para o Chega que se não fosse o tipo de gente que alberga ou aboleta teria tido 25 ou 30 deputados, quanto aos membros desse partido sei do que falo, tenho aqui em Évora dois tolinhos que queimam eleitores como quem queima lenha de azinho na lareira e, se contabilizarmos os votos perdidos desde as eleições presidenciais pelo Chega concluiremos facilmente que, ao invés de uma vitória o Chega ontem averbou uma estrondosa derrota... Não lhe tiro contudo o mérito de se ter guindado ao terceiro lugar, mas para quê ? Curiosamente o partido que o sistema podre pariu, e que se arvorava na Fénix que tudo mudaria não deixando pedra sobre pedra neste sistema caduco não vai mudar nada, nem vai poder mudar nada. De que lhe servirão os deputados se como RR disse e bem, nada há a fazer e ninguém será capaz de mudar uma virgula a quaisquer decisões de A. Costa, a menos que ele aceite fazê-lo, a maioria folgada de que dispõe autorizá-lo-á pura e simplesmente e desde que queira, a ignorar completamente a oposição...

 


Quanto ao CDS e ao Chicão, de partido do táxi passou a partido da trotinete, desta vez é que ele se vai convencer que a política não é para rapazolas. Para um antigo aluno da Academia Militar não está mal, provou ter sido calão, copista, cábula e faltista. Qualquer militar de craveira sabe que não se viram as costas a um opositor nem se nega uma batalha a um adversário, negá-la, fugir-lhe, é perdê-la antes de travada. Pelo menos foi a doutrina que aprendi na Escola Naval, a autoridade vem sempre da coragem, e nunca da recusa do confronto. Agora virão os amargos de boca, mais um que será corrido a pontapé e nem deixará saudades nem entre os seus. Pelos vistos não aprendeu nada com a caloira **...

 

** https://mentcapto.blogspot.com/2016/04/335-assuncao-cristas-caloira-irrevogavel.html


A Iniciativa Liberal tem o meu respeito e o seu mérito, devagar se vai ao longe, mas o país e os portugueses têm pressa, e é cada vez mais urgente reformar e virar o rumo à nação. O calendário da IL pode ser-lhe muito conveniente mas não nos serve, o assunto exige urgência, o doente definha a cada dia que passa e isto nunca irá lá com paninhos quentes, a IL usa e abusa da democracia e da diplomacia, mas os tempos vão maus para tanta etiqueta. Por este andar a procissão nunca sairá do adro, e o paleio, culto, informado e vero não entrará na cabecinha dos tugas, mais dados à emoção, à palavra curta, ao soundbite fácil de decorar e repetir, ao populismo que a IL mui justamente tanto critica, contudo, nenhum remédio neste caso seria para a vida, debelado ou ultrapassado o aperto pontual a IL certamente poderia voltar à sua linguagem de cavalheiros. Assim, o pessoal nunca irá compreender o seu polimento verbal nem entender o que ela diz… Mas avançou, cresceu, o que é muito positivo, traz pela mão o liberalismo que tanta falta faz a Portugal e acredito que lá para 2075 terá uma posição e uma palavra a dizer num hemiciclo por ela bem preenchido.

 

Quanto ao PCP e ao BE, que junto por uma questão de poupança, de paleio e de tempo, os dois juntos não fazem um, devo confessar ter ficado feliz p'la queda desse bando de idiotas que há quase 50 anos travam o progresso deste país. Com sorte nunca mais levantam a cabeça e se levantarem é bom que estejamos preparados para lhes fazer como diz ou canta Sérgio Godinho no seu poema QUATRO QUADRAS SOLTAS, aliás também cantado por Zeca Afonso e que assenta maravilhosamente sobre as víboras em que essa gente se transfigurou;

 

…. Ó i ó ai, Disse-me um dia um careca

Ó i ó ai, Quando uma cobra tem sede

Ó i ó ai, Corta-lhe logo a cabeça

E encosta-a bem à parede …

 

https://www.youtube.com/watch?v=v_3io3fn9d0

 

E agora se me permitem, estou a gostar muito disto mas vou jantar, são horas, amanhã acabo esta treta, assim como assim se o povo votou para pararmos, para que quero eu a pressa ? Já o esquecido António José Seguro dizia; - Qual é a pressa ?

Nenhuma respondo eu.

 

E não se quilhou ele com o Costa ?


Ora bom dia, está uma terça feira linda, se bem me recordo faltavam os outros partidos, os que não interessam a ninguém nem fazem falta nenhuma, que não fodem nem saem de cima, e que arrumo de uma assentada, lixo. Tudo que tivesse menos de cinco por cento nem devia contar. Têm a net, façam barulho na net e no Facebook ou abram um sítio no Google. 


A nação vai empobrecer, o desemprego aumentar, a miséria grassar, ninguém fez até aqui p'los sem-abrigo nem vai fazer, nem p'los precários, nem p'los reformados ou desempregados, o PIB vai descer e com ele a riqueza, logo os impostos terão que subir, aumentar, para alimentar a clientela de instalados que o PS instalou de norte a sul por tudo que é autarquia, universidade, ministério, direcção geral, segurança social, etc etc e tal. Isto é um país de egoístas, de instalados que não sabem fazer por eles quanto mais pelos outros, gente que consome mas não produz, que se agarra ao padrinho, que se dedica ao culambismo, e de um país assim os investidores fogem como gato da água, o investimento privado cairá,  o investimento público viverá de esmolas a juntar à divida que ninguém pagará nos próximos duzentos anos mas todos  carregaremos às costas e nos amarrará à imobilidade, ao atraso.


Em linhas gerais está pintado o quadro do nosso futuro. Quem foram os pintores ? Toda a esquerda, agradeçam a toda a esquerda e a alguma direita parva o estado a que chegámos e de onde não sairemos a não ser com os pés para a frente direitos ao cemitério dos remédios. Os nossos filhos netos e bisnetos que se quilhem... Vai sobrar para eles, é essa a vitória a comemorar nestas eleições, olhem para o que tem sido a novela da TAP, do NOVO BANCO, do BESCL e tantos outros casos e terão a fita do futuro na vossa frente, têm na frente dos olhos o que vos espera...


Quanto ao resto e para terminar farei minhas as palavras de um amigo cujos fígados azedaram com isto tudo e morrerá de cirrose se não se acalmar e aceitar não ser este um país a sério mas um lugar mal frequentado como dizia penso que Almada Negreiros, mas vamos lá ao que dizia, disse hoje mesmo esse meu amigo que por cortesia não vou identificar;


No rescaldo das eleições e como cidadão assumido de direita tenho que deixar aqui um grande e sentido agradecimento.

OBRIGADO ANTÓNIO COSTA !!!

O nosso PM António Costa conseguiu de assentada fazer o que ninguém conseguiu desde o 25 de Novembro, vejamos:

12 deputados do CHEGA

8 deputados da IL

PCP PEV BE PAN reduzidos à mínima expressão. 

O PR, mais conhecido por Ti Marcelo, reduzido a ZERO, nem sequer a rainha de Inglaterra, nem sequer a moço de estrebaria ? Reduzido a um autêntico ZERO Á ESQUERDA, que é o que vale.

ZERO é também o número de deputados comunistas pelo círculo de Évora, uma vitória com um significado gigante para o distrito é principalmente para o concelho, o verdadeiro principio do fim do comunismo no Alentejo.

ZERO são também as desculpas que o PS vai ter durante esta legislatura para encobrir a incompetência de ministros, secretários de estado e dele próprio, com uma maioria absoluta pode ir buscar os melhores ministros possíveis e disponíveis, não terá desculpas.

Por tudo isso tenho que agradecer ao Costa e ao PS por terem iniciado a verdadeira viragem à direita deste país.

Obrigado Costa !


Ora que mais posso dizer eu ? Nada a acrescentar, está tudo dito. 

Cuidem-se, vem aí merda, muita merda, acautelem-se, o PS nunca resolveu um problema mas é pródigo a arranjá-los. Vai haver merda, ele não sabe fazer mais nada, então agora com uma confortável maioria nas mãos que esperar ? Lá se vai este lugar sagrado e mal frequentado pelo cano abaixo...


Adeus mundo cruel :( 

 

 ** http://purl.pt/29284    



**  https://mentcapto.blogspot.pt/2017/10/467-o-soldado-pratico-by-diogo-de-couto.html





domingo, 30 de janeiro de 2022

752 - O AMIGO MC E O ERRO DE PARALAXE ...

 



752 - O MEU AMIGO MC E O ERRO DE PARALAXE

 

Na altura nem texto coloquei, apenas a foto, confiante que os observadores fariam uma leitura correcta do seu conteúdo. Mas se eu quisesse escrever um texto chamando a atenção para a violência doméstica, recorreria a fim de fazer recair os vossos olhos sobre o mesmo à figura de uma mulher, encolhida a um canto, no chão, protegendo de um punho imaginário que a estaria ameaçando, rosto e cabeça com braços e mãos.

 

Se eu quisesse chamar a atenção para criminosa, predatória e pecaminosa pesca contra a baleia, procuraria imagens de um navio baleiro, armado com os seus canhões de arpões, navegando num mar tingido vermelho como normalmente acontece quando arpoam e sangram as baleias até à morte. Ou limitar-me-ia a recomendar-vos a leitura ou releitura de Moby Dick, de Melville e a história dessa grande obra.

 

Se eu quisesse chamar a atenção para o problema ecológico, para a poluição a que estamos submetidos e para o factor das árvores através da fotossíntese libertarem oxigénio, ar puro, conduziria a vossa atenção para a necessidade delas, árvores e florestas. Provavelmente colocaria no cabeçalho uma imagem da floresta amazónica, o maior pulmão que a Terra tem.

 

Se eu quisesse chamar a atenção para a pobreza franciscana que há anos vem aumentando em Portugal, colocaria uma foto de um sem-abrigo na rua, ou de dois ou três, ou até quatro ou cinco dormindo ao relento, talvez dormindo debaixo de uma ponte. No fundo que interessaria quem eram eles, gente anónima caída em desgraça nesta democracia que devia acudir a todos ?  

 

No caso dos sem-abrigo todo o interesse foi colocado em chamar a vossa atenção para a extrema pobreza que o nosso presidente, quando tomou posse do cargo pela primeira vez prometeu debelar. Bom, ou antes mau muito mau, o presidente já vai no seu segundo e confortavel mandato mas a pobreza em vez de acabar tem aumentado a olhos vistos.

 

Vem isto a propósito, e já não é a primeira nem a segunda nem a terceira vez que acontece, do facto de um meu amigo atabalhoadamente colocar em causa as minhas postagens numa determinada rede social, desta vez chamando-me mentiroso e dizendo (aliás com razão) tratar-se de uma fotografia velha. E efectivamente aquela foto, no cabeçalho deste texto e que pesquei na net, já tem 5 anos.

 

 Inquirindo-me num comentário em que lugar tinha ela sido tirada, respondi-lhe para o despachar ter sido tirada no Porto, em Portugal, quando eu próprio nem sei onde tal foto foi tirada nem quando, e muito menos quem sejam os miseráveis que estão nela. Parece segundo ele, ter sido tirada em Madrid, Spain. A mim interessava-me sobretudo passar na net, no Facebook, uma foto que vos chamasse a atenção para a miséria a fim de vos sensibilizar em vésperas de eleições, para a pobreza enraizada em Portugal, no sentido de cooptar a vossa solidariedade e coesão, e caridade, quanto a esse flagelo que cresce sem parar debaixo de governos e partidos hipócritas, de esquerda caviar ou não.

 

Pois o meu amigo MC viu a árvore mas não viu a floresta. Claro que lhe respondi a desejo, coloquei gosto em todos os seus comentários e de seguida apaguei-os. Há pessoas que vêem o geral, outras o particular, e há pessoas que não vêem nada. O meu amigo MC, que é engenheiro, estará inadvertidamente sofrendo de mal profissional, sendo daquelas pessoas capazes de ver o particular mas não dar pelo gigantesco real que o rodeia. Juro ser ele capaz de ver o invisível, e estou certo, ele vê o pormenor mais ínfimo que se lhe depare.

 

Não é qualquer um que lida com electrões, vocês estão a ver o tamanho dos electrões, dos átomos, de protões, neutrões, provavelmente ele vê tudo aquilo que nós nem imaginamos, aqueles bichinhos pequeninos movendo-se pelos trilhos que lhes destinam, saindo daqui para ali a fim de fazerem trabalhar varinhas mágicas, fazerem trabalhar automóveis, fazerem trabalhar o que quer que calha, querendo passar todos ao mesmo tempo pela estreita secção do filamento de uma lâmpada e por isso, por não aguentar em simultâneo o atrito de tantos e tão apressados passando o estreito, fininho, finissímo filamento fica em brasa e dá-nos a luz que nos alumia.

 

Talvez o meu amigo MC, tão bem preparado para dar atenção ao pormenor, devesse alargar as vistas, acho que devia olhar também para longe, para o horizonte, e treinar ver o geral, ver o conjunto, o resultado completo de todos aqueles pormenores que ele gosta tanto de dissecar. Fico-me por aqui, porque como amigo não tenho interesse nenhum em perdê-lo, afinal de contas não me fez mossa e até aprendi com ele como a condução do pensamento, quer do geral para o particular, induzido, quer na generalidade o inverso*, deduzido, nos pode enganar sem que sequer demos por isso.

 

E vocês ? Têm atentado na miséria ? Lutam contra ela ?



 

* Por existirem várias e diferentes formas de dedução. 






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quinta-feira, 20 de janeiro de 2022

751 - ELA ESTAVA VENDO PASSAR OS NAVIOS ...



A VER NAVIOS

 

Ela estava a ver navios

olhando o mar de olhos no passado

ao longe a linha do horizonte

indistinta

onde acaba o mar e começa o céu ?

alguém que responda

não eu

que nada vejo nem antevejo

talvez navios passando

o mar ondulando

o futuro numa bola de cristal

a esperança num búzio

devolvendo-me o som do mar

a vontade de sonhar

de viver, de partir

de ficar e sonhar

mas

nem um navio se vê passar

nem uma nuvem no ar

ou uma esperança acenar

somente espuma

a espuma dos dias

a espuma do mar

as estrelas do mar

as flores do mar

que doença esta

partir ou ficar ?


Humberto Ventura Palma Baião - Évora - 20 / 01 / 2022 - 19:46h 


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