domingo, 5 de agosto de 2018

527 - SONHO DE UMA NOITE DE VERÃO * 7ª e última parte - “UMA GOLPADA FICCIONADA, A ANCORAGEM DO PODER”

    

 “UMA GOLPADA FICCIONADA, A ANCORAGEM DO PODER” 
              

O senhor Presidente Da República e o seu Conselho tinham ontem mesmo prometido, após o anúncio das primeiras directrizes a emanar no sentido de colocar esta democracia nos eixos, dar-nos a conhecer hoje as restantes medidas que a urgência da situação exige a fim de salvar de si mesmo todos os portugueses. É desse rol de intenções, as quais diariamente irão sendo exaradas sob forma legislativa que hoje vos damos conta. Tudo pela Nação, nada contra a Nação !  Viva Portugal !

Em primeiro lugar há que batalhar e forçar pelo cumprimento das medidas de excepção e recuperação da nação, o pragmatismo estará na primeira linha, a clareza, honestidade e competência na segunda e terceira. A culpa deixará doravante de morrer solteira, e ao cidadão terá que ser sempre explicado, dito e justificado todo o indeferimento, toda a negativa, toda a questão ou dúvida que o mesmo apresente. Doravante a administração pública não só terá funcionários, responsáveis e chefias, como passará a ter nomes e caras.

A economia merecerá especial atenção por razões sobejamente conhecidas e como tal serão doravante fortemente taxados consumos e artigos de luxo, tais como veículos, automóveis e motociclos, férias no estrangeiro, smartphones e todos os produtos classificados como de luxo. A banca receberá do BdP novas tabelas a aplicar sobre créditos apontados ao consumo cuja variação será encontrada entre 50 e 100%, medida moderadora e pedagógica que recairá igualmente sobre o lucro da banca e de sociedades financeiras ligadas a esse ramo creditício.

Serão concedidos durante o período de salvação da nossa democracia e da nação poderes de excepção à PSP e GNR, tal como às regiões militares no sentido de fazerem cumprir os decretos presidenciais. A expressão ou ideia a adoptar para manter a ordem será enclausurar primeiro e imediatamente, e fazer as perguntas depois, com vagar e tempo. Uma vez que já estará sufocado o foco de contestação ou alteração da ordem pública a calma será boa conselheira. Será concedida às forças militares e paramilitares, em especial à PSP e GNR, consentimento (verbal), para uso e recurso à violência controlada, e formalizado convite à resolução local e momentânea de pequenos delitos, contribuindo para a teoria e a prática de uma justiça célere e exemplar, que contribua para desentupir os tribunais da nação libertando-os dos milhares de processos relacionados com pequenos delitos e questiúnculas, quantas vezes sem justificação. Este procedimento será designado como “Justiça na Hora”.

Para além da celeridade do sistema “Justiça na Hora” será igualmente retirada aos tribunais, enquanto vigorarem o período e as medidas de excepção de recuperação da nação, a independência que não têm sabido merecer. Alguns serão extintos ou alvo de profundas reformas, como será o caso do Tribunal Constitucional, cuja lei primordial passará a exigir previsibilidade, pragmatismo, resultados. Passará a estar virada para o individuo, não para os partidos, e passará a incluir no rol dos seus consentimentos todos os regimes, incluindo o fascista. Liberdade é liberdade, sendo essa que será consagrada na futura Constituição, pretende-se que doravante toque melhor viola quem melhores unhas tiver. De igual forma dar-se-ão por terminados os excessivos expedientes legais dilatórios usados da justiça, os quais a arrastam no tempo e conduzem geralmente à prática de injustiças, e a uma desigual justiça para os ricos, outra para os pobres.

Pairando sobre tudo e todos, garantindo a acautelando os objectivos de bem-estar e riqueza que a nação se propõe oferecer a todos os portugueses, será o SIS transformado numa polícia de cariz eminentemente politico e coadjuvante da acção executora, uma polícia moderna, bem treinada, moderadora de excessos e morigeradora de tentações, sob o lema “Tudo Pela Nação, Nada Contra A Nação”. Uma polícia promotora da coesão e solidariedade nacionais. Em simultâneo proceder-se-á à recuperação dos fortes de Caxias, do Aljube, da Trafaria e de Peniche para que passem a reunir condições para a prática de formação em regime de internato a irresponsáveis, incompetentes e negligentes.

A vida humana e a dignidade serão instituídas como valor supremo a defender a par do mérito, da ética e da moral. Neste âmbito será negociada com Cabo Verde a recuperação do Campo do Tarrafal, impar nas condições ideais de isolamento e concentração que oferece, permitindo que seja ministrada formação e preparação psicológica aos menos crentes dos elevados valores que a nação se propõe prosseguir na perseguição do bem comum, do bem de todos.


Dar-se-á resposta e solução à classe médica, uma classe na linha da frente das necessidades de uma população saudável, feliz, produtiva e reprodutiva. Estudar-se-á uma tabela de actos médicos cujos valores serão estendidos a todo o país quer se trate de entidades públicas quer privadas, acabando com a ilógica e inexplicável concorrência, e pior, animosidade entre sectores público e privado. Porém quanto a carreiras médicas será forçada a escolha entre sectores e proibida a promiscuidade entre os mesmos. A exclusividade deixará de ser uma opção para ser uma obrigação. Idem para os serviços de ensino e onde quer que a medida se justifique.

A este propósito acresce esclarecer que será controlada e vigiada a actividade das ordens. Olhar-se-á sobretudo para que não condicionem, atrapalhem ou prejudiquem a actividade e liberdade dos seus membros, cuja defesa aliás lhes compete. As ordens não poderão constituir um poder paralelo dentro dos poderes que compete à nação exercer.

Será estabelecido para os médicos um regime idêntico ao de militares e juízes. Serão colocados por concurso onde houver necessidade deles. Os que recusarem lugares atribuídos sem forte e comprovada justificação ficarão impedidos de concorrer a vagas na sua especialidade ou carreira durante um prazo de três anos. Adiantamos que em relação aos cursos médicos, e quaisquer outros cursos, desde que administrados por entidades públicas, passarão os mesmos a ser definidos por um valor, valor esse a ser reposto, a ser devolvido aos cofres da fazenda caso o possuidor do diploma abandone território nacional. Todo o sistema de ensino será alvo de cuidadosa apreciação e tabelados anos e níveis de ensino por cada curso. Emigrantes, repetentes e retidos ficarão em dívida para com a nação até ser reposto o valor que os contribuintes, sem qualquer proveito para eles ou para o visado, “gastaram” com esse estudante.

A nação deverá apostar fortemente na paz, como tal deverá ser dada prioridade à recuperação da fábrica de armamento FBP em Braço de Prata, recuperar as fábricas e produções das antigas Berliet e Chaimite. Obter licenças actuais de modelos de ponta e a serem produzidos com o alvo na exportação. Neste item serão reavivados os estaleiros navais e a indústria inerente a qual poderá produzir de embarcações de pesca a navios de transporte, cruzeiros, navios patrulha e corvetas ou fragatas, os designados cruzadores ligeiros, áreas em que existiu no país uma tradição secular e invejável. Proceder-se-á à recuperação de todo esse saber, de toda essa mão-de-obra especializada e competitiva em todo o mundo e que a perda da independência da nação deitou a perder.

Os jovens terão que constituir a charneira do pensamento desta nação nova que se deseja fazer vingar. Num primeiro momento as Forças Armadas apostarão no voluntariado, prepararão os jovens para as artes da paz e da guerra, nas diversas especializações militares, nas artes e nas forças especiais de modo a que possam fazer dessa aprendizagem modo de vida e futuro e que, lá fora, possam representar condignamente a nação intervindo, através de protocolos, acordos e contratos a estabelecer entre países e que contribuam para que à nossa juventude, economia e soberania possa antecipar-se um futuro risonho. A nossa juventude deve, neste item, estar bem equipada e melhor preparada para garantir a paz em qualquer parte do mundo onde sua presença, saber e coragem possam vir a ser solicitadas. Muito há a fazer pelos jovens no sentido de lhes assegurar um futuro digno para que se recupere a felicidade e o equilíbrio demográfico. Num primeiro momento há que fomentar entre eles a preferência pelo arrendamento habitacional, há que libertar os jovens de encargos prematuros com habitação própria. Há que contribuir para a sua mobilidade e liberdade de movimentos total, há que evitar que fiquem amarrados à casa, evitando a vergonhosa situação de sobrarem ofertas de emprego num lado quando a procura surge noutro. Os jovens não andam com a casa às costas nem podem dar-se ao luxo de a vender por tuta e meia para acudirem a um emprego numa cidade distante. Como iriam comprar outra ? O arrendamento é a solução que deveria ter sido pensada e fomentada desde sempre. Impõe-se o controle do mercado habitacional de arrendamento e do valor das rendas a nível nacional.

À nação compete estabelecer, cumprindo, fazendo cumprir e vigiando, um verdadeiro Contrato Social com o povo português, tornando-o confiante, capaz, competente, responsável, feliz e rico. Foi dentro desse espirito que se proibiu com caracter de urgência e a quem já tenha exercido funções políticas de voltar a exercê-las por um período de dez anos, salvo excepções devidamente justificadas e autorizadas. Politicamente a divisão administrativa do país sofrerá dentro de pouco tempo reformas inimagináveis mas necessárias à garantia do nosso futuro. As ideias de regionalização e de descentralização foram já colocadas de parte por inapropriadas. Num país pequeno como o nosso, dispondo de tecnologias de comunicação como as que actualmente existem é dispor de um país na palma da mão. A todo o momento existe acesso à realidade, às estatísticas, e a todo o momento se pode governar um país como se ele fosse uma pequena região. Negar este facto é cair na demagogia.

Para além das medidas que se impõem de imediato para colmatar o desequilíbrio interior / litoral em vigor desde há quarenta anos, não serão tomadas mais medidas que fragilizem ou despedacem a coesão territorial. Doravante não contaremos com mais de cem concelhos ao invés dos mais de trezentos actuais. O número de freguesias será reduzido em cinquenta por cento. Os futuros Presidentes de Concelho serão nomeados pela Presidência da Nação, os vereadores serão escolhidos através de listas nominais, não haverá lugar para listas partidárias. Por todo o país correrão listas sem partidos, estes foram considerados pelo "Conselho da Presidência" os culpados pelo nepotismo, corrupção e compadrio que levou a nação à bancarrota por quatro vezes e por uma situação insustentável que ora se pretende contrariar. Nenhum eleito poderá exercer mais de três mandatos interpolados. Quem já exerceu funções políticas foi proibido de o voltar a fazer.

Depois de todas estas medidas, e naturalmente de outras que o presente e o futuro aconselhem, é esperar, rezar e esperar, o trinómio Deus, Pátria, Família será de novo o anjo de protecção deste povo. Tudo faremos para o conseguir, legislaremos antecipando o futuro, estabeleceremos objectivos, prazos, metas, responsabilidades, desígnios, rácios, percentagens, legislaremos preparando esse futuro, e faremos obrigatoriamente o balanço no fim de cada ano.

Deus nos ajude. Tudo Pela Nação Nada Contra a Nação !

Viva Portugal !


* “Sonho de uma Noite de Verão” no original: A Midsummer Night's Dream, peça teatral, autoria de William Shakespeare, comédia escrita em meados da década de 1590.

sábado, 4 de agosto de 2018

526 - SONHO DE UMA NOITE DE VERÃO * 6 .........



  “SONHO DE UMA NOITE DE VERÃO, UMA GOLPADA FICCIONADA”


Recapitulemos os pontos anteriores. O modo como esta nossa democracia corrupta se foi instalando, o movimento de capitães, a origem do 25 de Abril de 1974, quem sabe se não poderia acontecer tudo de novo, nada é impossível, não dizem constantemente que a história se repete ? Não tem aparecido ninguém com carisma, quem seja capaz de se afirmar, estadistas assim aparece um de cinquenta em cinquenta anos, estará na hora de aparecer esse homem providencial. A aparecer que apareça quem nos arraste. A manobra nem teria que ser muito diferente do que foi em 74, garantir a fidelidade de militares fiéis e patriotas, declarar sem alarme o estado de emergência, pois seria de uma emergência que efectivamente se trataria, apelar à compreensão nacional e internacional pela luta da nação, pela sua sobrevivência e independência, pela recuperação das suas economia e soberania…

Tomar o poder pela força, não há outra solução, os partidos nunca abrirão mão do controle politico da nação, vai ter que ser à moda do vai ou racha, ou todos direitos ou todos marrecos, ou todos felizes da vida ou todos lixados, o país é de todos e não de uns quantos privilegiados. Tomar o poder numa posição equivalente à de um Presidente num regime presidencialista, dissolvendo a AR, e substituindo-a por uma câmara de conselheiros presidenciais.

Declarar sem alarde o estado de emergência, pois é duma verdadeira emergência que efectivamente se trata. Apelar à compreensão para a luta nacional e patriótica pela independência, sobrevivência e recuperação da nação. Conquistar e assegurar a simpatia e adesão de importantes chefias militares e paramilitares para a causa nacional, uma causa de sobrevivência e independência a que a PSP e a GNR não poderão ficar indiferentes.  

Dissolver a actividade partidária e proibi-la mesmo enquanto vigorar o período de excepção sem que, por enquanto, se extinga ou proíba ainda a existência dos partidos, dar tempo ao tempo, dar folga, não apertar demasiado sem necessidade ou justificação mas nunca tirando o olho do burro nem do cigano.

Convidar os mídia a adoptar uma posição e atitude positiva, de bom senso, não hostilizando a politica democrática e patriótica de recuperação da independência da nação que se está tentando instaurar, conquistando-a para a causa, contudo, encerrar de imediato jornal, revista, rádio ou estação televisiva que reiteradamente teime não adoptar as medidas aconselhadas.

Naturalmente impor-se-á o restabelecimento e controle de fronteiras terrestres, marítimas e aéreas, apelar ao sentido patriótico de todos os portugueses, formalizar a igualdade entre eles, formal e informal, fundir num só todos os sistemas e subsistemas de saúde dos pescadores aos bancários, dos privados aos servidores públicos do estado, dos militares aos civis é somente um mero exemplo. A longo prazo tentar a recuperação para a nação do controle da banca e dos seguros, da energia, da distribuição, dos transportes e rodovias, portos, aeroportos, auto-estradas, vias férreas, terminais de contentores etc. Abrir todos esses sectores à concorrência e acabar com monopólios, de modo a enfraquecer a posição dos instalados e tornar mais fácil a sua recuperação pela Nação.

Redigir um Plano Nacional Quinquenal de construção, reparação e recuperação de hospitais, estradas, pontes, fábricas, em especial as cimenteiras, caminhos-de-ferro, portos, aeroportos e todo o tipo de estruturas cuja necessidade se manifeste.

Obrigar ao estabelecimento da modalidade “Balcão Móvel” por parte dos municípios, (cuja associação nacional será extinta por inutilidade) balcão que terá como finalidade levar os serviços autárquicos e pessoal técnico das edilidades a deslocar-se à morada do promotor / empreendedor / investidor / empresário, para os acompanhar nos seus esforços de investimento e lhes apontarem soluções resolvendo-lhes os problemas surgidos. Qualquer empresário terá somente que se dirigir aos serviços da autarquia uma única vez, a primeira. Limitar as despesas dos municípios com pessoal a 20% das receitas efectivamente obtidas pelos serviços. Gradualmente assistir-se-á à privatização, com entrega a cidadãos nacionais, de serviços básicos como recolha de lixo, limpeza, esgotos e águas, paulatinamente outros serviços serão igualmente privatizados, libertando as autarquias de áreas fora da sua vocação e fomentada a concorrência entre esses mesmos serviços, como transportes rodoviários locais, regionais, inter-regionais e nacionais.

Forçar o IEFP a ser parte activa na recuperação da economia e soberania da nação, e desafiá-lo a adoptar uma atitude menos burocrática, mais proactiva, palpável e prática. Fomentar e acarinhar o aparecimento e desenvolvimento de empresários e industriais nacionais, de famílias tradicionalmente investidoras e detentoras de capital nacional, e sensibilizá-los pra a responsabilidade social do seu papel ante os portugueses e a recuperação da economia e soberania nacionais. Apelar ao seu sentido patriótico e de dever para com a nação.

Convidar ao retorno de todos os capitais sedeados em offshores. Findo o prazo pena pesada para os prevaricadores, apreensão das verbas envolvidas que reverterão a favor do estado. Congelamento de vencimentos, pensões e carreiras de modo a serem rápida e judiciosamente revistas. Imposição de um patamar mínimo e de um tecto máximo,  a exemplo da rica Suíça. Reforço das pensões para valores mínimos aceitáveis a fim de manter uma velhice digna. Garantia de que nenhum cidadão nacional será tratado de modo desigual perante o fisco ou de quaisquer outras formas e em relação a qualquer outro cidadão estrangeiro residente em Portugal. Proibição de recebimento de pensões duplas ou triplas. Proibir o duplo emprego desde que a soma dos valores envolvidos iguale ou ultrapasse o valor da mediana X  a determinar.

De igual modo, e enquanto durar o período de excepção de recuperação da economia nacional, será extinta a autonomia universitária. Serão confrontadas todas as entidades dedicadas ao ensino superior e convidadas a tornarem-se fonte de receitas e não um escoadouro dos parcos dinheiros da nação. Serão desafiadas a uma prova de vida, a provar que merecem existir e continuar, não se remetendo à confortável situação de esperar pelos fins de mês e transferências do orçamento, antes contribuindo com o saber dos seus sábios para a contribuição e superação dos seus próprios custos de funcionamento. Serão extintas no ensino superior as licenças de abertura de novos cursos de papel e lápis, e mesmo os já existentes serão gradualmente encerrados de modo a não prejudicar os alunos inscritos nesses cursos. Todo o ensino superior será reduzido e condicionado a uma tipologia de formação conforme aos interesses da nação. Nesse contexto e reiterando o dito no início deste capítulo, serão condicionados os cursos de cariz histórico / psicológico / filosóficos e de letras, repete-se, enquanto durar o período de excepção de recuperação da economia nacional.

No que concerne ao ensino secundário será este alvo de uma profunda avaliação dos professores, cujas férias serão reduzidas, tal como as dos juízes e as de todas as classes aos 22 dias uteis da praxe, prazo que em caso algum será ultrapassado. Nos estabelecimentos de ensino secundário público, a gestão de cada escola será entregue aos professores do quadro permanente e às associações de pais respectivas. Qualquer recusa na assumpção desta tão nobre missão dará, no caso dos professores, imediata colocação fora do sistema de ensino, e à interdição de participação em quaisquer associações de pais no inerente a estes últimos. Proceder-se-á ao reforço da língua portuguesa e inglesa, do ensino básico ao superior, idem para o estudo das matemáticas e ciências. Deverá ser efectuada forte aposta nos cursos técnicos e técnicos científicos.

Estabeleceremos uma série de fortes medidas e incentivos no apoio a empresas detidas por nacionais que se proponham substituir importações, e igualmente às exportadoras já instaladas e a instalar. Restabeleceremos a confiança e segurança de empresários e de empresas, a nível laboral, fiscal e social,. Em nome da estabilidade será dado fim aos contratos a termo, aos precários, e as tabelas de vencimentos terão caracter abrangente e nacional de acordo com mérito, produtividade, absentismo e habilitações para a função. Extinção imediata do SMN, liberalização regulamentada dos despedimentos, deixaremos actuar o mercado, a concorrência e haverá liberdade de escolha e de recusa de salário ou de emprego. Todas as empresas, desde que acumulem mais de cem funcionários, abrirão obrigatoriamente creches gratuitas, estas creches ficarão abertas às empresas envolventes, podendo ser subsidiadas pela Segurança Social. Será restabelecido o horário de quarenta horas para todos, e dar-se-á continuidade à gestão transparente de um banco de horas. Em nenhum caso a remuneração dos rendimentos financeiros ou especulativos poderão ser percentualmente superiores à remuneração dos rendimentos do trabalho. Todos vivemos e sobrevivemos na economia real, e essa realidade, equidade e igualdade terá que ser um fiel para todos.

Deverá proibir-se liminarmente, e enquanto durar o período de excepção de recuperação da economia da nação, toda e qualquer actividade sindical. Imposição aos sindicatos de listas para os corpos sociais determinadas por decretos emanados pela Presidência da Nação. Imposição do modelo de greves sem paragem laboral, à moda japonesa. Cada operário em greve colocará uma braçadeira amarela no braço a fim de ser exactamente apurado o número de grevistas e, se superior a 50% dos efectivos totais envolvidos, gerar obrigatoriamente no prazo de um trimestre reuniões “conclusivas” entre administrações empresariais e o sector grevista.

Estas são as primeiras medidas, as mais urgentes, aquelas que deviam ter sido tomadas de há quarenta anos para cá e que teriam evitado ter-se chegado ao ponto a que se chegou, fazendo nossas as palavras de Salgueiro Maia proferidas há quarenta e quatro anos, hoje diríamos que:

“Há diversas modalidades de Estado: os estados socialistas, os estados democráticos e o estado a que isto chegou ! Ora, nesta aventura solene, iremos acabar com o estado a que chegámos. De maneira que quem quiser, estará connosco, estará do nosso lado, e acabaremos com isto. Quem é voluntário alinha. Quem não quiser não é obrigado e ficará vendo o país progredindo.”

A Presidência Da República e o seu Conselho darão amanhã a conhecer as restantes medidas que a urgência da situação exige afim de salvar de si mesmo todos os portugueses !

Tudo pela Nação, nada contra a Nação !

Viva Portugal !
  
             …………………  continua …………………….


7ª e última parte - 527 - “UMA GOLPADA FICCIONADA, A ANCORAGEM DO PODER”



* “Sonho de uma Noite de Verão” no original: A Midsummer Night's Dream,  é uma peça teatral da autoria de William Shakespeare, comédia escrita em meados da década de 1590.


sexta-feira, 3 de agosto de 2018

525 - CONVERSAS COM A NETINHA LEONOR ...



Hoje passei a manhã com a minha netinha e almoçámos juntos. Calhou assim, não é costume mas a Luisinha estava desde as oito em oncologia fazendo químio… De vez em quando encontramo-nos no café do bairro, ali é mais fácil esbater as formalidades usadas em casa, no café informalidade e alegria surgem espontaneamente, de forma irreverente e inopinada e a distância entre nós naturalmente desvanece-se, sentados ficamos da mesma altura e à mesma altura.

O tema da conversa começou nem recordo porquê pelo séc. XVIII, talvez por que tivéssemos anteriormente combinado o encontro para rever nas férias história e geografia. A verdade é que acabámos por nos centrar na "Passarola" do Padre Bartolomeu de Gusmão, nos balões que fogem das mãos das crianças subindo no ar, diversão tão comum na China, até chegarmos por maiêutica aos conceitos de mais leve que o ar, da pressão atmosférica, de que o ar quente é mais leve que ar frio, de que o ar tem peso, de que o ar tem força e exerce pressão sentindo-se se, com o carro em andamento meteres a mão fora da janela...


Mas cuidado, tal não se faz, não arrisques ficar sem a mão ou sem o braço, foi assim que o francês do InterMarché do Frei Aleixo ficou sem o braço esquerdo, por descontraidamente o levar apoiado na janela quando lhe foi atrozmente arrancado pelo cotovelo ao cruzar-se com e raspar num camião.

Há quem tenha ficado sem a cabeça à conta destas parvoíces, com os miolos todinhos espalhadinhos pela estrada daaaaahhhhhhhhhhhh que nojoooo !!!!!

e bla bla bla por vias e travessas lá chegámos à conclusão de que sem a protecção e a pressão do fato espacial, na lua, que não tem atmosfera, peso, pressão, um astronauta simplesmente explodiria, e etc etc etc.. É que na terra o ar tem peso e muito,  é um quilo por cm2 será o equivalente a 2 ou 3 autocarros, vá lá, ficaremos a meio, dois autocarros e meio em cima de cada um de nós, sempre.
É mesmo assim, não torças o nariz, o avô não está a embarrilar-te,  é que ainda que o ar seja extremamente levíssimo não é isento de peso. Cada um de nós tem em média uma superfície de pele no corpo aproximadamente igual a 1 metro quadrado, um nadinha maior que o tampo desta mesa. Sabendo isso imagina o que cada pessoa aguenta, 1 cm2 é igual a esta unha, quantas vezes cabe no tampo da mesa ? Quantas ? É esta força extrema da pressão atmosférica que suportamos, carregamos sempre até a dormir, e só não sentimos nada nem somos esmagados por esta força porque o ar que está contido no corpo se equilibra com o ar de fora. Olha, como os balões que ora sopramos e enchemos ora sorvemos até os espalmarmos, a pressão que actua de fora para dentro e de dentro para fora do balão, ou do corpo anula-se a ela mesma. 

          Foi um príncipe francês, Pascal quem descobriu há quatro séculos este estratagema e um dia havemos de falar deste Blaise Pascal e do seu Princípio de Pascal. Era um tipo curioso, a brincar a brincar aos 19 anos construiu a primeira máquina de calcular imagina. Uma criança a quem o pai recomendou o estudo da história, da geografia, como estamos fazendo, e da filosofia que tem que ver com a pergunta que te fiz há um ou dois meses e cuja resposta ainda espero, eu tenho tempo, e paciência, só quero que me digas qual o sentido da vida e quando te sentires segura podes vomitar o que pensas sobre isso. 

          Falaremos então sobre esse tema, OK ?


E ao abordarmos o tema dos chinocas do Bartolomeu e da Passarola, ao falarmos em balões, a conversa tornou-se festiva e a carinha dela sorriu como se estivéssemos numa festa. O senhor Nuno animou a coisa e trouxe-me o suspiro habitual, a recarga de açúcares das onze. Como ela se adiantou e me xingou a cabeça por causa dos doces, eu acusei o ataque, cortei-lhe o pio e saquei da história do Hindemburg, aquele balão fenomenal e extraordinário que se incendiou resvés de Nova Iorque, aproveitei a maré e quando demos um giro pelo Youtube p’ra ver a cena macabra a carita de gozona passou-lhe logo. Com mulheres um homem tem que estar sempre preparado e com resposta pronta.

Fez uma cara de quem cheirou carne esturrada mas depressa lhe passou, falámos do hidrogénio inflando-se como um fósforo amorfo e na qualidades do hélio, que não se incendiaria e actualmente enche os balões das festas da criançada por ser inofensivo, falámos de novo nos tais milenares balões de papel chineses e fizemos uma pausa e um suponhamos, de que o padre Bartolomeu provavelmente conheceria os balões dos chinocas antes de se meter a fazer a Passarola...

P’lo fim da manhã deduzimos que, como no Brasil não o deixaram lançar a Passarola, já imaginaste Leonor o tamanho do Brasil, o gigantismo daquela floresta imensa  ? Seria um perigo, daria um incêndio para nunca mais acabar. Mas o padre Bartolomeu era esperto, veio para Portugal onde somos todos maneses menos o Marquês de Pombal, que reconstruiu a baixa com uma grelha lógica mas quem sem lógica nenhuma meteu outros na grelha do grelhador da Santa Inquisição e, como se isso não bastasse expulsou os jesuítas, que sabiam tanto ou mais que o príncipe Pascal. Quando se quis redimir e perdoou os judeus era já tarde, poucos ou nenhuns cá tinham ficado, e assim ditou a nossa pobreza franciscana.... A nossa pobreza de espírito…

Adianto-vos que, como ela netinha facilmente pôde concluir, sobre todas estas inteligências paira o avô dela, eu, eu e o Hélio, mais leve que o ar, mas das qualidades do Hélio falaremos amanhã, era bom tipo o Hélio  😊

Agora só cá para a gente, era um bom sacana o Hélio ...

Bem, e já cá estamos no amanhã que é o hoje e o agora, começámos realmente pelo hélio, eu ontem mentira-lhe, sem querer claro, dissera-lhe que o hélio enchia o Hindenburg se incendiara e afinal o hélio é inofensivo e quem mandara o Zeppelin digo o LZ 129 Hindenburg abaixo afinal fora o hidrogénio, um gás muito instável e facilmente incendiável. Mas se estiveram atentos terão reparado que no texto eu já corrigira esse erro crasso.

Ontem estavas na maré baixa avô, mas o erro foi pequeno, eu percebi a ideia, não se enchem balões com ares perigosos como aquela gente fez.

Pois não e por falares em maré qual julgas tu que é maior, a Terra ou a Lua ? Ou não estás em maré de précuras e answers hoje ?

Também tens direito aos teus dias não será ? :P  

Ora essa é fácil, a Terra.

Pois é tens razão olhando e comparando a Terra e a Lua parece-nos grávida a nossa Terra, ta mais cheiinha, tá grávida e com gravidade, que sabes tu da gravidade ?

Sei que se não fosse ela andávamos voando pelos ares.

Muito bem, como os balões não seria ?  E já agora qual delas terá a maior gravidez ? Digo gravidade ?

E foi aqui que ela embatucou e para a destravar, para a soltar, lhe perguntei o que queria.

Nada.


Querida, o senhor Nuno alugou ou comprou o café, paga uma renda ou uma prestação mensal para nos poder proporcionar o prazer de uma mesa, umas cadeiras, temos jornais e revistas, ar condicionado, televisão, música e umas exposições de vez em quando, se queres continuar sentada na cadeirinha dele terás que a alugar um bocadinho, pelo menos enquanto aqui estiveres, ou então fazes uma despesa mesmo pequenina para ele ganhar alguma coisa e poder pagar o aluguer ao fim do mês entendes ?

Olha eu alugo esta mesa e esta cadeira quase todas as manhãs, não alugo, mas faço uma despesita para ajudar o desgraçado porque ele não é meu pai, nem teu avô perxebes ? Isso, OK vai lá buscar uma água então.

Ora vamos lá ver esses livros que aí trazes. Mas tu afinal só queres respostas ?? E as perguntas ?? Não te ensinam a fazer perguntas ??  Já é tarde, amanhã pedimos duas doses, uma de Heliocentrismo e outra de Geocentrismo, servidas numa taça de gravidade queres ?? :P


…………………….. continua …………………………

quinta-feira, 2 de agosto de 2018

524 - SONHO DE UMA NOITE DE VERÃO * 5 .........




O modo como esta democracia foi instaurada e instalada, por militares ignorantes das coisas da política, e por políticos sabedores em demasia do mesmo mister, conduziu a que fosse entregue de mão beijada nas mãos dos partidos, deixada a desejo das jotas, ao sabor dos aparelhos partidários, dos boys, padrinhos, afilhados, sobrinhos, tios e tias e até das concelhias. De tal modo que o povinho esse, é quem menos ordena, ordena ainda menos que no tempo da outra senhora… Mas tem outras qualidades, goza a vida, produz pouco, pouquíssimo, mas reivindica muito, luta pelos seus direitos, furta-se a quantos deveres pode e vive à margem das guerras da produção, da produtividade, da rendibilidade, não fosse o tempo demasiado quente e viveríamos no paraíso.

Lamentavelmente não tem aparecido ninguém com carisma, com saber e eloquência, falando verdade a este povo crédulo explicando a toda a gente as consequências do caminho trilhado. Não tem aparecido quem entusiasme, quem arraste multidões, quem seja capaz de se afirmar pela sinceridade e dê a volta a isto, que apresente um projecto de futuro, mobilizador e agregador. Em suma não tem aparecido ninguém com tomates. Segundo as estatísticas, estadistas assim abonados aparece em média um de cinquenta em cinquenta anos, ora estamos em 2018, é hora, estará na hora de aparecer esse homem indispensável e providencial.

A aparecer que apareça quem arraste tanta gente quanto o “Presidente Rei” Sidónio Pais arrastou em 1917/18, ou Salazar, o salvador da pátria. É óbvio que terá a tarefa dificultada por todas as peias e entraves que esta democracia estendeu a si mesma, de tal modo que nem se deixa medrar, nem a ela nem à nação. Esta democracia instalou todos os mecanismos que potenciam o nepotismo e a corrupção e nenhum que a tire do poço ou do marasmo que a si mesma se concedeu e apadrinhou.

A democracia, todos o sabemos, é o sistema da maioria, a maioria é o vulgar (não quis usar o termo ordinário, contrário de extraordinário) e o vulgar, o ordinário é o mais pobre, das ideias aos valores, princípios e conhecimentos, os quais não se importa de espezinhar e aviltar em proveito próprio. Da vulgaridade nada de extraordinário deve ser esperado, nunca a nossa história registou os feitos de homens vulgares, nem os houve. Estamos então confessados, esta democracia tem sido a nossa perdição, não é o caminho da salvação e já muita gente o percebeu.

Há dois mil anos já os romanos o tinham percebido, sendo o Senado quem legal e legitimamente, em situações de crise, nomeava um ditador, a quem atribuía poderes máximos, definia objectivos e prazos. Precisamente o oposto do que se passa neste país, onde a democracia não resolveu nenhum dos nossos problemas mas nos trouxe imensos. O problema da democracia é não ser a solução para os todos males, nem se adaptar a determinadas situações ou populações. Tal como a fruta tem o tempo próprio para ser colhida, armazenada, transportada e fruída, também a democracia exige condições pré-determinadas para ser vivida e vivenciada.

O que nasce torto tarde ou nunca se endireita e a voragem dos políticos, a corrupção, a irresponsabilidade e a incompetência são males que assolam Portugal e têm a idade desta disfuncional democracia, pois logo a seguir ao 25 de Abril deviam ter-se traçado os eixos prioritários que definiriam a sustentação estrutural do país, o seu esqueleto digamos, ou exo-esqueleto, mas tal não se fez, e nunca mais foi feito. Não o foi no aspecto concernente a aeroportos e portos, nem nos aspectos rodoviário, ferroviário, ou marítimo, nem no sistema de ensino ainda aos trambolhões, tal qual o sistema de saúde e segurança social se encontram actualmente. Não tivesse o SNS sido erguido nessa altura e não o seria de certeza. Outros aspectos desta estrutura foram igualmente esquecidos, ou torpedeados, como aconteceu com a agricultura e as pescas. A economia e a indústria nunca mereceram qualquer atenção especial, e quanto à banca, seguros e energia pensou-se nelas sim mas apenas para apurar por quanto as alienar.

Do que se conclui viver Portugal um momento excepcional da sua história, um momento em que somente gente excepcional será capaz de tomar e assumir medidas excepcionais, será capaz de nos emocionar, empolgar, mobilizar, arrastar, levantar o moral, tornar a moralidade e a ética valores a respeitar, tornar a justiça célere e justa, exemplar e acessível a todos, começando por acabar com os expedientes dilatórios os quais permitem todo o tipo de tropelias absurdas e os atropelos e injustiças que todos conhecemos.

Vivemos como todos sentimos, uma situação excepcionalmente negativa da nossa história, precisamos de um líder excepcional e de soluções excepcionais. Alguém por sua vontade e imposição deverá, terá que se erguer e tomar em mãos as rédeas desta nação e voltar a fazer dela uma nação. “O fraco rei faz fraca a forte gente” ensinou-nos Camões, é hora de todos trabalharmos pela nação, é hora de tudo fazer pela nação. É de novo tempo de erguer as mãos, pegar em armas e lutar por Deus, Pátria, Família, autoridade, um corpo só, um por todos, todos por um, um pé no pescoço dos recalcitrantes, uma polícia que modere excessos e capaz de morigerar tentações. Eça tinha razão, a democracia fica-nos curta nas mangas, não foi feita para nós.

Voltamos ao eterno dilema, que fazer ? Sair da UE sem ruido para não se perder esse enorme mercado mas podermos tomar as rédeas da governação da nação. Pirueta difícil mas não impossível. E não sair do Euro, não sair do Euro por nada, se a Inglaterra pôde fazer parte da Comunidade Europeia sem fazer parte dos países do Euro, talvez nos fosse possível continuar no Euro sem estar oficialmente na comunidade, talvez a UE respirasse de alívio com a nossa saída, de qualquer modo é uma ginástica a ser tentada. Manobra a ser tentada em simultâneo com a garantia da continuidade pelo respeito e cumprimento do acordado com empresários, actividade empresarial, investidores e credores, tentando que as Agências de Rating não passassem de nós uma imagem assustadora para os mercados.

É evidente que uma manobra destas só acontece em sonhos, mas também ninguém esperava o bambúrrio do 25 de Abril e ele aconteceu. Mais a mais poderá sempre aparecer um personagem patriótico estilo Jaime Neves e colocar o orgulho do país na frente de tudo o resto. A época é propícia, os militares do Exército furtam-se a falar na comissão de inquérito parlamentar ao caso das armas roubadas em Tancos, os da Força Aérea estão a braços com um processo de desvio de milhões nas verbas para aprovisionamento das cantinas, a Marinha encolhe-se sempre que ouve a palavra submarinos. Havendo razões de sobra para alguém tentar pôr esta merda novamente de pé reconquistando o prestigio das Forças Armadas e repondo a sua honra.

E quem sabe se não poderia acontecer tudo de novo ? De novo e igualmente no encantador Monte do Sobral, na estrada que liga a vila de Alcáçovas a Viana do Alentejo, bem no coração do Alentejo, um típico monte alentejano que em tempos esteve ligado à história recente de Portugal, pois ali se realizou, em 9 de Setembro de 1973, a 1ª reunião do movimento de capitães que viria a dar origem ao 25 de Abril de 1974. Nada é impossível, não dizem constantemente que a história se repete ?

A manobra nem seria muito diferente do que foi em 74, garantir a fidelidade de uns quantos fiéis militares, avançar direito a Lisboa, tomar de assalto pela calada os pontos estratégicos essenciais, firmar posições, afirmar-se no terreno e declarar sem alarme o estado de emergência, pois seria de uma emergência que efectivamente se trataria, apelar à compreensão nacional e internacional pela luta da nação, pela sua sobrevivência e independência, pela recuperação da sua economia e soberania…

                …………………  continua …………………….

    “SONHO DE UMA NOITE DE VERÃO, UMA GOLPADA FICCIONADA” …



* “Sonho de uma Noite de Verão” original: A Midsummer Night's Dream, é uma famosa peça teatral da autoria de William Shakespeare, comédia escrita em meados da década de 1590.

quarta-feira, 1 de agosto de 2018

523 - SONHO DE UMA NOITE DE VERÃO * 4 .........



Ora íamos nós dizendo, ia eu dizendo que, como se este panorama não bastasse, sair do Euro ou não, tudo que viesse de fora aumentaria enormemente mal saíssemos do Euro, acrescentem-se as alcavalas de impostos destinadas a manter o estado gordo, naturalmente para te desmotivar a comprar fora, motivar ao consumo interno, travar a saída de divisas, obrigar à poupança, ao comedimento, nada de vivermos acima das nossas possibilidades bla bla bla. De seguida iríamos ver o que aconteceria com a importação de matérias-primas, maquinaria e bens de equipamento.

7 - Penso que estarão lembrados ainda que muito simplesmente ficariam repentinamente muito muito mais caras e caros, logo o seu reflexo nos custos originaria aumentos no que quer que com elas e eles fosse fabricado, produzido, de modo que tornaria esses produtos além de mais caros mais inacessíveis aos de dentro, aos tugas, e aos de fora. Exportar tornar-se-ia mais difícil, produzir uma aventura, investir um milagre, tudo definharia, tudo empobreceria. Se agora as coisas são como são, imagina como seriam ó Sebastião… 

Metade ou quase das nossas importações são bens de equipamento destinados a completar muito do que exportamos. Num navio praticamente só o casco, estrutura e mão-de-obra são nacionais, de resto, do mais pequeno GPS aos motores tudo vem de fora. A AutoEuropa monta e pinta automóveis, e à excepção dos conjuntos de pedais e dos escapes tudo o resto vem de fora, para que compreendam o arame de circo em que a nossa economia balança e assenta.

Ora sucede que actualmente não se pode mexer na moeda, digo desvalorizar a moeda, mas podem-se desvalorizar outros factores com peso na produção, como salários, mantidos forçosamente baixos desde a crise e que no geral têm sido mantido baixos e assim irão continuar. A baixa dos salário, de que faz parte o congelamento de carreiras e a dificuldade de admissão na função pública (este último item é questionável), conjugada com a sangria nos impostos retira capacidade de compra ao pagode o qual, vai comprando umas couves e pouco mais, e se houver mais há que sacar-lho antes que se meta a trocar de carrinho fazendo as delicias das economias alemã, ou japonesa ao engravatar-.se com um BMW, Mercedes ou um valente jipão Toyota, que é o que a malta faz mal se apanhe com uns dinheirinhos no bolso. 

Há que travar todas essas veleidades, esta é só mais uma das peculiaridades das nossas gentes, da nossa democracia, fazermos mais pelas economias e democracias dos outros que pela nossa. Há portanto justificada razão e urgência em evitar a sangria de divisas, há que travar este inconsciente pessoal o qual, curiosamente obriga a penar mais os que menos gastam e menos esbanjam. Todas estas medidas foram e são medidas pensadas, repensadas e coordenadas com a Troika por isso não te arrelies muito, nem grites, nem percas tempo em manifs porque o que tem que ser tem muita força e estas questões são questões de estado e muito superiores aos problemas da tua paróquia.

É que entretanto ninguém pára nem a dívida nem o deficit, até porque as grandes empresas nacionais e altamente rentáveis, como a EDP, a ANA, as OGMA, a REN, a TAP, a PT Telecom, os seguros, a banca e tantas outras cujo nome nem me ocorre agora, as quais podiam e deviam canalizar os seus fabulosos lucros para ajudar a combater deficit e divida, e até a aprovisionar e impulsionar o investimento, simplesmente já não são nossas, foram vendidas a pataco para diminuir o que nunca diminuiu nem pára de crescer, foram-se os dedos e os anéis. Nem já as estradas são nossas, pertencem a um tal de PPP que ignoro ser chinês ou Luxemburguês. Antes fossem do PQP que pode ser um fascista mas é um fascista dos nossos. O que não podemos é voltar a ter grandes empresas públicas para enfiar de novo boys, protegidos, afilhados, sobrinhos, amigos e amigas, amantes, concubinas e toda a casta da puta que os pariu, como soez e infelizmente é prática em muitos municípios. 

A fim de fazermos uma pequena ideia da tempestade que sobre nós se abateu vou alinhavar apenas três linhas, esturrámos ingloriamente o ouro que o outro bandido nos deixara, vendemos ao desbarato as maiores e as melhores e mais rentáveis empresas públicas e acumulámos uma dívida castradora e sufocante que nos amarrará durante trezentos anos. Vantagens ? Doravante não precisamos emigrar para sermos escravos lá fora, já podemos ser escravos dos outros cá dentro, nem nos restará mais que sermos escravos de estranhos na nossa própria terra.

Quando disse que esta república e estes partidos, do centrão às extremidades são piores que os Partidos Progressista e Regenerador da primeira república baseava-me no exemplo histórico. A história, o passado mostra-nos, demonstra-nos e ensina-nos, curiosamente ou devido a estupidez e ignorância congénitas não aprendemos nada de um dia para o outro.

Apesar destas cenas apocalípticas e macacas temos conseguido aumentar as exportações, mérito e palmas para empresários e empresas, a percentagem agora alcançada devia tê-lo sido há trinta anos atrás e estar hoje dobrada, duplicada. É este o único aspecto positivo que tenho para vos oferecer, em quase tudo o resto as diversas governações têm sido um desastre, assim está o país, um vero exemplo demonstrativo pelos resultados apresentados, do máximo que tem sido obtido ou conseguido. Mas quem se atreve a fazer balanços ? É o fazem …

Inteligente, inteligente parece só termos o vereador do BE, Ricardo Robles, pena que ao invés de se lembrar apenas dele e de resolver a sua vidinha, solucionar a sua existência, nunca se tenha lembrado de ideia ou solução do agrado de todos e que tivesse enriquecido a nação e os portugueses. É a sua versão do colectivo, o colectivo é ele e só ele, que tem o olho azul e é um moço bonito, eu diria mais, diria que bonito, bonito, são os tomates a bater no pito, como canta e bem Quim Barreiros.

É evidente que o pessoal tem que ser travado, e não somente os corruptos, mas também o amiguismo, o compadrio, o partidarismo, as carreiras, as reivindicações absurdas, a banca e o fisco que por cinco tostões tiraram a casa a milhares de portugueses que se viram no desemprego, tantas vezes por terem perecido as empresas onde labutavam, estranguladas pelo fisco com impostos, ou pela banca com juros, comissões e condições incomportáveis. 

O pessoal também tem que ser habituado a ser comedido, as taxas moderadoras na saúde, no SNS, deviam ter sido instituídas desde o primeiro momento, os gestores responsabilizados, os perdões fiscais estratosféricos a empresas milionárias idem, o duplo emprego aspas, as incompatibilidades, isenções, convenções e subsidiações aos deputados agravadas, revistas, alteradas, acabadas, há que abrir de novo caminho à ética e à moralidade, ao mérito, aumentos salariais e transferências para o poder local deveriam ter sido há muito indexadas ao crescimento do PIB, à taxa de desemprego, idem para despesas e número de funcionários públicos, para limites e valores de aposentações, num claro exemplo de “não se produz não há paparoca” mas não, foi tudo deixado em aberto, deixado ao acaso, deixado o caminho livre, e, sabendo-se como o tuga é, estava mais que visto que esse caminho nos traria onde trouxe, a um buraco sem fundo onde estamos atolados.

Ninguém e atreveu a travar ninguém e o estampanço contra o muro aconteceu em 77, 83, 92 e 2009. Estamos de novo sem travões e caminhamos alegremente contra outro muro e pra mais um aparatoso e estrondoso embate. Riam-se, riam-se, quando souberem que é pra o __ até choram …

           ……………………  continua …………………….




* “Sonho de uma Noite de Verão” no original: A Midsummer Night's Dream,  peça teatral da autoria de William Shakespeare, uma comédia escrita em meados da década de 1590.