sexta-feira, 9 de maio de 2025

832 - VOTANDO COM OS PÉS ......

                  


A entrevista que a líder do MCE e vereadora da CME por esse movimento de cidadania deu à Rádio Diana no dia 9 de Abril pp, sobressai como uma pérola no mar dos discursos políticos proferidos de norte a sul, quer pela inteligência demonstrada, quer pela segurança das afirmações proferidas, todas elas fundamentadas e passiveis de serem confirmadas, comprovadas. Eu diria tratar-se de afirmações à prova de bala, reais, sérias, nada de patranhas ou de promessas eleitorais.

 

Essa pérola, essa entrevista, cujo link vos deixo no fim deste texto, merece ser ouvida. Devemos ouvi-la para que saibamos e venhamos a compreender porque está Évora como está, órfã de pai e mãe há muitas décadas, pobre, sem presente nem futuro, atolada numa divida incompreensível que só a má gestão de comunistas e socialistas pode justificar, e que estamos pagando com um palmo de língua de fora, já que o acordo para combater essa divida penaliza munícipes, afasta investidores, coarcta o futuro e corta cerce a esperança em dias melhores.




Quando digo que a entrevista expõe um discurso inteligente faço-o por o mesmo se basear em factos concretos, visíveis, comprováveis, mensuráveis, negando-se ao vazio balofo dos demais, aqueles aos quais já nem nos damos ao incómodo de ouvir. Em especial os três gráficos que FF Florbela Fernandes apresenta, um sobre o volume de negócios no concelho, que terá aumentado, outro sobre o emprego, que igualmente terá aumentado, e o último, sobre a população da urbe eborense, que se tem mexido, se tem posto a andar, tem partido, abalado, ido embora, gráficos que todavia foram apresentados isoladamente, coisa que na minha mesa de café, digo a minha tertúlia de café se tem recusado a aceitar.

 

A coisa não é tão simples pois as questões abordadas (correcta e inteligentemente) nos três gráficos, na prática não funcionam isoladas, influenciam-se mutuamente nuns casos, interpenetram-se noutros, nuns casos são causa noutros efeito ou fruto dos primeiros ou anteriores… Longe vai o tempo em que o INE disponibilizava pronta e gratuitamente qualquer informação estatística que lhe fosse solicitada, não é assim agora que nos obriga ao cumprimento de uma burocracia desmotivadora e em alguns casos exige saber o motivo da consulta e ou o pagamento das informações requeridas. De veículo de consulta e transparência parece ter volvido tempestade de areia para cegar os olhos do cidadão empenhado em analisar, divulgar, contestar, criticar ou denunciar com bases sólidas algum aspecto menos claro desta democracia, cada vez mais opaca com que nos vêm cegando e enganando. 



1º Gráfico – Volume de negócios.

 

Em momento algum encontrámos erros na interpretação que a senhora vereadora fez dos gráficos. Analisou-os, um a um, pelo que eram, como é lícito, e não se alongou em problemas que neles possam estar subtilmente escondidos pois serão assuntos para resolução na AR ou governamental, nunca a nível municipal ou concelhio.

 

O volume de negócios aumentou, não há a menor dúvida, o gráfico porém não nos diz a razão desse aumento. Com o INE a filtrar a informação para o exterior restou-nos especular e concluímos que a Embraer, as apostas espanholas na azeitona, na amêndoa (com uma fábrica perto da Vendinha), os lagares, o azeite, e as culturas extensivas/intensivas, ainda que sejam entidades de capitais brasileiros, espanhóis ou outros, podem ter contribuído para o aumento do volume de negócios verificado no nosso concelho. Sendo um concelho pequeno, com poucas empresas de envergadura, a mínima oscilação poderá parecer-nos gigantesca. 


Resta a questão final, a ter havido lucros, porque um aumento de transacções nem sempre corresponde a proveitos, basta o exemplo do turismo que deixará somente o dinheiro gasto numas bicas, nuns gelados, numas castanhas assadas e num ou noutro souvenir (ver “DÓLARES REDONDOS” link no fim do texto), ou o caso das imobiliárias que movimentam importâncias significativas mas não acrescentam um chavo à riqueza da nação, ou do concelho, que são parcialmente culpadas na inflação que fustiga o sector da habitação e cuja valência maior, como no caso do turismo, é a criação de um ou outro posto de trabalho não especializado e na generalidade indiferenciado. Pouco, muito pouco, só quem tenha baixas ambições admira ou ambiciona estes postos de trabalho apesar de alguma coisa ser melhor que nada. Estamos habituados a ficar com as migalhas… Portanto, e voltando à vaca fria, partindo do principio que sim, que aumentaram positivamente, quem beneficia com este “tão grande” avolumar dos negócios no concelho ? Nós respondemos, essencialmente brasileiros e espanhóis…



2º Gráfico – Emprego / postos de trabalho.

 

Podendo o volume de negócios/produtividade ter aumentado sem acréscimo de emprego, bastaria que os factores de produção tivessem sido utilizados na sua capacidade máxima, e talvez tenham sido, a verdade é que também foram criados novos postos de trabalho, o que é positivo e um bom augúrio. Estejamos atentos à situação nos próximos tempos não vá a “coisa” ser apenas um qualquer fenómeno sazonal passageiro e ditado por condições que poderemos imaginar mas não conhecemos. Há que ver se a situação se solidifica ou se oscila, se tem alicerces e se, para além de quaisquer suspeitas nos demonstra ser durável, ser para ficar, para continuar.

 

Seria bom saber se esses novos contratos de trabalho correspondem a situações consideradas duradoiras, se deixaram de reflectir o mau hábito criado com os contratos a prazo e a precariedade inerente e, já agora e se não é pedir muito, que tipo de empregos foram criados, em que sector da economia, se de baixo nível, nível médio ou superior, e em termos de idade e género como se distribuíram ? Em que percentagem corresponderam à necessidade de acolher gente estigmatizada com o desemprego de longa duração ou tratou-se meramente da criação de novos postos, subsidiados, e por isso contemplando situações de primeiro emprego ?



 

3º Gráfico – A cereja no bolo, os residentes.

 

Este terceiro gráfico, tão verídico como os anteriores, não deixa a menor duvida quanto à sua interpretação, vindo ornar com uma coroa mortuária quer o volume de negócios quer a questão do emprego. Que raio de cidade / concelho é este em que, com o volume de negócios a aumentar e o fugidio emprego a mostrar oportunidades, ainda que tímidas, vê a população a debandar ?

 

Não esqueçamos que, as observações a nível de emprego são do mais enganador que há, já que, teoricamente, se toda a população desempregada, e revoltada, com as esperanças perdidas, rumasse à GB, à França, Alemanha, Nova Zelândia, Austrália, USA, Canadá etc etc etc o desemprego cairia a pique para zero ! Poderíamos então bater palmas ? Lançar fogo de artificio ? Sabemos que o desespero e a desesperança, aliados à falta de fé no IEFP leva imensos desempregados a simplesmente desvincularem-se de tal organismo e portanto colocando-se fora das estatísticas do desemprego, ajudando na ilusão de que o mesmo estará a descer quando poderá mesmo estar a aumentar…



 

O fenómeno de debandada da população não me admira, é o chamado voto com os pés, abalar, pôr-se a andar, dar com os pés, pôr-se a milhas, virar costas… Ora é sabido que nos últimos 50 anos Évora não resolveu um único dos problemas que tinha, que continua tendo e que continuam a afligir-nos nos mesmíssimos locais e situações, só que agora com um volume gigantesco. Finalmente, e após 50 anos, as pessoas começam a perceber não haver aqui nem condições nem futuro, e começam a partir. Há pelo menos 40 anos que deviam ter embalado a trouxa e zarpado, as preocupações do MCE são legítimas, os partidos do sistema em cinco décadas não quiseram resolver as candentes questões desta cidade, nem da região nem do país. E não esperem os eborenses que venha algum paraquedista de Portimão, de Viseu, de Aveiro ou de Oeiras resolver os nossos problemas, isso são histórias para os livros de banda desenhada.

 

A verdade porém é que apesar, contudo ou todavia, entre as cidades portuguesas Évora continua sendo a mais pobre, a que oferece menos oportunidades e menos futuro. Por causa da dívida colossal do município e que podemos agradecer aos comunistas e socialistas os eborenses são castigados e pagam taxas e taxinhas pela tabela máxima ! O mau tornou-se péssimo, o MCE tem sobre os ombros uma tarefa ciclópica, uma responsabilidade imensa ! Não iludir, não mentir, não enganar os eborenses e sobretudo fazer o que ainda não foi feito, e que é quase tudo … Comunistas e socialistas têm de há 50 anos para cá contribuído culposamente para o descalabro em que a cidade se encontra. 


 E não esqueçamos que há meia dúzia de meses foi declarada em sessão pública da CME pela boca do seu presidente a falência do município !

 

Como é possível que tantos e tantos cidadãos ignorem este desiderato ? Por que razão ou razões os mídia locais não pegaram nesta noticia e a debateram até à exaustão ?

 

Quem beneficia com o ocultar de um escândalo desta dimensão ?

 

Quem, tem interesse em esconder a falência do município à população do concelho ? 



Acordem eborenses, a URSS caiu, as torres gémeas caíram, por que razão a derrocada delas originou tanto barulho e a de Évora não ?

 

O município faliu e a sua falência mais não é que o expoente máximo da gestão comunista e socialista de Évora, essa falência será para a história o maior impacto que irão deixar nos anais desta urbe tão sacrificada, urbe com um passado rico mas com um presente que envergonha e sem futuro algum a menos que os cidadãos tomem em mãos o futuro de Ébora e voltem a erguer bem alto o significativo estandarte de Liberalitas Júlia !

 

Hoje, no dia 18, em Setembro ou Outubro e sempre que for votar lembre-se de quem faz e de quem atrapalha…. Obrigado.