Qrida Matilde, desta
vez sou a respondere com preça antes que a opurtnidade pace. Noz por cá vamos
indo umas vezes, outras vindo, como o trabalho, que uma veses tem avondo outras
não, emfim, é o que Deus quere, mais amais, do modo que alguns trabalham, mais
valia pagar-lhes pra nada fazerem.
Mal por mal, talvez o
çaldo fosse positivo, agora já nem estragam nem empatam, maior perjuíso
portanto nam darãm, pelo que foi a corage de dar a certa gente um grito, que
todos houviram, assim mais para uma orde para que, por favor, nam trabalhem
mais !
Foi um favor que nos
fizerom, entretenhamsse com brinquedos que vem ai o Natal, e eu sempre dice que
o nosso quintal estava cheio de gaiatos. Mal de quem nam quis querer, agora
aturem-nos que é pra doer. Mas a cosa ia mesmo do piorinho, já nam vai durar
felismente.
E nesta maré que
acaben cum a nuvela da Casa Pia, cum a tristesa e as consequensias e resultados
da sida, co primero prémio em númbero e desgrassada dimenção da toxicopêndencia,
ca eterna briga entre istriónicos e renovadores, felizmente já em fim de cena,
nam se ouvirá falar deles dentro de um ou dois anos.
E ca parvoisse de na
acetarmos a clunagem e isto quando nem pintos sabemos crear. O nosso pequenino
univerço tornou-se cafquiano, como dice o senhor cura, já se afirma à boca
fechada que a moeda má expulsou a boa porque à boca pequena os zuns zuns tinham
á muito dado duas voltas ao mundo, por este andar é que nam se via adonde isto ia
parar filha.
Os culegas de escola
zangaram-se entre si, onte por cauza de um peão, amanhã seria mor dos
berlindes, o prefeçor é que teve razão, de tudo lavou as mãos, um dos catraios,
pensava ter celado um alazão branco e partido á desgarrada, disia-se alvo de
preseguição, houge teme que o prendam numa sela imunda, de balde a sua proveta
origem.
Talvez fouce a sua
sorte, pois avia para aí quem, pudendo, o cosia em banho maria, mais que visto
está que o gaiato nam éra bemvindo. Nada averia a temer nam fosse darsse o cazu
do homem ser por certo filho de um parto dificil, salvo decerto numa incunbadora,
mas chamar-lhe abroto eu não xamo pois como sabes em Portugal o abroto é
proibido.
De fato nam gostei eu
e porvavelmente muito mais gente, têlo visto na Tv, com ar de vitima e uma
aspersão de incredulo, chatiado com todo o mundo, em especial com os seus, os
mesmos que ainda nam à muitos dias, de modo assás concençual coletivamente o
aviam aplaudido. Esta situassão era de perver, ou nam conhecê-se a gente o
mesmo homem que, em cede própria tanto se ilodiria o que groço modo me leva a
querer que ele nam conhesse nem a circuncizão eleitoral em que se mechia.
Acredito que aonde
quer que seja e qualqueres que sejam os interrogados já estiveram provas da sua
desmedida ambissão e purpensão a pour em prática nada mais que a sua desmedida
disperção do realmente, coisa que, se lhe preguntarem, jurará abuminar. Mas,
pirlimpimpim, na minha terra é assim, apezar de muitas de nós nam terem eça
persecção, a verdade é que tudo muda com abnegassão de uns quantos, mas ochalá
nam fique tudo na mesma ou piore sem que a nossa pacividade incomode quem mais
nam faz que, num paço de magia, limpare o pó da estrada com uma camurssa.
Nam estou muito de
acordo é com essa história de 'haver que ser çulidários nesta caminhada",
e sobretudo "saber pradonde vamos", do modo como a couza foi
colocada, dá para pençar se nam terá avido momentos em que o nam fomos e
momentos em que nam soubemos para onde ir, mas consedo o beneficio da dúvida a
esta questão, já que alguma cosa terá falhado para que estejamos pior agora que
á década e meia atráz.
Pençativos e cossando
as cabeças deviam andar os que o pormuveram ao lugar em que se encontra,
estiveram bastante tempo para pençar e muito quem os aconcelhace a nam se meter
no inbróglio mas, errar é umano, talvez cressem que o homem trazeria o paraiso.
Mas dói, tanto que agora, até o conssenso hortográfiquo está sem acordo, os
palopes e o Brazil nos paçaram a perna, entretidos que andamos com os
desvairios de ânus e ânus de erros políticos que, dis quem sabe, se pagão
caros.
Esta carta já vai
longe, vês que eu tinha rasão, prá semana falamos, adeus e até se vermos.
* By
Maria Luísa Baião, escrito terça-feira, 30 de Novembro de 2004 pelas
19:41h