Se repentinamente,
insolentemente,
te colocasse um broche ao peito,
e voltasse a cavalgar a esperança,
a esperança naturalmente,
de novo a jeito.
As pernas nos meus ombros,
a vida pulsando, o sangue quente,
eu erguendo-me dos escombros,
a vida de novo um pleito,
um pleito,
a esperança, a esperança,
o peito inflado, direitos os ombros.
E eu um outro, e eu o mesmo,
a cabeça um torvelinho, um torvelinho,
as pernas, uma tenaz,
corpos, choque, tudo a esmo,
braços, pernas, um mindinho,
e eu aqueloutro, um rapaz,
ganhando vida, ora homem feito.
Reconstruido, sim, reconstruido,
rabo para dentro, peito p’ra fora,
andar direito, vencido o pleito,
erecto, altivo, orgulhoso,
o olhar um carinho morno,
e o riso, o riso, o sorriso,
e outro,
todo eu um outro…