689 - " O JULGAMENTO DAS ESQUERDAS "
# TEXTOS POLITICO 5 #
Mal
vai a coisa quando meia dúzia de gatos-pingados, cabisbaixos, esmorecidos, tão
compenetrados como num velório inauguram nas traseiras dum teatro com mais de
um seculo um estacionamento de superfície, obra meritória sem dúvida, mas sem
mérito algum pois representa para uma cidade ávida de lugares de estacionamento
menos que gota de água no oceano, sendo obra que não enche a cova de um dente.
Quando
a cidade precisa de lugares de estacionamento como de pão para a boca, e quando
naquele lugar poderia ter sido construído um moderno Silo, enterrado no chão
dois ou três andares, com mais dois ou três acima da superfície e cuja
volumetria não colidisse se vista do exterior das muralhas com a linha de construção tácita e regulamentarmente aprovada, já que de resto seria escondido pelo edifício
do teatro e por um dos prédios adjacentes salvo erro com 4 pisos.
Silos
modernos que movimentam os carros como na farmácia um robot automático percorre
as prateleiras para ir buscar aspirinas ou Rennie, Buscopan, Xanax, Viagra ou
Brufen.
Bem
negociado, concessionado, não nos custaria um tostão e resolveria o problema do
estacionamento não com 78 lugares mas com duas ou três vezes 78 baias, e a
longo prazo seria nosso. Aliviaria a pressão sobre a cidade, traria gentes ao burgo,
seria mais uma mão salvadora do comércio tradicional e local.
É
forçoso que sejamos ambiciosos, é urgente que não nos contentamos com pouco, é
imperativo usar a cabeça para resolver de vez problemas com décadas, seria
elegante que as soluções fossem procuradas e encontradas entre todos e não
decisões unilaterais para contentar eleitores militantes.
Tentei
ver quem, quantos e onde estaria a massa humana que assistiu àquela triste, envergonhada
e vergonhosa inauguração, acabei por desistir quando alguém me disse que não
teria havido mais de uma dúzia de assistentes e convivas batendo palmas, entre
eles um fotógrafo, um motorista da casa, o cônjuge de um ou outro dos
personagens visíveis na cerimónia, talvez um filho ou filha, um homem da rádio,
outro dos jornais, meia dúzia de irrevogáveis seguidores, dois ou três
militantes mais activos e comprometidos. Já vou em 15 pessoas assistindo à
cerimónia, fico-me por aqui, não quero pecar por excesso.
Uma obra verdadeiramente exemplar e
demonstrativa da capacidade, volume, alcance e visão de quem nos governa, uma
obra à qual falta cosmopolitismo, visão do mundo e audácia, uma obra atestando
que quem nos governa tem horizontes muito limitados, nunca terá saído do
Alentejo, provavelmente ter-se-á ficado entre Évora e Montemor a vida inteira.
Uma
obra que foi concebida sem rasgo, sem contestação, sem uma interrogação ou observação
sequer sobre o futuro. Aquela obra é uma antevisão do nosso futuro que ali está
nitidamente plasmada. Certamente um ror de gente e uma catrefa de gabinetes
estiveram implicados em tão arrojado projecto, é bom que os eborenses saibam
com quem contam e com o que contam. O tão conhecido quão engraçado e divertido
Portugal dos pequeninos ainda nos invejará.
Portugal,
o Alentejo e Évora estão arruinados e amordaçados, 46 anos de governos de
esquerda conduziram-nos ao desastre, desde esta cidade ao pico da governação e
do país, resultados ? Tudo passado a pataco, vendido ao desbarato a
estrangeiros, já nada é nosso a não ser uma colossal dívida.
Os
culpados deste descalabro, de deputados municipais aos nacionais, de
governantes a directores gerais deveriam ser julgados como traidores da pátria
e ladrões do futuro de muitas gerações, deveriam ser julgados e condenados
civil e criminalmente mas, sendo essa tarefa impossível pois souberam
resguardar-se, julguemo-los nas urnas, derrotemo-los com o voto, não
permitamos que no futuro, sozinhos ou de mãos dadas, artolas ou caranguejolas venham
a ter nas mãos o nosso futuro. Isso mesmo ! Matemo-los com o nosso voto antes
que nos roubem o pão da boca, a dignidade, o emprego, e acabem por nos matar à
fome com a sua irresponsabilidade, com a sua incompetência !
Abaixo
artolas e caranguejolas !
Um
abraço
NOTA: Este projecto, esta magnifica obra resultou da candidatura apresentada pelo Município ao Programa Operacional Alentejo 2020, no âmbito do PEDU – Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano, através do qual obteve financiamento a 85%.
O dinheiro, sempre o dinheiro, a CME só teve que colocar do seu bolso 15% do capital investido. Compreendo agora mais uma razão para não se ter ido mais longe, a dívida colossal e limitadora que a CME carrega, que todos carregamos às costas e pagaremos com um palmo de língua fora. Não só temos que gramar os ossos, as sobras, os restos pois para mais não há, como ainda temos que gabar quem nos estende a gamela. Tivessem acordado a sua construção concessionada e nem um tostão teria sido necessário para erguer um moderno e exemplar estacionamento.
O liberalismo é sublime, liberta a inspiração, a criatividade e a iniciativa que há em nós, mas é o capitalismo que é extraordinário, incomparável, inigualável e tem resposta para tudo, mecanismos financeiros para tudo desenrascar, até a China comunista o adoptou para sobreviver. Já a doutrina de economia centralizada é castradora do intelecto, opressora da vontade, dominadora do querer, centralizadora e integradora à força nas ideias do partido único, é o azar, é o diabo, é a escuridão e não vingou nem na terra onde nasceu …
Eborenses abram a pestana, andam sendo comidos por parvos há mais de quarenta anos… Ah ! E o telhado até suportaria os tais painéis solares de que o meu amigo Óscar tanto gosta.