terça-feira, 2 de outubro de 2012

128 - E FIZ ANOS OUTRA VEZ......



Naturalmente há muito que deixei de acreditar no Pai Natal, o que não significa que esse dia não seja para mim, tal como o dia do meu aniversário, um dos dias que sempre me marcaram, facto de que sou culpado, já que deposito neles um potencial de esperanças que me esforço por não ver frustradas.

É por isso que apesar da minha tenra idade, nem desvendo os segredos do sapatinho senão pela manhã, nem sou capaz de evitar quer ansiedade quer inquietação com o aproximar, e durante o dia do meu aniversário.

Este ano tal dia foi-me deveras grato, de tal modo que, como um gaiato, fui mesmo apanhado pela “Genoveva”, uma querida amiga de de Paços de Brandão, (a quem devo um pedido de desculpas), apanhado dizia eu, num estilo desajeitado, disfarçando uma lágrima de emoção que me estava toldando a razão, e que atrapalhado justifiquei como um problemas de lentes de contacto, que aliás nunca usei.

Não sei porquê este ano esta "inquietação, mas sei que é linda", como sei que Deus perdoa de vez em quando uma loucura, mormente no momento em que me permito passar em memória e a correr, esta vida com tendência para voar, que um ego expansivo anima, e que até Ele por vezes dificilmente segura.

"Desconfio ter sido por milagre que nasci profano", já que nunca encontrei quem me amansasse esta vontade de me dar, fazer amigos, e partilhar com eles momentos felizes e dias solenes. Sábado passado cumpriu-se uma vez mais a norma.

Este ano não foi excepção, escrevo porque o coração agradece e o corpo ainda me estremece, pois como bem sabeis sou um homem que acredita em coisas tais como amizades e Natais, e porque a vós, amigas e amigos, devo mais um dia que se não esquece.

Estranhar-me-ão porventura, pertenço contudo, como todos, ao número dos mortais, como vós erro de quando em vez, e serei mal compreendido de vez em quando. Tudo porque no fragor da luta pela vida me assalta a excitação do dever a cumprir, ou cumprido, e arraste comigo algum individualismo que julgo hereditário, do qual não consigo livrar-me.

Talvez seja um "ET" de outras cruzadas e noitadas, não fujo porém ao rol dos que também padecem de esperanças e festas adiadas. 

Como muitas (os) de vós encolho-me nos limites que me traçam, percorro os caminhos que me trilham, sentindo-me em tantas ocasiões prisioneiro nesse espaço, vogando nessa via láctea consentida, perdido por vezes na imensidão desmedida da redutora janela por onde me permitem espreitar, mas igualmente sempre predisposto a pisar o risco à primeira oportunidade surgida.

Por isso quaisquer pequena festa ou grande comemoração são para mim deveras significativas, e o sábado passado foi um desses dias felizes, atrevo-me mesmo a dizer-vos que o vivi deslumbrado, tendo visto a sala festivamente iluminada, somente faltando para a animar as pantominas, danças folionas e balões, pois como é conhecido vivo noutra galáxia e o que espero da vida é saber, razão porque a todos agradeço a obra que me ofereceram, e ao José Gomes Ferreira a acutilância na escolha do título.

Fosse eu bailarino e teria rodopiado como carrossel expelindo cores a granel, cores que tivessem pintado para vós um painel de ternura e sentimento. Daqui vos mando hoje, já lúcido, um abraço, ou um beijo, com o sabor de arraiais e festas fatais, saudosas, estrepitosas, daquelas que nos permitirão fugir às grandes trevas da noite. 

Virei um dia buscar-vos para uma outra festa, guiar-vos por uma aresta entre o sagrado e o profano. Fugiremos do fim do mundo, até uma praça iluminada por domingos e lampiões, escutando concertinas, cheirando manjericos e sardinhas.

Encheremos os copos de vício, pecadores e imaculados, inocentes e culpados, numa oferta aos céus, em noites de bem aventuranças, de esperança, em que possa dar-vos conta da gratidão que guardo no peito.

E quando a alma vos estremecer de espanto, a Bárbara e o Carrilho segredarão recados de amor, a Catarina e o  Goucha acreditarão que sou exímio na arte das tartes e dos molotov´s, o João Baião e a Cristina, loucos e ébrios, viverão paixões e dramas, corpos excitados jurarão e dissiparão amores, para não falar nos tímidos que a boémia tornará sedutores.

Haverá almas que amansarão com beijos, outras que exaltarão em cambalhotas e, até as mais introvertidas segredarão em ouvidos castos "obscenas maravilhas".

E no meio de murmúrios e delírios sensuais o esperanto não fará falta alguma, todas (os) esquecerão tormentos passados e lágrimas choradas.

A quem me chamar ímpio perguntarei quantos de nós não temos sonhos frustrados e pecados sem conta, à Alexandra Afonso agradeço aquela dedicatória fotográfica que me fez estremecer a alma, e antes que alguém que muito prezo me chame desbocado vou dar fim a este exercício de imaginação criativa.

O meu obrigado a todas (os), quantas (os) se lembraram deste dia e o expressaram de uma ou de outra forma, contem comigo para o ano.

kkkkkkkkkkkkkk !!!!!!!!!!!!!!!! bjssssssssssssssssssssss !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

(Genoveva, espero que voltes pa sempre amiga !! bjsssssssssssssss !!! )