“O
RIO QUE SOMOS”
Ofertaram-me
um rio,
de poemas,
tumultuosos,
de
águas agitadas,
uns
trazendo alegrias,
veras e rimadas.
Outros
duras penas,
agitação
carregada,
água cristalina,
a
rima miudinha.
A
cadência sombria,
sombrias
transparências,
em
caudais dolentes,
ilusórias
aparências,
tumultos
intermitentes.
Águas
agitadas,
arrastando
poemas,
penas,
dores, picadas,
abaladas,
despedidas,
pilhérias
sem estofo,
nem
cabedais,
Helenas…
Helenas
inconstantes,
inseguras,
baixas,
egos
enormes, gigantes,
de
auto-estima lassa.
Correm
doidas as Helenas,
apressadas,
afadigadas,
ora
ocupadas, ora perdulárias,
inúteis,
dispensáveis.
Olho-as
correndo,
por
toda a parte esvoaçando,
e
em parte nenhuma
pairando.
Olho-as
a correr,
a
saltar,
sorrio,
rio,
rio,
mar, oceano,
sol,
chuva, inverno,
frio
polar, frente fria, bipolar,
inferno.
Humberto Baião - Évora - 08/03/2018