Perante uma
visão daquelas não pode a gente ficar-se unicamente olhando-a, pasmados,
admirando-lhe a grandeza, que portento, que colosso, que maravilha, que
enormidade, que impressionante, que peso, soberbo, sublime, que brilho,
admirável, e já agora e para simplificar, incapazes hoje de lembrar de que materiais eram
feitos os degraus de acesso ou a sua base, sustentáculo de tamanha estátua.
Nem podemos
regressar ao lugar no autocarro preocupados ou pensando simplesmente que vinte dos
trinta, ou três dos sete dias já lá vão, está o tempo a esgotar-se, era bom mas
acabou-se, para o ano haverá mais, tudo tem a sua conta peso e medida, o seu
tempo, e para simplificar, onde será o jantar hoje e o quê, que a loucura anda já por aqui reclamando um arroz de marisco na cataplana e deitando a gastronomia destes lugares
pela boca fora.
É a isso que
me refiro, a um pensar exclusiva ou maioritariamente centrado em nós próprios,
no nosso umbigo, no nosso estômago, e nem ao menos que metal será aquele tão
brilhante, imune à ferrugem, quantas toneladas terá a estátua, e a base, como
terá sido construída, por quem, quais transportes a terão trazido até aqui, até
este ermo, certamente foram precisas gruas gigantes, cadernais, carretéis,
roldanas, os egípcios parece que iam acumulando areia em redor das pirâmides o
que lhes permitia estar construindo sempre rente ao chão, junto à base, ao
solo, sem gruas nem andaimes, mas isto já pressupõe que se conheça um pouco do
Egipto e dos egípcios, das técnicas rudimentares, das antigas e das novas e, simplificando,
talvez seja pedir demasiado ao visitante, por sua vez alheio ao guia, ao
tradutor, ao homenageado, um tipo durão este para lhe terem erguido uma estátua
tão alta mas que raio, tinha logo que ter nascido aqui, algures no meio de
nenhures.
Pois que se
diga de passagem, a talho de foice ou a propósito que este tipo, digo aquele
ali em cima da equestre estátua gizou o primeiro império da história somente
por ter, ele e os outros da laia dele, três ou quatro coisas que os
determinaram, aborreciam-se de morte sem nada para fazer além da caça com
faisões e a cavalo, cavalos, muitos cavalos, parece até ser o cavalo oriundo
daquela parte do mundo, daquelas estepes e, simplifiquemos, em boa verdade terem
acabado domesticando bem as cavalgaduras, dominando ainda melhor o equilíbrio
sobre elas e a elas mesmas, de tal modo que para além do primeiro e do mais
vasto, o tornaram o império da história milenar e planetária conquistado em
menos tempo. Dali nasceria aquela que ficou conhecida como a famosa rota da seda.
Para
simplificar que nos diz tudo isto ? Diz-nos que até hoje nenhum outro exército
conquistador se moveu com a rapidez com que se moveram aqueles cavaleiros das
estepes mongóis a quem o desfastio terá assaltado, senão empurrado como o vento
empurra os arbustos secos nos desertos por ele batidos ou soprados e que vemos
rolando, rolando sempre para diante, não cilindrando mas rolando açoitados portanto,
movendo-se bem mais depressa que o cilindro por mim visto no passado e há
muitos muitos anos, em que criança ainda fui porém capaz de ver a imagem que o
futurismo me gravou para sempre na mente, um emblema dourado num cilindro verde
espalmando a estrada preta nascendo até Reguengos e dizendo "Coolfield
Road Roller", gravado no flanco do monstro bufando e gemendo sempre que
lograva mexer-se e que do alto da vila de Monsaraz eu contemplava dia a dia na
estrada em recta estendendo-se a perder de vista pelo mar daquela planície em
que a aldeia era navio.
E não
esquecer que esses valentes homens aos quarenta eram já velhos, digo se
tivessem a sorte de viver quarenta anos poderiam dar-se por muito felizes pois
bastava uma infecção, uma fractura, um abcesso ou uma cárie pra lhes ditarem a
sorte e os enterrarem quando menos esperavam, pelo que a vida essa era curta,
um acidente, uma doença, uma queda, uma espada, uma flecha, sorte era morrer em
combate, se possível repentinamente, trespassados ou degolados. E uma vez mais
para simplificar, morria-se muito, morriam muito, mas também nasciam muito,
muitos, seriam como coelhos vivendo em tendas mal enjorcadas, suportando
calores e gelos.
Eram uns
bárbaros, uns simplórios, muitas das suas conquistas foram levadas a cabo com
base no terror pois cidades houve que, temendo tais hordas se lhes abriram e
entregaram sem luta. O mesmo não poderei dizer-vos quanto às mulheres, quer as
do seu povo quer as que tomavam pela força, o casamento como hoje o concebemos
não existia nesses tempos nem a esperança de vida augurava ligações capazes de
festejar bodas de prata, daí começarem cedo, pelos treze ou catorze anos, algumas
nem maminhas teriam ainda mas a natureza é ardilosa, as cadelas têm o cio no
tempo próprio, mas às mulheres foi dado todo o tempo do mundo, para além de
beleza, do olhar, da voz e das feromonas.
Simplifiquemos
de novo pois também elas não esperavam muito deles, o romance é um privilégio
dos tempos modernos, por aquela altura era truca-truca e já está, os deuses fizessem
com que fosse menino, forte e um bom guerreiro pois de nada mais precisariam.
Os espartanos viriam mesmo a brindar quem tal não prometesse com um voo sem
regresso do alto duma colina, escarpa ou abismo, e toca a fazer outro que este
vinha com defeito. Reclamações não havia, nem devoluções, nem custos ou pesos
mortos para a sociedade, Heinrich Himmler bebeu aqui algumas das suas teorias.
Portanto aquela coisa dos corações entrelaçados tão bonitinha e romântica é
mais dos nossos dias de burguesa ociosidade, naqueles tempos queriam-se era
varões com um grande par de … fortes, estultos guerreiros, bons cavaleiros,
exímios enquanto homens de coragem e sempre dispostos a morrer pelo seu senhor.
E morriam,
morriam muitos e muito cedo, as mulheres não contavam com eles para mais que
fazê-las mulheres e engravidá-las, o mundo tinha recursos de sobra para todos,
não havia pílula e tudo e todos apostavam em dar à luz guerreiros,
carpinteiros, marinheiros, marceneiros, falcoeiros, pintores, curtidores,
escultores, agricultores, caçadores, tendeiros, comerciantes, abegãos, feiticeiros,
armeiros, bufarinheiros, pantomineiros, mineiros, ferreiros, correeiros,
carroceiros, etc etc etc Todos eram filhos de todos, todos pais e mães de
todos, até gregos e romanos se lembrarem de começar homenageando com coroas de
louro as boas mães, Napoleão também as honrou, Hitler fê-lo melhor que ninguém
e até o nosso vizinho Franco depois de enterrar metade de Espanha honrou, condecorou
e roubou as boas mães espanholas, o que, simplifiquemos uma vez mais as coisas,
conduziu alguns maledicentes da história a apodá-las de meras mães parideiras e,
num registo conhecido mas nunca reconhecido como oficial consta mesmo uma
alusão a porcas parideiras.
Nos tempos de
Gengis Khan não davam medalhas a ninguém, a vida era curta, curta a esperança
de vida e, para brincar com a minha cunhada, tout a été fait à la main, ne pas acheter dans le magasin ni commander
sur le net, como acontece hoje, e ter pão e carne na mesa dava trabalho,
custava, exigia muitos braços, pescar, caçar com ou sem faisão, cuidar de
centenas ou milhares de renas, perseguir ou controlar as manadas de saigas, ordenhar,
curtir peles, construir armas, yurts ou tendas, confeccionar roupas, etc etc
etc Tudo exigia muito a todas e todos, imenso tempo, e disponibilidade, cada
sexo ocupava-se de funções próprias e todos podiam contar com mais deveres que
direitos, todavia fazer parte do clã, do grupo, da tribo era ser admirado,
considerado, estimado e o supra sumo, daí que cada elemento desse o melhor de
si pela comunidade sendo a dureza da vida a ditar regras de sobrevivência, um
por todos, todos por um. Contudo filhas e filhos raramente conheciam os pais,
idos engrossando as hostes dos exércitos mais rápidos do mundo e que o
dominavam sem sair da sela, lutando, matando e morrendo montados.
Às mulheres
cabia amá-los e chorá-los, e dar-lhes muitos, muitos filhos, era esse o seu
papel, a sua missão, a qual aceitavam não com resignação mas com naturalidade,
era assim mesmo a vida, elas sabiam-no. Hoje não, na generalidade elas e eles
nem sabem o que querem, pelo menos por aqui, nem qual o seu papel, os tempos
não ajudam, não vão de feição e nem temos nenhum Gengis Khan, nem de imitação.
A imprensa chama-lhes a geração NIN, nem estudam nem trabalham, não têm nem
lhes é atribuído um desígnio, um futuro, e na cabecinha de muita dessa
juventude, formatada por décadas de Tv e um sistema de ensino embrutecedor,
muitos deles querem ser engenheiros ou doutores, ganhar rios de dinheiro, preferencialmente
sem estudar claro, enquanto grande parte delas emprenham pelos ouvidos vendo
telenovelas ou as manhãs e tardes da nossa educativa TV e sonhando participar
na Casa dos Segredos ou no Got Talent Portugal, ambicionando casar e ter
filhos, esquecendo que os tempos não vão de feição. Os nossos políticos
trocaram a ética pela estética e um país que poderia ser o paraíso da Europa
está transformado num promissor inferno.
Este é um
tempo de aproximação e erupção duma nova guerra, uma guerra a sério e não mais
uma destas guerrinhas diárias um pouco por todo o lado, vai soar novamente o
tempo de Malthus, o tempo de uma das suas guerras higiénicas, uma razia,
milhares, milhões de filhos irão perecer ou antes disso ser comidos pelos pais,
como profetizara Jonathan Swift na sua "Modesta Proposta" por volta
de 1700, onde resumidamente explicava como se poderia matar a fome a uns
comendo os outros, recomendando que se começasse pelas criancinhas, mais
tenrinhas e que não rendiam, antes consumiam, davam trabalho e nada produziam.
Já então se vivia o tempo da produção, da competitividade, da rentabilidade, é
assim ou não ?
Após 1945 e
depois de enterrarmos 80 milhões de mortos tivemos direito a 70 anos de
crescimento, progresso e felicidade, está na hora de mandar abaixo outros tantos
e garantir o futuro a quem ficar, haverá novo baby boom e novas e felizes mães, não agora, agora não é bom
tempo p’ra casar ou ter filhos que somente irão alimentar e garantir mão-de-obra
barata e providenciar carne para canhão, Marx tinha razão, sempre teve, o
problema é que ninguém o lê, nem aqueles que mais o invocam …
……” Certa vez Napoleão disse o seguinte: "Deixai que a
França tenha boas mães e ela terá bons filhos". 2. Hoje, mais do que
nunca, necessitamos de mães possuidoras de um caráter cristão, mães que
educarão seus filhos no caminho do Senhor... 3. Uma mãe bem sucedida é a chave
do sucesso do lar e da nação... 4. Nenhuma outra força na vida da criança é tão
poderosa em influência como a mãe. 5. Através dos séculos, a mãe tem sido um
fator estabilizador na formação da história... 6. "O destino de uma nação",
disse Napoleão, "está sempre nas mãos da mãe". 7. Muitos homens
famosos foram influenciados por suas mães... 8. A mãe de George Washington era
uma mulher religiosa e patriota... 9. Por outro lado, a mãe de Byron era
orgulhosa, contenciosa e violenta... 10. A mãe de Nero era gananciosa, sensual,
assassina... “……..