segunda-feira, 16 de julho de 2018

517 - SIMPLIFICAR O PARADOXAL PARADOXO


Perante uma visão daquelas não pode a gente ficar-se unicamente olhando-a, pasmados, admirando-lhe a grandeza, que portento, que colosso, que maravilha, que enormidade, que impressionante, que peso, soberbo, sublime, que brilho, admirável, e já agora e para simplificar, incapazes hoje de lembrar de que materiais eram feitos os degraus de acesso ou a sua base, sustentáculo de tamanha estátua.

Nem podemos regressar ao lugar no autocarro preocupados ou pensando simplesmente que vinte dos trinta, ou três dos sete dias já lá vão, está o tempo a esgotar-se, era bom mas acabou-se, para o ano haverá mais, tudo tem a sua conta peso e medida, o seu tempo, e para simplificar, onde será o jantar hoje e o quê, que a loucura anda já por aqui reclamando um arroz de marisco na cataplana e deitando a gastronomia destes lugares pela boca fora.

É a isso que me refiro, a um pensar exclusiva ou maioritariamente centrado em nós próprios, no nosso umbigo, no nosso estômago, e nem ao menos que metal será aquele tão brilhante, imune à ferrugem, quantas toneladas terá a estátua, e a base, como terá sido construída, por quem, quais transportes a terão trazido até aqui, até este ermo, certamente foram precisas gruas gigantes, cadernais, carretéis, roldanas, os egípcios parece que iam acumulando areia em redor das pirâmides o que lhes permitia estar construindo sempre rente ao chão, junto à base, ao solo, sem gruas nem andaimes, mas isto já pressupõe que se conheça um pouco do Egipto e dos egípcios, das técnicas rudimentares, das antigas e das novas e, simplificando, talvez seja pedir demasiado ao visitante, por sua vez alheio ao guia, ao tradutor, ao homenageado, um tipo durão este para lhe terem erguido uma estátua tão alta mas que raio, tinha logo que ter nascido aqui, algures no meio de nenhures. 
              Pois que se diga de passagem, a talho de foice ou a propósito que este tipo, digo aquele ali em cima da equestre estátua gizou o primeiro império da história somente por ter, ele e os outros da laia dele, três ou quatro coisas que os determinaram, aborreciam-se de morte sem nada para fazer além da caça com faisões e a cavalo, cavalos, muitos cavalos, parece até ser o cavalo oriundo daquela parte do mundo, daquelas estepes e, simplifiquemos, em boa verdade terem acabado domesticando bem as cavalgaduras, dominando ainda melhor o equilíbrio sobre elas e a elas mesmas, de tal modo que para além do primeiro e do mais vasto, o tornaram o império da história milenar e planetária conquistado em menos tempo. Dali nasceria aquela que ficou conhecida como a famosa rota da seda.

Para simplificar que nos diz tudo isto ? Diz-nos que até hoje nenhum outro exército conquistador se moveu com a rapidez com que se moveram aqueles cavaleiros das estepes mongóis a quem o desfastio terá assaltado, senão empurrado como o vento empurra os arbustos secos nos desertos por ele batidos ou soprados e que vemos rolando, rolando sempre para diante, não cilindrando mas rolando açoitados portanto, movendo-se bem mais depressa que o cilindro por mim visto no passado e há muitos muitos anos, em que criança ainda fui porém capaz de ver a imagem que o futurismo me gravou para sempre na mente, um emblema dourado num cilindro verde espalmando a estrada preta nascendo até Reguengos e dizendo "Coolfield Road Roller", gravado no flanco do monstro bufando e gemendo sempre que lograva mexer-se e que do alto da vila de Monsaraz eu contemplava dia a dia na estrada em recta estendendo-se a perder de vista pelo mar daquela planície em que a aldeia era navio.

E não esquecer que esses valentes homens aos quarenta eram já velhos, digo se tivessem a sorte de viver quarenta anos poderiam dar-se por muito felizes pois bastava uma infecção, uma fractura, um abcesso ou uma cárie pra lhes ditarem a sorte e os enterrarem quando menos esperavam, pelo que a vida essa era curta, um acidente, uma doença, uma queda, uma espada, uma flecha, sorte era morrer em combate, se possível repentinamente, trespassados ou degolados. E uma vez mais para simplificar, morria-se muito, morriam muito, mas também nasciam muito, muitos, seriam como coelhos vivendo em tendas mal enjorcadas, suportando calores e gelos.

Eram uns bárbaros, uns simplórios, muitas das suas conquistas foram levadas a cabo com base no terror pois cidades houve que, temendo tais hordas se lhes abriram e entregaram sem luta. O mesmo não poderei dizer-vos quanto às mulheres, quer as do seu povo quer as que tomavam pela força, o casamento como hoje o concebemos não existia nesses tempos nem a esperança de vida augurava ligações capazes de festejar bodas de prata, daí começarem cedo, pelos treze ou catorze anos, algumas nem maminhas teriam ainda mas a natureza é ardilosa, as cadelas têm o cio no tempo próprio, mas às mulheres foi dado todo o tempo do mundo, para além de beleza, do olhar, da voz e das feromonas.

Simplifiquemos de novo pois também elas não esperavam muito deles, o romance é um privilégio dos tempos modernos, por aquela altura era truca-truca e já está, os deuses fizessem com que fosse menino, forte e um bom guerreiro pois de nada mais precisariam. Os espartanos viriam mesmo a brindar quem tal não prometesse com um voo sem regresso do alto duma colina, escarpa ou abismo, e toca a fazer outro que este vinha com defeito. Reclamações não havia, nem devoluções, nem custos ou pesos mortos para a sociedade, Heinrich Himmler bebeu aqui algumas das suas teorias. Portanto aquela coisa dos corações entrelaçados tão bonitinha e romântica é mais dos nossos dias de burguesa ociosidade, naqueles tempos queriam-se era varões com um grande par de … fortes, estultos guerreiros, bons cavaleiros, exímios enquanto homens de coragem e sempre dispostos a morrer pelo seu senhor.

E morriam, morriam muitos e muito cedo, as mulheres não contavam com eles para mais que fazê-las mulheres e engravidá-las, o mundo tinha recursos de sobra para todos, não havia pílula e tudo e todos apostavam em dar à luz guerreiros, carpinteiros, marinheiros, marceneiros, falcoeiros, pintores, curtidores, escultores, agricultores, caçadores, tendeiros, comerciantes, abegãos, feiticeiros, armeiros, bufarinheiros, pantomineiros, mineiros, ferreiros, correeiros, carroceiros, etc etc etc Todos eram filhos de todos, todos pais e mães de todos, até gregos e romanos se lembrarem de começar homenageando com coroas de louro as boas mães, Napoleão também as honrou, Hitler fê-lo melhor que ninguém e até o nosso vizinho Franco depois de enterrar metade de Espanha honrou, condecorou e roubou as boas mães espanholas, o que, simplifiquemos uma vez mais as coisas, conduziu alguns maledicentes da história a apodá-las de meras mães parideiras e, num registo conhecido mas nunca reconhecido como oficial consta mesmo uma alusão a porcas parideiras. 

Nos tempos de Gengis Khan não davam medalhas a ninguém, a vida era curta, curta a esperança de vida e, para brincar com a minha cunhada, tout a été fait à la main, ne pas acheter dans le magasin ni commander sur le net, como acontece hoje, e ter pão e carne na mesa dava trabalho, custava, exigia muitos braços, pescar, caçar com ou sem faisão, cuidar de centenas ou milhares de renas, perseguir ou controlar as manadas de saigas, ordenhar, curtir peles, construir armas, yurts ou tendas, confeccionar roupas, etc etc etc Tudo exigia muito a todas e todos, imenso tempo, e disponibilidade, cada sexo ocupava-se de funções próprias e todos podiam contar com mais deveres que direitos, todavia fazer parte do clã, do grupo, da tribo era ser admirado, considerado, estimado e o supra sumo, daí que cada elemento desse o melhor de si pela comunidade sendo a dureza da vida a ditar regras de sobrevivência, um por todos, todos por um. Contudo filhas e filhos raramente conheciam os pais, idos engrossando as hostes dos exércitos mais rápidos do mundo e que o dominavam sem sair da sela, lutando, matando e morrendo montados. 

Às mulheres cabia amá-los e chorá-los, e dar-lhes muitos, muitos filhos, era esse o seu papel, a sua missão, a qual aceitavam não com resignação mas com naturalidade, era assim mesmo a vida, elas sabiam-no. Hoje não, na generalidade elas e eles nem sabem o que querem, pelo menos por aqui, nem qual o seu papel, os tempos não ajudam, não vão de feição e nem temos nenhum Gengis Khan, nem de imitação. A imprensa chama-lhes a geração NIN, nem estudam nem trabalham, não têm nem lhes é atribuído um desígnio, um futuro, e na cabecinha de muita dessa juventude, formatada por décadas de Tv e um sistema de ensino embrutecedor, muitos deles querem ser engenheiros ou doutores, ganhar rios de dinheiro, preferencialmente sem estudar claro, enquanto grande parte delas emprenham pelos ouvidos vendo telenovelas ou as manhãs e tardes da nossa educativa TV e sonhando participar na Casa dos Segredos ou no Got Talent Portugal, ambicionando casar e ter filhos, esquecendo que os tempos não vão de feição. Os nossos políticos trocaram a ética pela estética e um país que poderia ser o paraíso da Europa está transformado num promissor inferno.  

 As gerações de mortos na I e na II Grandes Guerras já foram repostas, são já de novo demasiados os vivos ao cimo da terra, já atrapalham, cavalgam as costas uns dos outros por um mísero ordenado, corrompem e deixam-se corromper para sobreviver, é o salve-se quem puder e ninguém sabe que fazer com eles tantos são. Esgotam com pedidos de subsídios de desemprego os cofres da Segurança Social, não saem de casa dos pais, penduram-se dos avós, e nickles batatóides, não fazem nada, os governos nem se lembram que existem, e eles por sua vez apagam-se sem lutar, sem ao menos se manifestarem, transformados numa cambada de comodistas habituados (as) a tudo ter de mão beijada. Para simplificar, não pensam, nem pensam nem concluem não ser este o tempo certo ou ideal para constituir família, casar ou especialmente ter filhos, este é um tempo no qual nem uma casa nem uma tenda podem erguer pelas suas mãos, nem terão onde, nem um cavalo, nem um arco e flechas, ou uma espada, uma lança, tão pouco coragem. Este é o tempo do salve-se quem puder, do amanhe-se quem souber, e queres tu ser mulher ? E tu engenheiro ? E o dinheiro ? O trabalho ? E cadê a carreira que te preencha a carteira ?

Este é um tempo de aproximação e erupção duma nova guerra, uma guerra a sério e não mais uma destas guerrinhas diárias um pouco por todo o lado, vai soar novamente o tempo de Malthus, o tempo de uma das suas guerras higiénicas, uma razia, milhares, milhões de filhos irão perecer ou antes disso ser comidos pelos pais, como profetizara Jonathan Swift na sua "Modesta Proposta" por volta de 1700, onde resumidamente explicava como se poderia matar a fome a uns comendo os outros, recomendando que se começasse pelas criancinhas, mais tenrinhas e que não rendiam, antes consumiam, davam trabalho e nada produziam. Já então se vivia o tempo da produção, da competitividade, da rentabilidade, é assim ou não ?

Após 1945 e depois de enterrarmos 80 milhões de mortos tivemos direito a 70 anos de crescimento, progresso e felicidade, está na hora de mandar abaixo outros tantos e garantir o futuro a quem ficar, haverá novo baby boom e novas e felizes mães, não agora, agora não é bom tempo p’ra casar ou ter filhos que somente irão alimentar e garantir mão-de-obra barata e providenciar carne para canhão, Marx tinha razão, sempre teve, o problema é que ninguém o lê, nem aqueles que mais o invocam …









……” Certa vez Napoleão disse o seguinte: "Deixai que a França tenha boas mães e ela terá bons filhos". 2. Hoje, mais do que nunca, necessitamos de mães possuidoras de um caráter cristão, mães que educarão seus filhos no caminho do Senhor... 3. Uma mãe bem sucedida é a chave do sucesso do lar e da nação... 4. Nenhuma outra força na vida da criança é tão poderosa em influência como a mãe. 5. Através dos séculos, a mãe tem sido um fator estabilizador na formação da história... 6. "O destino de uma nação", disse Napoleão, "está sempre nas mãos da mãe". 7. Muitos homens famosos foram influenciados por suas mães... 8. A mãe de George Washington era uma mulher religiosa e patriota... 9. Por outro lado, a mãe de Byron era orgulhosa, contenciosa e violenta... 10. A mãe de Nero era gananciosa, sensual, assassina...  “……..