Tristes
e breves são as nossas vidas.
Senti na noite que se finava um estranho pressentimento e, no ar a aura de uma força singular, uma extrema diferença na percepção do espaço e do tempo que me pareceu então momentânea e maravilhosamente em suspensão.
Divisei
cândido sorriso vogando em sonho metendo nuvens, rios, arbustos e flores e, tão
doce tão doce que, docemente me deixei levar, permitindo a essa celestial impressão
vogar, deixando-me lembrar e esquecer, recordar.
Janela
do quarto aberta, o encanto da madrugada orvalhada arrefecendo-me o corpo suado
e, sobre mim, a bênção da Lua reflectindo-se igualmente nas pedras que o beijo
da noite humedecera.
O
cheiro da lareira apagada, o reflexo das estrelas, a realidade longe da vista e
da consciência, mente e corpo à deriva clamando imperiosamente por guarida.
E
sonhando me deixei ficar, levar pela emoção dessa deliciosa sensação que me
chamava, por um inconsciente e profano argumento que sub-repticiamente me
seduzia.
Fiquei
quieto, e inquieto perante estranho e divinal fulgor banhando-me, por uma
misteriosa e maravilhosa luz cegando-me.
Sonho
e realidade confundiam-se-me no espírito, divisei vela dourada ardendo e senti o
odor forte de fragrâncias inolvidáveis.
Num
momento terno e eterno, forço o seu prolongamento, enrolo-me no doce calor do
amor pressentido e nesse cheiro que se evola e me põe em suspensão.
Pressinto
no ar memórias e desejos, uns lábios selando este segredo maravilhoso que
encolhido e receoso guardo e alimento.
Ignoro
o onde e o quando, apenas me sinto embalado em ternura, chega-te a mim,
abraça-me com violência, dedilha os cabelos do meu peito, eu quero-te no meu
caminho, agora e sempre, quero que me mudes o destino.
Por
ti meu coração expia amor, não me abandones, que morro, antes me olvides,
porque com lágrimas ternamente te lembrarei sempre amor, que por ti expio paixão
e amor sinceros.
Cinge-me
com força, por Deus, rende-te aos meus braços, olvida em mim uma vida em
sofrimento, sei que voz estou escutando, a tua, ciciando quanto me queres, e eu
quero-te, testemunho com minhas lágrimas quanto te amo, e quero-te com
compulsão e virtude, entusiasmo e pujança, causa, motivo, necessidade e intensidade,
mas, acima de tudo quero amar-te.
Teu
semblante indecifrável surgiu na minha mente, nem sei se era loucura ou
violência o que marcou um lençol e um sudário, sei que foi sensação que durou
e, quanto durou nem sei, sei que dentro de mim se demorou, nem quanto tempo
passei sem saber o que sei hoje, em que, feliz, já nem lembro o que sonhei.
Apenas
esta doce e suave sensação, esta meiga lembrança, recordação e saudade.
Delícia.
Sonho.
……………
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