Vai
por aí um grande chinfrim porque a manda-chuva do MCE, Movimento Cuidar de
Évora, terá ganho em Beja três concursos na respectiva edilidade e que, segundo os
seus detractores, os ganhou com favoritismo por pertencer então aos quadros do
PS. Pessoalmente "no lo creio". Em boa verdade ocupou um lugar na cultura, cujo concurso vencera, mas terá até concorrido a mais. Uns ganhou, de outros desistiu e um ou outro perdeu. Digamos que nem todos os jornais nem todos os jornalistas se preocupam com a verdade. Agora então que os tempos vão maus para a liberdade de expressão, tanto a manipulação como a mentira tomaram o freio nos dentes...
Pois
bem, supondo que ganhou os três, ainda que só pudesse, naturalmente, ocupar um deles.
Mas ocupou algum ? Beneficiou por acaso dos favores do PS como não se cansam de
dizer e atribuir-lhe ? Todo este reboliço não passa de suposições. Os cães ladram mas a caravana passa...
Ou
virou costas a esses pretensos favores e não ocupou nenhum ? E desdenhou de todos
? Podemos interrogar-nos qual ou quais as razões pelas quais o terá feito, serão
razões mais que pessoais e não me atrevo a exigir-lhe que me esclareça, o meu
pretensiosismo nesse aspecto tem limites, há uma vida privada a respeitar.
Resta-me o que se vê do lado de fora e, o que vejo é uma coerente e corajosa tomada de atitude de uma mulher inteligente. Sim, eu sei reconhecer uma mulher inteligente, eu mesmo fui casado com uma, aliás inteligentíssima, coisa com que muitos machos não conseguem lidar nem conformar-se. Temos que reconhecer haver mulheres, e homens, mais ou muito mais inteligentes que nós, temos que estar preparados para isso. É então que me pergunto;
-
Quantos dos que nas redes sociais lhe criticam os supostos tachos (de que ela
não quis beneficiar) estariam à altura de ganhar um só que fosse daqueles três concursos
? Alguns certamente, mas decerto nenhum daqueles cães que, não mordem mas
ladram todo o santo dia e a toda a hora, por tudo e por nada, nessas ditas
redes que de sociais pouco ou nada têm.
Verdade que ela poderia ter usufruído calma e displicentemente de um desses confortáveis tachos, perdão, lugares. Ganhos ou não esses concursos, dados de mão beijada ou não, poderia. Poderia mas não quis, preferiu a incerteza de encabeçar um movimento pela nossa cidade, coragem que todos nós lhe devíamos agradecer.
E para além da incerteza em que se arriscou a navegar, o risco de ficar sem colocação, (que acho não seria por muito tempo pois a senhora tem quesitos e gabaritos) mas sobretudo o risco de enfrentar o PS, partido a que virou costas, provavelmente por não desejar nem consentir ser testa-de-ponte ou marionete de gente pouco ou nada recomendável como tão bem conhecemos dentro do PS, gente que jamais lhe perdoará a ousadia. Dentro e fora do PS já agora.
O
mesmo poeríamos dizer do candidato Henrique Sim-Sim, ligado à FEA, ao Alentejo
De Excelência e ao movimento Fazer o Bem, isto é, suficientemente bem instalado
na vida para não ter que se preocupar. Mas tal como a Florbela preocupou-se, e
muito, com a cidade, com o país, com o futuro, CONNOSCO !! E como lhes agradecemos ? Com ingratidão e mal
dizer. E digo eu, um povo assim jamais irá longe. Criticar toda a gente sabe, mas tirar o cu da cadeira arregaçar as mangas e fazer, bem poucos se atrevem.
Não me vejo a meter as mãos no lume pelos outros candidatos, todos eles há muitos anos comprometidíssimos cada um com o seu partido e com (más) provas dadas do que são capazes de fazer e até onde se julgam no direito de ir… Naturalmente à nossa custa mas não em nosso proveito.
Basta olhar para o país ou para o
Alentejo para perceber isso. Quanto mais nos afastamos do maldito 25 de Abril,
o maior logro em que este povo alguma vez caiu, mais fundo nos atolaremos no lodaçal
em que transformaram a nossa democracia, lugar onde nada, mas já nada é nosso.
A
manda-chuva do Movimento Cuidar de Évora é uma pessoa livre, descomprometida, a
não ser connosco, com a nossa cidade. Não está engajada a partido nenhum, não
tem que satisfazer as ordens e ambições de chefe, tutor, controleiro ou fdp
nenhum, tem que nos satisfazer a nós, à cidade, sob pena de perder tudo na
aventura em que arriscou coiro e cabelo. A Florbela Fernandes nada mais resta
que uma fuga em frente, abraçar o caminho que escolheu, e em que a devemos
ajudar, apoiar, e respeitar.
Resta-nos
estimá-la, pois vai ter que ser a mulher que contará em Évora no futuro e a única
hipótese que a cidade terá de mudar. Se estivermos a contar com os partidos do
sistema não mudará nunca. Ela, Florbela, só terá que se demarcar em especial do
PS e mostrar a toda a gente que é efectivamente uma voz independente. Não ter
partido significa que não tem interesses a comandá-la... E isso é uma mais-valia
quando sabemos que desde a matrona da prima dona aos restantes donos da cidade de Évora todos querem é
mamar. Eles em 1º lugar... Sempre eles primeiro…
Tenho-a
trazido debaixo de olho, estou a gostar do trabalho dela e, para além disso, antevejo estar ali a figura hierática e matriarcal de que o eleitorado eborense
precisa e em quem poderá e deverá maioritariamente rever-se e acreditar. Isto se o pessoal ainda acreditar
que Évora tem futuro para nos dar.
Acredito que, na essência é possível fazer mais e melhor numa autarquia quando não existam amarras partidárias. Os partidos têm a sua razão de ser, mas não podem ser os prepotentes donos dos cadernos eleitorais e dos seus mesquinhos interesses privados e primordiais. Florbela tem uma outra vantagem, não estando ligada a partido nenhum certamente não quererá servir-se nem do lugar nem do prestígio para lhe servirem de trampolim para a Assembleia da Republica ou um qualquer outro cargo governamental.
É
por isso que lhes gradeço, quer a ela quer ao amigo Henrique Sim-Sim e à Patrícia Raposinho o trabalho e
atenção que dedicam às coisas da cidade, por isso lhes garanti que se a minha
presença ou amizade os não comprometerem (os comunistas fizeram de mim um anti comunista
ferrenho, um tolerante conservador de direita e um democrata liberal
liberalíssimo) poderão dispor da minha pessoa sempre que acharem útil ou
necessário, em especial para explicar às audiências haver todos os motivos para
votar num movimento não-alinhado, não engajado, não comprometido, independente,
ou num candidato igualmente capaz sério e motivado.
Obrigado
Florbela, Patrícia e Henrique, um abraço.