À
candente questão que tanto nos tem preocupado nos últimos tempos, ensino
público ou ensino privado ? privado ? público ? privado ? Ninguém deu uma
resposta cabal, qualquer dos lados nos atirou com areia aos olhos deixando
intocável o que deveria ter sido revirado, os resultados desse ensino. Temos
melhor ensino ? Privado ou público temos melhores cidadãos ? Melhores
condições, melhor nível de vida, melhor desafogo económico ? Sim, porque isto
anda tudo ligado, e o que vemos é uma massa de lumpemproletariado ignorante de
quem os mais oportunistas se aproveitam. Oportunismo que se aprende na escola
ao deixar em aberto o lugar das filosofias, da moral, da educação cívica e até
sexual, da honra, do mérito, pormenores só aparentemente despiciendos e que
andamos por acertar vai para quarenta anos.
Quer
queiramos quer não uma vez cá fora os nossos meninos serão avaliados a cada
minuto, e, desabituados que vêem da escola, aliás até virão é mal habituados,
marram no muro da realidade virtual que governos sem princípios constroem
meticulosa e pacientemente há quarenta anos e onde os enrolam para depois paparem
como caramelozinhos. Escola que não avalia e onde os que avaliam não se deixam
avaliar nada vale, nem ela nem os que por lá andam, aprendendo ou ensinando, o
resto são peanuts…
Do
meu vício pela leitura de Biografias* de vez em quando deparo com tesourinhos
inimagináveis, desta vez a bola branca calhou a Thomas Edison, que em criança
frequentara os dois tipos de ensino e nos dois fora infeliz. Pouca gente sabe,
eu confesso só agora o ter sabido, Edison acabara expulso da escola aos nove
anos sendo a sua educação terminada pela mãe, uma ex-professora de origem
canadense (do pai sabe-se que era oriundo da Holanda), mãe que lhe escondeu ter
ele sido expulso da dita escola, que lidaria mal com alunos extrovertidos,
irrequietos, curiosos, bla bla bla e ainda por cima diferentes, o catraio era mouco, tudo
pormenores abundantes na personalidade do pequeno Edison. Um dos professores
chegara mesmo a admitir aos pais do miúdo "ter ele bichos-carpinteiros no
corpo, ser um coca-bichinhos estúpido que não pararia de fazer perguntas custando-lhe
imenso aprender".
Parece pois que o mouquinho se acomodava mal ao estereótipo do mundo redutor e silencioso que lhe estaria destinado, há quem afirme ter ele inventado o fonógrafo devido ao facto de lhe ter ocorrido ainda criança, que a informação nem somente pelo som se podia difundir e a partir daí ter inventado com as latas de feijões um telefone, por achar que a linguagem binária de inputs ponto traço traço ponto com a qual brincava não entusiasmava. Na ocasião poucos lhe deram crédito, contudo veio a inventar e a aperfeiçoar o microfone e milhentas outras coisas que hoje damos por certas e banais, o que fez durante toda a vida e, como todos sabemos, a um ritmo completamente alucinante.
Parece pois que o mouquinho se acomodava mal ao estereótipo do mundo redutor e silencioso que lhe estaria destinado, há quem afirme ter ele inventado o fonógrafo devido ao facto de lhe ter ocorrido ainda criança, que a informação nem somente pelo som se podia difundir e a partir daí ter inventado com as latas de feijões um telefone, por achar que a linguagem binária de inputs ponto traço traço ponto com a qual brincava não entusiasmava. Na ocasião poucos lhe deram crédito, contudo veio a inventar e a aperfeiçoar o microfone e milhentas outras coisas que hoje damos por certas e banais, o que fez durante toda a vida e, como todos sabemos, a um ritmo completamente alucinante.
Sua
mãe, em vez de lhe comunicar a expulsão confessou-lhe o quanto ele era
inteligente, não podendo por isso andar naquela escola, prejudicando e
arrastando os demais, obrigando-os a acompanhar o seu ritmo, e que doravante a
mãezinha se encarregaria das lições dele. Acabou como todos sabemos registando ao longo da vida milhares de invenções e patentes, tudo porque a
escola não lhe atrofiou o cérebro e a sua mãe, mais que ensinar-lhe inglês,
gramática ou religião o ensinou a pensar, a ver, a meditar, a observar um
problema e a equacioná-lo. O petiz aprendeu bem a lição e devoraria em pouco
tempo toda a biblioteca que sua mãe possuía, em especial os livros sobre
ciências. O resto da história já todos mais ou menos a conhecemos, ter sido o primeiro "cientista" a montar ou instalar um laboratório e a dedicar-se à investigação pura e prática de forma organizada e metódica, o que diz muito sobre ele ...
Depois
da mãezinha morrer, isto passados uns bons cinquenta anos sobre o episódio em
que ela, sem ele o ter sabido descaradamente lhe mentira, no rescaldo do
funeral, enquanto arrumava as coisa dessa carinhosa e falecida mãe, Edison encontrou
numa gaveta uma caixa com jóias de pouco valor e uma carta que nunca vira, pertences
que a mãe guardara certamente por envolverem alguma recordação ou nutrir por
eles qualquer especial carinho, entre eles e muito amarelecida a carta a
expulsá-lo da escola, a carta com a verdade. Só então Edison se apercebeu da
dimensão da vida e do amor que sua mãe lhe devotara...
O
meu obrigado a Nancy Elliott Edison, que provou ser uma professora de verdade,
e o meu reconhecimento a Thomas Alva Edison seu filho, um aluno exemplar, tal
qual as nossas escolas, o nosso ensino e os nossos catraios não acham ??????
* http://mentcapto.blogspot.pt/2013/11/171-o-sabor-da-maca.htmlhttp://canalhistoria.pt/blog/biografia-de-nancy-elliott-edison/