quarta-feira, 27 de julho de 2016

367 - DUAS CANECAS, PLEASE, S’IL VOUS PLAIT, FAZENDO O FAVOR, O OBSÉQUIO...


Eu tinha passado a noite no bairro alto e a cabeça ainda me andava à roda, mas lembro-me do artista, conheço o homem há muitos muitos anos, uma vez, uma vez há coisa de meia dúzia de anos talvez, e casuisticamente, encontrámo-nos no exterior do CCB, ou nos jardins da Gulbenkian, ou nos corredores do HESE, eu tinha ido ver uma qualquer exposição, ele não sei, estava acompanhado de um amigo comum ainda que desconhecendo esse facto, pelo que após nos cumprimentarmos me apresentou a esse seu nosso amigo e, tendo eu desabafado um:

- Ah ! Já nos conhecemos há muito !

lá ficou ele gerindo uma atrapalhação que lhe não cabendo nas mãos, e como quem não sabe o que fazer aos pinos ou às bolas de malabarismos se lhe atirarem inesperadamente tudo acima ao mesmo tempo, acabou ás tantas por, cabisbaixo, balbuciar para esse amigo:

- E nós também, somos amigos há muito tempo, somos amigos do Facebook. (nós eu e ele entendamo-nos)

Por alguma razão eu encornei que, entre um homem limitado e um artista que se evade pode haver uma gigantesca quinta dimensão, curioso que embora nos conheçamos há trinta anos tenham sido os últimos três que levamos de amizade no Facebook os que naquele momento foram por ele exibidos para me definir, ou descrever. Eu afinei logo. 

Ele há na vida momentos de grandiloquente inspiração e há momentos de inversa sublimação, aquele desabafo disse tudo, disse quanto eu pesaria na sua consideração e quanto me apreciava, já eu desejo ardentemente que ele cresça e consiga um dia calçar as botas que o pai lhe terá deixado. As botas do gato das sete léguas...

Com a cabeça andando ou não à roda detesto ligar o ar condicionado do carro, já por diversas vezes aquela porcaria me trouxe aborrecimentos, irritações na garganta, constipações e até gripes, pelo que aguentei todo o caminho de vidros abertos gozando a aragem, que de aragem só tinha o nome. Quando cheguei à cidade não rumei de imediato a casa, segui em frente, uma ou duas cervejinhas não cairiam mal depois de quase cento e cinquenta quilómetros de tortura, e sempre me refrescariam e acalmariam, evitando que batesse na mulher e nos gaiatos.

Estendi as pernas, refastelei-me e traguei de seguida três ou quatro que escorreram que nem ginjas goela abaixo. Com este calor a gente nem as sente, só sente mesmo é o corpo distendendo-se, descontraindo, e então é fazer como fazem os ciganos, se três ou quatro fazem bem, seis ou sete hão-de forçosamente fazer melhor…

Estava eu nisto quando ao erguer os olhos para ver o fundo à caneca a vista se distendeu sobre a praça e vi os bonecos, os bonecos é como quem diz, as figuras, e dei comigo a pensar quanta beleza e sentimento em cada uma, quanta paixão, quanta arte, quanta inspiração e quanto amor. 


E repentinamente ocorreu-me que tanta brutalidade, tanta boçalidade, tanta cegueira, tanta ignorância neste povo tão só porque nem tem tempo p'ra ser, para ler, para aprender, para conhecer, para se instruir, e as peças ali especadas, idealizadas com tanto carinho, feitas com tanta dedicação e primor, enterneceu-me a paixão por elas ou jamais teriam sido feitas, comoveu-me a entrega que exigiram, o sacrifício de horas em seu redor até que completadas. A consagração a causas nobres sempre me perturbou, e juntar grão a grão, bocadinho a bocadinho, dia a dia, semana a semana, mês a mês, ano a ano, os materiais, é coisa que testemunha um estado de espirito que vai muito pra além da imaginação, quem assim procede é um sonhador, tem um sonho, e esse sonho ou essa causa que o move só pode ser uma enorme ânsia de evasão.

Ia eu começar a desenvolver mentalmente essa coisa da evasão quando a simpática Lídia me trouxe mais duas, detesto acabar uma e ter que esperar pela seguinte, sede é sede, calor é calor, e ali estava eu tentando fugir, ou evadir-me, tanto de uma como do outro. Quanto ao artista fugirá de si mesmo, incapaz dez se assumir e traçar aventureiramente um rumo sobre a frágil ponte do desfiladeiro e da confiança, sonha, sonha e evade-se, fugindo de si próprio tornando-se por momentos outro, e é esse outro que não ele quem nos oferece de bandeja a beleza da criação, o resultado desses momentos de desvario e inspiração, o resultado dessa ocasião de libertação e grandeza porque raramente o artista cabe no corpo terreno, mortal e limitado que tende a parasitá-lo como uma crisálida.

Conheço o artista, dócil, conheço o homem, submisso, admira-me como convivem, um voando inspirado nos céus das musas e onde vogam os deuses, o outro caminhando acabrunhado, cabisbaixo, circunscrito e circunscrevendo-se ao mundo pequenino e parecendo viver unicamente para os fim dos meses. Não é caso único, dessa ordem de grandeza tivemos Van Gogh, que se mutilou e endoidou, ou o contrário, e que depois se suicidou, mas tivémos também o nosso Soares dos Reis, que não suportou a realidade, ou Amadeu Modigliani, Frida Kahlo, e Jean Michel-Basquiat, para citar somente alguns do ramo… 

Mas nada temam, os grandes gestos Deus somente os concede aos grandes homens, e o nosso artista por enquanto vive dos favores d’outros, portanto a sua vida terá o perímetro que outros lhe conseguirem abrir, ou lhe concederem para ao trazerem pela trela, e como em terra de cegos todos se encolhem e refugiam no centro, para nosso gáudio e prazer iremos ter bonecos e artista durante muitos anos, até por ninguém se libertar do que, consciente ou inconscientemente lhe está na massa do sangue. Para se libertar o nosso homem teria que, por exemplo, ir a Belas Artes aprender alguma coisa sobre o mundo, eventualmente aceitar uma bolsa de uma dessas fundações capitalistas imperialistas que tanto abomina, a Fundação EDP, ou a Fundação Milénio, falo destas por saber que se promovem apoiando as artes e os artistas, logo o nosso homem teria que entrar em contradição consigo mesmo e, pelo menos uma vez na vida, seria obrigado a assumir-se. É que falar é fácil, falar, difamar, criticar, denegrir, comprometer, macular…

Ele que se vá entretendo com os bonecos e deixe a politica para os políticos, olhem, cá por mim se fosse rico comprar-lhe-ia os bonecos todos para meter no jardim, se fosse rico teria um jardim né ? Um jardim e um jardineiro, um carro e um carreiro, uma maison e um mordomeiro, e criadas para isto e para aquilo o dia inteiro ! Já tou a delirar, é do calor e das canecas …

C’um caneco ! Mais duas à saúde dele e da minha ! 






terça-feira, 26 de julho de 2016

366 - ANTIGUIDADES, PRATAS, QUADROS & Cª


Um dia destes fomos jantar uma sopinha de peixe da ribeira à alentejana e pargo no forno ao Xica Bia, a quem dantes chamávamos a Xica Boa, mas isso são outras histórias de aventura e de cavaleiros do asfalto que um dia vos contarei, esta foi uma saída romântica avec a Luisinha, seulement nós ambos, os dois, avec les cheveux ondulés dans le vent no boguinhas, apanhando o air da nuit que os dias estão quentes como o caraças. Já esqueci o sargo grelhado, ou pargo, para o caso c’est indiferente, mas jamais olvidarei ter encontrado um amigo que não via há quarenta anos, quarante ans ! Incrible ! Estava tal e qual o conhecia ! Seulement les cãs blanches, un peu gris, o resto era o habitual nele, a camisa branca impecável, desabotoada apesar do frio exagerado do ar condicionado e expondo o peito aberto, o peito e um fio, não um fiozinho qualquer mas antes uma grossa corrente de oiro, reluzindo sobre os cabelos negros dum peito musculado.

Nunca soube ao certo o nome dele, Bicho era alcunha que lhe viera com o feitio metediço e irrequieto, acho que o apelido era Rodrigues, passados tantos anos o natural será que a memória me falhe, quase quarenta para ser mais exacto, lembro a última vez que o vi e a última visita que lhe fiz, depois disso foi um carrocel a vida, Angola, Namíbia, Xangongo*, o Calaári, a queda em combate, o resgate no héli, o Hospital Militar da Estrela, as Berlengas, a Carmelinda**, a vida passa num ai, ai que não passa.

Olhámo-nos e medimo-nos através das cinco ou seis mesas que nos separavam e abanámos um para o outro as cabeças ao mesmo tempo, em sinal de reconhecimento mútuo. Reconhecêramo-nos, ele levantou-se, conduzindo gentilmente para a porta a mocinha que o acompanhava, empurrando-a leve e ternamente pela cintura delgada, nem devia ter metade da idade dele, talvez a idade de uma filha, pararam junto à nossa mesa e com um leve empurrão indicou-lhe a saída, não sem que antes a informasse e esclarecesse:

- Um velho amigo que não via desde que me levou cigarros à pildra de Évora ! E esborrachou literalmente o charuto no pratinho dos caroços.

Tua filha ? Perguntei eu sem que tivesse obtido qualquer resposta, e não obter nenhuma era já uma resposta, não seria filha, nem sobrinha, nem eu devia meter-me onde nem chamado seria, entendem ? Pelo à vontade dele com ela fiquei a par da sua intimidade, não lhe escondera o passado, e o passado dele nem era brilhante nem recomendável, embora os excessos da juventude devam ser desculpados, não acham ?

De modo esfusiante cumprimentámo-nos então com um longo abraço, apresentei a minha esposa, e ele para a pequena que ficara parada entre nós e a porta com um ar interrogativo:

- Que é que não percebeste ? Andando !

Voltou à conversa, assumiu-se solteiro, eu justifiquei-me com a mobilização apressada para África e ele com uma precária que tinha aproveitado para dar o salto para a Suíça, onde ficara meia dúzia de anos e com cuja ordem social não se dera, mal pudera fugira para a bebedeira de liberdade que então se vivia em Portugal,

- Estava eu na Estrela por essa altura ! Rematei para o calar.

- Eu já não aguentava aquilo Baião, a Suíça é bonita mas é ordem a mais, é organização a mais para o meu feitio, mal me apercebi do mar de oportunidades que aqui se abria barimbei-me na Rent A Car.

Estavam quebradas as reservas iniciais, ele fora, segundo disse e durante dois anos, condutor de uma pequena Rent a Car, fazia de chofer, levava os carros à oficina, ia levar e buscar os carros aos aeroportos e aos clientes, levava os filhos do patrão à escola e trazia-os de volta, conduzia a madame ao cabeleireiro, aparava a relva no verão e desimpedia a neve do quintal no inverno, tratava de ir com os carros atempadamente à inspecção automóvel, não ultrapassava os 90 fosse em que estrada fosse, era impossível beber uma cervejinha todos os dias num bar ou restaurante, eram caríssimos, pelo que me imaginei a avaliar quanto teria sofrido um espírito livre como o dele. 

- Baião, assim que vi como as coisas por lá funcionavam e cá não, fez-se luz e apareceram nitidamente diante dos meus olhos as oportunidades que se me abriam !

E por falar em abrir abrimos mais uma garrafa de branco de Palmela, a Luisinha não demonstrava mas eu que a conheço via claramente quanto se divertia com o personagem, que se sentou à nossa mesa, encomendou dose tripla de Robalo ao Sal, que nem estava mau e o Bicho continuou, como se tivesse encontrado o pai, ou a mãe, com quem não falasse há anos. A verdade é que não se calava, parecia ter corda, ou uma metralhadora, eu nem tinha ordem de falar nem o queria interromper não fosse o homem rebentar.

- Nunca quis casar Baião, teria sido mau para ela, tu conheces-me, nem casar, nem sócios, nem amigos, foi por causa deles que daquela vez fui apanhado, não tivessem eles bufado e jamais me teriam deitado a mão. 

Portanto, a pequena a quem ele dera corda nem era esposa nem filha, eu bem digo que calado apanhava mais coisas que se o tivesse interrompido.

- Isto aqui quando cá cheguei era um maná Baião, um mar de oportunidades, e eu não aproveitava ? Toda a gente se aproveitava ! Roubavam-se de herdades a alfaias, a gado, a carradas de cortiça, ocupavam-se casas, Todos se amanhavam ! Entre setenta e quatro e oitenta e poucos era cada um por si, e eu, mal vi que lá nas inspecções miravam tudo e por cá nem inspecções havia nem perdi tempo ! Olha, meti-me a sucateiro, deixava cartões e comissões em tudo que eram pronto socorros ou oficinas, não te rias mas parecia o Sócrates !

Assim fiquei sabendo que adquiria por tuta e meia todos os carros de gama alta, recentes, estampados, ardidos ou acidentados e sem conserto que podia, parece que na Suíça levariam logo baixa mas por cá ninguém controlava nada, era comprá-los, com os documentos claro, que logo passava para nome próprio enfiando o chaço num barracão, ou barracões que alugara um pouco por toda a parte, Coina, Marvila, Dafundo, Loures, Azeitão, segundo ele até no norte chegou a ter três ou quatro alugados.

- Não me digas que das motas passaste a dar a palmada em carros, segredei-lhe eu. (e seria fácil meter a matricula dos estampados nos roubados, quem iria descobrir?)

- Qual quê pá ! Mas quem tinha necessidade disso ? Ainda tenho alguma vergonha, algum orgulho, roubar nunca ! Era fácil, ia a uma Rent A Car, alugava um carro igualzinho, metia-lhe as matrículas do “meu”, e vá de fazer-lhe um seguro contra todos os riscos, contra roubo, contra incêndio, contra quebra de vidros, envolvendo ou incluindo extras se ou houvesse, eles calculavam os riscos e os custos, eu aceitava o prémio proposto, pagava a primeira anuidade ia destrocar as chapas de matrícula e devolver o carro à Rent A Car.

- Não estou a perceber, ainda não cheguei lá confidenciei-lhe.

- Vai com calma Baiãozinho (o vinho começava a pesar em nós), nunca fiz um seguro duas vezes na mesma agência, trocava amiúde de seguradora e de cidade com mais frequência ainda, e se não têm sido as inspecções periódicas e o novo hábito de conferir matriculas e nºs de chassis o negócio ainda rodaria amigo. Bem, talvez já não, com o aparecimento dos computadores e isso, era automático concluir que o meu nome apareceria repetidamente como reclamando seguros de acidentes. Tocariam campainhas percebes ? Mas entretanto vivi anos disso, perdi a conta às vezes e às centenas de carros que as seguradoras me pagaram. 
Eu vivia bem, até era uma vida agitada e cansativa, é certo que arejava, que mudava de ares, de cidade, de agência, depois o progresso codilhou-me, estragou-me os negócios, esse e o das residências.

- Residências ?! Retorqui eu admirado ! Também te meteste no imobiliário pá ? Não há cão nem gato que não se meta nisso agora.

- Nada disso, nem foi negócio d’agora, limitei-me a explorar no ramo o mesmo nicho que fazia render nos automóveis.

- Que queres dizer, acho que já não te estou a acompanhar outra vez, tu és pior que o Arsène Lupin ! ***

- Era fácil, fácil até a informática me estragar a coisa, felizmente retirei-me antes de ter problemas, senão teria que explicar um dia muitas coisas para as quais não tinha explicações nenhumas, e a ter seriam encontradas coincidências a mais…

- Conta conta !

Já imaginava que ias pedir, afinal que tens aqui andado a fazer ? A dormir ? Havia que aproveitar as deslocações que fazia, se ia tratar de embarrilar uma agência com um seguro em Viseu, por exemplo, aproveitava a coisa, a estada, pegava nos jornais do norte, dali, da zona, e via os chalés, residências, casas de campo que havia para arrendar, preferencialmente mobiladas… com mobiliário antigo, clássico, quadros nas paredes, cutelaria em prata, estanhos, candelabros, tapetes persas, ou de Arraiolos, já percebeste ou tenho que te fazer um desenho ? Evidentemente o negócio rendeu, rendeu e bem, cheguei a ter casa de antiguidades aberta em Gondomar, em Gaia, que não por acaso tinham na câmara quem igualmente se amanhasse bem, se é que me entendes.

Pegámos o jantar com a ceia, estava um individuo igual mas diferente, era bem-falante, dominava bem a língua, que nele era cuidada, tinha modos nobres e gostos caros, confidenciou-nos morar numa quinta de sonho em Azeitão para onde nos convidou, era um jovem tão ignorante quanto eu ou quanto qualquer outro quando o conhecera, agora estava perante um gentleman, um homem culto, muito mais haveria naqueles quarenta anos que eu desconhecia, vivia, segundo dizia, de poupanças de uma vida e de um pequeno investimento que fizera muitos anos atrás na EDP, e nunca esquecera o que o pai lhe dissera;

- Um homem ou tem energia ou não se mete nelas !

Mesmo analisando literalmente a frase do pai era caso para aceitar que o Bicho a levara à letra, até num investimento pessoal, o pai lá saberia, e realmente a energia era tudo e era o futuro, só nunca quisera sócios, amigos ou cúmplices porque, como dizia, uma amizade é uma testemunha e quando menos esperas lixa-te.

- Sou apologista da iniciativa individual Baião, vai por mim, no que não puderes meter-te sozinho não te metas, é o meu conselho.

Soube-o bemfeitor, altruísta, e bem relacionado, como ele mesmo dizia estava a devolver o que tinha tomado de empréstimo e ainda lhe agradeciam e ficavam em favor, favores Baião, ou és padrinho ou és afilhado porque a vida está pior do que a pintavam os anarcas no nosso tempo de gaiatos lembras-te ?

Recusou-se a deixar-nos pagar a conta, ficava pelos cigarros que lhe levara em tempos, com juros claro. Qualquer dia lá iremos a Azeitão, antes que ele mande o motorista buscar-nos a casa…

*http://mentcapto.blogspot.pt/2015/01/221-contratempo-em-xangongo.html

** http://mentcapto.blogspot.pt/2015/01/223-farol-berlenga-grande.html

*** https://pt.wikipedia.org/wiki/Ladr%C3%A3o_de_Casaca

domingo, 24 de julho de 2016

365 - UM PIVOT DE REGA QUE NOS FAZ RIR * .....


Fixem esta sigla, CEiiA, Centro de Engenharia e de Desenvolvimento de Produto, situado em Matosinhos e que soma projectos atrás de projectos, desde o novo avião da Embraer a carros eléctricos, scooters e bicicletas inteligentes, etc, etc, etc. Segundo alguém disse:

"NESTA CASA DE ENGENHEIROS O CÉU É O LIMITE" 

Eu deveria ter-vos elucidado quanto ao título, rega por aspersão, não confundir com rega por expressão, asneira de um antigo aluno meu que então muito me fez rir e de cuja conversa se desenvencilhou com um:

 - E não é ? Não é uma asperção corrente prof ?

A velha UE, Universidade de Évora, anda há cerca de 10 ou 20 anos a desenvolver um pivot, ou um sistema de rega gota a gota de que pouco ou nada se sabe, nem sequer se tal desiderato ainda continua nas mãos dos sábios, a fim de receber o último retoque, ser-lhe adaptada a última moda, como faria Bocage. Desconfio, não tenho a certeza, e não consegui esclarecer-me, que a UE também assinou protocolo com este agora celebérrimo CEiiA, para quê, com que contributo ou vantagens, está como sempre por cá, no segredo dos deuses. Quando a UE reabriu a populaça teve a esperança que fosse um polo de desenvolvimento da região, desde então quer o país quer especialmente esta esperançada região, têm-se arrastado pela cauda do desenvolvimento europeu, agitando a bandeira dos últimos lugares como as cascavéis agitam os guizos. Por aqui a única coisa que verdadeiramente se sabe é haver ali bons empregos. Ali na UE. Empregos que o contribuinte paga, com que beneficio ninguém sabe, ninguém se atreve a perguntar, até porque ninguém lho diria. Como sabemos a transparência é o grande apanágio dos democratas desta terra. 


Pois lá no norte, por volta do ano 2000 foi fundado o CEiiA – Centro de Excelência para a Inovação da Indústria Automóvel, um projecto inovador que desde o princípio congregou à sua volta empresas, universidades e centros de inovação, com um forte envolvimento das entidades públicas. As instalações do CEiiA começaram inicialmente por localizar-se na Maia, era o Tecmaia, polo da Maia – uma das primeiras Plataformas de Ciência e Tecnologia de Portugal – e estava já então sonhando com o que agora é uma realidade, o Novo Centro em Matosinhos – um autêntico viveiro de idéias tornado referência a nível global – o CEiiA – que apresentou há dois anos em Itaipú, em Foz de Iguaçu, no Sul do Brasil, um Projecto de Parceria Internacional na área da Mobilidade Inteligente – é um dos melhores exemplos do que precisamos para Portugal. Confiança, ambição, talento e valor, ou valor acrescentado, são as palavras-chave dum projecto que hoje já é futuro !
       O CEiiA é já há algum tempo o motor de um cluster estratégico centrado na área das indústrias da mobilidade, o que nos últimos anos lhe permitiu o desenvolvimento, na base da inovação e criatividade, de competências, de talentos e de novas oportunidades. A dinamização da criação de valor e reforço da inovação tecnológica ganhou muito com o trabalho em rede, e com a forte presença global do CEiiA, que apostou numa estratégia coerente, constituindo-se o centro duma convergência estratégica entre o estado, as empresas e as universidades / Centros de Inovação – o CEiiA já é uma referência nesse novo Modelo de Desenvolvimento Estratégico então adoptado para o país. (?)
     O investimento em inovação e valor desempenha um papel de alavancagem e de mudança único. Portugal precisa de forma clara de conseguir entrar com sucesso no roteiro de investimento associado à captação de empresas e Centros de I&D identificados com os sectores mais dinâmicos da economia, sectores de vanguarda, de ponta, as tecnologias de informação e comunicação, energia, automóvel e aeronáutica, entre outros. Foi isso que o CEiiA soube fazer nestas áreas através duma abordagem de actuação no mercado envolvendo os protagonistas sectoriais (empresas líderes, universidades, Centros I&D), cabendo às agências públicas um papel importante de contextualização das condições de sucesso de abordagem dos clientes., o exemplo do CEiiA tem por isso que ser potenciado, repetido, imitado, replicado, seguido.
     É importante que os protagonistas envolvidos neste processo de construção de valor percebam o alcance destas apostas estratégicas. Não se pode querer mobilizar o país para o desenvolvimento centrado numa maior equidade social e coesão territorial, sem criar riqueza, sem partilhar soluções estratégicas de compromisso colaborativo. Não podemos andar de costas voltadas uns para os outros. Pensando no futuro o CEiiA ultrapassou isso. Por perceber que a aposta em projectos estratégicos como os clusters de inovação e os pólos de competitividade são um caminho longo que exige persistência de trabalho e confiança e colaboração na acção. Neste momento está na, e vive na, ou luta na guerra global pelo valor e pelos talentos que é o pão nosso de cada dia e cuja guerra está aí para durar e durar… O CEiiA está na vanguarda e quem não estiver na linha da frente não sobreviverá, o CEiiA está na linha da frente, como o exemplo de ITAIPÚ*, da Embraer e outros estão a demonstrar.
Necessário se torna entender, estudar e divulgar este exemplo do CEiiA, com todas as consequências do ponto de vista de impacto na sua matriz económica e social. Se não houver um verdadeiro sentido de responsabilidade colectiva e estratégica à volta do nosso desenvolvimento futuro, tudo será posto em causa. Será acima de tudo o princípio de um fim que nunca pensámos poder vir a ter e que não se coaduna com a nossa vontade, ou antes a nossa premência, a nossa grande urgência de mudança. É por isso efectivamente grande o desafio que espera agora Portugal com esta aposta que Centros de Futuro como o CEIIA estão a protagonizar pelo mundo, numa batalha imparável pelo desafio da modernidade estratégica. Resumindo, ou comes ou és comido, ou crias emprego ou emigras, não há outro caminho.  **
* Fotos: Excepto a primeira todas as outras fotos foram todas roubadas ao Expresso Digital no sítio que tratava deste mesmissímo assunto, e cujo link vos indico abaixo.

quarta-feira, 20 de julho de 2016

364 - EXÉRCITOS, GUERRAS, INSTRUMENTOS...


A queda no Montijo de uma antiguidade ainda antes de se erguer nos ares, e um golpe de estado atabalhoado, que foi numa noite meticulosamente investigado, combatido e desmontado, levaram-me a entreter-me com este assunto, o do poder e dos exércitos que o servem, estendendo voluntária e benevolentemente a minha paciência e o meu altruísmo para com o Paulo e o Bruno, o primeiro um jovem adulto que me pareceu pleno de bom senso, cordato, comedido, com boas bases e que decerto muito aprenderá no futuro, o segundo um adulto jovem, meu ex-aluno, que acha nada mais ter a aprender por já saber tudo e que acabou de matar o pai (o pai Édipo, não vá ele acusar-me de o estar a denegrir), portanto caminhando a passos largos para a emancipação. Quanto ao Paulinho, não fora meu aluno mas praticamente andei com ele ao colo, daí a intimidade que uso para com ele, espero não me leve a mal por isso.

Ambos fazem carreira no exército, o primeiro suou para tirar formação superior e está maduro para aprender o que é a vida, o segundo suponho que não teria encontrado saídas profissionais e aproveitou o facto de ser bom paraquedista (neste momento é dos melhores do mundo na sua classe), para se atrelar à boleia de um grupo (militar) de representação das forças armadas e que levam o seu garbo e prestígio daqui até além-fronteiras. Tal como o fazem os “Asas de Portugal” ou os “Red Arrows” ingleses, da RAF, e os “Thunderbirds” americanos da USAF. Nestes jogos dos militares por vezes é até induzida e acicatada a concorrência e rivalidade entre as diversas forças de uma mesma nação, paraquedistas, comandos e fuzileiros, num despique táctico para consumo popular e que desperta simpatias, vocações, e facilita a mobilização dos mancebos para esses corpos de “elite” especiais. Por outro lado os tempos modernos exigiram ou impuseram a necessidade de amenizar a carga psicológica negativa dos exércitos, corpos vocacionados para a acção violenta cujo lado negro há que disfarçar, enquanto em simultâneo se atiça nos jovens o desejo de participação e mobilização no grupo, coisas que a psicologia explica, e o grupo é um monstro ávido de carne para canhão. As forças armadas são um consumidor por excelência de juventudes, ingenuidades, complexos, perturbações, taras e vidas. 


A talho de foice direi que só a IGG, primeira grande guerra, levou a eito duas gerações de mancebos tendo deixado a GB, e a França, quase sem futuro, assunto que levou os respectivos parlamentos a ponderar a hipótese de levar a tribunal e à pena capital os generais responsáveis pela chacina, emendo, pela condução da guerra, contudo, todavia mas, porém, dado que pessoalmente nenhum deles matara ninguém, nunca matam, quem o faz são os oficiais de patente inferior, e os sargentos e praças, pelo que já devem estar a adivinhar o resultado de tal ofensa à classe superior. Sim, pois, ficou tudo em águas de bacalhau, a classe superior eram eles, mas vale a pena debruçarmo-nos detalhadamente sobre esse assunto do ponto de vista histórico. O assunto é somente tratado em livros de história muito especializados e particulares. Toda a informação sobre o caso foi apagada de arquivos, bibliotecas etc. Este caso contrasta fortemente com a publicidade dedicada aos julgamentos de Nuremberga após 1945. Na GB, e em França, este escândalo das chefias militares durante a IGG e que após 1918 levantou acesa celeuma foi completamente abafado.

Enquanto uns abafam as coisas outros fazem justiça na hora, cada um actua como mais lhe convém, a verdade é que mais cedo ou mais tarde todos os países ou nações acabam deixando-se envolver em derivas fundamentalistas, como o pode ser até a insignificante "higiene e limpeza" (para a qual criámos uma policia peculiar, a ASAE), tudo reflexos insípidos do politicamente correcto, reflexos da idolatria das leis, que espelham e tomam vida própria, pairando sobre a própria realidade, e que caiem, caímos, caindo-se no excesso dos formalismos legais, culminando no culto da fatuidade, do homem vazio, da vacuidade, conduzindo os países, as sociedades e as civilizações à decadência e deliquescência.

Esta decadência, a história no-lo tem mostrado e demonstrado, leva a que as nações mais fortes, e também com menos escrúpulos, estejam sempre prontas a devorar as mais fracas e a espezinhar os valores que se oponham à sua ascensão ou hegemonia, ao seu êxito, ao seu crescimento, para o que se borrifam na sabedoria, veja-se na UE a supremacia que a Alemanha a todo o custo não se cansa de tentar adquirir e ao qual nós portugueses somos sobremaneira sensíveis.   

Amemos ou não, admiremos ou não os homens fortes, ou os tiranos da nossa história recente e até da mais antiga, não é isso que está em causa, mas sim a verificação de factos objectivos, da verdade, ora a verdade diz-nos que foram ou são precisamente eles, esses tiranos ou homens fortes quem baliza, constrói, conduz, faz, determina ou direcciona essa teia complexa que é a história. Sem eles não haveria impérios, sociedades, civilizações, não existiriam tendências, movimentos, influencias, ideologias, ideais, utopias. 

Alguns, senão a maioria, ou todos, gravaram o nome na história com sangue, seu e dos demais, devido à força, aos excessos, a exageros, à torpeza e bestialidade, de qualquer modo em virtude do seu mérito, mérito de líderes, mérito de condutores, mérito de conquistadores. Deixo-vos uma lista deles, sem especial simpatia por nenhum em particular, estamos, recordo-vos, a relembrar factos objectivos, comprovados, verdadeiros. E a lista, incompleta e aleatória começa por Gengis Kan, Alexandre, César Augusto, Napoleão, Nelson, Estaline, Salazar, Hitler, Churchill, Franco, Pinochet, Cabral, o Gama, Shaka Zulu… Enfim, puxem vocês pela imaginação que a cerveja está a perder o gás. 
        
E aqui chegados será hora de repensar o como, como é que esses homens manobraram, como conseguiram, como foi que fizeram ? Naturalmente através do poder, com recurso às vantagens que o uso do poder confere, com recurso à força, ao seu uso exagerado, abusando dos parâmetros internacionais estabelecidos, se é que os havia ou se já os havia. De qualquer modo existe sempre uma linha invisível esticada, ou traçada pela moral, pela ética, pelo respeito que os demais nos devem merecer. É aqui que a história entra em acção e quer Heródoto quer Homero nos dão conta da organização do poder nas antigas cidades estado gregas, o aparecimento da força organizada, o aparecimento dos primeiros exércitos de Atenas e Esparta, dos ritos e rigores espartanos, os exemplos de organização, abnegação e superação, “ A Retirada dos Dez Mil” uma verdadeira epopeia contada por Xenofonte, ou “A Batalha Das Termópilas” em que os gregos liderados pelo rei Leónidas, de Esparta enfrentaram o exército persa cinquenta vezes superior e demonstraram uma coragem excepcional. São apenas dois exemplos impossíveis de esquecer de entre milhares deles que a história nos legou.

Admiremos pois o nascer da vontade, o nascer da organização, o nascer da força, do poder, pois assim nasceram os exércitos como instrumento desse poder, dessa força, dessa vontade, um longo braço, uma lança mais comprida, uma espada de lâmina mais afiada, uma ferramenta, o exército como instrumento ao serviço do poder. Por todo o mundo existem testemunhos, arqueológicos ou não, como o exército de terracota, na china, de uma época cerca de 200 anos AC, dos de Cortez e Pizarro no México, cerca do ano 1500, de Napoleão na Europa e que perdeu em Moscovo a campanha da Rússia. Apesar da desigualdade e variedade entre todos estes exércitos não existem entre eles diferenças substanciais, a noção subjacente às suas géneses, a formação desses exércitos, do grego, mais defensivo que ofensivo ou expansivo, muitas vezes punitivo, ao romano que tinha uma função bem diferente e obedecia a uma estratégia bem delineada, o que nem acontecera com Alexandre o Grande, outro conquistador, outro fazedor de impérios. Roma planeava, Alexandre avançava e conquistava pensa-se que talvez e um pouco aleatoriamente, é verdade que tinha um objectivo final cuja estratégia contudo parece nunca ter obedecido a um qualquer plano. Alexandre não dispunha de Tv, nem de fibra óptica ou canais por cabo, entretinha-se e alimentava o seu ego conquistando, avançando, pisando, demolindo.

 Ora onde eu quero chegar é à conclusão de que os exércitos, longe do que os meus amigos Paulo Figueira e Bruno Batista pensam, não são reservas de honor ou viveiros de abnegação, são cilindros de amassar, triturar, torturar, e, ao contrário dos exércitos (em sentido figurado) do AMI ou dos Médicos Sem Fronteiras, avançam destruindo, cortando, decapitando, chacinando, matando. Naturalmente abro uma excepção para o “Exército de Salvação” claro. Devo aqui fazer notar que ao mesmo exército podem em tempos diferentes corresponder diversas facetas, assim, por exemplo, o movimento de libertação MPLA transformou-se após a independência num exército ao serviço de um grupo, uma classe, e hoje não liberta, antes domina as populações. Este exemplo é válido para milhentas situações. O exército russo libertou o povo do jugo czarista para se transformar no Exército Vermelho, que libertou a Europa do jugo nazi, para voltar a dominar (e não a libertar) para lá da cortina de ferro, com os exemplos negros que a história aponta da invasão da Hungria (1956) e da Checoslováquia (1968). Quantas e quantas vezes movimentos e exércitos de libertação viraram exércitos de ocupação e de subjugação das populações… Neste item um parêntesis para o exército colonial português que, de dominação se transformou em exército de libertação em 25 de Abril de 1974, como classificá-lo agora deixo ao cuidado de cada um pois a mim cheira-me a comida, a lateiros, a oportunistas e classistas que o povo já esmifrado com impostos alimenta sem proveito. Todos sabem que sou defensor da neutralidade, ao menos não faremos figuras como a que fizemos na India portuguesa em 1961…
Ah e a abnegação ?! A abnegação, a honra, isso são particularidades ou peculiaridades que de modo singular podem acometer qualquer um em qualquer momento e em quaisquer lugares, não são de modo nenhum atributos exclusivos dos exércitos ou dos militares, embora não negue que o convívio nas matanças, a camaradagem como vocês diriam, forje amizades sólidas e profundas. A abnegação, os actos heróicos, quantas vezes não viram eles de sentido, Nasser, Saddam Hussein, Kadhafi, para citar somente estes, há décadas avançaram na frente de exércitos libertadores, veja-se onde depois essa libertação foi desaguar ou descambar… O mesmo se pode dizer do Exército Bolivariano de Libertação, que Hugo Chávez enfrentou e Nicolau Maduro está prestes a provocar dando azo a um banho de sangue… Estava a esquecer o exército internacionalista e proletário cubano, o tal que foi para Angola ajudar o MPLA mas que nunca faria o mesmo pela FNLA ou pela UNITA, exército que foi acusado de tudo e de mais alguma coisa, como se os contrários não fossem iguais ou piores… Curioso é constatar como todos eles se auto apelidam ou intitulam de “libertadores” ou “populares” quando na verdade se limitam a cumprir a função para que foram criados, defender uma classe, uma casta, uma etnia, uma elite… Quanto ao internacionalismo cubano, não se arreliem, tem forças que o equilibram, da Alemanha à Suécia há sempre gente disponível a apoiar com milhões alguma veleidade que os ocupe, uma fundação, um país, um filantropo, um banqueiro … Contra os contras, a favor dos contras, contra os afegãos, a favor dos afegãos, contra os palestinianos, a favor dos palestinianos, contra o islão, a favor do islão, contra os turcos, a favor dos turcos, haverá sempre gente que matará a fome com o pré da tropa, que não discutirá ordens, que julgará estar lá como reserva moral da nação, que acreditará fazer parte de um grupo de homens abnegados, íntegros, honrados, patriotas, já em gaiato eu via isso nos filmes a preto e branco que metiam a Ku Klux Klan ao barulho contra um xerife sem estrela…

Os exércitos não são, como vedes, mais que tenebrosas máquinas de poder, veja-se o exemplo do uso que Pinochet dele fez, ou Estaline, para não me alongar em exemplos em que a história é fértil. E os valentes soldados ? Os soldados, até se aproximarem dos postos mais elevados nunca passarão de simples mandaretes, paquetes, marçanos bem pagos, ferramentas, instrumentos a mando de outrem, claro que a estratégia, ou antes a táctica está em fazer pensar a esses subordinados que são a reserva moral da nação, que são os patriotas dispostos a morrer pela pátria, que são o exemplo de cidadania, de integridade, quando no fundo não passam dos criados de quarto das classes possidentes, há sempre uma classe no poder, o poder nunca anda em roda livre, veja-se o que se passou há bem pouco tempo com o exército e os militares turcos, carne para canhão nas mãos de um louco oportunista…

Nem todos se podem chamar Napoleão, ou César, ou Nelson, ou Hitler…. Alguém tem que ir a correr fazer os recados que lhe mandarem….



terça-feira, 19 de julho de 2016

363 - O FUTURO ESTÁ EM COIMBRA, E ÉVORA ?


…. o Instituto Pedro Nunes, IPN, que cumpre agora 25 anos, nasceu da Universidade de Coimbra e ajuda a fazer a ligação entre a investigação, a universidade e o tecido empresarial. Vive dos seus próprios recursos, que vêm dos seus laboratórios de investigação tecnológica (que desenvolveram 150 projectos nos últimos 3 anos e apoiaram 300 empresas), de uma incubadora (que apoia a criação de empresas e as acompanha até aos 4 anos), de uma aceleradora (para empresas com mais de 5 anos e que já se afirmaram no mercado mas precisam de captar capital para crescer) e da área de formação………  

E por cá ? Como é ? Onde vamos ? Quando chegaremos ? Perguntei eu logo aos meus botões…

Pois por cá continuamos discutindo o sexo dos anjos…


* Nicolau Santos, Semanário Expresso, 15-07-016, Caderno de Economia
* http://expresso.sapo.pt/opiniao/opiniao_cem_por_cento/2016-07-15-O-futuro-esta-a-ser-criado-em-Coimbra