quinta-feira, 29 de agosto de 2013
159 - DEIXAI ALI O RIO AO LARGO ........................
sábado, 24 de agosto de 2013
158 - PURA MÁ LÍNGUA ............................................
nem uma noite inteira aqui passam ... é o que faz termos auto-estrada e proximidade à capital... nem Vendas Novas nos ganha, a cidade das bifanas, a carne aqui é do lombo, e recolheu-se entre risos e fungadelas, como é usual nele…
Mesmo assim, mas a súcia já lhe conhece o desregramento e finge nem a ouvir…
Garanto-vos …
domingo, 11 de agosto de 2013
157 - .................. PANAVISION DREAM .....................
Por
trás das pilhas e dos milhares de fardos de aparas de cortiça, debaixo de um
alpendre mal enjorcado, o calhambeque. Nunca soube porquê mas só a buzina
funcionava, roufenha, soando bem alto mas roufenha. O calhambeque só pó. Mesmo
por dentro só pó. Uma D. Elvira sempre presente enquanto eu, brincando ao Zorro
e ao Tonto, esporeava Silver na pradaria do quintalão, onde as pilhas e os
fardos as montanhas rochosas…
Naquele
Verão escolhera um chapéu de fita verde por me parecer mais fresca a cor, no
início de cada ano a mãezinha comprava-me um chapéu de palha novo na loja do
senhor Acácio. Eram milhares de chapéus de palha em pilhas, cada uma com sua
forma cor feitio e número de chapéu, número, largura de cabeça, de criança a
adulto, pilhas de vinte trinta chapéus e eu sentindo ainda o cheiro da palha
nova, o cheiro da tinta nas fitas,
o
cheiro a naftalina da roupa da cama arredada para baixo por ser Verão, um
cheiro que se sentia intensamente por causa das portadas fechadas para evitar a
luz e o calor e, embora as portadas fechadas e a penumbra, eu não dormia,
cumpria a penitência da hora da sesta mas não dormia nunca, enquanto lá fora a
esturrina queimava as montanhas rochosas e eu em cima de Silver perscrutando o
horizonte, até que ela chegou,
pé
ante pé, um dedo nos lábios outro nos meus, um silencio quente, abafado, nem o
pregão dos negociantes de cortiça se ouvia, estariam na taberna onde hoje o
Restaurante Flor da Pradaria, perdão, da Planície, e
nem
o resfolgar das maquinas estendendo alcatrão nas ruas da vila se escutava,
somente a respiração ofegante dela metendo-se na cama, colando-se a mim na
penumbra silenciosa e tropical do quarto, eu fechando finalmente os olhos, não
para dormir mas aspirando sem o menor ruído o perfume dela, o cheiro dela e o
perfume que jamais esqueci, nunca mais, nos últimos quarenta anos de vida entrei
em todas as perfumarias do mundo e nunca mais,
o
cheiro sim, às vezes, muitas vezes, mas o perfume jamais, e sempre que na
lembrança aquele odor no mesmo instante na memória ela, os seios fartos,
redondos e cheios, túrgidos, os biquinhos duros e salientes, as auréolas
grandes com sabor às da mãezinha quando eu pequenino, e, quando queria montar o
Silver e abalar à desfilada pela pradaria e ir embora, ela
vais
já, tá quietinho, quando acabarmos vais, e se fosse a mãezinha decerto me tinha
logo dado soltura para ir brincar, ao principio tive medo e fiquei calado, mas
depois, pelos dias fora já gostei, e ficava quietinho e caladinho até ao fim,
ainda hoje se baixo as persianas e a penumbra no quarto ouço o arfar acelerado
dela, sinto os beijos as mãos e os carinhos dela, eu crescendo em mim sem saber
e depois já sabia, e
ao
terceiro dia ainda ela se não esgueirara para a minha cama e já eu esquecera o
Zorro, e o Tonto, e o Silver e as montanhas rochosas, a aventura aprendida e já
tão desejada era outra por eu já a adorar e lhe conhecer os sítios onde ela se
rendia e ofegava e tremia, e depois de tremer o abraço dela, o cheiro intenso
dela, eu já não brincando nas montanhas rochosas mas brincando nas montanhas
dela até conhecer de cor e salteado cada curva cada canto cada reentrância,
com
o tempo aprendi onde tocar, a mão dela guiando a minha, mete aqui, faz assim,
não pares, mais, faz mais, mais depressa, não pares agora, e em vez de matar
índios e bandidos empenhava-me em cumprir o que dizia o xerife porque o xerife
era ela e eu gostava fazê-la sentir-se bem comigo, primeiro, de sentir-me bem
com ela depois,
porque
depois também eu ofegando, também eu numa agitação em crescendo, também eu
guiando a mão dela, também eu que embora não dissesse pensava faz assim, e ela
fazia, não pares, e ela não parava, mais, e ela fazia mais, faz mais, e ela
fazia muito mais, mais depressa, e ela mais e cada vez mais depressa, não pares
agora, e ela sabendo sempre onde parar porque se não parasse a brincadeira acabaria,
e ao
invés de matar índios e bandidos empenhava-me em cumprir bem o ordenado pelo
xerife por gostar de fazê-la sentir-se bem comigo, primeiro, de me sentir bem
com ela depois, porque ela me ensinou a parar,
jamais
esqueci o cheiro dela, nem o meu cheiro, nem o perfume que jamais encontrei, e
cada vez que um biquinho, uma auréola,
recordo-me
dela, recordo aquelas férias e aquele Verão, aquele em que deixei de brincar ao
Zorro e ao Tonto embora nunca mais esquecesse os milhares de fardos de aparas
de cortiça e as centenas de pilhas, o calhambeque cheio de poeira na sombra do
telheiro enjorcado com a buzina roufenha, e ainda hoje se no tumulto do clamor
do trânsito de qualquer grande cidade uma buzina roufenha
logo
o pensamento na aldeia, naquele verão, nela, nas camionetas dos Farinhas, no
cheiro a alfarroba, na relva fresca e na terra molhada do jardim nos fins de
tarde e nas amenas e estreladas noites em que, contemplando-a mudo,
descobri
que me fizera homem e, ainda hoje, de dedo nos lábios em sinal de silencio ou
não, aprendi a guardar para mim todos os pensamentos todos os segredos, todas
as memórias…
...
domingo, 4 de agosto de 2013
156 - FIDELIDADES * por Maria Luísa Baião..............
quarta-feira, 24 de julho de 2013
155 - REMEMBRANCE THE PAST ............................
Foto: Lugar do poço da Arreigota, onde nasceu o meu irmão mais novo Manuel Baião.
terça-feira, 23 de julho de 2013
154 - SAPIOSEXUALIDADE ... COM A IDADE ... **
Pintura de Marcelino Bravo - Évora |
Olá GI ! Vamos lá com mais vagar, tenho andado ocupado com um curso de formação que promovi. Peço desculpa por não ter sido exemplar nas respostas, mas tenho andado atarefado e a coisa envolve dinheiro a receber nem sei quando. OK, avancemos por tópicos, nada tenho contra essa modalidade e será mais fácil racionalizar a resposta.
Agradeço do coração os teus abraços, bem falta me faziam e bom, muito bom proveito tiveram. Um conforto ou um consolo de quando em vez só nos fazem bem, aquecem a alma e alimentam o ego. Nem costumava dar atenção ao gato Garfield e agora até estou disposto a comprar um para pendurar do retrovisor e dar cheirinho ao carro.
Obrigado também por me teres compreendido, por não ter perdido a tua amizade apesar de me ter exposto e aberto o coração. Há quem me entenda mal e me apelide de rude e bruto, nada disso, simplesmente sou directo, directo e franco. És uma boa amiga, não desejava perder-te por nada, saber-te longe não me alegra de modo nenhum, contudo acredito que percebas melhor agora a minha expressão “duvido que alguma vez venhamos a estar cara a cara”.
Senti-me confortavel na resposta que te dera, bem e mal, mal por ter-te longe, bem porque me permitiu soltar-me de mim mesmo como nunca o fizera e por uma vez na vida ter tido a coragem de, parvoíce ou não, me ter confessado. Fez-me bem, sinto-me melhor comigo próprio e finalmente percebi não precisar da aprovação dos outros para me sentir realizado, verdade também não o conseguir sem eles.
Obrigado por teres aparecido na minha vida, não sei que pancada foi esta mas foi quase instantânea, nunca me acontecera, já nem acreditava em paixões e afinal a vida surpreendeu-me da forma mais invulgar que imaginar podia. Não te estou a pedir nada, nem pedirei jamais, só quero que saibas que, qualquer que seja a opinião que faças de ti mesma, estará mais completa agora ainda que, de forma inconcebível a minha atitude prove que és mulher para arrasar um homem, não tanto pelo que aparentas, (nem te conheço), mas pelo que és, e isso, ou eu já não percebo do oficio ou vi a tua vida de fio a pavio melhor do que se estivesses nua. (aspectos houve que nem toquei mas que registei, descansa, não são em teu desabono, só que quem aprende levando porrada, aprende mais depressa, melhor e com mais proveito, a aprendizagem paga-se, experimenta quaisquer explicações e vê se não desembolsas).
Não te preocupes comigo, tudo está bem entre nós, a confirmação da tua amizade me basta, não pedi, não estou pedindo, não quero mais que isso, descansa que não tens à perna mais um melga, tens, bem longe, inofensivo, um homem que se apaixonou pelo teu ser, que se sente feliz por partilhar a tua amizade, feliz por ter voltado a sentir o que já esquecera e acreditava pertencer à idade da inocência.
Obrigado pelo endereço mail, infelizmente já comprovei que os nossos horários não coincidem, talvez ao fim de semana, não interessa, vamos falando por aqui, mas não me venhas com aquela de que não escreves bem, porque escreves, até por tópicos adorarei, o que sinceramente não gosto é de mensagens que dizendo muito dizem pouco, como as imagens, o que não significa que não esteja grato por tê-las recebido.
Se apareci menos foi só pelas razões já expostas, não quero que te sintas pequenina, não o és, prova disso é a que te ofereci e não há melhor já que foi a tua grandeza que me cilindrou, tudo o que escreveres para mim será sempre pouco, pelo que não vale lamentares-te por isso, com os erros nem te preocupes, nem os dás nem isso interessa, aqui escreve-se bem e depressa e já é bom não ser como fazemos nos telemóveis !
E passa um bom fim de semana, irei passando pelo escritório para ver se tenho mensagens tuas ou se estarás online, não tenho conexão net nem smartphone por opção minha, não sou escravo da tecnologia, (já duvido de mim nesse aspecto), e deixa-me adiantar-te para teu esclarecimento teres-te metido com um bom sacana, não sou santo nenhum, tenho defeitos e virtudes, exponho as virtudes e escondo os defeitos como toda a gente mas não sou tarado sexual, nem pedófilo, nem pederasta, nem louco, apenas um tipo normal nem sempre convivendo bem com a normalidade e furtando essa anormalidade aos olhares exteriores.
Um sacana que se veste não como as fotos apresentam, isso são cerimónias, a propósito as fotos já estão todas legendadas, não sei se recebeste a explicação daquela em que um sujeito me olha de forma estranha, visto-me estilo livre, como gosto e me sinto bem, por vezes com modas que nem sei se o são, nem me interessa tal. Não sou bonito nem feio, não cheiro mal da boca, tomo banho todos os dias e não tenho dívidas nem dúvidas.
Corri
hoje todas as livrarias de Évora, consegui encontrar o único exemplar à venda
de um livro que editei, isto porque dizes que não tens um livro de referência
mas adoras ler e a meia dúzia de exemplares que a editora me dera por gentileza
há muito os esgotei, pelo que agradeço me indiques qual a tua morada postal
para to oferecer, coisa em que faço imenso gosto e descansa, depois de o meter
na caixa do correio a morada será apagada para sempre, não me julgues capaz de
aí te aparecer de surpresa, pelo que podes ficar tranquila quanto a esta
solicitação.
Pintura de Marcelino Bravo - Évora |
** https://mentcapto.blogspot.com/2011/07/70-o-nome-dela-era-gi-simplesmente-gi.html
segunda-feira, 22 de julho de 2013
153 - MEXERICO À LA PLAGE .............
sexta-feira, 19 de julho de 2013
152 - FILIGRANA .................................
Nos mesmos nós me vi muitas vezes enleado