E agora que me cansei de aturar idiotas, tachistas, oportunistas, mentecaptos, sindicalistas, políticos e toda a tralha de inúteis que durante mais de trinta anos alimentei querem eleições ?
Agora que me tiraram os sonhos, a força e a vontade de fazer algo por pequeno que seja querem eleições ?
Desculpem mas tomem lá um manguito !
E os mesmos que me travaram e contiveram o ímpeto, os mesmos que, quais colaboracionistas se deram de braço dado aos mesmos que me tramaram a esperança, que me confundiram e usaram, agora querem eleições ?
E querem eleições os mesmos que me coarctaram direitos e ambições ?
Que me deram uma Europa para que soubesse o tempo que faz em Kiev, Praga, Varsóvia, como se a Europa fosse isso e somente isso ?
Que me deram uma Europa para que soubesse o tempo que faz em Kiev, Praga, Varsóvia, como se a Europa fosse isso e somente isso ?
Como se me revisse nessa Europa que os engordou enquanto em mim emulou os dias, os anos, toda uma vida ?
Não ! Desta vez não me enganarão !
Como há anos não me enganam mais, cansado de vós agiotas !
Agora sou livre !
E tornei-me aquilo que mais detestais !
Um corporativista, um fascista, um salazarista !
E espero ardentemente que um dia apareça um homem providencial, daqueles que ditosas pátrias só de cem em cem anos conhecem, para que o aplauda, para que o exalte, para que o sirva, para que seja o seu braço direito e faça por ele o que ele não puder, onde ele não chegar, porque sempre terá que haver mandantes e executores, e aí lhe provarei as minhas capacidades, o meu mérito, do que sou capaz, e por ele vos encostarei a uma parede, a muitas paredes, a milhares de paredes, e darei a ordem, e darei as ordens que vos metam finalmente na ordem, e faremos disto de novo uma nação, um só corpo, uma só vontade, e livrai-vos de recordar o vosso nome, o vosso rosto, porque farei listas, e vos mandarei buscar a casa, e nenhum de vós escapará, nenhum que tenha tido com a politica dos últimos trinta e oito anos alguma coisa por pequena que seja, e sereis de novo cordeirinhos, e sereis de novo bem mandados, e pensareis de novo antes de actuardes, e vereis de novo entre vós o mérito, e haverá empregos para todos e não só para alguns !
E teremos de novo uma frota pesqueira que nos orgulhe, uma agricultura que nos alimente, uma economia que a todos sirva e aguente, uma saúde preventiva e não este atamancar de soluções sem solução, e uma educação com gente que saiba, professores que saibam, e não esta tropa fandanga que nos enche escolas e ministérios e se aboleta que nem porcos em quartéis !
E seremos de novo um povo orgulhoso dos seus feitos e das suas contas pagas a tempo e horas, das suas famílias numerosas e felizes, e não veremos miséria, nem fome, nem fartar a uns o que faz falta a outros, e a solidariedade será uma palavra honrada, mesmo que para isso, valas e valas tenham que ser cheias e tapadas, balas desperdiçadas, cordas em árvores dependuradas, cabeças cortadas, o mal cortado pela raiz.
Meditai, meditai e dizei-me o que pensais, e acompanhai-me, ajudai-me, ajudemo-nos a alijar esta canga que nos puseram em cima, com que nos submetem e cavalgam, submissos e envergonhados.
Levantai-vos portugueses !!!!
Levantai-vos heróis do mar !
Levantai-vos nação valente e imortal !!!!!
Erguei-vos de novo minha gente e pisai com força a cabeça á serpente !