quinta-feira, 1 de setembro de 2011

88 - A FAUNA QUE SOMOS (estudo)


Tinha prometido dar-vos notícias de um estudo académico que, a título meramente pessoal, andava e ando desenvolvendo, mais para satisfazer a curiosidade que me anima do que a um qualquer dever, imposto ou não, entendei que estou  a referir-me à fauna que habita este espaço de virtuais virtualidades.

Esclareço-vos já que este estudo, não obedecendo embora a uma pesquisa exaustiva, pauta-se todavia pelos requisitos mínimos dos aspectos essenciais a um trabalho científico.

Não se trata portanto de uma opinião, bem ou mal fundamentada, muito menos de um trabalho que ao empirismo deva os seus predicados, antes da constatação nua e crua, deste universo que convosco partilho e onde, agora já o estou antevendo, arrisco e desbarato o meu prestígio, prestígio aliás impossibilitado do justo e merecido reconhecimento, ainda que tal prejuízo seja um problema meu, nem tão pouco como tal contabilizado, uma vez que é lançado na rubrica entretenimento, donde não espero quaisquer mais valias palpáveis.

Muito honestamente sou contudo obrigado a reconhecer que, os parâmetros alardeados pelos média quanto aos padrões de iliteracia existentes no país, foram total e plenamente confirmados por este meu singelo estudo.

Outro resultado igualmente animador para mim, se confrontado com as estatísticas oficiais, o que me dá um certo orgulho, visto o meu trabalho ver o seu rigor e validade científica comprovados por padrões tornados públicos oficial e largamente divulgados, é o que concerne ao analfabetismo funcional da generalidade dos “amigos” deste caricato universo, já que os resultados por mim obtidos os colocam umas escassas décimas acima dos números oficiais, o que, não sendo um valor considerável é contudo um valor a considerar, e um motivo para que não se sintam tão desmotivados e insistam apostando no uso destas novas tecnologias, coisa em que até o governo tanto desvelo coloca, motivo mais que suficiente para que todo este pessoal se sinta deveras orgulhoso do seu desempenho.

As mensagens, ou tráfego comunicacional, foram outro dos items analisados exaustivamente e, com garbo vos assevero que as impressões colhidas no dia a dia encontraram plena justificação, tendo sido registadas num mapa diário e comprovadas largamente, pelo que é sem a menor sombra de dúvida que vos asseguro a completa vacuidade da quase totalidade das mesmas e uma futilidade simplesmente assombrosa, atingindo índices incrivelmente inéditos !

Sei que o entusiasmo que transparece da minha linguagem terá que ser provado pela exactidão dos números, e espero em breve poder dar-vos uma panorâmica completa, com tabelas e registos anexos e relativos a todas as observações efectuadas.

Por enquanto entendam esta crónica como uma breve e ligeira apresentação, que não somente vos devia, como tinha prometido aos mais curiosos e atentos, quer do meu blogue quer da minha página pessoal.

Não podemos esquecer a imensa alegria que muita gente, a maior parte certamente, tirará destes resultados, lamento que nem todos concluam pela mesma satisfação, uma minoria haverá que não se reverá neles, lamento imenso mas a estatística e o rigor cientifico o exigem e com falsidades, incorrecções e manipulações não posso pactuar, a verdade acima de tudo e de quaisquer suspeitas, doa a quem doer.

Proximamente serão editados os fascículos posteriores deste trabalho, os quais se debruçarão sobre os mecanismos de intervenção e interacção de que podemos socorrer-nos aqui neste meio, e que vulgarmente conhecemos pela designação de novas tecnologias.

Para o fascículo final ficará a caracterização das tipologias humanas que designei por fauna deste universo, virtual, porém, a julgar pelas indicações e leituras já permitidas ou pelo menos antevistas, nada virtuoso, e que constituirão certamente a parte mais curiosa, interessante e esperada deste estudo.

Solicito-vos calma e paciência, pois o rigor factual e histórico não me perdoariam a mínima veleidade ou inexactidão.


Obrigado, até para a próxima…