A minha
Luisinha deixou-nos na passada terça-feira, dia 16, pelas 18:30h e quando,
internada em Medicina 2 do Hospital do Patrocínio, em Évora, aguardava vez e
transferência para uma unidade de cuidados paliativos em Montemor-o-Novo,
integrada na Fundação S. João de Deus.
Eu próprio me
obriguei a um período de nojo a que a perda dessa extremosa esposa me
compeliu, como sabeis o luto é uma catarse. Acreditem que perdi uma mulher com
M grande ao ter perdido a minha Luisinha, porém ela teve tempo para deixar entre
todos nós e especialmente em mim a sua marca, nunca conheci dor tão lancinante,
nunca até a ter perdido me apercebera quão importante para mim era a sua
presença.
Todas as
vontades expressas por ela estão sendo cumpridas integralmente, por isso não
houve lugar a velório nem a funeral, sobretudo devido ao facto, altruísta, de
ter doado o corpo à ciência. Infelizmente fê-lo com prejuízo de todas as amigas
e amigos que desejariam ter-lhe deixado o testemunho duma última despedida.
Felizmente deixou-nos
sem dor, ascendeu aos céus com o vagar duma chama que lentamente se extingue, sinto que Deus a terá chamado a si para lhe poupar sofrimentos desnecessários,
foi assim que vi esta dolorosa partida que vos estou comunicando. Faço-o com
imensa dor, nunca eu conheci dor tão lancinante, espero que me compreendam e,
apesar da minha infundada rebeldia deixo-vos o testemunho da minha amizade.
Entendei que não
o podendo fazer pessoal ou individualmente, deixo contudo o meu muito obrigado
a todas e a todos. Uma vez mais obrigado pela vossa franqueza, despeço-me com
um grande abraço que nos quite por toda a simpatia, carinho, humanismo e
ternura com que sempre a trataram.
Por tudo isso me
despeço de vós, que sois credores de um meu abraço,
Sempre
considerando-vos,
Humberto
Ventura Palma Baião