terça-feira, 18 de janeiro de 2022

748 - "UM REPÓRTER INCONVENIENTE" - CARTA ABERTA AO JORNALISTA AURÉLIO CUNHA .........



Caro amigo Aurélio

 

Em primeiro lugar agradeço-lhe que me permita tratá-lo assim.

 

Em segundo lugar aproveitar o ensejo para abordar o livro que escreveu "Um Repórter Inconveniente", e que, lamentavelmente em lugar algum nos deixa um espaço para uma apreciação critica positiva.

 

Li-o de uma ponta à outra, com atenção, tal qual faço com todos os outros.

 

Lamento que o modo como o escreveu o iniba de se tornar um manual de jornalismo, um bestseller. Os cursos e os estudantes do secundário dariam apreço a um tal manual. Todavia o excessivo apelo à primeira pessoa do singular (EU) inviabilizam e desaconselham completamente o que poderia ter sido um bom e excelso manual para o ensino secundário, ensino aliás carente dele, manual.

 

Certamente o meu amigo estará exausto de tanto elogio à obra, contudo também a mesma terá aspectos negativos, já que, para além de um verdadeiro laudatório às suas andanças e estratégias, que bons louvores merecem, cai o livro porém no pecado original de o gabar a si mesmo. Fica mal a toda a gente o juízo em causa própria e o meu amigo não teve força para evitar sucumbir aos seus próprios elogios, à sua própria vaidade.

 

Reconheço muitas verdades no que conta e no que diz, mas essa vaidade estragou-lhe a obra. Devia ter pensado mais no jornalismo e na reportagem enquanto géneros do que em si mesmo.

 

 Em cada página lhe reconheci uma desmedida ambição ou necessidade de reconhecimento, lamentavelmente tal confissão aniquila a empatia ou a simpatia que o leitor comum poderia sentir ao lê-lo. E de tão repetida essa faceta levou-me mesmo a pensar quanta necessidade haverá em si de consultar um psicólogo ou um psiquiatra.

 

O livro acaba por não nos parecer mais que um álbum de recortes, duvido que tenha tido facilidade em editá-lo, e está caríssimo para a bagagem e a qualidade do que nos transmite. Não o lamento, comprar livros que não valem o que custam é o risco de qualquer leitor.

 

Pena que, antes da publicação, o não tenha dado a ler a meia dúzia de pessoas que entendessem da coisa, teria evitado os aspectos negativos que o livro comporta.

 

Apesar disso, e para que não tivesse eu perdido tudo, fiz hoje uma boa acção e entreguei como doação a sua obra na Biblioteca Pública de Évora, dentro de algum tempo estará catalogado, classificado, e à disposição de quem o deseje ler.

 

Não se terá perdido tudo.


Évora, ‎18‎ de ‎maio‎ de ‎2015

 

Um abraço.

 

Humberto Baião

 

https://www.youtube.com/watch?v=1y_OMKzGwww

 


747 - COISAS QUE AS MULHERES NÃO SABEM ...

 



Voltei a encontrá-la passados muitos anos. Tantos que eu era outro e não o mesmo que então claudicara perante o seu ar de jovial ingenuidade, extrema e irradiante simpatia, que difundia a partir de um rosto espelhando meiguice em catadupas tais que me submergiram e em simultâneo calaram.

 

Revi-a agora, passados todos esses anos, e em mim voltei a calar, apesar da mesma ingenuidade, da mesma simpatia e meiguice, o que calei então. Não que me sinta outro, apesar de o ser, nem que me sinta o mesmo, que o não sou, todavia os anos ensinaram-me a cultivar uma humildade que nessa época nem era uma marca minha nem estava perto de alcançar. Contudo, agora, a mesma contenção de outrora, porque o cavalheirismo, a educação, o civismo, mas sobretudo as convenções ou conveniências assim o exigiam e exigem. Calei ontem como hoje o que tive vontade de gritar, mau grado a dor, mau grado a vontade e o desejo, mau grado o ensejo.

 

Revi-a agora, e como então, a lembrança da sua passagem, imagem e odor que não olvido, a graça do andar, a altivez honesta do porte, a simplicidade da presença, o sorriso, o mesmo sorriso, simples, sincero, leal, franco, autêntico e afectuoso que julgo ostentará sempre, porque há coisas que não mudam com a beleza, ou com a idade, mas sobretudo porque há coisas que algumas mulheres não sabem, como a vitalidade e capacidade inata de nos transmitirem, mesmo que o não sintam, mesmo que o não saibam, o poder de conquistar o mundo por elas e para elas, se souberem como o fazer. .

 

Lembrem D. Pedro e Inês de Castro, Napoleão e Josefina, César e Cleópatra, Heloísa e Abelardo, Romeu e Julieta, Hitler e Eva Braun, para que vejam a força construtiva ou destrutiva que a influência de uma mulher poderá ter na vida de um homem, pois como disse há coisas que algumas mulheres não sabem, como seja a vitalidade e capacidade inata de nos transmitirem, mesmo que o não sintam, mesmo que o não saibam, o poder de conquistar o mundo por elas e para elas, inda que somente para aquelas que saibam como fazer de nós "super-homens" . . .

 

Por isso voltei a calar, o que calei então.

 

Compreender-me-ão, o mundo não me perdoaria o avanço, ou a sinceridade, a mágoa ou o amor.

 

Perdoar-me-ia ela?

Mereceria eu esse perdão?

 

Melhor calar de novo o que então calei, melhor conformar-me agora como então me conformei.

 

E é isto a vida, é esta complexidade que em nosso redor criamos, é nesta complexidade que soçobramos, incapazes por vezes, todos ou alguns, de libertar o que nos vai na alma mas capazes de infligir a nós mesmos e aos outros, a imposição e continuidade, pela força do desígnio, das convenções que nos tolhem e agrilhoam, como se a vida não fosse uma só, não fosse nossa, e acredito que não seja, por isso digo para mim e a toda a gente que, embora tarde, descobri da pior forma como a vida é curta.

 

E como será ela agora ? Agora que a jovialidade se foi, ainda que a ingenuidade se mantenha? Agora que a rotina dos dias sempre iguais lhe terão desfeito os sonhos dos dias felizes que a agnosia nos permite ? Calará, como todos fazemos, os sonhos que em segredo vamos acalentando mas aos quais, para mal dos nossos pecados, jamais daremos corpo ? Por certo calará, como eu calo, o que a alma grita, e, como eu, talvez um dia, demasiado tarde, descubra, como descobri, e diga de si para si que apesar dos dias longos e rotineiros, a vida é curta, tão curta, demasiado curta.

 

                  E agora, quando ela passa, como então, tenho a certeza do turbilhão calado e contido que provoca, sem que se dê conta, como com tantas mulheres acontece, elas como nós, gizando um mundo tão distante da realidade quanto da ficção em que vivemos, porque a tal nos condenamos, porque para tal contribuímos, e, calados, calamos o que nos vai na alma, o que só não fez uma única mulher que eu saiba, Isabel Allende, ao escrever “Inês da Minha Alma” ou Gabriel Garcia Marquez com “O Amor em Tempo de Cólera”.

 

Quem porventura tenha lido estas obras compreender-me-á melhor que ninguém.

 

Quem não leu só terá a ganhar se o fizer. 

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746 - BAIXINHA, MULHER, FILET MIGNON ..........



Ainda lembro esse dia de júbilo em que estalaram foguetes festivos, petardos, embora tenha sido a queda ocasional mas simultânea de estrelas cadentes que me fizeram pressentir, através do instinto, no momento em que a conheci, a iminência do destino impondo ao meu fado outros rumos, imprevisíveis, pois foi como se alguém tivesse acendido lustres no caminho que para casa piso, ou como se festejando estivesse toda a vila em que vivia.


Tão intrigado fiquei quando ela se me revelou, pois de imediato duvidei duma linha nunca antes vista na palma da minha mão e, tantas vezes mesmo em sonhos ou através de uma simples imagem a contemplei sem coragem para algo lhe pedir que, se me acabaram nesse instante os dias de apodrecida felicidade mas, ao ver as borboletas acusadas de provocar com um bater de asas furacões no outro lado do mundo senti-me como que invadido no meu ser, no meu intimo, tendo sido como entrar numa outra dimensão e ter ficado outro, fiquei outro.

 

Repetidamente e com prazer revivo esse momento único, contemplo de quando em vez o céu e acodem-me essas lembranças dela, em tantas das quais fui levado a pensar se não estaria perante uma visão de espanto, em que não mais o meu coração até aí aturdido e adormecido teve um instante de sossego, porque passei a cumprir um destino exclusivamente ditado pelo capricho da rosa-dos-ventos, diariamente dedicado à exaltação da sua glória e em que o silêncio passou a incomodar-me mais que o alvoroço em que dantes vivia.

 

Quantas vezes tropeço nas minhas próprias palavras, habitualmente tão ordeiras, e agora me enleiam ou fizeram que a realidade se enredasse em mim, de tal modo que ouço gaitas trinando como celebrando esta minha alegria incessante, não havendo dia sem que tempestades de flores me ensopem da cabeça aos pés, a mim, desde aí encantado e ouvindo as rosas abrindo silenciosamente pela manhã e vendo meninas virgens fazendo renda nas soleiras das portas quando marcho pelas mesmas ruas às quais dantes nem um minuto de atenção me prendia e agora te lembro, formosa como sempre, num hábito de noviça do mais puro linho, tu oferecendo-te numa inimaginável cama cuidadosamente decorada para os desaforos do amor e, em gesto no qual curiosamente jamais deixas de te persignar antes de para ela subires, razão pela qual deixei de suportar a nostalgia dos tempos passados, visto durante eles ter morrido em mim a razão última da minha ansiedade e hoje estar pronto a jurar e garantir quanto te quero, e morreria por ti.

 

Será caso para dizer andar-me o pensamento flutuando na luz cristalina da esperança e me perguntar se não será pequeno o mundo ?

 

É não é ?

 

Ignoro se sempre assim foi, mas sei ser assim agora, assim o vejo neste instante e no meu constante fluir, tão manso quanto o pode ser um rio.

 

Compreenderão o facto de sentir em mim ter-se o tempo todo ele transmutado se até o ar sinto menos pesado em virtude dessa mulher, baixinha sim, mas por mim decretada a mais bela do mundo fazendo arrastar comigo desde aí um historial de orações de um momento para o outro transtornando-me, ao invés de me aclararem o discernimento, coisa que de todo pareço não dispensar nem precisar, tal a lucidez vogando-me na alma, alma agora de instinto aguçado e premonitório, fazendo que nem deitado, abanando-me e abandonando-me debaixo das acácias durma, eu um amante das sestas, seu defensor e praticante, pasmo, pois já nem pensando entre os roseirais e os loureiros me deixa de seduzir a lembrança dessa mulher, a mais doce, carinhosa e meiga da terra, como sempre a vejo, como uma imagem, um sonho, uma visão deslumbrante da mais bela do universo e, em simultâneo, Cupidos soltando balões coloridos como se com a presença dela cada dia, todos os dias, fossem dias de festa.

 

Então, eu que nunca fora crente nem agnóstico, penduro ao peito fiadas de escapulários e sortilégios, temendo que de um momento para o outro se vá este encantamento no qual vivo e me dá vida, perguntando-me a toda a hora se viveremos em mundos separados ou dimensões diferentes somente ligadas por estreito e baixíssimo portal, mas sobretudo por que razão e por que raios só agora te encontrei e por que andaste tantos anos perdida de mim ?


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domingo, 16 de janeiro de 2022

745 SEREIA DE SONHO SONHADA EM NENÚFAR

 



Minha ventura começou com convite de grão-vizir para que passasse férias naquela fortaleza. Desde então, e lembrem que sou do tempo em que os animais falavam, seduzido pela beleza da paisagem e pelo mar azul, por ali me fico a metade do ano em que nos pólos faz frio e no equador calor em demasia.

 

Não só por isso me avezei aquele lugar, banhado por águas tépidas onde nenúfares perfumam o ar e servem de leito a dezenas de sereias que, como eu, fugindo dos rigores gelados ou cálidos de seu mundo, ali passam igualmente o período estival. Entre elas, uma teve o condão de me encantar com o seu canto.

 

Loira, de uma beleza ímpar até para sereias, cabelo caracolado, há séculos troca comigo insuspeitos e cúmplices olhares e intenções, tendo mesmo chegado a deixar livre para mim um dos gigantes nenúfares onde se espraiam, tomando sol, cantarolando e atraindo com o seu canto, depois do poente, navios e marinheiros.

 

Naquelas águas calmas, prateadas, vi passar ao longo dos séculos navios negreiros, navios piratas e muitos, muitos outros carregadinhos de café… Em cada carregamento o aroma forte do café torna este reino mais acolhedor, provocando em mim o desejo quando, desta fortaleza de Odemira vejo as luzes refulgindo e o destino me traz à memória essa sereia.

 

Espero-a, imaginando os oceanos lindos por onde anda, espero-a, e sonho percorrer com ela esses mares para mim enigmáticos, espero-a e recordo-a em cada lufada carregada do odor forte que até mim chega. O café, as águas azuladas, o mar um lago lindo donde ela emergirá, mais bela que nunca, mais sedutora que nunca, ela linda, eu feliz a seu lado, eu feliz como jamais estivera, como se há tanto tempo….

 

Por isso a recordo como se ontem, como se hoje, o canto harmonioso, as palavras e os modos de deusa marinha, a delicadeza feminina e simultaneamente diáfana. Sonhando-a sonho o mar numa tarde de solstício, o seu olhar, os seus olhos, o seu sorriso, beijos, carícias, desejos que eram os meus, o seu corpo jovem, o odor a mar, os cabelos em minhas mãos, ela em minhas mãos e eu, no azul tépido e escuro daquelas águas, cativado com tanta ternura, com os seus seios cheios, túrgidos, lindos, excitantes, ela tão doce, tão querida, tão meiga… Eu, velho de séculos, sei-a de cor, ainda hoje a sei de cor...

 

E jamais um café sem que a evoque, sem que nos lembre, e esqueço-me de o beber olhando-o, desligado do tempo infindo em que perduro, até o beber frio, e se frio… não me queixo, há cafés e cafés, depende do que nos recordem, e então sim, uns sabem bem… outros a nada, outros ainda a saudade e a ausência, a desejo, a ansiedade, a tormento, e tanta coisa nos diz um café, um espelho de água com nenúfares, e jamais me ocorrera tanta coisa coubesse numa chávena de café…  Todo um mar florido.

 

E nesse mar eu, e ela, e todo aquele dia dentro… Banhados nas águas do seu mundo. Como de outro modo senão numa chávena de café ? Numa simples flor ou numa memória, reminiscência memorável, e fico olhando o fundo, não as borras , que as não tem, mas o fundo, o resto do café bebido, e vejo-a reflectida em cada chávena, e sorri-me, recordando-me o melhor dela. Como não o melhor se não lhe conheço defeito, apenas a beleza etérea… o sabor a salmoura dos seus beijos… O calor das águas em que nos banhámos, o fulgor do céu que nos cobria, a profundeza do mar em que nos atolámos… E já me habituei a pedir o café sempre num canto resguardado do balcão, longe de olhares, longe do bulício, para ficar ali sonhando-a, recordando-a, amando-a numa chávena de café…

 

Estarei lúcido ? Estarei sóbrio ? Será possível ?

 

Queria beber com ela cada café da minha vida, e tantos dias, tantos cafés, tanta felicidade, e já está fria esta bica, vai sendo costume já, estou habituado, é bom, nunca lembrara uma bica como agora, e agora… Nem esqueço nenhuma, mesmo que fria, justamente por me ver, e a veja, no fundo de cada chávena.

 

Sitio lindo o desta fortaleza.

 

Este mar florido e tépido, o seu sorriso, beijos, carícias, desejos, que eram os meus, o corpo jovem de ninfa, o odor a algas salgadas, os cabelos nas minhas mãos, ela nas minhas mãos, e eu vendo-me nas profundezas do mar onde me levava o céu com que nos cobria, embevecido com tanta ternura, com os seus seios cheios, lindos, excitantes, ela tão doce, tão querida, tão meiga…

 

Temo desde há séculos a morte dos nenúfares, lendas dizem que a cada um corresponde uma sereia que morrerá com ele, por nada deste mundo queria perder aquela que, de entre tantas logrou encantar-me. Temo desde há séculos a morte dos nenúfares, lendas dizem que em cada um uma sereia que morrerá e, 

por nada deste mundo queria desencantar-me...



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quinta-feira, 6 de janeiro de 2022

744 - CONSTITUIÇÃO, ELEIÇÕES E LIBERDADE...



Li e ouvi com atenção os mídia e os programas dos partidos concorrentes às próximas eleições legislativas. Fiquei elucidado e não duvido de que o ADN será um dos partidos que fazem falta a este país. Portugal é cada vez mais uma república a que eu chamaria de parlamentarismo bacoco, já que nesta democracia de instalados, os parlamentares que lhe deviam dar vida e a deviam defender e honrar, são na realidade um perigo para o dito órgão e regime.

 

Porém quási todos eles num mesmo capítulo e nos respectivos programas me desiludiram, o da ECONOMIA, em que pouco ou nada falam, e quando falam pouco dizem. Falemos então de economia. Em 47 anos este país não fez um único negócio proveitoso, 95% da banca já não é nossa, nem 97% dos seguros. O investimento, de que precisamos como de pão para a boca, se público ronda há muitos anos quase o zero absoluto, mas se falarmos do investimento privado verificaremos pouco mais ser que residual.

 

Como se equilibrarão as finanças e o orçamento de um país que vendeu ao desbarato as suas empresas mais rentáveis ? Onde iremos agora buscar o dinheiro, o investimento público para aplicar no SNS, na Justiça, no Ensino, na segurança, interna ou externa, onde ? Com que meios e em que regime que não este que nos sangra e levará a morte certa ? Capitalista ? Comunista ? Socialista ? Social democrata ? Social Cristão ? Escravidão ?

 

É importante ficar claro o sistema económico em que o(s) partido(s) vencedor(es) irão apostar pois no futuro, no pós bancarrota, e a 4ª está a bater à porta, será grande a responsabilidade dos partidos a quem couber a responsabilidade de governar. Se todos se consideram a si mesmos partidos que se intuem e aceitam como a vanguarda do futuro, a esse lugar de vanguarda corresponderá a responsabilidade de liderança e liderar é assumir, no caso uma modalidade económica a implementar e que nos conduza à estratosfera. Eu defenderia simplesmente os valores conservadores de direita por um lado e o liberalismo puro e duro por outro.

 

Depois há que saber bem, conhecer melhor e saber profundamente quais os mais prementes anseios das pessoas. Elas quererão, têm mesmo direito a bem estar social e material. Ora é aqui que o primeiro degrau de responsabilidade se nos depara, não se pode distribuir o que não há, e para haver a ECONOMIA tem que funcionar, e tem que constar claramente no programa de quaisquer dos partidos concorrentes.

 

“As pessoas primeiro” como diriam os falsos do Partido Socialista. Mas garantindo sem falsos compromissos nem demagogia coloquemos efectivamente as pessoas primeiro, os portugueses primeiro. E dirijamos o país a fim de produzir, poupar, investir, amealhar, enriquecer. Só assim poderemos zelar pelo cumprimento e anseio dos portugueses, dos seus e nossos desejos, das suas e nossas justas ambições, portanto e antes de tudo, primazia e atenção à ECONOMIA.

 

Apareçam de onde aparecerem devem ser acarinhadas todas as iniciativas de investimento, contudo, e para evitar possíveis dissabores tardios, há que fiscalizar essas iniciativas e, nesse sentido exigir e responsabilizar quem de tal estiver incumbido, de gestores de programas a investidores. Há que apoiar as autarquias, sejam de que cor forem, são portuguesas e Portugal e os portugueses devem estar primeiro, contudo marcar-lhes objectivos e metas, bem mais de metade delas não sabem o que andam por cá fazendo nem a missão que lhes cumpre.

 

Este partido, aquele ou outro qualquer partido terão que saber constitui-se como forças de pressão e, sob essa pressão, governar ou forçar governos a uma mudança radical e a serem feitas em três tempos mais reformas que aquelas que apesar de tão necessárias nunca foram levadas a cabo nos últimos 47 anos. É bom que os simpatizantes e militantes de qualquer deles percebam e entendam esta necessidade, há que ganhar força não só para evitar as mudanças planeadas na Constituição mas sim para mudar efectivamente a Constituição naquilo que ela precisa ser modificada para que o país se liberte.

 

Neste momento a maior ameaça ao país e à Constituição é a mudança pontual que nela querem operar os partidos do sistema, com honrosa excepção do ADN, e movidos por mor duma pretensa e falsa segurança sanitária mas que se antevê cerceadora das liberdades cívicas dos portugueses, quando do que precisamos há muito é de uma verdadeira revisão constitucional que nos traga ainda mais liberdade, a qual nunca foi efectuada.

 

Podemos afirmar sem sombra de dúvida que o maior entrave a que em Portugal se faça justiça, haja equidade e seja solta e liberalizada a economia e o desenvolvimento é a própria Constituição. No fundo precisamos de outra Constituição porque esta não nos levou à tão apregoada Liberdade, Igualdade e Fraternidade, esta Constituição meteu-nos num beco sem saída, fez do 25 de Abril o maior bluff de que há memória e conduziu-nos ao maior fiasco da nossa história.

 

Senão vejamos o que conseguimos em 47 anos em que a esquerda governou ou no mínimo condicionou maioritariamente os caminhos deste país ? No mínimo zero, nada, no máximo 47 anos perdidos, um buracão na economia, e na sociedade uma montanha de dívidas que nem Maomé quererá olhar quanto mais visitar…

 

 É curioso que decorridos 47 anos de relativa paz neste país e no mundo não tenhamos conseguido fazer ou fechar um único negócio de modo positivo. Ora nenhuma empresa, nem nenhum país, se aguenta ou sobrevive vivendo sobre negócios ruinosos. Somos os últimos da Europa, e somente os primeiros em tudo o que seja vergonhoso, desgraça, pobreza e desigualdade. Nem à esquerda em à direita temos elites capazes, espero sinceramente que desta vez o ADN venha a fazer alguma diferença.

 

Obrigado, e votem em consciência, com consciência…


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