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segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

294 - EFEBOFOBIA OU EFEBOMANIA ? .................


A recente luta para a chefia de um partido “do arco governativo” deu-me nojo. Não por ser aquele, mas por se atirar com areia aos olhos de simpatizantes e militantes com a mesma displicência com que há quarenta anos nos mentem. Não escolhi o sítio onde nasci, como não escolhi os filhos da puta que têm fodido este cantinho à beira-mar e nos põem que nem carneiros a discutir o fumo dos cigarros, o cêntimo que os combustíveis vão subir ou descer, os milhões que o Mourinho vai ganhar ou o BCP perder, que coligação melhor derrotará a outra e o caralho que os foda, pois já não tenho pachorra p'ra mais, sobretudo quando uma candidata vem afirmar na Tv. que a verdade devia ser dita aos portugueses e um secretário de estado, cândido, a contraria afirmando não se lhes poder falar verdade.

Desculpar-me-ão o vernáculo, estou desabafando para mim mesmo, farto até à raiz dos cabelos de ser tratado como mentecapto e enrabado até mais não, para não dizer desde criança mas pelo menos desde o 25 de Abril, compreender-me-ão. Somos todos adultos, só aqui vem quem quer, e cabe-me a mim arcar c’a má educação que beatas puritanas e moralistas não deixarão de me assacar. Que se fodam essas também, em especial essas. Porque tem que se mentir aos portugueses ? Como se alguém fosse capaz de governar esta merda, pois me pergunto frequentemente se haverá alguém com capacidades para tal, com perfil, com idoneidade, etc. e tal.

Nada disso interessa, nada do que interessa verdadeiramente interessa, nunca interessou, necessário é ganhar, para que o pessoal do partido possa aboletar-se à grande e à francesa durante uns anitos. Gosto de saber quando me estão a ir ao cu, e apreciaria nesse momento e sobremaneira um pouco de vaselina ou lubrificante íntimo já que assim como assim o fazem há quarenta anos e a frio ou de arrepio.

Quero de volta o Salazar porra ! Chamem-me lá o que quiserem, a verdade verdadinha é que quero o salazarismo de volta pois estou farto desta democracia de pechisbeque ou de merda cujo prato nos põem à frente. A ser assim quero o Salazar e estes democratas que se fodam, que vão levar no cu, que a única coisa que lhes teria agradecido é que nunca me tivessem aparecido à frente nem coisa próxima. Quem bem se tramou foi o Paulo Pedroso, e outros, Carlos Cruz incluído, fizeram umas leis à moda mas ninguém explicou ao pagode que dispor das criancinhas como eles terão feito, (faltou provar cabalmente a marosca em tribunal, como sabem), mas ia eu dizendo, que dispor das criancinhas sempre foi um privilégio dos poderosos, e já na antiguidade clássica mestres como Platão e Sócrates ou Aristóteles se amancebavam com os alunos mais frescos e inteligentes, que tomavam à sua guarda e com quem repartiam a alcova, a enxerga, o leito ou a cama, para orgulho e deleite das próprias criancinhas e seus pais, não esqueçam que nessa época recuada a mulher não contava, pelo que quando pensarem no reboliço de tempos idos recordem apenas carne tenra de varão, a capacidade das suas partes pudendas (expressão tardia inventada por um qualquer moralista) encherem uma mão, a boca ou o cu, para deleite do mestre e de acordo com os seus mais íntimos e sagrados desejos e direitos, mas igualmente a glória do efebo escolhido para este quadro de honra. As meninas só mais tarde terão tido os seus dias de glória, não lembro já de cabeça se nos bordéis da Roma antiga, jamais olvidem terem os romanos dado continuidade à civilização grega e ao classicismo, pois também lhe herdaram para além das virtudes os vícios que, como ao resto, desenvolveram à sua maneira.

Portanto essa depravação que é hoje ir à tasca do Naia comer ou papar uns “pipis”, (nem todos gostamos de caracóis), é expressão antiga como podem constatar e comprovar nos compêndios de história para eruditos que isto não é coisa que se ensine ás criancinhas. Claro que durante as centenas de anos que durou a Idade Média todo o porco chauvinista comeu à tripa forra meninas ou meninos, era até direito que assistia aos poderosos, nem ninguém se escandalizava como hoje, era enterrá-lo e já está, nem preocupações com preliminares nem essas merdas de atingir o ponto G ou saber se o parceiro pois sim tá bem, e se estava ou não acompanhando ou gostando da coisa. Era despejá-los e o resto que se fodesse. Quem já viu o nome da Rosa não deve ter esquecido o jovem frade enterrando com gosto o cacete naquela faminta de formas roliças no meio de toda a imundície, francamente digam-me lá quem naqueles momentos é que se importa com a imundície, o asseio ó o caraças ?

Terá sido nessa precisa ocasião que foi inventada a frase "Deus disse que quem ganhasse que se risse, e quem perdesse que se fodesse"…. E não metam Deus nesta merda que Ele sempre foi liberal e fechou os olhos, e quando não fechou fizeram-lhe como Henrique VIII que, não vendo anulados pelo Papa os seus casamentos anteriores, pura e simplesmente matava uma rainha, para logo desposar outra gaja, dela fazer rainha e de seguida a matar também, expediente hoje designado como violência doméstica mas que teve nesse sabujo os seus primórdios ou alvores históricos, atitude de homem com eles no sítio, (eu diria fora do sítio mas quem sou eu para contestar reis…) atitude que jamais foi esquecida.   

Mas nem pensem ter sido só esse sátrapa a babar-se de gulodice por carninha tenra, rosadinha e fresca que nem berbigão da Ilha Formosa e com sabor a sal q.b. pois é sabido todos os pássaros comerem trigo e só o pardal pagar as favas. Vejam bem a nossa história pátria, analisem com cuidado e devoção as idades com que os nossos reis desposaram as suas respectivas rainhas e concluirão facilmente que os malacuecos abafavam a carne do lombo e ainda eram glorificados nos altares. Em boa justiça seja tido D. Sebastião, dos poucos que parece ter escapado a esta orgia e queda pela fresca e tenra carne de donzela, ainda que más línguas insinuem ter tido El-Rei mais queda para rapazinhos, mas más línguas como sabemos sempre houve, prova disso é D. Pedro, homem exemplar e respeitador que soube esperar até D. Inês de Castro ter força nas coxas e mais apetite que uma criança, embora saibamos que essa história não acabou bem pois só as mulheres que não interessam a ninguém não têm alarve que as olhe sequioso e guloso…

As miúdas pelavam-se por ser rainhas e dar o corpo ao manifesto, alombavam com o coirão alegremente, as mais sortudas seriam aquelas a quem hoje chamamos “um bom pedaço”, e a arraia miúda ou populaça não passava, como hoje aliás, de uma cambada de sabujos imitadores, pelo que a vida social nessas épocas era um despautério regido por inqualificável falta de princípios e de educação, mais que tudo profanados por quem devia dar o exemplo mas não passava de vilão promovendo com fervor a imundície dos costumes. A arraia agradecia e também comia da mesma gamela, o que agora nem pensar, digamos que hoje será a inveja que nos põe contra e a falar como falamos já que nem a sopa molhamos quanto mais comer à mesa do orçamento…

Portanto quando me vêm falar em libertação sexual e merdas do género, rio-me da ignorância e da idiotice, liberdade sexual foi precisamente o que se acabou há mais ou menos três séculos, por mão da igreja, que já não dava conta do recado e em cada canto e a cada hora o pessoal se abarbatava no bem-bom, sem peias de qualquer espécie, do cardeal ao sapateiro, da donzela à lavadeira, pelo que apareceu um contrato que dá pelo nome de casamento e fodeu a cabeça a muita gente, a umas porque o querem a todo o custo e a outras (cabeças) porque não o suportam, felizmente que isto parece encaminhar-se bem no sentido dessa liberdade perdida e, não me chamem nomes mas por favor compreendam essa gente a que chamam pedófilos, não passam de atrasados que não deviam ter nascido, são gente de outras épocas, de outros tempos, com outros costumes e vícios, e que deviam ter nascido isso sim há pelo menos 500 a 2500 anos, no minimo.

Ainda não há 50 anos os latifundiários alentejanos dispunham do “direito de pernada”, nem mais nem menos o direito de dormir a primeira noite com a noiva dos seus servos, vejam o testemunho do Dr. Galopim de Carvalho em “O Preço da Borrega”, não recordo a editora, mas isto amigas e amigos é história a sério, e não mais uma das muitas estórias que vos conto habitualmente ou de vez em quando

Saúde.   




quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

136 - PELO SIM, PELO NÃO..............




Ali estavam de novo naquela grande cidade. Raiana, diziam. Nunca como desta vez ela se sentira perdida, não fosse a companhia da mãe e da madrinha e de imediato teria feito marcha - atrás.
Tudo porque o Natal, na serra, lhe havia trocado as voltas. A agência de viagens garantira férias inolvidáveis.
Inolvidáveis.
Pois pois.
Até há algum tempo tinham na realidade sido inesquecíveis, depois, repentinamente, tudo mudara de figura e os sonhos virado pesadelo.
Nunca lhe ocorrera que tal poderia acontecer.
Doces recordações provocavam-lhe agora severos amargos de boca.
Esfumaram-se os sonhos e esfumou-se ele mal soube dos motivos de tanta aflição.
Nunca aquela cidade lhe parecera soturna, inóspita. As montras, que dantes percorria calma e demoradamente com um misto de alegria pelas compras antecipadas e prodigalizadas, não eram desta vez sequer olhadas.
Desta vez nem compras nem caramelos. Estava ali para cumprir uma decisão e só isso interessava. Só isso bastava. E sobrava.
Londres estava fora das suas capacidades. Além disso a dificuldade que todas experimentavam na língua contribuíra em muito para que essa metrópole de gentes, liberdades e democracia acabasse atirada para terceira possibilidade.
Fosse outro o motivo e não desdenharia, um fim-de-semana, ou dois ou três dias que fossem, seriam bastantes para trazer muito que contar.
O caso agora era diferente. Nem a ida a Badajoz era passeio, nem o motivo acarretava outras preocupações que não fossem esconder e calar.
Conhecera-o nas últimas férias.
O Natal, a serra, a paisagem, o ambiente, o ar de festa vivido.
Acreditara ter encontrado o homem dos seus sonhos. Fora um idílio curto mas arrebatador. Cheio de promessas, de planos prenhes de futuro e de vida.
Trocaram fotos e números de telefone, sorrisos, e-mail’s e odores, fluidos e amores.
Bruscamente tudo se toldara.
Telefones sempre inactivos, o correio electrónico sem dar sinal de vida, as promessas escoando por um buraco negro maior que a mentira em que acreditara.
Porquê?
Ela bem sabia porquê.
Contudo, não podia ter ficado calada. Não podia ter escondido.
O motivo era demasiado óbvio e sério para não ser partilhado, todavia o resultado, de todo inesperado, tinha sido o que ela menos intuíra e premeditara.
À primeira cai qualquer, à segunda só quem quer.
Quem a mandara ser tão parva assim ?
A madrinha bem lhe dissera para ter cautela pois que há devaneios que somente dissabores carreiam. Só agora via plenamente todo o alcance do sonho volvido pesadelo e que alimentara com o seu próprio calor, o seu próprio crer.
E a rua que procuravam e com a qual não davam ! Estavam ficando exasperadas. A hora marcada a aproximar-se e sem saberem se estavam perto se longe. A cidade um labirinto. Qual formigueiro em aceso alvoroço.
A rua ? Onde fica o raio da rua ? E a Clínica ! Onde está o raio da clínica ?
Perguntem a essa senhora !
Aqui não posso parar !
Ai Deus no que eu me meti !
A madrinha criticara-a, não se evoca o nome do Senhor em vão.
A mãe, mais complacente e compreendendo a sua angústia perdoara-lhe. Perdoara-lhe tudo. Afinal estavam ali também por vontade sua.
Finalmente a rua ! O número indicado !
Mesmo em cima da hora !
Tudo foi feito num ápice mas profissionalmente. Como que a correr. Mas com todas as condições possíveis e imagináveis. Segurança, assepsia, apoio psíquico.
Sem dor, sem par, sem igual.
Eram horas de voltar. Já ali não faziam nada. Não tinham ido a compras, ademais todas tinha que estar em Évora ao anoitecer.
Um dos muitos movimentos defensores do “sim à vida”, de que faziam parte e do qual era a alma que o animava reclamava a sua presença.
Não podia faltar.
Não podia desiludir ninguém.
Abetardas, estorninhos, cegonhas, linces e morcegos eram também com ela.
Amava os animais.
Pelo sim pelo não atestaram o depósito do automóvel que estava a meio, não fossem ficar pelo caminho, até porque a gasolina, tudo, era ali muito mais acessível e barato. 

Fonte :  Maria Luisa Figueiredo Nunes PB - Verão - 2002