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segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

312 - CRISE, SEPARAÇÃO, DIVÓRCIO.....................


Naturalmente não posso deixar de ser critico de palhaçadas quer à direita quer à esquerda, parece até sermos dois países num, ou três em um, quatro em um, existe um Portugal Dos Pequeninos e existe um Portugal pequenino por cada partido de merda dos que há quarenta anos se sentam na Assembleia da República e que, por acção ou omissão nos meteram neste buraco.

E que fique desde já esclarecido, se critico aqui ou nas minhas páginas nas redes sociais o meu partido, é por me sentir com direito a isso, se ele me mente e engana há quarenta anos e é um dos grandes culpados da pilhéria em que vivemos, também eu tenho direito ao meu desabafo, até por não ser do meu feitio mudar de partido, não sou eu quem está errado, é ele, logo é ele quem tem que mudar, e não eu.

Quem perde votos e eleitores há quarenta anos não sou eu, não sou eu quem perde eleições consecutivas, não sou eu quem protagoniza episódios oportunistas que envergonham, não sou eu quem se cala e consente no seu seio gente que apouca, que desprestigia, que envilece, não serei eu a visitar na prisão quem clama por uma justiça transparente sem que alguma vez tenha dado um passo na vida que não seja opaco, não sou eu quem segue a voz do dono num unanimismo maniqueísta falso e num seguidismo doentio, vereda directa apontada ao oposto do que apregoam, não sou eu quem há quarenta anos assume abstenções violentas ou vota “nim”, o tal nem sim nem não cujo resultado estamos a ver, que afugenta os veros socialistas e mantém no partido oportunistas ou beneficiários de subvenções vitalícias, vergonha das vergonhas.

Eu sou socialista e o meu partido algum dia o será, não tem sido, nunca foi. Portanto, se o crítico faço-o por ser o meu e querer o seu bem, faço-o nas minhas páginas, jamais o fiz nas páginas de outrem, como jamais critiquei outros partidos nas minhas páginas e muito menos nas de outros. Haja decoro.

E já que estamos em maré de avisos deixo um para as senhoras, por favor, lá porque eu deixo um like ou um bonequinho amarelinho daqueles emojis com um sorriso, tal não quer dizer que vos esteja a cortejar, por favor deixem de me telefonar e de me enviar mensagens e e-mails. Até porque já estou comprometido pelo menos até 2050.

Neste país a crítica interpartidária soez e a baixeza têm adquirido foros impensáveis, e os partidos não expurgam das suas fileiras os mais cretinos de entre eles, parecendo mesmo estar a classe dos idiotas apoderando-se de direcções e presidências. Assim nunca iremos lá, nem com o Pedro nem com o Costa nem com nenhum que se perfile, todos eles sem uma ideia do que seja um país ou de como deve conduzir-se uma nação. 

Morto Salazar por ter caído da cadeira, não foi apeado, julgo até que se tivesse tido saúde o teriam deixado ficar mais uns trinta anos, deposto Marcelo Caetano e assassinado Sá Carneiro (o mistério da sua morte dura há quarenta anos, tanto tempo quanto a decisão final sobre o aborto, o saber a escola que queremos ou se deveremos enveredar pela regionalização, o caso dos submarinos é matéria para durar muito mais tempo a esclarecer, cito estes casos somente a titulo de exemplo, há muitas mais indecisões no cardápio), a verdade é que depois destas três mortes nunca mais tivemos entre nós alguém com um pensamento profundo, com conhecimento, cultura e discernimento suficientes para nos colocar nos carris do bom senso. Mário Soares, que dentro de poucos meses choraremos, tem da democracia e do socialismo uma concepção dinástica que o faz imaginar-se um rei entre plebeus, e trouxe com ele uma praxis da intriga e da chicana politica, mesquinha e vingativa cujo vírus inoculou no partido, o qual demorará décadas a combater, Soares nem é muito diferente de Cavaco e Silva, o grunho que tanto detesta. Bem sei que lhe bati palmas muitas vezes mas julgo ter ele  imprimido na democracia um estilo tal que hoje me interrogo quão prejudicial terá sido, bem podem portanto chamar-lhe o “Pai da Democracia” que o problema é a filha, uma magana que não interessa a ninguém. E para terminar este parágrafo, é olhar à nossa volta e ver onde como país conseguimos chegar…

Após 1945 uma Europa arrasada logrou levantar-se de novo em poucos anos, nós definhamos desde 74 e continuamos sem um objectivo, sem um rumo, sem um desígnio,. Termos empobrecido não foi uma fatalidade, foi uma consequência das mentes esclarecidas que nos têm governado e onde, pelo menos metade da culpa cabe, para meu grande desgosto, ao meu partido, culpa de que nunca se penitenciou nem desceu até nós para nos pedir desculpa.

A partir de 1945 essa Europa que vos falei levantou-se erguendo um sistema bancário e financeiro de confiança, e confiando nas pessoas, por cá, à excepção de Armando Vara, que confiou e emprestou milhões aos amigos sem cobrar quaisquer garantias, a nossa democrática banca só serve para nos esmifrar, enriquecendo ela na razão directa em que nos empobrece.

Portugal precisa de um plano ou orçamento de “economia de guerra”, tal como a Europa fez para se levantar das ruínas, e não estes orçamentos de caca que não levam a lado nenhum, nem a nada, nem à esperança. Não estamos condenados, estamos é rodeados de políticos inúteis, incompetentes, irresponsáveis e ignorantes.

Talvez agora percebam porque há dias afirmei ironicamente, referindo-me a Salazar e Caetano;  Por favor voltem ! Estão perdoados !

Esses sim, esses saberiam avaliar a situação e sobretudo o que fazer, não estes pintarroxos pintados de democratas, com estes jamais iremos a lado algum, sejam eles socialistas sejam social-democratas ou quaisquer outros, e que levam a vida como se nada do que aconteceu fosse com eles. Poderemos nós alguma vez acreditar naqueles que, prometendo-nos uma vida melhor, comecem por assegurá-la primeiramente para si próprios ?

O meu partido tem sido um dos mais prejudicados nesta democracia da treta que tem ajudado a erguer, portanto nem se pode queixar, felizmente para ele não somos como a Grécia, ou a Espanha, quando não já teria desaparecido do mapa, nesta democracia ele é o grande perdedor, considero-o um grande falhanço, falhado ele e por tabela nós…

E já agora tomem os meus leitores nota, acabei de dar ordens para que se construa o novo Hospital Central de Évora, vão ver que será construído, não sei é se daqui a trinta se a quarenta anos, mas nessa altura por favor lembrem-se de mim e do quanto eu lutei para que esse sonho se concretizasse… 

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

310 - CRISE OU OPORTUNIDADE, 危机或机会 .......

                         Genghis Khan montado no seu cavalo e olhando o futuro...

Bento Espinoza, nascido em 1632 na cidade de Amsterdão, filho de Miguel Espinosa, natural da Vidigueira, Alentejo, e descendente dos judeus expulsos daqui em 1497 por El-Rei D. Manuel, era leitor frequente da Biblioteca da sinagoga de Amesterdão, que funciona ininterruptamente desde 1616, é a mais antiga biblioteca judaica em actividade, e na qual, procurando bem entre os banquinhos corridos, com gavetas para guardar uma espécie de cachecóis e os chapelinhos do culto, encontraremos numa placa o nome dos homens que ergueram o templo de que vos falo. O homem pensa, Deus quer, e a obra nasce, esta nasceu pelas mãos e contributos de Moisés Curiel, Daniel Pinto, Moisés Ismael Pereira, Isaac Pinto, José Israel Nunes, Samuel Vaz, David Salom de Azevedo, Abraão da Veiga, Jacob Aboab Osório, Jacob Israel Pereira, Isaac Henriques Coutinho, Isaac Aboab da Fonseca.*

Bento Espinosa era quadrilingue, esse homem ilustre que hoje tão bem conhecemos era descendente de gentes que Portugal não quis, mais tarde o Marquês de Pombal (1699-1782) viria a perdoar-lhes as acusações de que tinham sido alvo desde o tempo de D. Manuel e da posterior Inquisição, a quem nem os cristãos novos escaparam, perdão que já o Padre Jesuíta António Vieira (1608-1697) exigira, padre que se bateu inclusive e muito antes do tempo pela abolição da escravatura, a qual viria a acabar precisamente às mãos de Sebastião José de Carvalho e Melo, Conde de Oeiras e Marquês de Pombal, corria o ano de 1761.

Recordo tudo isto pois Bento Espinosa, a quem devemos a “Ética” (em latim: Ethica, ordine geometrico demonstrata), a obra-prima do filósofo holandês de origem portuguesa Bento Espinosa, "Baruch de Espinosa " Benedictus Espinoza, mais conhecido como Benedito Espinoza, obra que está Dividida em cinco partes, a metafísica, tratando do ser, a ética que trata do homem, a terceira que aborda os afectos, a quarta que nos fala da servidão humana, e a quinta, fazendo a apologia da liberdade, obra que foi publicada pela primeira vez em 1677 e que nem por ser antiga, famosa e de leitura altamente recomendável parece ser conhecida dos nossos políticos. Contudo devia ser.

A ignorância da história, da filosofia da ética e da moralidade leva a que façamos figuras de urso, como foi o tristemente caso de Neville Chamberlain, 1869-1940 (que vá lá saber-se porquê confundo sempre com Konrad Adenauer, 1876-1967), e se escrevo tudo isto hoje é por me parecer estar de novo a Europa pejada de Nevilles Chamberlains em tudo que seja lugar decisivo, e o pior é que 80% dos europeus, e talvez 90% dos portugueses nem saibam quem foi esse tal Neville nem em que trabalhos se viu metido ou a figura de parvo que protagonizou e que o remeteram para as notas de rodapé da história. A história devia ser para nós como uma mãe, porém fazemos dela madrasta, esquecemo-la, ignoramo-la, e quanto mais o fazemos mais ela se vinga e se ri de nós a bom rir.

Mas também eu neste momento rio a bom rir, porque a Micas levou demasiado a sério os dois dias seguidos de sol que nos alegraram as manhãs desta semana, e apareceu com umas leggings que lhe moldam até o tutano do escafóide o que, se por um lado a tornam radiante, por outro atestam que ainda vale a pena comprar-lhe os jornais, as revistas, e as flores, mesmo sendo de plástico, pois o resto não é…
O amarelo desmaiado dos leggins da Micas

Quem também se deve estar rindo são os fantasmas daqueles que marcaram a história com um cunho bem vincado, D. Afonso Henriques, Infante D. Henrique, Vasco da Gama, Fernão de Magalhães, Pedro Alvares Cabral, Fontes Pereira de Melo, Pombal, Mouzinho da Silveira, Salazar, Franco, De Gaulle, Churchill, Hitler, Mussolini, Tito, Estaline, Lenine, Mao, Putin, Alexandre Magno, Gengis Cão (Genghis Khan), Leif Erikson, e concluo que estes sim, para o bem e para o mal foram líderes que se souberam impor, marcar posição, fazer história, fazer andar o mundo, as coisas, as suas cidades, os seus países, e se me estou rindo é apenas por mentalmente os estar passando em revista e comparando com os pintarroxos que há quarenta anos nos governam e nem merecem uma morte honrosa…

Se PPC era um garoto aldrabão e trapalhão A. Costa não passa de mais um trapalhão aldrabão, quer um quer outro haviam jurado subir o que desceram e descer o que afinal subiram, um e outro navegaram e navegam ao acaso, à bolina, ao sabor do vento, sem rumo e ao sabor das circunstâncias. Nunca iremos longe com caramelos deste jaez, o primeiro ajoelhou ante uma Europa de Nevilles, ela própria, como o FMI, tendo assumido e retractado já quanto aos clamorosos erros cometidos contra nós, agora, e perante Costa, Pedro critica o que devia ter contestado, e Costa enfrenta-a com um programa pouco menos que decalcado do de Pedro, um voltando a dobrar a cerviz e o joelho, outro não sabendo nem ousando sair de um austeritarismo balofo, parvo, inconsequente e inútil.

Para governar é preciso ter visão, não basta ter lata, onde teriam ido os homens que atrás citei sem essa visão ? Esses homens não avançaram em tempos de vacas magras, todos pegaram o touro pelos cornos quando os seus países ou povos atravessavam crises, fizeram dessas crises oportunidades, oportunidade que quer com um quer com outro nós já perdemos e continuamos a perder, sem que nunca reformemos devidamente Portugal. Arte é isso, começar no fundo de um buraco e erguermo-nos aos céus, nada tem de artístico fazer floreados com uma mão e aumentar os impostos com a outra…

Desta vez a Troika traz essencialmente 3 grandes dúvidas, a primeira quanto ao orçamento, já o sabemos eleitoralista e com mais do mesmo, uma estratégia vergonhosa onde para alimentar a voracidade dos trabalhadores vanguardistas do sector público se esmagam com impostos os eternos escravos do sector privado, a segunda abordando o investimento, que seja público ou privado se resume praticamente a zero há bué de anos e a fiscalidade que nos sufoca e não deixa dar um peido. Não ter reformado o estado está a custar-nos os olhos da cara, finalmente o terceiro ponto de interrogação dos homens de negro, a economia, para a qual há muitos anos há resposta, podemos afirmar que quer anteriores governos quer o actual dedicam à economia uma especial atenção e a encaram e sempre encararam com muita fé, muita esperança, e sobretudo com uma gigantesca e esfuziante confiança na sorte.

De PPC nunca esperei nada, não tem conhecimentos nem cultura para o que quer que seja, mas de A. Costa esperava mais, e esperava sobretudo capacidade para dar um murro na mesa e colocar todos em sentido;

- Quem manda aqui sou eu, e quem não se sentir bem que se mude…

e devia ter começado por Maria de Belém, que não só fragilizou como ridicularizou o secretário geral, o partido e o primeiro ministro, Nóvoa não pontuou mas também não envergonhou. Tal como PPC se deveria calar ele mesmo ou mandar calar Marco António Costa, pois peroram exigindo credibilidade moral aos outros, precisamente aquilo que de modo gritante lhes falta.

Os partidos têm que deixar de ser muletas incondicionais de todos os coxos, cegos e outros deficientes e aleijadinhos que lhes cabem em sorte como presidentes, deputados ou ministros, com gente que só os desprestigia e diminui. Parasitas e inúteis não podem continuar a acoitar-se nos partidos e a viver e sobreviver à custa de gente séria, todos os dias temos exemplos desses, desde o 44 ao 99… De tachistas e comissionistas a ou corta-relvas…

Um PM tem que ser o cavaleiro andante dos interesses do país, de todos, e não do partido ou de facções, não de classes, freguesias ou cidades, tem que saber o que quer e para aonde vai, tem que ter visão e não somente o desejo de se sentar na cadeira do poder por mais enganador que ele seja. Portugal tem que deixar de ser guiado pela UE e pela Troika que parecem saber melhor que  nós, e sabem, não o duvido, os caminhos correctos que deveremos trilhar, começando por produzir, produzir, produzir... O mal deste governo foi começar a distribuir o que custa a arranjar, o que não temos, e ainda por cima de forma grotescamente iníqua... Repondo a meia dúzia de bem aventurados o que nunca suaram para conseguir... Infelizmente caminhamos para uma situação em que já só já falta que as finanças nos assaltem à beira da estrada, como fazia o celebérrimo bandoleiro José do Telhado.
                      Posição a partir da qual se pode imaginar o escafóide da Micas

Ainda é cedo para alças e mangas cava, as tardes ainda refrescam por muito soalheiras que as manhãs sejam. A minha amiga Micas arrisca-se a apanhar uma pneumonia de que nem a fé em Deus a livrará, por enquanto e pelo que vejo é só mostrar saúde e provar ter ainda algo que se veja…

- Olá senhor Baião, por aqui hoje, então o que vai ser ?

Repentinamente fiquei sem fala, não ia dizer-lhe que o conjunto vermelho lhe assenta melhor que o azulão, que por sua vez está longe de igualar a sensualidade do fúxia, ou que aquele corte de cabelo lhe fica a matar e a torna super super sensual, meto a mão ao bolso e agito as massas, isto é faço tilintar as moedas, uma brincadeira para ganhar tempo pois fui apanhado de surpresa e nem sei que responder-lhe.

- Como disse senhor Baião, a Exame, a National Geographic, a Visão Júnior para a netinha, Corte & Costura para se entreter ?

Mas eu não a ouvia, pensava na Carmo que me atirara um “Rezemos Para que esta corja caia rápido, Estes ainda São piores que o outro, Promessas e benesses de quem sempre teve o cu lavado com agua das malvas e ainda assim se queixa, Bardamerda para isto tudo, Na próxima voto MURP”… Enquanto eu lhe concedia razão e me lembrava de quantos e quantos Espinosas não obrigamos, por falta de condições, a fugir de cá…. 

       Não é de partidos da treta, de coligações ou de parlamentares vendidos nem de grupos parlamentares dominados e dóceis que precisamos, é de homens com visão e que saibam ver o futuro.... 

            Decididamente só cá ficou o refugo….

* Pedro Mexia – Os Judeus de Portugal, Revista E 2257, 30-01-2016


                                   A Micas e as amigas dançando em leggins