Naturalmente
não posso deixar de ser critico de palhaçadas quer à direita quer à esquerda,
parece até sermos dois países num, ou três em um, quatro em um, existe um
Portugal Dos Pequeninos e existe um Portugal pequenino por cada partido de
merda dos que há quarenta anos se sentam na Assembleia da República e que, por
acção ou omissão nos meteram neste buraco.
E
que fique desde já esclarecido, se critico aqui ou nas minhas páginas nas redes
sociais o meu partido, é por me sentir com direito a isso, se ele me mente e
engana há quarenta anos e é um dos grandes culpados da pilhéria em que vivemos,
também eu tenho direito ao meu desabafo, até por não ser do meu feitio mudar
de partido, não sou eu quem está errado, é ele, logo é ele quem tem que mudar,
e não eu.
Quem
perde votos e eleitores há quarenta anos não sou eu, não sou eu quem perde
eleições consecutivas, não sou eu quem protagoniza episódios oportunistas que
envergonham, não sou eu quem se cala e consente no seu seio gente que apouca,
que desprestigia, que envilece, não serei eu a visitar na prisão quem clama por
uma justiça transparente sem que alguma vez tenha dado um passo na vida que não
seja opaco, não sou eu quem segue a voz do dono num unanimismo maniqueísta
falso e num seguidismo doentio, vereda directa apontada ao oposto do que apregoam, não sou eu
quem há quarenta anos assume abstenções violentas ou vota “nim”, o tal nem sim
nem não cujo resultado estamos a ver, que afugenta os veros socialistas e mantém
no partido oportunistas ou beneficiários de subvenções vitalícias, vergonha das
vergonhas.
Eu
sou socialista e o meu partido algum dia o será, não tem sido, nunca foi. Portanto,
se o crítico faço-o por ser o meu e querer o seu bem, faço-o nas minhas páginas,
jamais o fiz nas páginas de outrem, como jamais critiquei outros partidos nas
minhas páginas e muito menos nas de outros. Haja decoro.
E já
que estamos em maré de avisos deixo um para as senhoras, por favor, lá porque
eu deixo um like ou um bonequinho amarelinho daqueles emojis com um sorriso,
tal não quer dizer que vos esteja a cortejar, por favor deixem de me telefonar
e de me enviar mensagens e e-mails. Até porque já estou comprometido pelo menos
até 2050.
Neste
país a crítica interpartidária soez e a baixeza têm adquirido foros impensáveis, e os partidos
não expurgam das suas fileiras os mais cretinos de entre eles, parecendo mesmo
estar a classe dos idiotas apoderando-se de direcções e presidências. Assim
nunca iremos lá, nem com o Pedro nem com o Costa nem com nenhum que se perfile,
todos eles sem uma ideia do que seja um país ou de como deve conduzir-se uma
nação.
Morto
Salazar por ter caído da cadeira, não foi apeado, julgo até que se tivesse tido
saúde o teriam deixado ficar mais uns trinta anos, deposto Marcelo Caetano e
assassinado Sá Carneiro (o mistério da sua morte dura há quarenta anos, tanto
tempo quanto a decisão final sobre o aborto, o saber a escola que queremos ou
se deveremos enveredar pela regionalização, o caso dos submarinos é matéria
para durar muito mais tempo a esclarecer, cito estes casos somente a titulo de
exemplo, há muitas mais indecisões no cardápio), a verdade é que depois destas
três mortes nunca mais tivemos entre nós alguém com um pensamento profundo, com
conhecimento, cultura e discernimento suficientes para nos colocar nos carris
do bom senso. Mário Soares, que dentro de poucos meses choraremos, tem da
democracia e do socialismo uma concepção dinástica que o faz imaginar-se um rei
entre plebeus, e trouxe com ele uma praxis da intriga e da chicana politica,
mesquinha e vingativa cujo vírus inoculou no partido, o qual demorará décadas a
combater, Soares nem é muito diferente de Cavaco e Silva, o grunho que tanto
detesta. Bem sei que lhe bati palmas muitas vezes mas julgo ter ele imprimido na
democracia um estilo tal que hoje me interrogo quão prejudicial terá sido, bem
podem portanto chamar-lhe o “Pai da Democracia” que o problema é a filha, uma
magana que não interessa a ninguém. E para terminar este parágrafo, é olhar à
nossa volta e ver onde como país conseguimos chegar…
Após
1945 uma Europa arrasada logrou levantar-se de novo em poucos anos, nós
definhamos desde 74 e continuamos sem um objectivo, sem um rumo, sem um
desígnio,. Termos empobrecido não foi uma fatalidade, foi uma consequência das
mentes esclarecidas que nos têm governado e onde, pelo menos metade da culpa
cabe, para meu grande desgosto, ao meu partido, culpa de que nunca se
penitenciou nem desceu até nós para nos pedir desculpa.
A
partir de 1945 essa Europa que vos falei levantou-se erguendo um sistema
bancário e financeiro de confiança, e confiando nas pessoas, por cá, à excepção
de Armando Vara, que confiou e emprestou milhões aos amigos sem cobrar
quaisquer garantias, a nossa democrática banca só serve para nos esmifrar,
enriquecendo ela na razão directa em que nos empobrece.
Portugal
precisa de um plano ou orçamento de “economia de guerra”, tal como a Europa fez
para se levantar das ruínas, e não estes orçamentos de caca que não levam a
lado nenhum, nem a nada, nem à esperança. Não estamos condenados, estamos é
rodeados de políticos inúteis, incompetentes, irresponsáveis e ignorantes.
Talvez
agora percebam porque há dias afirmei ironicamente, referindo-me a Salazar e
Caetano; Por favor voltem ! Estão
perdoados !
Esses
sim, esses saberiam avaliar a situação e sobretudo o que fazer, não estes
pintarroxos pintados de democratas, com estes jamais iremos a lado algum, sejam
eles socialistas sejam social-democratas ou quaisquer outros, e que levam a vida como se nada do que aconteceu fosse com eles. Poderemos nós
alguma vez acreditar naqueles que, prometendo-nos uma vida melhor, comecem por
assegurá-la primeiramente para si próprios ?
O
meu partido tem sido um dos mais prejudicados nesta democracia da treta que tem
ajudado a erguer, portanto nem se pode queixar, felizmente para ele não somos como
a Grécia, ou a Espanha, quando não já teria desaparecido do mapa, nesta
democracia ele é o grande perdedor, considero-o um grande falhanço, falhado ele
e por tabela nós…
E já
agora tomem os meus leitores nota, acabei de dar ordens para que se construa o
novo Hospital Central de Évora, vão ver que será construído, não sei é se daqui
a trinta se a quarenta anos, mas nessa altura por favor lembrem-se de mim e do
quanto eu lutei para que esse sonho se concretizasse…