Genghis Khan
montado no seu cavalo e olhando o futuro...
Bento
Espinoza, nascido em 1632 na cidade de Amsterdão, filho de Miguel Espinosa,
natural da Vidigueira, Alentejo, e descendente dos judeus expulsos daqui em
1497 por El-Rei D. Manuel, era leitor frequente da Biblioteca da sinagoga de
Amesterdão, que funciona ininterruptamente desde 1616, é a mais antiga
biblioteca judaica em actividade, e na qual, procurando bem entre os banquinhos
corridos, com gavetas para guardar uma espécie de cachecóis e os chapelinhos do culto, encontraremos numa placa o nome dos homens que ergueram o templo de que vos falo. O homem
pensa, Deus quer, e a obra nasce, esta nasceu pelas mãos e contributos de
Moisés Curiel, Daniel Pinto, Moisés Ismael Pereira, Isaac Pinto, José Israel
Nunes, Samuel Vaz, David Salom de Azevedo, Abraão da Veiga, Jacob Aboab Osório,
Jacob Israel Pereira, Isaac Henriques Coutinho, Isaac Aboab da Fonseca.*
Bento
Espinosa era quadrilingue, esse homem ilustre que hoje tão bem conhecemos era
descendente de gentes que Portugal não quis, mais tarde o Marquês de Pombal
(1699-1782) viria a perdoar-lhes as acusações de que tinham sido alvo desde o
tempo de D. Manuel e da posterior Inquisição, a quem nem os cristãos novos
escaparam, perdão que já o Padre Jesuíta António Vieira (1608-1697) exigira,
padre que se bateu inclusive e muito antes do tempo pela abolição da
escravatura, a qual viria a acabar precisamente às mãos de Sebastião José de
Carvalho e Melo, Conde de Oeiras e Marquês de Pombal, corria o ano de 1761.
Recordo
tudo isto pois Bento Espinosa, a quem devemos a “Ética” (em latim: Ethica, ordine
geometrico demonstrata), a obra-prima do filósofo holandês de origem portuguesa
Bento Espinosa, "Baruch de Espinosa " Benedictus Espinoza, mais
conhecido como Benedito Espinoza, obra que está Dividida em cinco partes, a
metafísica, tratando do ser, a ética que trata do homem, a terceira que aborda
os afectos, a quarta que nos fala da servidão humana, e a quinta, fazendo a
apologia da liberdade, obra que foi publicada pela primeira vez em 1677 e que nem
por ser antiga, famosa e de leitura altamente recomendável parece ser conhecida
dos nossos políticos. Contudo devia ser.
A
ignorância da história, da filosofia da ética e da moralidade leva a que
façamos figuras de urso, como foi o tristemente caso de Neville Chamberlain,
1869-1940 (que vá lá saber-se porquê confundo sempre com Konrad Adenauer, 1876-1967), e se escrevo tudo isto hoje é por
me parecer estar de novo a Europa pejada de Nevilles Chamberlains em tudo que
seja lugar decisivo, e o pior é que 80% dos europeus, e talvez 90% dos
portugueses nem saibam quem foi esse tal Neville nem em que trabalhos se viu
metido ou a figura de parvo que protagonizou e que o remeteram para as notas de
rodapé da história. A história devia ser para nós como uma mãe, porém fazemos
dela madrasta, esquecemo-la, ignoramo-la, e quanto mais o fazemos mais ela se
vinga e se ri de nós a bom rir.
Mas
também eu neste momento rio a bom rir, porque a Micas levou demasiado a sério
os dois dias seguidos de sol que nos alegraram as manhãs desta semana, e
apareceu com umas leggings que lhe moldam até o tutano do escafóide o que, se
por um lado a tornam radiante, por outro atestam que ainda vale a pena
comprar-lhe os jornais, as revistas, e as flores, mesmo sendo de plástico, pois o
resto não é…
O amarelo
desmaiado dos leggins da Micas
Quem
também se deve estar rindo são os fantasmas daqueles que marcaram a história
com um cunho bem vincado, D. Afonso Henriques, Infante D. Henrique, Vasco da
Gama, Fernão de Magalhães, Pedro Alvares Cabral, Fontes Pereira de Melo,
Pombal, Mouzinho da Silveira, Salazar, Franco, De Gaulle, Churchill, Hitler,
Mussolini, Tito, Estaline, Lenine, Mao, Putin, Alexandre Magno, Gengis Cão
(Genghis Khan), Leif Erikson, e concluo que estes sim, para o bem e para o mal
foram líderes que se souberam impor, marcar posição, fazer história, fazer
andar o mundo, as coisas, as suas cidades, os seus países, e se me estou rindo
é apenas por mentalmente os estar passando em revista e comparando com os
pintarroxos que há quarenta anos nos governam e nem merecem uma morte honrosa…
Se
PPC era um garoto aldrabão e trapalhão A. Costa não passa de mais um trapalhão
aldrabão, quer um quer outro haviam jurado subir o que desceram e descer o que
afinal subiram, um e outro navegaram e navegam ao acaso, à bolina, ao sabor do
vento, sem rumo e ao sabor das circunstâncias. Nunca iremos longe com caramelos
deste jaez, o primeiro ajoelhou ante uma Europa de Nevilles, ela própria, como
o FMI, tendo assumido e retractado já quanto aos clamorosos erros cometidos
contra nós, agora, e perante Costa, Pedro critica o que devia ter contestado, e
Costa enfrenta-a com um programa pouco menos que decalcado do de Pedro, um
voltando a dobrar a cerviz e o joelho, outro não sabendo nem ousando sair de um
austeritarismo balofo, parvo, inconsequente e inútil.
Para
governar é preciso ter visão, não basta ter lata, onde teriam ido os homens que
atrás citei sem essa visão ? Esses homens não avançaram em tempos de vacas
magras, todos pegaram o touro pelos cornos quando os seus países ou povos atravessavam
crises, fizeram dessas crises oportunidades, oportunidade que quer com um quer
com outro nós já perdemos e continuamos a perder, sem que nunca reformemos devidamente
Portugal. Arte é isso, começar no fundo de um buraco e erguermo-nos aos céus, nada
tem de artístico fazer floreados com uma mão e aumentar os impostos com a outra…
Desta
vez a Troika traz essencialmente 3 grandes dúvidas, a primeira quanto ao
orçamento, já o sabemos eleitoralista e com mais do mesmo, uma estratégia
vergonhosa onde para alimentar a voracidade dos trabalhadores vanguardistas do
sector público se esmagam com impostos os eternos escravos do sector privado, a
segunda abordando o investimento, que seja público ou privado se resume
praticamente a zero há bué de anos e a fiscalidade que nos sufoca e não deixa
dar um peido. Não ter reformado o estado está a custar-nos os olhos da cara, finalmente
o terceiro ponto de interrogação dos homens de negro, a economia, para a qual
há muitos anos há resposta, podemos afirmar que quer anteriores governos quer o
actual dedicam à economia uma especial atenção e a encaram e sempre encararam
com muita fé, muita esperança, e sobretudo com uma gigantesca e esfuziante confiança na sorte.
De PPC
nunca esperei nada, não tem conhecimentos nem cultura para o que quer que seja,
mas de A. Costa esperava mais, e esperava sobretudo capacidade para dar um
murro na mesa e colocar todos em sentido;
-
Quem manda aqui sou eu, e quem não se sentir bem que se mude…
e
devia ter começado por Maria de Belém, que não só fragilizou como ridicularizou
o secretário geral, o partido e o primeiro ministro, Nóvoa não pontuou mas também não envergonhou. Tal como PPC se deveria
calar ele mesmo ou mandar calar Marco António Costa, pois peroram exigindo
credibilidade moral aos outros, precisamente aquilo que de modo gritante lhes
falta.
Os partidos
têm que deixar de ser muletas incondicionais de todos os coxos, cegos e outros deficientes
e aleijadinhos que lhes cabem em sorte como presidentes, deputados ou
ministros, com gente que só os desprestigia e diminui. Parasitas e inúteis não
podem continuar a acoitar-se nos partidos e a viver e sobreviver à custa de
gente séria, todos os dias temos exemplos desses, desde o 44 ao 99… De
tachistas e comissionistas a ou corta-relvas…
Um PM
tem que ser o cavaleiro andante dos interesses do país, de todos, e não do
partido ou de facções, não de classes, freguesias ou cidades, tem que saber o
que quer e para aonde vai, tem que ter visão e não somente o desejo de se
sentar na cadeira do poder por mais enganador que ele seja. Portugal tem que deixar de ser guiado pela UE e pela Troika que parecem saber melhor que nós, e sabem, não o duvido, os caminhos correctos que deveremos trilhar, começando por produzir, produzir, produzir... O mal deste governo foi começar a distribuir o que custa a arranjar, o que não temos, e ainda por cima de forma grotescamente iníqua... Repondo a meia dúzia de bem aventurados o que nunca suaram para conseguir... Infelizmente caminhamos para uma situação em que já só já falta que as finanças nos assaltem à beira da estrada, como fazia o celebérrimo bandoleiro José do Telhado.
Posição a
partir da qual se pode imaginar o escafóide da Micas
Ainda
é cedo para alças e mangas cava, as tardes ainda refrescam por muito soalheiras
que as manhãs sejam. A minha amiga Micas arrisca-se a apanhar uma pneumonia de
que nem a fé em Deus a livrará, por enquanto e pelo que vejo é só mostrar saúde
e provar ter ainda algo que se veja…
-
Olá senhor Baião, por aqui hoje, então o que vai ser ?
Repentinamente
fiquei sem fala, não ia dizer-lhe que o conjunto vermelho lhe assenta melhor
que o azulão, que por sua vez está longe de igualar a sensualidade do fúxia, ou
que aquele corte de cabelo lhe fica a matar e a torna super super sensual, meto
a mão ao bolso e agito as massas, isto é faço tilintar as moedas, uma
brincadeira para ganhar tempo pois fui apanhado de surpresa e nem sei que
responder-lhe.
-
Como disse senhor Baião, a Exame, a National Geographic, a Visão Júnior para a netinha,
Corte & Costura para se entreter ?
Mas
eu não a ouvia, pensava na Carmo que me atirara um “Rezemos Para que esta corja
caia rápido, Estes ainda São piores que o outro, Promessas e benesses de quem
sempre teve o cu lavado com agua das malvas e ainda assim se queixa, Bardamerda
para isto tudo, Na próxima voto MURP”… Enquanto eu lhe concedia razão e me lembrava
de quantos e quantos Espinosas não obrigamos, por falta de condições, a fugir de cá….
Não é de partidos da treta, de coligações ou de parlamentares vendidos nem de grupos parlamentares dominados e dóceis que precisamos, é de homens com visão e que saibam ver o futuro....
Decididamente só
cá ficou o refugo….
* Pedro Mexia – Os Judeus de Portugal, Revista E 2257,
30-01-2016
A Micas e as
amigas dançando em leggins