SE
AINDA AS HÁ BONITAS ? CLARO QUE SIM
parte 5
A
produção, ora aí está. Já José Mário Branco a cantava em 79, inda que não adivinhasse
estar fazendo futuro, nem Boris comprometido com ela. A produção, a grande
mentira dos gulags, dos gulags e fora dos gulags. O gulag fez Boris lembrar-se de
Marie Louise, a mim recordou-me a “A Vigésima Quinta Hora” do romeno Constantin
Virgil Gheorghiu e as atribuladas atribulações pelas quais Boris está passando,
p’la loucura do mundo, agarrado a um baralho de cartas em volta duma fogueira,
ou abraçando um molhe delas que apesar de tudo lhe vão chegando às mãos e lhe
garantem a sobrevivência e o amor de Marie Louise.
Índices
de produção, a grande mentira dos gulags, e do mundo, o grande equívoco dos tempos
modernos. Curiosa e divertidamente quem mais e mais exigia quer índices quer
produção soçobrou primeiro e os gulags são hoje uma recordação indecente e,
quem sabe, uma promessa… ou uma ameaça pairando num mar de possibilidades
porque em potência a possibilidade está lá, sempre lá esteve, e estava lá
quando ela pequenina e levada pela mão percorria os corredores das celas de
Peniche, o nosso gulag de imitação e onde os inconformados com a tradição eram
encerrados, quais monges, nas celas húmidas, frias e escuras de onde somente os
seus sonhos partiam livres, levados pelo vento, esperando ser arrastados para o
país dos sovietes onde outros gulags e outros homens por sua vez eram
encarcerados e se evadiam sonhando com outras paisagens, outros países, o que
confirma ser o mundo um mar de enganos onde só os que não sonham escapam a tais
enleios, onde só os que não sonham se escapam a ser enleados… Nos gulags tudo o
art.º 58 permitia, entendo, nós temos o fado do 31 …
“Antes
estrangeiro e acusado de espionagem que russo acusado de traição” não haja
então dúvidas de que o homem é o cão do próprio homem, o homem é o carrasco do
homem, e qualquer homem em qualquer parte do mundo pode ser preso por ter cão e
por não ter. Sabemos que Boris não tinha cão, nem culpas, mas que interessa
isso à engrenagem quando entra em funcionamento a trituradora ? Mais que o
homem o alvo é a dignidade, cientificamente manipulada, pela fome, pelo
desprezo, pelo ostracismo, pela indiferença, pela escravatura, pelo degredo,
pela prisão, pelo exilio, por arbitrariedades e iniquidades. Sobreviver aos
gulags deste mundo, sobreviver a Caxias, Aljube, Peniche ou Tarrafal é ser
erigido em colosso, metamorfoseado em monumento.
E os
dias fluíam, até que repentinamente,
-
Louvado sejas oh eterno Deus de Israel !
que isto é mesmo assim, o
infinito é o mesmo, o universo é só um, mas os deuses chegam e sobram, dá um
para cada bairro, cada rua, e está explicada a questão, a religião é o ópio do
povo e por ali, onde nasceu o refrão nascia também a submissão, a igreja
tornara-se ortodoxa, não porque recusasse os dogmas ou a primazia papal mas
para melhor servir os seus amos na terra que os céus estavam reservados ao
Sputnik, cuja aparição estava presa por
uma questão de dias, e ao que mais viria...
Pausa, passa por momentos
Bóreas, fala mais alto e tudo gela e arrasa até se recolher à sua caverna na
Trácia, não sem antes deixar um manto de neve que nem um limpa neve dos mais
modernos limparia em duas semanas. Mas calma não divaguemos, estamos em 1956,
não em 2018, o Paizinho morrera há três anos, e Bóris juntamente com outros
prisioneiros estavam a dias de ser libertados por Nikita Khrushchev como prova
de boa vontade pela visita de Konrad Adenauer à URSS no ano anterior, ano em
que alguém temendo que pudessem ser libertados do campo e voltassem à RFA dois
SS prisioneiros denunciados por Heinrich
Muller, mais conhecido pela alcunha Gestapo Müller e líder da Gestapo, autoproclamado
comunista e queixando-se ter sido por eles torturado em Berlim, estava eu
dizendo, alguém temendo fossem libertados lhes limpou o sebo.
Porém
não será ainda desta vez que Boris encontrará a liberdade, e numa daquelas
reviravoltas em que a história é useira e vezeira aparece escalado, juntamente
com o seu amigo Anatole (não o de França) para desentupirem as latrinas do
gulag. Podia ser pior diz o outro, ao menos assim congelada a merda não deita
cheiro. E enquanto trabalham teorizam, sobre as ironias do destino, a ironia e
o sentido de humor de Deus., a ressurreição, a perversão, acabando por apostar
quem sobreviveria mais tempo nos gulags, se os ateus se os religiosos, o que
felizmente chegamos a saber pois D. Leonarda, a narradora, no-lo diz.
Contudo
não é difícil de adivinhar, todos sabemos que quem ri por último ri melhor, ou
ri mais, Boris não era religioso e quanto ao sentido de humor ficava-se muito
atrás de Anatole (não o de França) do qual humor e ironia eram apanágios. Que isto
seja suficiente para ficarmos sabendo que, ateus ou religiosos no final serão
os amantes do humor quem sobreviverá pois o crente sente-se abandonado por Deus
enquanto o ateu se agarrará a qualquer esperança a qualquer homem, e isso será
o bastante para lhe evitar o derrame de lágrimas e manter um sorriso na cara,
seja ele irónico ou não pois como todos nós sabemos não há idiota que não
afirme a pés juntos que sorrindo a vida ganhará novo sentido.
Posto
isto, a disponibilidade e clareza com que a história nos foi contada, poderemos
afirmar que ainda há narradoras simpáticas, empáticas, e vá lá, bonitas, no
caso merece o elogio, até porque o mundo seria muito mais triste se houvesse
dúvidas quanto a isso, se ainda as haverá ou não bonitas, claro
que sim.
……………………….
Continua ………………………
A
MAIS BONITA DA RODA … parte 6
Deliciava-me
eu lendo O Centro Do Mundo estiraçado
no banco do jardim, olhando o parque das crianças desde há muito sem as ditas,
quando me fixei na quadrícula de grossas cordas entrelaçadas, em treliça
cúbica, cujos pontos de contacto nos vértices se encontravam reforçados por um
nó plástico, colorido, forte, rijo e duro, não fossem as criancinhas ao trepar,
faltar-lhes o pé, caírem, voarem, estatelarem-se, e fez-se luz ! Ali estava
formalizada a vida de Bóris, no espaço quadrangular das possibilidades
potenciais, articulado, preso ou seguro por aqueles nós plásticos, quais pontos
cardeais, e em cada um deles um facto histórico, em cada um uma verdade, interligando-se
entre si como uma teia, uma rede, uma quadrícula.
Estava
ali a resposta ao Miguel Fernandes Duarte * Abstracta e na minha frente apresentava-se
a estrutura do romance que Bóris arrastava desde Vilnius finalmente explicada
aos gentios, exposta. Quase me levantei para a apalpar, verificar se era
verdadeira, confirmar, porém uma rajada de vento suão trouxe até mim o cheiro
nauseabundo duma qualquer cabeça de sardinha voltando a fazer-se luz ! Isto
anda tudo ligado, o romance por Bóris trazido terá encalhado na cabeça degolada
duma sardinha numa qualquer rua de Olhão e aí estava a questão explicada,
explicadinha, porque como toda a gente sabe um romance não surge do pé para a
mão, nem espera por nós ao virar de cada esquina, mas garanto-vos, uma cabeça
de sardinha é outra coisa, é outra loiça, não sendo ideia minha essa da cabeça
da sardinha é todavia ideia que se aproveite, inda que falha de um banho-maria
ou nem estivesse mergulhada em azeite de oliva.
Mas
voltando à vaca fria, que é como quem diz à mão de vaca, com grão ou sem grão,
a verdade é que a agitação do mundo por incrível que nos pareça chegava ao
gulag, dando a Bóris e a mais umas centenas, ou milhares, esperanças de verem
deferido o requerimento solicitando clemência e clamando por inocência que há
muito preenchera endereçando-o a Moscovo sem que lá tivesse chegado, aliás
nenhum deles fora sequer enviado. Nem o isolamento natural e forçado dos campos
de prisioneiros abafava os rumores arrastados pelos sussurros do vento, o
Paizinho morrera em 53, portanto havia dois anos ou três, seguira-se-lhe Béria,
um bera que fora acusado, julgado, sentenciado, condenado e executado na mesma
manhã, tempo demasiado para quem tão pouco valia bem vistas as coisas. Nikita Khrushchev
já prometera soltar uns presidiários alemães como prova de boa vontade pela
visita à URSS no ano anterior e consequente legitimação do regime e devida a Konrad
Adenauer.
No
lager, digo no campo, digo no gulag ninguém sabia, mas sabemos nós ao
dominarmos o ritmo do pinga-pinga dos factos nesta história em que as páginas
estão seguras por eles factos ou penduradas deles por pioneses, dizia eu, aqui
vai mais um facto ignorado pela população prisional mas por nós conhecido, o
Sputnik estava para ser solto, atirado, lançado, sê-lo-ia exactamente no dia 4
de Outubro do ano seguinte, 1957, pelas 7:28 da tarde, portanto acumulavam-se
os indícios e os augúrios que alimentavam a esperança dos prisioneiros como
quem alimenta uma fornalha, perdão, retiro o vocábulo fornalha, estamos ainda
muito próximos de 45 e a palavra carrega uma simbologia péssima, negativa, o
que contudo não retira um grama ao ânimo que estes desgraçados sentiam
atiçar-lhes o sangue nas veias e as expectativas.
Desconheciam
eles que naquele ano, talvez naquele preciso momento decorria em Moscovo o XX
Congresso do PCUS e o paizinho, já o podemos escrever com letra pequena sem
medo de represálias, era denunciado, incriminado, tratado abaixo de cão, e por
várias vezes foi sujeito a ressurreição p’ra que de novo o pudessem matar e
matá-lo melhor, enterrando-o pela quinta, sexta ou sétima vez, porque antes da
oitava já toda a gente concluíra que o paizinho fora um fenómeno histórico, nascera
antes de tempo e falecera tarde demais, salvara a mãe Rússia mas deixara-lhe os
alicerces minados, assentes em areia movediça, lama desnatada a que faltava a
firmeza da ética, da moral e muitos outros cimentos os quais fariam com que ela
não durasse muito, e não durou, em 89 caiu, o muro soçobrou como um castelo de cartas
e com ele a URSS e seus satélites, como se assolada por um tsunami arrastando
tudo, mesmo tudo.
Devido
a isso ou porque o dia estivesse mesmo muito frio ninguém no campo
trabalhava nesse dia e todos estavam estranhamente alegres, expectantes. No
pátio coberto de neve alguns prisioneiros juntavam-se em grupinhos e as conversas de uns
sobrepunham-se por vezes às conversas de outros grupos mais próximos, num deles
um maltrapilho queixava-se da sua sorte, a pena ia já em doze anos e nem sabia
quando terminaria, tudo porque alguém o denunciara e acusara de ter chamado
contra revolucionário a Karl Radek ** prisioneiro a quem de pronto outro dos
interlocutores respondeu,
- E
eu estou aqui vai para dez porque jurei que Karl Radek não era nenhum
contra-revolucionário.
gerou-se no círculo um
silêncio só compreensível por quem vivesse paredes meias com o absurdo e, como
se o terceiro elemento se calasse e nada dissesse um dos outros dois espicaçou-o,
e tu ? Tu o que dizes, que tens para contar ?
- Eu ? Nada, eu sou o Karl
Radek.
Se
isto não é um absurdo, se a ideia aqui condensada não é um ponto importante
onde escorar um romance não sei o que seja, nem o que possa sê-lo. Como poderemos
esperar que Boris, ou mesmo D. Leonarda nos contem uma história certinha se
este mundo está num total desacerto, se nem Boris nem ela jogarão com o baralho
todo, pois é ela mesma quem nos diz, Olhão
estava cheio de peculiaridades, e só quem não saiba o que isto é pode
ignorar o mal que faz, peculiaridades são piores que pedras nos rins, ou
quistos no fígado, peculiaridades só os sobreviventes de Hiroshima e Nagasaki
teriam mais e mais fortes que o pessoal de Olhão, os quais para além disso
ainda aguentam com o calor se calha estar de levante, ou será sotavente, agora
perdi-me, estou confundido.
De
tanto piar às tantas julgo estar no ritmo certo mas quando calha e por dá cá aquela palha dou comigo a dançar
com a mais feia quando, em boa verdade, contínuo dançando com a moçoila mais
bonita desta roda.
** https://pt.wikipedia.org/wiki/Karl_Radek
A RAPARIGA DÁ COMIGO EM
DOIDO, parte 7 e última
Bóris
sabe, só ele sabe por que desapareceu, já por uma ou duas vezes apalpara
terreno e não conseguira apoio ou sinal positivo, encorajamento, de modo
relutante ela fizera frente a ambos os avanços, fizera-lhes orelhas moucas, não
que desgostasse de música pois se lhe falassem de literatura ou se debruçassem
sobre a arte do romance ninguém duvidaria que tal matéria seria música para os
seus ouvidos. Porém Boris estava nos antípodas das suas preferências, nele
detestava as polainas, as meias brancas, a bengala, com castão ou sem castão, o
gesto de cruzar ou descruzar as pernas, as calças de vinco vincado, o raccoon
coat e até o ar demasiado asseado.
Para
culminar Boris não gostava de cães, em boa verdade as cadelas dela também o
detestavam. Era demasiado, a sua personalidade nunca deixaria de chocar com a de
Bóris e ela mulher madura, segura de si e após tantos anos e finalmente bem
instalada na vida, comodamente diria, não estaria com disposição para mudanças
comprovadamente contundentes com o seu volúvel, sensível e metafísico caracter.
Chegara a uma idade em que mudanças de hábitos de elevado teor incomodam mais
que o prazer que porventura possam proporcionar, pelo que, mulher de costumes
arreigados, negar-se-ia sempre a trocar o saquinho de pevides e a alfarroba
pelo balde de pipocas, pormenor aparentemente subtil mas que Boris contudo não
percebera.
Optimista
e confiante Boris depressa a esqueceu, e não tendo conseguido barco para
Marrocos foi parar nem sabemos como à Alemanha de Hitler e ao país dos
sovietes onde acaba por ser encarcerado, conforme a história que os meus amigos
e amigas acabam de ler. Afogado no mar de atribulações que a segunda guerra
mundial fizera encapelar supomos que a esquecera, nesse particular Boris não
seria muito diferente de qualquer outro, nem do portuga que se julga tudo e
todos e afinal não é ninguém, nem sabe ser ele e nem é.
Mas
não ela a quem ele ficara atravessado na garganta como uma espinha de sardinha,
talvez da mesma sardinha que aparecera degolada numa tarde ensolarada e num
passeio térreo da linda vila de Olhão. Ela não conseguira esquecê-lo e mal
pôde, mal teve vagar, oportunidade, vá de indagar, perguntar, questionar, porque
no final é isso que nos diz, e conta, todo o arrazoado exotérico de personagens
convocadas a dar seu testigo e a quem eram colocadas sempre as mesmas questões,
todas elas em redor do inesquecível Boris.
Desta
investigação, destes testemunhos
resulta um desfilar das gentes e memórias de Olhão, através de cuja edição e
apresentação pública estou em crer ter D. Leonarda feito mais pela sua linda
vila que todos os planos quinquenais e presidenciais da autarquia, passados e
futuros. Do turismo à curiosidade poucos recusarão conhecer o roteiro por Boris
Skossyreff percorrido em Olhão, D. Leonarda mostrou-se perita em excitar-nos
tanto a curiosidade quão a atenção.
Eu
sabia os algarvios contrabandistas, todavia não os conhecia dedicados à pesca
de bacalhau nos mares árcticos e de cuja faina D. Leonarda faz uma descrição
perfeita, soberba, e que se estende dos tempos em que eram praticada com base na arte xávega até aos tempos nos quais o futurismo era príncipe consorte e rei,
tendo esquecido unicamente o admiral Tenreiro de má memória, o que nada me
admira dadas as inclinações detectadas e cuidadosamente veladas.
Este
meu caudal palavroso tem um fito, aliás dois fitos e uma fita, o fito de me
entreter lendo, uma leitura critica, e em simultâneo elaborar uma tão completa
quão possível sinopse da obra em causa, se é justo que, dada a extensão
atingida continue chamando-lhe sinopse, mas como designá-la ou classificá-la
? Pequeno ensaio ? Não me fere a ideia,
nem distorce a intenção, colocar ao peito de D. Leonarda uma fita de cor bem
viva atravessada à tiracolo e agradecer-lhe, parabenizá-la, homenageando-a pela
sua louvável, extravagante, inusitada, esquisita e excepcional obra.
Infelizmente
nem todos conseguirão alcançar o maravilhoso prodígio desta criação, a beleza
de Ana Cristina Leonardo, que conheço aparentemente bem, sei onde pára, o que
faz, até já a lobriguei nalgumas fotos, e na Tv, sei que as adora e adora
passear as cadelas, perdoem-me a redundância, e sei pois acabei neste momento a
leitura d’O CENTRO DO MUNDO, obra
sobrenatural, portentosa, construída pacientemente como quem completaria um
Lego, obra que a partir de pequenos factos históricos, dispersos, aleatórios,
por vezes propositada e ficcionalmente deturpados a fim de sobrelevarem pela
ironia a própria história forçando-a a um humor a que ela dificilmente cede ou
se acostuma, dizia eu ter D. Leonarda construído um romance pujante a partir de
nadas, de nanhas como se diz na minha terra, ou, para utilizar a sua própria e
peculiar linguagem, hodiernamente partindo de Pokémons, construindo uma teia,
tecendo uma história pícara onde factos dispersos mas veros se entrecruzam com
a ficção, originando uma fórmula estruturante de longe muito mais
impressionante que o Atomium, de Bruxelas, consulte-se a Wikipédia, porque isto
anda tudo ligado e porque é assim que se faz a ficção, já a fissão é diferente
e consegue-se de diferente modo.
D. Leonarda
demonstrou-nos à saciedade ser possuidora duma beleza única, admirável, e superiormente entendida em literatura a ponto de nos
demonstrar e fazer compreender que o romance, a ficção, a sua génese e
construção, é sobretudo ter a ousadia e a capacidade de erguer uma casa, em
Olhão ou não, cubista ou não, começando-a pelo telhado mas conferindo-lhe
unidade e solidez. Muito se poderia dizer acerca desta sua superlativa obra. Já
uma vez tinha dito de Ana Cristina Leonardo ser ela uma autêntica enciclopédia
ambulante* mas como sou do Boavista e jogo no Olhanense hoje fico-me por aqui
pois não desejo que tomem por exagerado o meu testemunho. Até por D. Leonarda nada
me pagar, nem me dever nada, nem eu a ela devo mais que um grande muito
obrigado por este fantástico romance, inventado, criado aparentemente do nada,
e diria eu que num novo velho género, uma nova escola, nova tendência e muito
mais que o realismo mágico, pois desta vez confrontamo-nos com o fantástico
maravilhoso ou o maravilhoso fantástico que passará doravante a ser conhecido e
reconhecido pelo romance género “al-gharbio”.
Obrigado Ana Cristina Leonardo.