De modo quase automático a sociedade
sempre se ajustou, com maiores ou menores flutuações, a um equilíbrio que nos
cabe interpretar, e até sobre ele agir. Desde que Malthus nos surpreendeu com
as suas primeiras impressões, ou leis, as quais ainda hoje chocam os mais desprevenidos, incautos ou desconhecedores de tais teorias. De tal modo que podemos dizer
da demografia o que se diz da física, ou do universo, há um horror ao vazio
que, de uma forma ou de outra acaba sendo preenchido. Nada se cria, nada se
perde, tudo se transforma, como se existisse nela, demografia, o mesmo tipo de
harmonia que observamos entre as leis da oferta e da procura, que, como sabeis
se influenciam mutuamente.
Desde 1798 que Thomas Malthus e o seu
horroroso malthusianismo que o problema é conhecido com cariz científico, e a
par dele os modos de sobre o mesmo agir, o que deve ser feito atempadamente já
que a resposta pretendida demorará certamente a ser cumprida. A sociedade por
si mesma evita uns problemas mas cria outros e os pratos da balança, balançam
deveras até que o pretendido ou natural equilíbrio seja atingido ou encontrado.
A brutalidade das palavras do poeta Jonathan
Swift, por volta de 1729 e propondo aos pais que vendessem os filhos para que
degustando-os as famílias ricas fizessem frente à fome que devastava a Irlanda,
ou que os próprios pais os comessem, tendo ficado conhecida na história como a Modesta Proposta deve ser vista como
ironia sobre as teorias de Malthus, ironia que o poeta bem sabia corresponderem
à realidade, o mundo, o equilíbrio natural do mundo é autofágico, a história o
prova e comprova, não assistimos ao longo dela somente a grandes e macro
migrações, mas também a epidemias, fomes, guerras, tragédias, cataclismos, que
separadamente ou em conjunto repõem esse equilíbrio entre recursos e consumidores
dos mesmos, nós os habitantes do planeta.
A uma outra escala, a uma escala
micro o modo de viver das sociedades também repara ou causa danos no tecido
demográfico, veja-se como a GB, França e RDA foram procuradas após a II GG e
como actualmente e por idênticos mas inversos motivos os portugueses fogem de
Portugal, é caso para dizer termos por cá acordado tarde e a más horas para um
problema que a demografia apontava há duas três ou quatro décadas atrás, não a
ter levado a sério está e irá custar-nos os olhos da cara. Manter a
estabilidade ou o crescimento de uma população obedece a factores tão diversos
como a economia, o bem-estar, o pleno emprego, a felicidade ou capacidade,
diria oportunidade de realização pessoal, aspectos de que Portugal não cuidou,
estando agora a importar estrangeiros para colmatar o déficit demográfico, ou
seja trocando a solução de um problema actual por uma carrada de problemas
futuros, diria estarmos saindo da lama para nos metermos no atasqueiro.
A falta de conhecimento dos nossos
governantes e deputados, uns e outros de uma ignorância atroz somente com
paralelo na vaidade e prosápia (prosápia enquanto jactância e bazófia) que
pavoneiam, aqui nos tem conduzido, valha-nos o facto de muitos desses migrantes
acabarem por ir-se embora mal se apercebam do labirinto onde se meteram, sendo pouquíssimos
os que acabam por aqui fixar raízes.
Mas estamos a desviar-nos da vaca
fria e a vaca fria hoje é a demografia, o patronato tanto esticou a corda para
baixo que hoje não tem mão-de-obra que lhe acuda, os tugas emigraram, fugiram da
sua egoísta e patronal ambição, esses patrões que trabalhem para eles mesmos, os
tugas foram fazer vida e procurar a felicidade noutras paragens. Por outro lado,
não detendo já o país a posse das grandes empresas fulcrais no sustento de
qualquer economia, como sabemos foram vendidas aos estrangeiros por dois
patacos, sucede sermos escravos dos outros na nossa própria pátria e como tal
resultar compensador procurar em terra alheia não sofrer os dissabores a que
nos condenaram na nossa terra, na nossa pátria.
Como se está vendo uma pátria
madrasta, capaz de salvar os bancos mas que não acode aos portugueses, aos seus
lídimos filhos, o que diz bem para onde está virada a nossa política e o nosso futuro.
Aos bancos acodem com milhões, aos tugas tiram a casa por dois tostões, esta é
a política que tem sido exercida pelo centrão, e nem a extrema-direita nem a extrema-esquerda
pegam numa bandeira que deviam erguer bem alto, a defesa dos filhos desta
nação.
Por outro lado ao tuga não é
ensinado, e ele sozinho não chega lá, é incapaz de sózinho pensar como combater todas estas iniquidades e
arbitrariedades que lhe atiram acima. O tuga não aprende sozinho, nem
acompanhado, nem sequer com os erros dos outros, não o digo eu, dizia-o Eça de
Queiroz, e mais recentemente José Gil o nosso filósofo que o tuga é ignorante, vaidoso,
estupido por natureza, não faz nada por si mesmo, abomina a franqueza e, a
menos que surja um outro Fontes Pereira de Melo, um Marquês de Pombal, um
Infante D. Henrique ou um outro Salazar que o conduza, não passará de ovelha no
rebanho caminhando ordenadamente para o cadafalso.
Deus concedeu-nos o livre arbítrio,
mas o tuga na generalidade nem o usa nem sabe sequer o que seja, ou do que se
trata. Já me alonguei demasiado neste ensaio de hoje, amanhã lhe darei
continuidade, veremos como a vontade é tudo, querer é poder, vejam o filme de Leni
Riefenstahl “ O Triunfo Da Vontade “ o filme proibido de Leni Riefenstahl e
aprendam com ele, uma obra-prima cinematográfica mas também da mestria com que
os nazis usaram para o mal mas uma fórmula que naturalmente pode e deve ser
usada, usado, a vontade, o livre arbítrio, para que consigamos chegar onde
queremos, obter o que desejamos.
Amanhã haverá mais, passem bem, tomorrow
falaremos dos dez mandamentos, do casamento, de porcas parideiras, de carne pra
canhão, de mão-de-obra e níveis de produção, etc etc etc …
- http://www.cpihts.com/PDF/JONATHAN%20SWIFT.pdf
- https://pt.wikipedia.org/wiki/Jonathan_Swift
- https://www.youtube.com/watch?v=fQIXYiTOmc8
- https://pt.wikipedia.org/wiki/Leni_Riefenstahl
- http://www.tintafresca.net/News/newsdetail.aspx?news=54325e27-d880-4809-9d64-5b2a8e050cc8&edition=53