Quomodo vales?
Scribit ad narrandum, non ad probandum, sine ira et studio. Que nação o meu
coração abraçou ? Que razão o meu coração abraçou ? Serão vãos focos, luzes,
aplausos, ritmo.
Que nação que não
esta tem um sol assim pela manhã ? Vida é babilónia, viver uma insónia. Estás a
ver a cena ? Pela rua abaixo, pela rua acima, sempre o mesmo ardina. Por onde
entra o sol na peneira ? Como entra o sol na peneira ?
O sistema é um dilema,
não será problema quando o dilema é sistema ? Sempre a mesma barulheira ! Sempre
a mesma bandalheira ! Nunca haverá caminho se o caminho não for a direito ! Atention
! danger ! Adiante ! Suerte amico cuida-te ! Será culpa minha ? Será culpa tua ?
Quem é que ordena ? Quem mais condena ? Quero encontrar a esperança, quando
voltará ela ? Quero parar na próxima estação ! Quero mudar na próxima estação !
Quero fugir a esta
mão negra, quero correr o meu destino, quero parar apenas e só numa praia, no
mar…! Ver perdido o coração, olhar embevecida e gritar;
- Bem-vinda a manhã !
- Não me gritem !
- Cuidado c’o mundo !
- Não me gritem !
- Próxima estação ! Esperança
!
Quanto
falta para ela? A sangue e fogo a vida será sempre má façamos o que façamos. Qual
será a última hora, a nossa última hora, o tempo escoa-se. Carroceiro faz a
hora mudar, quero soltar o coração, quero caminhar altiva e segura, segura e
altiva que por este solo caminha uma raça.
Cuidado com a noite, ela ameaça, cuidado com a
morte, cuidado com a sorte. A morte vem a sorte vai, já não há que estranhar.
Já não espero, é meu destino, já não me enganam. Cresci, amadureci. Vi.
Encontro certos dias o demónio, caio sempre na trampa de confiar, não na trampa
de amizar, mas na trampa de o encontrar.
Esse
negócio me sai mal. Tem cuidado, num país do sul me mato a trabalhar, num país
do norte me mato a inspirar. Uma tristeza, longa, que mereci por me agarrar à
esperança ? Agora danço assim, já não me engano, vira vira vira vira vira vira
vira vira vira.
Que
oração cantar ao coração ? A estrela Vega nos guie nesta serenata de ardilas em
fantasmática cidade onde, por vezes, dou por mim distanciada, outras esquecida do
que sou. Já estou virada ? Já estou curada ? Cá me vou, sempre só com minhas
penas, tecendo vivas ao amor que lhe tenho.
Ninguém
rouba a Primavera. Não passarão, não, não passarão se não vierem por bem.
- Bem-vinda
a minha sorte. Crente, não creio na morte,
- Bem-vindo
o amor
sussurrou-me uma cigana, bem-vinda tequilla,
macieira e a Maria Joana ! Rádio Bemba… que se passou ? Que passou ? A polícia
chegou ! Vai ouvir a Rádio Bemba, presente ! pim ! pam ! Pum !
Cuidado com o barco,
não entornes o caldo, como alma perdida neste século, todo mundo nos condena,
só desejo correr o meu destino, é desatino ? Que se passou ? Que passou ? O
vento sopra pela rua ensaiando uma vaga serenata de amor. Cuidado, ensaiando
nos vão dobrando.
Que cidade esta, tem
avenidas de amor ! De dor, passemos pela rua, não passemos, não, a mim nada me
pára, nada me obriga a mirar, a acreditar.
Adiante ! Agora danço assim - tira tira tira
tira - não quero a morte como futuro, bem-vinda a sorte, o amor, a manhã, para
a direita ou para a esquerda, para a esquerda ou para a direita, deixem-me, vou
só com as minhas penas.
Corro pela luz, pela
esperança, p’la dignidade, paz, saúde, trabalho, independência, liberdade,
democracia, educação.
Que nação tem um sol assim
p'la manhã ? Vida é babilónia ! Viver uma insónia. Estás a ver a cena ?
P'la rua abaixo, p'la
rua acima. O sistema é um dilema, não será problema se o dilema é um sistema.
Estás vendo a cena ? Estás a ver a cena ?
Vai ouvir a Rádio
Bemba ! **
Será culpa minha ?
Será culpa tua ?
Bem-vindo o amor, bem
vinda a cigana, bem-vinda a tequilla, a macieira e a Maria Joana !
It deciphers me.
* Texto dedicado p'la Luísa ao seu querido e saudoso amigo
Tirapicos, escrito a 20 de Fevereiro de 2006, pelas 12:06h,
paz à sua alma. Inédito, não existe certeza quanto a ter sido publicado.