terça-feira, 31 de maio de 2011
53 - CHEIRAR A RIO, OU A MAR…
sexta-feira, 27 de maio de 2011
52 - VERDADE OU CONSEQUÊNCIA?
segunda-feira, 23 de maio de 2011
51 – MONSARAZ, UM HOMEM E UMA MULHER...
Com
ou sem razão, verão como a ela devo tanta da felicidade de que hoje desfruto,
mau grado a avalanche de problemas com que, como qualquer de vós me deparo, uma
coisa não faço, acumular, arranjar ou tornar problema qualquer coisa que
racionalmente possa ser resolvida. Razão tinha uma ciganita que há cinquenta e
alguns anos me leu a sina;
-
Deixa lá, o que interessa está para vir, não te aconteceu ainda, não te
preocupes pois com o que foi, não tem qualquer importância, repara nesta linha
da tua mão, vida e amor a perder de vista !
Sortudo
!
Passa
para cá não uma mas duas moedas !
E
vai contente !
O
futuro é contigo !
Tudo
que agora rememoro começou com uma subida que um dia, há muito muito tempo me
levou ao varandil, como ainda hoje é chamado aquele lugar encantado que cobre a
cisterna de Monsaraz, terra onde nasci e onde vivi estórias prenhes de ventura.
Meditando acudiram-me à memória esses tempos de adolescente, em que, nesse
terraço mas num outro mundo diria, tive a minha maravilhosa experiência de iniciação.
Daquela
aldeia/vila sou natural, ali passei nesse tempo e num mundo encantado muitas férias
estivais quando rapaz, ali deixei gravadas no xisto rude das pedras, paixões e
recordações vividas em dias de festa, ou não, a que junto as lembranças de umas
quantas gasosas e outros tantos pirolitos. Nas noites de luar e frescas todo o mundo
buscava o varandil, dali se avistavam, e avistam, terras de Espanha e Portugal.
Badajoz e Elvas, contam-se entre elas e todas as que a nossa vista dali
consegue alcançar, agora com a moldura enriquecida pelo espelho das águas
reflectidas do lago de Alqueva me lembram um conto de fadas.
Pensando
numa dessas noites encantadas senti recuar no tempo até aos meus doze, treze ou
quinze anos. Entre muitas outras, grata me é a recordação de uma boneca loura,
de tranças até à cintura, e por mor de quem aprendi toda a catequese. Por mor
dela ganhei também, a paciência e o coração que tenho hoje, grande, enorme,
capaz de albergar toda a gente. Tudo porque a ela devo ter-me aberto os olhos
para a amizade, o amor, a dádiva, a entrega, a solidariedade, a comunhão,
coisas em que pacientemente me iniciou, ela, que a menarca tornara mulher de um
dia para o outro, a mim, adolescente imberbe e tímido, confesso devedor eterno
da sua sabedoria.
Com
ela tudo que havia a aprender aprendi, a suavidade no trato e nos gestos, postura
e compostura, o comedimento nas palavras, a diplomacia do contacto, o
cavalheirismo, a etiqueta para com o sexo oposto, pois que, como me dizia, os
géneros eram três, a saber; masculino, feminino, e as mulheres, pelo que havia
que ter sempre em conta que essa coisa que ainda hoje dá pelo nome de
gramática, era manifestamente insuficiente para regular as relações entre as
espécies. Hoje tudo isto parece inconcebível, hoje, que tantos advogam o
contrário daquilo em que formei carácter e personalidade, enquanto levianamente
confundem especificidades e géneros.
Feministas
ferrenhas fazem por ser tão rudes quanto os homens de barba rija, e estes,
maioritariamente se entretêm cultivando modos efeminados, quando não um marialvismo
mais ibérico que latino, ou um machismo que os poderá levar a Hollywood mas
dificilmente ajudará a conquistar um coração tão especial e sensível como o que
qualquer mulher guarda que nem tesouro.
Certas
gentes não entenderão pois que, passados tantos anos e tão arreigado aos hábitos,
eu os mantenha, inda que aparentemente fora de moda, num tempo em que para mim
já nada contam esses fantasiosos pormenores, tão enleado me encontro de
problemas mais prementes, questões mais candentes e assuntos mais importantes a
que dedicar atenção e energias, pelo que, correndo embora o risco de um epíteto
desqualificativo por antiquado, cá vá fazendo rodar rodas da minha nora para
que os alcatruzes não assomem vazios, mas sempre cheios de amizade, alegria,
jovialidade, esperança, amor, graça, deleite, gáudio, e um espírito sempre em
festa, disseminando-o por onde passo.
Contudo
e mau grado de quando em vez esqueço estes ensinamentos sábios e erro, como
qualquer mortal, pelo que desculpa peço já a quem tenha melindrado. Não sou
pretensioso, mas extrovertido, dono de auto-estima e segurança em excesso, factores
que aliados em muitas ocasiões
contribuem para que me julguem mal.
Porém,
entre um pirolito e outro, coisa que muita gente nunca viu nem saberá o que é,
ou foi, lembro ainda essa minha amiga a quem tanto devo e que nunca mais voltei
a ver senão nos tempos do PREC. Com ou sem razão, a ela devo tanta da
felicidade de que hoje desfruto, mau grado a avalanche de problemas com que,
como qualquer de vós me deparo, uma coisa não faço, acumular, arranjar ou
tornar problema qualquer coisa que racionalmente possa ser resolvida. Razão
tinha uma ciganita que há muitos anos me leu a sina;
-
Deixa lá, o que interessa está para vir, não te aconteceu ainda, não te
preocupes pois com o que foi, não tem qualquer importância, repara nesta linha
da tua mão, vida e amor a perder de vista !
Sortudo
!
Passa
para cá não uma mas duas moedas !
E
vai contente !
O
futuro é contigo !
O PREC,
Processo Revolucionário Em Curso, que de novo nos juntou e fez com que nos
tivessem esquecido, também nos separou e, advogados poderosos, já depois de
toda a sua família resguardada no Brasil, recuperaram-lhes as herdades perdidas
que rapidamente venderam aos espanhóis, tendo sido a primeira transacção do
género, hoje tão contestado, de que tive conhecimento.
Mas
enquanto nos esqueciam, preocupados com greves, manifestações e ocupações de
terras, nós vivíamos olhos nos olhos, saciando a saudade, a vontade sempre
espicaçando a nossa sede de redescoberta, de tal forma que nas suas mãos me fiz
homem maduro, e dela fiz mulher a sério, coisa que muito nos honrou e a ela
devo, uma dívida de gratidão inesquecível e imperecível. Quantas vezes, com
quanta saudade e desejo volto a recordá-la só eu sei, já nem lembro bem a sua
fácies, meio século se passou, mas a beleza que irradiava, a doçura que
exalava, tocaram-me de forma tão profunda que, em cada mulher a revejo, em cada
mulher a considero, em cada mulher a venero e lhe agradeço o tanto que lhe
fiquei devendo.
Será
que a ciganita tinha razão e eu andei e ando por vezes perdendo tempo com
problemas que o não são ?
domingo, 22 de maio de 2011
50 - QUE NOITE AQUELA !!!!! ..........
Não me lembro de nos ver a cada um agarrado a uma perna de galinha, isso não, mas ainda recordo a mesa farta, a enorme profusão de garrafas e canecas, o fumo denso pairando no ar e traindo todas as disposições deste país de loucos.
Bem… o máximo foi mesmo o Máximo ! Cujo nome não engana ninguém e tem uma auto-confiança de fazer inveja ao mais seguro de si, que por acaso não estava, tinha saído para a caça !
(*) - o amigo Caifás :)
quarta-feira, 18 de maio de 2011
49 - PAU DE CANELA ... (3ª de 3 crónicas) .................
segunda-feira, 16 de maio de 2011
48 - NÃO, NÃO É O QUE PENSAM ... (2ª de 3 crónicas)
Há ali de tudo como na farmácia, e acreditem-me, apesar de vos ter relatado uma atitude nada dignificante de um dos membros, e nós fomos os primeiros a assumir essa crítica, são de resto gente digna, trabalhadora, respeitável, aliás como qualquer de vós, ou não fariam parte das minhas amizades.
Vou começar pelo Hélder, de longe o que mais e com maior razão foi criticado. Filho de pais ricos mas de cuja riqueza sempre prescindiu.
Não prejudica ninguém.
Não imagino porquê, apenas que tem um falar muito baixinho, muito suave, nunca acima da meia nota quanto mais de um lá menor, e ainda que ninguém perceba de música, todos concordamos que aquela boquinha é de sonho e daria uma boa tocadora de pífaro !
O Amor é Fodido! ( Miguel Esteves Cardoso, não recordo a editora) mas ninguém desiste dele!
Chamada !
Quem falta !
domingo, 15 de maio de 2011
47 - RODOPIOS E SACANICES ... ( 1ª de 3 crónicas)
A Verónica tinha sido hospedeira da TAP, toda “não me toques” até casar com o Hélder, órfão de pai seis meses depois de casar e no dia em que a mulher apareceu ao sogro com uma carrada de piercings mais umas tatuagens, uma delas, uma borboleta dois dedos acima do rabo e que, diz quem sabe, foi a culpada do enfarte do velho.
– Já aí quieto meu maricas de galarito!
São todos uns paneleirões, paneleiros e putéfias, meu rico filho com quem se meteu!
A Verónica tinha uns olhos de quem chorava há um mês, por ela ficámos sabendo metade da história, pelo Maurício outra parte, faltaria o Hélder, cujo paradeiro todos desconheciam e cujo depoimento esclareceria e comprovaria os pormenores em falta, os dados adquiridos, e o facto de, na passada semana a Verónica e o Hélder se terem engalfinhado.
E agora quem é que lhe tirava a gaja debaixo porra?
Ela lá saberá porquê.