O dia amanheceu
luminoso, como quase todos os dias, de um sol amarelo vivo, uma cor de que eu
tanto gosto. Também gosto de rosas amarelas, no meu quintal tenho um pé delas,
símbolo de franqueza e amizade, porém são para mim um paliativo, placebo que
entretém mas não cura, que engana mas não alivia…
O que eu adoro mesmo
são as rosas vermelhas, de um vermelho sangue aveludado, como o sangue que na
minha terra jorra acusador e vermelho do cachaço do touro quando lhe enfiam o
escalpelo na nuca e a fera se queda como a minha consciência de menino, que
assim ficou desde esse dia longínquo * todavia símbolo outro, símbolo do amor ao
bicho, contudo símbolo de todo o amor que sinto.
O meu amor é
cor-de-rosa sim, da cor dessas rosas aveludadas que são também a alegria do meu
quintal e as primeiras a despontar mas me inibo do colher, até de as
fotografar, não vá minh’alma recordar tudo quanto eu quero esquecer.
Sim, o amarelo de um raio
de sol, é pujança, é vida, raio de esperança, prosperidade, energia, riqueza,
alegria, dança, amizade e abastança, gratidão
e importância mas, p’ra mim é também segredo, testemunho de amores por mim
mesmo condenados ao degredo, mácula na consciência, pesadelo, grilheta, a vera
prova de que a eternidade é logro, ilusão, desilusão.
Gosto de ti, sempre
gostei e sempre gostarei, tu és a minha rosa amarela, tu serás sempre um
espinho que guardo docemente cravado no coração.
Beijosssssssssssss
* https://mentcapto.blogspot.com/2014/04/183-aficion-friccion.html