Ora
íamos nós dizendo, ia eu dizendo que, como se este panorama não bastasse, sair
do Euro ou não, tudo que viesse de fora aumentaria enormemente mal saíssemos
do Euro, acrescentem-se as alcavalas de impostos destinadas a manter o estado
gordo, naturalmente para te desmotivar a comprar fora, motivar ao consumo
interno, travar a saída de divisas, obrigar à poupança, ao comedimento, nada de
vivermos acima das nossas possibilidades bla bla bla. De seguida iríamos ver o
que aconteceria com a importação de matérias-primas, maquinaria e bens de
equipamento.
7 - Penso
que estarão lembrados ainda que muito simplesmente ficariam repentinamente muito
muito mais caras e caros, logo o seu reflexo nos custos originaria aumentos no
que quer que com elas e eles fosse fabricado, produzido, de modo que tornaria
esses produtos além de mais caros mais inacessíveis aos de dentro, aos tugas, e
aos de fora. Exportar tornar-se-ia mais difícil, produzir uma aventura,
investir um milagre, tudo definharia, tudo empobreceria. Se agora as coisas são
como são, imagina como seriam ó Sebastião…
Metade
ou quase das nossas importações são bens de equipamento destinados a completar
muito do que exportamos. Num navio praticamente só o casco, estrutura e mão-de-obra
são nacionais, de resto, do mais pequeno GPS aos motores tudo vem de fora. A
AutoEuropa monta e pinta automóveis, e à excepção dos conjuntos de pedais e dos
escapes tudo o resto vem de fora, para que compreendam o arame de circo em que
a nossa economia balança e assenta.
Ora
sucede que actualmente não se pode mexer na moeda, digo desvalorizar a moeda,
mas podem-se desvalorizar outros factores com peso na produção, como salários,
mantidos forçosamente baixos desde a crise e que no geral têm sido mantido baixos
e assim irão continuar. A baixa dos salário, de que faz parte o congelamento de
carreiras e a dificuldade de admissão na função pública (este último item é
questionável), conjugada com a sangria nos impostos retira capacidade de compra
ao pagode o qual, vai comprando umas couves e pouco mais, e se houver mais há
que sacar-lho antes que se meta a trocar de carrinho fazendo as delicias das
economias alemã, ou japonesa ao engravatar-.se com um BMW, Mercedes ou um
valente jipão Toyota, que é o que a malta faz mal se apanhe com uns
dinheirinhos no bolso.
Há que travar todas essas veleidades, esta é só mais uma das peculiaridades
das nossas gentes, da nossa democracia, fazermos mais pelas economias e
democracias dos outros que pela nossa. Há portanto justificada razão e urgência
em evitar a sangria de divisas, há que travar este inconsciente pessoal o qual,
curiosamente obriga a penar mais os que menos gastam e menos esbanjam. Todas
estas medidas foram e são medidas pensadas, repensadas e coordenadas com a
Troika por isso não te arrelies muito, nem grites, nem percas tempo em manifs
porque o que tem que ser tem muita força e estas questões são questões de
estado e muito superiores aos problemas da tua paróquia.
É
que entretanto ninguém pára nem a dívida nem o deficit, até porque as grandes
empresas nacionais e altamente rentáveis, como a EDP, a ANA, as OGMA, a REN, a
TAP, a PT Telecom, os seguros, a banca e tantas outras cujo nome nem me ocorre
agora, as quais podiam e deviam canalizar os seus fabulosos lucros para ajudar
a combater deficit e divida, e até a aprovisionar e impulsionar o investimento,
simplesmente já não são nossas, foram vendidas a pataco para diminuir o que
nunca diminuiu nem pára de crescer, foram-se os dedos e os anéis. Nem já as
estradas são nossas, pertencem a um tal de PPP que ignoro ser chinês ou
Luxemburguês. Antes fossem do PQP que pode ser um fascista mas é um fascista dos nossos. O que
não podemos é voltar a ter grandes empresas públicas para enfiar de novo boys, protegidos, afilhados, sobrinhos, amigos e amigas, amantes, concubinas
e toda a casta da puta que os pariu, como soez e infelizmente é prática em muitos municípios.
A
fim de fazermos uma pequena ideia da tempestade que sobre nós se abateu vou
alinhavar apenas três linhas, esturrámos ingloriamente o ouro que o outro bandido
nos deixara, vendemos ao desbarato as maiores e as melhores e mais rentáveis empresas
públicas e acumulámos uma dívida castradora e sufocante que nos amarrará
durante trezentos anos. Vantagens ? Doravante não precisamos emigrar para sermos
escravos lá fora, já podemos ser escravos dos outros cá dentro, nem nos restará
mais que sermos escravos de estranhos na nossa própria terra.
Quando
disse que esta república e estes partidos, do centrão às extremidades são
piores que os Partidos Progressista e Regenerador da primeira república
baseava-me no exemplo histórico. A história, o passado mostra-nos,
demonstra-nos e ensina-nos, curiosamente ou devido a estupidez e ignorância
congénitas não aprendemos nada de um dia para o outro.
Apesar
destas cenas apocalípticas e macacas temos conseguido aumentar as exportações,
mérito e palmas para empresários e empresas, a percentagem agora alcançada devia
tê-lo sido há trinta anos atrás e estar hoje dobrada, duplicada. É este o único
aspecto positivo que tenho para vos oferecer, em quase tudo o resto as diversas
governações têm sido um desastre, assim está o país, um vero exemplo demonstrativo
pelos resultados apresentados, do máximo que tem sido obtido ou conseguido. Mas
quem se atreve a fazer balanços ? É o fazem …
Inteligente,
inteligente parece só termos o vereador do BE, Ricardo Robles, pena que ao
invés de se lembrar apenas dele e de resolver a sua vidinha, solucionar a sua
existência, nunca se tenha lembrado de ideia ou solução do agrado de todos e
que tivesse enriquecido a nação e os portugueses. É a sua versão do colectivo,
o colectivo é ele e só ele, que tem o olho azul e é um moço bonito, eu diria
mais, diria que bonito, bonito, são os tomates a bater no pito, como canta e
bem Quim Barreiros.
É evidente
que o pessoal tem que ser travado, e não somente os corruptos, mas também o amiguismo, o compadrio, o partidarismo, as carreiras, as reivindicações absurdas, a
banca e o fisco que por cinco tostões tiraram a casa a milhares de portugueses
que se viram no desemprego, tantas vezes por terem perecido as empresas onde
labutavam, estranguladas pelo fisco com impostos, ou pela banca com juros, comissões e
condições incomportáveis.
O pessoal também tem que ser habituado a ser
comedido, as taxas moderadoras na saúde, no SNS, deviam ter sido instituídas desde
o primeiro momento, os gestores responsabilizados, os perdões fiscais estratosféricos
a empresas milionárias idem, o duplo emprego aspas, as incompatibilidades,
isenções, convenções e subsidiações aos deputados agravadas, revistas,
alteradas, acabadas, há que abrir de novo caminho à ética e à moralidade, ao
mérito, aumentos salariais e transferências para o poder local deveriam ter sido
há muito indexadas ao crescimento do PIB, à taxa de desemprego, idem para
despesas e número de funcionários públicos, para limites e valores de aposentações,
num claro exemplo de “não se produz não há paparoca” mas não, foi tudo deixado
em aberto, deixado ao acaso, deixado o caminho livre, e, sabendo-se como o tuga
é, estava mais que visto que esse caminho nos traria onde trouxe, a um buraco
sem fundo onde estamos atolados.
Ninguém
e atreveu a travar ninguém e o estampanço contra o muro aconteceu em 77, 83, 92
e 2009. Estamos de novo sem travões e caminhamos alegremente contra outro muro
e pra mais um aparatoso e estrondoso embate. Riam-se, riam-se, quando souberem
que é pra o __ até choram …
……………………
continua …………………….
*
“Sonho de uma Noite de Verão” no original: A Midsummer Night's Dream, peça teatral da autoria de William
Shakespeare, uma comédia escrita em meados da década de 1590.